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Noite de estreia no cinema do Shopping Boa Vista, Região Central do Recife. Pessoas se aglomeram nas bilheterias, porém poucos realmente buscavam um ingresso. A expectativa era pela chegada de dois marcantes personagens do boxe nordestino. Para o lançamento do documentário 'A Luta do Século', dirigido por Sérgio Machado e produzido por Wagner Moura e Lázaro Ramos, Luciano Todo Duro e Reginaldo Holyfield estiveram reunidos mais uma vez, após vários encontros pouco amistosos.

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Separados por companheiros, treinador e até uma produtora do filme, os pugilistas mal trocavam olhares. Quando foi preciso encarar para uma imagem espacial, quase três metros de distância e, mesmo assim, todos sentiam o clima esquentando na sala. Os presentes, ansiosos para ver alguma ação, instigavam o tempo inteiro para ver se o pernambucano, ou o rival baiano, partiriam para a trocação, como fizeram em outros espaços com a imprensa. Na hora de conversar, as provocações estavam lá, um pouco mais contidas, principalmente por conta das instruções dos organizadores do evento. Mas o clima tenso não ia embora. Segundos pareciam minutos, e por aí vai.

Quem representou o diretor foi a produtora Eliane Moreira que descreveu as dificuldades em trabalhar com dois antagonistas tão agressivos quando juntos. "A gente deveria filmar 10 dias em Recife, e outros 10 em Salvador. No final, haveria o encontro. As pessoas pensam que isso é marketing deles, mas não é, é bem duro. Tentamos manter a distância deles sempre. São dois grandes ídolos, e boas pessoas, creio que as pessoas vão se divertir, e também se emocionar bastante", relatou.

Antes do 'dono da casa' chegar, o LeiaJá pôde conversar com Reginaldo, homem vivido e que se mostrava muito contente com a noite de lançamento. "É uma benção na minha vida. O Brasil não apoia o atleta de boxe. O Sergio Machado me trouxe para esse evento e fiquei muito feliz, é um filme divertido, bem feito, vai deixar a nossa luta na história. Serve para a minha revelação como estrela do cinema", afirmou Holyfield.

Também sorridente, porém mais incisivo, Luciano foi recepcionado com muita festa. Brincou que não poderia brigar com o seu oponente pois corria o risco de perder o cachê. "Todo mundo sai bem no filme. Minha raiva com ele é só na hora de lutar, ele que é alterado. Há uns 10 anos ele me deu um murro de raspão e perdi oito dentes, ia pegando em Rembrandt Júnior. Estou muito feliz, as portas se abrindo. Sempre tive um público grande e hoje estamos nos holofotes novamente", contou.

Mas nem adianta cultivar a esperança de que os dois agora - como não terão mais lutas entre si - irão se entender melhor fora do ringue. A rivalidade é para a vida inteira."Tu é louco? Esse cara é doido. Tá calmo com a mulher no meio, mas vacilando ele vem para cima. Olha o jeito dele. Vamos ver o filme separados, eu não confio nele", completou Todo Duro. Veja a encarada dos rivais e a entrevista com os dois no vídeo:

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Mais uma vez o boxeador pernambucano Luciano 'Todo Duro' e o baiano Reginal 'Holyfield' se estranharam durante uma entrevista. Em uma conversa com o repórter Felipe Andreoli para o Esporte Espetacular, a dupla falou sobre o lançamento do filme 'A Luta do Século', que conta a história da rivalidade entre os dois, e trocaram farpas durante todo o papo.

Ao comentar sobre o clima de tensão já existente entre os dois, a conversa ficou mais pesada ainda quando 'Todo Duro' afirmou que teria se envolvido com a mulher do rival. "Eu peguei a mulher dele", disse. Sem pestanejar, Holyfield partiu pra cima do rival e precisaram ser contidos por seguranças. Por fim, Andreoli tentou fazer com que a dupla se cumprimentasse, mas os dois não aceitaram.

