A casa do fundador da seita islâmica Boko Haram, transformado em grupo extremista sanguinário, será transformada em museu - anunciou nesta terça-feira (28) um membro do governo que espera perpetuar a memória histórica de um conflito que devasta a Nigéria há quase 10 anos.
Pregador muçulmano carismático, Mohamed Yusuf fundou seu movimento radical em um bairro de Maiduguri, capital do estado de Borno, no nordeste da Nigéria, em 2001. Atraía então muitos membros, principalmente jovens estudantes, desapontados com a corrupção de seus líderes, que se reuniam no "Markaz", um centro corânico onde havia dormitórios e uma mesquita.
Transformar este lugar em um museu seria, para o ministro da Informação Muhamad Bulama, um meio de "documentar, preservar e arquivar a História" da Nigéria.
O centro corânico está em ruínas desde que foi invadido pelo Exército nigeriano em julho de 2009, em um ataque que durou seis dias e deixou quase 800 mortos, incluindo Mohamed Yusuf alguns dias depois, quando estava detido.
Foi esse ataque que fez o novo líder do movimento, Abubakar Shekau, optar pelas armas, iniciando um conflito sangrento e, alguns anos depois, tentar criar um califado em torno do lago Chade.
O "Markaz" reunirá "todos os objetos relacionados à insurreição", detalhou o ministro em conversa com a AFP, rejeitando a ideia de que servirá para melhorar a imagem de Mohamed Yusuf.