Gildo da Silva Xavier, de 35 anos, foi condenado a 35 anos inicialmente em regime fechado. Ele foi julgado nesta terça-feira (22), em Itapissuma, no Grande Recife, pelo assassinato de sua enteada, Maria Alice Seabra, que tinha 19 anos em 2015, na época do crime.
O Conselho de Sentença, formado por sete mulheres sorteadas no início do julgamento, se reuniu por volta das 17h40. O julgamento na Câmara dos Vereadores de Itapissuma começou por volta das 8h30. Uma das juradas, bastante emocionada, foi dispensada pela juíza Fernanda Vieira Medeiros, sendo substituída por outra mulher.
##RECOMENDA##O réu foi condenado por sequestro, estupro, homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o Ministério Público selecionou três testemunhas de acusação: a delegada Gleide Ângelo; a mãe de Maria Alice, Maria José de Arruda; e a irmã, Maria Angélica de Amorim. Não havia testemunha de defesa de Gildo. O réu foi interrogado antes do intervalo para o almoço.
Em seguida houve o debate entre o promotor Alexandre Saraiva e o defensor público Jânio Piancó. Cada um teve 90 minutos para apresentação de argumentos, além de réplica e tréplica de uma hora.
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RELEMBRE O CASO
A jovem Maria Alice, de 19 anos, saiu de casa acompanhada do padrasto no dia 19 de junho de 2015 com a promessa de uma entrevista de emprego na cidade de Gravatá, Agreste de Pernambuco. Após o sumiço, a mãe Maria José de Arruda ligou para a estudante e do outro lado da linha ouviu gritos da filha.
No curso das investigações ficou comprovado que Alice estava no carro com Gildo. O padrasto confessou o crime e admitiu: planejava estuprar a garota, por quem alimentava desejo sexual há três anos.
Para garantir que a vítima morresse, o réu confesso admitiu ter utilizado o cinto de segurança do carro para estrangulá-la. Quando a percebeu sem vida, jogou o corpo em canavial na cidade de Itapissuma. Segundo a delegada, Gildo Xavier ainda voltou ao local, dez minutos depois de ter jogado o corpo, e tentou reanimar Alice, arrependido pelo crime cometido. Sem sucesso, pegou o carro e seguiu para o município de Aracati, no Ceará, onde ficou foragido.
No outro estado, Gildo Xavier confessou ter entrado nas redes sociais e visto a repercussão do sumiço da menina. Começou a dar informações à polícia, pelo Whatsapp, mas como as investigações não surtiram efeito, resolveu voltar. O mestre de obras se entregou à polícia cinco dias após cometer o crime e ajudou a localizar o corpo de Alice. Antes disso, em postagem nas redes sociais, ele chegou a dizer que estava arrependido.