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Pesadelo, ou realidade, a Inteligência Artificial (IA) avança a grandes passos, mas muitos assuntos se encontram ainda sem resposta, advertiu a ONU na abertura, nesta quinta-feira (6), de uma conferência de dois dias, da qual participam robôs humanoides.

Muitos participantes ficaram surpresos com o realismo dos robôs humanoides percorrendo os corredores dessa "cúpula mundial sobre IA a serviço do bem social", organizada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), uma agência da ONU.

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No momento em que a pesquisa em IA, em particular a generativa, encontra-se em pleno auge, as Nações Unidas pedem que se crie regras e limites para que essas tecnologias beneficiem a humanidade sem colocá-la em perigo.

"Quando a IA generativa chegou ao mundo há alguns meses, nunca vimos algo assim. Até mesmo os maiores nomes da tecnologia consideraram a experiência impressionante", afirmou a secretária-geral da UIT, Doreen Bogdan-Martin, na cúpula, referindo-se à chegada do programa ChatGPT.

"A possibilidade de que essa forma de inteligência possa se tornar mais inteligente do que nós está se aproximando", disse ela, acrescentando que isso surpreendeu todo o mundo, incluindo os criadores dessas tecnologias.

Em reação, centenas de universitários, empresários e personalidades pediram uma moratória de seis meses para o desenvolvimento dos sistemas de IA mais poderosos, citando "maiores riscos para a humanidade".

Em Genebra, a ONU reuniu nesta semana mais de 3.000 especialistas, líderes e representantes de empresas para discutir a necessidade de elaborar regras que garantam que a IA seja usada para fins positivos para a humanidade, como a luta contra a fome, ou o desenvolvimento sustentável.

Sem isso, a IA pode nos fazer viver um verdadeiro pesadelo, segundo Bogdan-Martin, que descreve um mundo com milhões de empregos em perigo e um aumento da desinformação, "conflitos sociais, instabilidade geopolítica e disparidades econômicas de uma magnitude que nunca vimos antes".

"Muitas das perguntas que temos sobre a IA ainda não têm resposta. Devemos fazer uma pausa nas experiências mais poderosas? Controlaremos a IA mais do que ela pode nos controlar? E a IA ajudará a humanidade?", questionou.

Os robôs humanoides reunidos em Genebra não responderam a essas perguntas, mas talvez o façam na sexta-feira, em uma coletiva de imprensa inédita da qual nove deles participarão.

Humanoides ou não, os robôs invadiram a cúpula.

Cantores, assistentes em casas de repouso, artistas... às vezes é difícil identificá-los a poucos metros de distância.

A etapa nacional da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) irá reunir os apaixonados por educação e tecnologia, na disputa que acontece a partir desta segunda-feira (10), no Shopping RioMar, bairro do Pina. Sonhando com o título nacional, cinco equipes da rede municipal de ensino do Recife disputam o prêmio, sendo o único estado com a formação de quatro grupos classificados do Ensino Fundamental. A entrada é gratuita e segue até o dia 12 deste mês.

Com o destaque na OBR estadual realizada dentro da programação da Campus Party Recife, em agosto deste ano, os 18 estudantes das unidades de ensino se classificaram para a etapa nacional. De acordo com o secretário de Educação do Recife, Jorge Vieira, o bom desempenho dos alunos mostra a evolução do Programa Robótica na Escola. "Somos campeões nacionais da OBR, vencemos duas vezes a etapa estadual e estamos confiantes em conseguir outro ótimo resultado. Conquistas como estas evidenciam o sucesso do programa, que faz mais de 73 mil alunos aprenderem como se estivessem brincando", afirma o secretário e informa a Secretaria de Imprensa da Prefeitura do Recife.