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Confira o vídeo:

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Todo Duro é folclórico. O principal nome da história do boxe pernambucano não faz um personagem. Ele o é sem figuração. Completamente espontâneo, o pugilista agradece o apoio do povo pernambucano - além da imprensa pela cobertura - na Luta do Século por um momento inédito na carreira. Medo? Apenas um: parar. O boxeador de 50 anos sequer cogita pendurar as luvas e já se prepara para a revanche contra o baiano Reginaldo Holyfield, em dezembro, em Salvador.

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>> Todo Duro vence Holyfield e 'estraçaia' o ceticismo na Luta do Século

Luciano Horácio Torres mora na parte de cima de um duplex simples na Vila do Vintém, em Casa Forte, Zona Norte do Recife. Vive com a irmã, uma das três filhas e os netos – os quais apresenta como filhos. Todo Duro não é um personagem só da porta para fora. Dentro da casa a personalidade é a mesma. Sem as luvas vem o lado afável do boxeador e até resmungão.

O pugilista conta que faz treinos diários em três turnos e não escapa da ‘marcação cerrada’ das filhas. “Não dá para escapar (dos compromissos). Se eu não apareço, o empresário liga para elas e o carão vem por telefone”, conta. Mas o que realmente incomoda Todo Duro é a possibilidade de abandonar os ringues. “Eu tenho saúde, tou bonzinho aqui”, justifica. E completa: “Se botar aqueles meninos do UFC contra mim tu vai ver, é pau”.

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Se as lutas em Pernambuco não recebem o destaque necessário, é possível dizer até que o boxe existe um degrau abaixo. Esmagado inclusive pela popularização do MMA. Ainda assim, Todo Duro diz que não é por falta de talentos. Traído pela memória, o pugilista revela que alguns atletas têm a carreira castrada pela falta de incentivo, seja público ou privado.

Apesar de ser um esporte olímpico e o Brasil estar a menos de um ano dos Jogos do Rio de Janeiro, não existe investimento no boxe. A Luta do Século, por exemplo, recebeu apoio apenas da Prefeitura do Recife e foi ignorada pelo Governo do Estado.

A situação em que vive Luciano Horácio Torres é não só culpa da má administração das próprias finanças, mas também do reflexo de como o esporte definha na Terra dos Altos Coqueiros. O oposto da situação na Bahia – que sempre tem representantes na seleção brasileira, como atualmente Everton Lopes, Robson Conceição e Robenilson de Jesus, que estiveram em Londres-2012. Se Todo Duro venceu Holyfield nos pontos na noite da Luta do Século, os baianos nocauteiam Pernambuco diariamente na valorização do boxe.

Era o início do sexto - e último - round e Todo Duro mais ofegava e recuava do que usava os punhos para manter a distância do adversário. O público, no Clube Português (Zona Norte do Recife), iniciou os gritos de “ah, é Todo Duro”. O ainda pugilista, de 50 anos, partiu para cima do arquirrival, Reginaldo Holyfield, com um cruzado. E outro. Depois mais dois socos. A plateia mudou o canto para: “O campeão voltou”. E ele continuou golpeando até o sino apontar o fim do assalto. O pernambucano deixou o corpo cair nas cordas, olhando para cima, rindo, sem fôlego. Curtindo o momento e o que viria a se tornar, após decisão dos juízes, a quarta vitória. Mas, nesta terça-feira (11), o “estraçaiado” da vez não foi o baiano, mas sim o ceticismo dos que argumentavam contra a folclórica Luta do Século.

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Todo Duro deu as caras pela primeira vez na Luta do Século logo cedo. De blazer e calça social, como chegou ao local, o boxeador foi até o ringue e, descontraído, ensaiou alguns golpes que daria no arquirrival baiano. Foram oito cards preliminares até o principal – a maioria deles formado por lutadores especializados em outras artes marciais, não apenas pugilistas. Já o baiano só apareceu na hora H, acompanhado pela equipe e encoberto pela bandeira do estado da Bahia.

Holyfield foi completamente hostilizado pelo público. Ouviu o “uh, vai morrer” e algumas palavras até de baixo escalão. Mas não perdeu a cabeça em momento algum. Avançou entre as cordas, entretanto, sem as luvas. Porque foi pedido de um dos organizadores, ainda no vestiário, para tentar conter um possível combate contra Todo Duro antes da autorização do juiz. O pernambucano subiu acompanhado por muitos. Além da equipe, as filhas, alguns amigos e também o maior organizador do evento, Vicente Cassemiro. 

