Um Aulão Solidário com o tema ‘Cultura da Violência’ foi realizado por professores na tarde deste sábado (15), no Espaço Teresa Albuquerque, no bairro do Derby, Centro do Recife. A temática foi trabalhada pelos docentes nas áreas de sociologia, filosofia e redação, exemplificando as maneiras como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode abordar o assunto. Aberto ao público, o ingresso do evento era simbólico: 1kg de alimentos não perecíveis, que serão doados para o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip).
O professor de redação Felipe Rodrigues, um dos idealizadores do Aulão, destacou alguns pontos que poderão ajudar os estudantes na elaboração de um bom texto envolvendo cultura da violência. “A redação aborda temas sociais e a violência é um assunto radical e essencial para a gente discutir diversos problemas. Alguns problemas sociais vêm dessa violência e, sem dúvida, a gente tem que discutir, de maneira que os argumentos sejam estruturados, com fontes, dados e bases de pesquisas. Essas colocações com certeza vão ser tratadas aqui hoje”, destacou.
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Segundo a professora de Redação e Linguagens Teresa Albuquerque, a cultura da violência é um tema atual com diversas nuances que precisam ser discutidas em sala de aula. “Geralmente quando se fala em violência, o imaginário popular está atrelado à violência física, mas também temos outros tipos de violência, como a violência simbólica e sexual, que os estudantes devem estar ligados. Na aula de hoje irei tratar um pouco sobre a situação da população carcerária, o preconceito contra o preso e essa impossibilidade de ressocialização que o país tem e que acaba gerando ainda mais violência. Também vale ter em mente a violência contra o idoso e contra a criança”, pontuou. Para Teresa, a “cultura da violência está pautada em um discurso histórico que vem desde a colonização e está arraigada na sociedade brasileira”.
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A estudante Aline Jennifer, de 16 anos, que vai prestar o Exame em novembro, afirma vai usar os conteúdos trabalhados pelos professores para desenvolver um bom raciocínio na hora da prova. “É preciso trazer o tema para nossa atualidade com argumentos que retratem o cotidiano em sociedade. A violência contra mulher e violência sexual são realidades bem atuais que precisam ser trabalhadas em sala de aula”, disse.
Na parte de sociologia e filosofia, o professor Salviano Feitoza destaca que possíveis questões podem requerer do aluno uma boa interpretação de charges e imagens que retratem a cultura da violência. “É importante que o fera saiba identificar os conceitos e as aplicações desses conceitos na leitura de um texto jornalístico, na leitura de uma charge e na leitura de uma canção. Que ele consiga aplicar o conceito elaborado por um pensador a uma situação da realidade. Hoje, nós vamos trabalhar a instrumentalização do olhar do estudante na identificação de elementos do cotidiano que em muitas vezes podem expressar violência e passar despercebidos”, ressaltou.
O Aulão Solidário é uma iniciativa dos professores Felipe Rodrigues, Teresa Albuquerque e Salviano Feitoza, em parceria com a Secretaria de Juventude do Recife, o instituto Fly educacional, o professor Francisco Coutinho e Ícaro Rodrigues e o Núcleo de Ciências da Natureza (NCN).