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Após vencer a competição no ano passado, a Escola Municipal Rodolfo Aureliano volta a campo em busca do bicampeonato, competindo lado a lado, no Nível 1 - Ensino Fundamental, com as Escolas Municipais da Iputinga, de Tejipió e Paulo VI. A Prefeitura do Recife conta ainda com o time da Unidade de Tecnologia na Educação (Utec) Gregório Bezerra, equipe campeã brasileira de robótica em 2015. 

Competições

A final da Olimpíada Brasileira de Robótica reúne 90 escolas de todo o Brasil. Os competidores utilizam kits de robótica de encaixe da Lego Education ou componentes eletrônicos em geral para a construção e programação de robôs, que devem percorrer uma pista repleta de rampas e obstáculos, com o objetivo de capturar bolas e despejá-las num local determinado. 

Além da competição que envolve a robótica de encaixe, haverá também uma corrida com robôs humanoides NAO (Humanoid Robot Racing), incluindo um que foi programado pela equipe de robótica da Secretaria de Educação do Recife.

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A série de reportagens “Nossa Escola”, que detalha ações da educação municipal que estão tendo bons resultados, chega nesta quinta-feira (20) a sua terceira matéria. O leitor pode entender como uma das principais iniciativas da rede de ensino do Recife está ganhando a atenção de cada vez mais estudantes e disseminando a tecnologia como uma ferramenta benéfica para a sociedade. A robótica vem tomando conta das escolas locais e despertando nos alunos o desejo pela construção do conhecimento. O principal objetivo é interligar assuntos de matérias tradicionais, como física e matemática, com tarefas desenvolvidas durante a programação dos robôs.

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>> Leia também as outras quatro reportagens da série: Em busca do letramentoA doença, várias crianças, uma classe e muitos sonhosO silêncio que não cala a educação e O jogo em que a educação sai vencedora.         

Os reflexos da robótica na educação municipal do Recife

Uma das iniciativas da educação municipal recifense mais bem sucedidas é sem dúvidas o Programa Robótica na Escola. De 2014, quando a ação foi iniciada, até agora, mais de 73 mil estudantes tiveram acesso ao programa, bem como 4,5 mil docentes foram capacitados na área de robótica. O resultado do trabalho desenvolvido é expresso através de vitórias em diversas competições da modalidade. Porém, o objetivo maior, segundo os professores responsáveis pelas aulas, é fazer com que as programações dos robôs utilizem temas relacionados a diversas disciplinas, como matemática e física.

Alunos da educação infantil aos anos finais do ensino fundamental da Rede Municipal trabalham com diferentes linhas de robótica. As mais comuns são a robótica que utiliza peças de encaixe da LEGO ZOOM e as que trabalham com robôs humanoides, chamados de NAO. Os alunos mais novos, dos anos iniciais, atuam com a montagem de alguns robôs. Depois, as crianças de séries mais avançadas, começam a fazer programações em softwares oriundos dos próprios fabricantes dos robôs. Eles utilizam computadores e com base em cálculos matemáticos e comandos, traçam ações e trajetos que as máquinas devem executar, geralmente com um objetivo pré-definido, seja pelo professor, no contexto de um treinamento, ou quando uma competição exige uma determinada tarefa, a ser realizada pelos competidores.

Leia também: Estudantes autistas terão aulas de robótica

Para a coordenadora do Programa de Robótica, Suely Bezerra, trabalhar com robôs nas escolas municipais instiga os alunos a construírem saberes e entenderem como a tecnologia pode ajudar a sociedade. “A robótica tem uma proposta que ajuda na construção do conhecimento. Antes, o que tínhamos nas escolas públicas era um conhecimento pré-fabricado, ou seja, já pronto pelo professor. Hoje, existe uma construção do conhecimento, em que professor e aluno vai traçando ações em conjunto. A gente também percebe a necessidade dos alunos interligarem a robótica a assuntos das matérias tradicionais”, explica a coordenadora.