Com os dois frente a frente, então, começaria o que já estava “ensaiado”. Dois senhores de cinquenta anos que voltaram aos ringues mais para atuar e se estabilizar financeiramente do que para disputar o desempate secular, certo? Não. Se assim for, a WWE (World Wrestling Entertainment) – principal empresa das lutas “ensaiadas” no mundo – não sabe o que perde com dois gigantes do Nordeste Brasileiro. Ou talvez tenham só esquecido de avisar a Todo Duro e Holyfield. Porque aquilo foi completamente imprevisível. Foi luta, foi boxe e foi emocionante, apesar das limitações físicas de ambos.

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O tempo de luta foi roubando o vigor dos dois. A cada minuto os passos e murros se tornavam mais lentos, porém mais efetivos. No terceiro round, Todo Duro acertou o primeiro soco certeiro que fez voar o protetor bucal de Holyfield – típica cena de fim de filme de ação – e a trocação foi interrompida pelo juiz. Durante o confronto, a cena ainda se repetiu por mais umas cinco vezes. O baiano foi penalizado por duas vezes pelo árbitro por parar o combate durante o quarto e quinto assaltos. Até o último, quando o pernambucano conseguiu encaixar a sequência, levantou a plateia e venceu o arquirrival por decisão.

Primeiro,Todo Duro não queria mais sair do ringue. Quando o quis já era tarde, o público tinha pulado as cordas e invadido para comemorar com o lutador. Um lado do local até cedeu pelo peso, mas não estragou a festa. Exausto, o lutador só conseguiu dizer poucas palavras, dentre elas um esbaforido: “Estraçaiei”. Estraçaiou, não tanto Holyfield (já que o confronto foi bem equilibrado), mas principalmente os céticos. Os que foram ao Clube Português deixaram o local, sem dúvida, satisfeitos com a Luta do Século. Os que não foram talvez nunca se convençam. Eu estou convencido. E em dezembro tem mais, a revanche em Salvador.

VEJA ABAIXO VÍDEO DO ÚLTIMO ROUND DA LUTA DO SÉCULO

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Pelo menos três pessoas separavam Luciano Todo Duro de Reginaldo Holyfield na mesa do evento de pesagem, antes da Luta do Século, a ser realizado nesta terça-feira (11), no Clube Português. Os pugilistas se comportaram e promoveram o confronto para a imprensa apenas com provações. Assim, os dois se pesaram sem confusão, diferente do que havia acontecido em encontros anteriores. Com 82 kg, bem abaixo do peso ideal – 86 kg -, o pernambucano de 50 anos prometeu ‘estraçaiar’ o adversário.

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“Estou muito tranquilo. Se ele vier para boxear, a luta dura uns três rounds. Mas, se vier para cima, vou matar ele em segundos. Gosto de bater em baiano, porque assim bato na Bahia toda de uma vez. Já comprei as flores, o caixão e tudo da funerária para a morte dele amanhã. Ele é meu filho e vou matá-lo”, provocou Todo Duro.

Em clima bem descontraído e até sorridente, o baiano ouviu atentamente a cada palavra do oponente e respondeu. Aos 49 anos e com 85 kg, Holyfield puxou pela memória antigos confrontos com Todo Duro para demonstrar confiança na vitória.

“Vai ser uma surra. Pergunte por que ele usa chapa agora. Tirei oito dentes dele com um murro numa luta. Agora, vou quebrar o que sobrou da chapa. Ele fica falando que é meu pai, mas se eu tivesse um pai desses já teria me matado”, retrucou.

Todo Duro e Holyfield se enfrentaram seis vezes, com três vitórias para cada lado. A luta desta terça-feira está programada para ter seis rounds e começará às 22h30. Mas, a partir das 19h, outras nove lutas com pugilistas de Pernambuco, Alagoas e Paraíba aqueceram o público para a Luta do Século. 

Ingressos

Cerca de 3.500 bilhetes já foram vendidos para o evento, mas ainda há ingressos à venda. As entradas custam R$ 50 para geral, R$ 80 área VIP e R$ 1.000 camarote para dez pessoas.

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