Desde o início do programa que o jovem Yuri Lyra (foto abaixo), 16, tem contato com a robótica. Hoje, ele está concluindo o ensino fundamental, mas não abre mão de assistir as aulas. O aluno da Escola Municipal Pedro Augusto, localizada no bairro da Boa Vista, Centro do Recife, explica na prática como os robôs instigam os estudantes a trabalharem conteúdos das disciplinas tradicionais. “Quando eu comecei a aprender robótica, notei um envolvimento maior com matemática e física, porque isso tudo interage com a programação e montagem do robô. A gente trabalha com números, rotações, graus, lógica... Isso tudo influencia dentro da matemática e da física”, relata Lyra. A robótica na escola também despertou um desejo no jovem. “Quero trabalhar com mecatrônica, porque acabei me apaixonando por robótica”, revela.

Taylon Silva Guedes, de 14 anos, aluno da mesma escola que Yuri, também é apaixonado pela robótica. De acordo com o estudante, após ter aulas com os robôs, ele passou a gostar mais de matemática. “A matemática que aprendo na programação passou a me influenciar na escola. Hoje aprendo os assuntos com mais facilidade. Também tenho facilidade em aprender lógica”, conta o estudante, revelando também que quer se formar em robótica científica.

Para entender como a programação dos robôs funciona na prática, assista o vídeo a seguir e veja o que os humanoides são capazes de fazer, graças aos alunos das escolas municiais:

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Segundo a coordenação do Programa Robótica na Escola, a Rede Municipal de Ensino conta atualmente com 30 robôs humanoides, cada um ao preço de 25 mil dólares. As máquinas são fabricadas na França e apenas podem ser transportadas para as escolas ou eventos com o apoio de batedores da Guarda Municipal ou da Polícia Militar. De acordo com a Secretaria de Educação do Recife, levando em consideração todas as linhas de robótica aplicadas nas escolas, suas peças e recursos pedagógicos, já foram investidos R$ 32 milhões pela Prefeitura local.

Competições

Estudantes da Escola Municipal de Tempo Integral Dom Bosco já venceram a etapa estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR). Além disso,  no começo deste mês, três alunos conseguiram a primeira colocação na etapa regional da OBR e se classificaram para a fase nacional, na cidade de São Carlos, interior de São Paulo.

Outra experiência interessante aconteceu com dois alunos da Rede Municipal. Em novembro de 2014 eles viajaram para a Rússia e participaram da Olimpíada Mundial de Robótica. Já em setembro deste ano, nos dias 11 e 12, cerca de 90 alunos das escolas municipais vão participar de mais uma etapa regional da OBR. O evento será realizado no Recife.

Na próxima semana, dando continuidade a série Nossa Escola, o LeiaJá publica a quarta reportagem, na quinta-feira (27). O público poderá conferir a aplicação de salas bilíngues nas escolas municipais.

 

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Até a última sexta-feira (9), 25 professores participaram da primeira formação para capacitá-los a usar robôs humanoides como ferramenta de ensino na rede municipal de ensino. Os educadores e profissionais da área divulgarão a metodologia, que faz parte do programa Robótica nas Escolas, para seus colegas. O curso foi realizado no laboratório do Centro de Formação de Educadores Professor Paulo Freire, na Madalena. 

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A formação dos primeiros profissionais irá servir para espalhar nas 302 escolas da rede municipal a metodologia de ensino com o uso dos humanoides. Cada unidade de ensino terá dois educadores capacitados para instruir os colegas com a robótica.

O programa Robótica nas Escolas é dividido em três módulos, cada um com um público alvo específico e temáticas distintas, como ferramentas, circuitos e humanoides. Lançado em fevereiro deste ano, o programa é uma parceria da Prefeitura do Recife com a LEGO ZOOM, representante brasileira da LEGO Education, ramificação da empresa dinamarquesa de brinquedos. 

No Recife, o Robótica nas Escolas vai atender 80 mil crianças da rede municipal de ensino, que aprenderão os conteúdos básicos com o auxílio de atividades lúdicas e educativas. Saiba mais sobre o programa.

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