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Logo após traçar planos agressivos de crescimento para seu banco de investimento, a XP já colocou à frente uma nova meta: atingir a liderança desse mercado, tradicionalmente ocupado por grandes bancos, entre os locais e estrangeiros. Depois de alçar as primeiras colocações nas operações entre renda fixa e variável em poucos anos de atuação nesse mercado, consolidando essa posição na onda de aberturas de capital em 2020, a nova meta é chegar até o próximo ano ao topo do ranking das operações de fusões e aquisições. Nesse segmento sua presença ainda é discreta. Se conquistar o posto, a corretora de Guilherme Benchimol se posicionará como o maior banco de investimento do País.

O caminho para esse crescimento foi pavimentado no fim do ano passado, quando a XP adquiriu a butique de investimentos Riza, de Marco Gonçalves, velho conhecido do mercado de fusões e aquisições do Brasil. Antes de abrir sua própria consultoria, o executivo chefiou as áreas de fusões e aquisições do Credit Suisse e do BTG Pactual. Na prática, o negócio envolveu levar Gonçalves à XP, juntamente com sua carteira de operações e um time de 18 pessoas - o que na prática dobra a equipe destinada a essa área na XP.

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"Estamos com um 'pipeline' (carteira de transações) excepcional, mas posso ter um número cinco vezes maior com a capacidade de originação da XP. É isso o que quero aproveitar", afirma Gonçalves, conhecido como 'Marcão' no mercado, em sua primeira entrevista desde que uniu forças com a XP para comandar a área de M&A (fusões e aquisições, pela sigla do inglês).

Agora, já com uma posição consolidada no mercado de operações de captações das empresas, a busca será por sinergias dentro do banco de investimento, que podem ser grandes. A visão é que o cliente da XP que acaba de rechear o seu caixa após uma abertura de capital, por exemplo, mira crescimento e fazer uma aquisição é um dos caminhos mais certeiros. O trabalho, assim, é fazer com que a empresa que a XP assessorou para levantar recursos no mercado não busque outro banco na hora do crescimento via aquisições.

Além da Faria Lima

Com mais musculatura na área, a XP quer atender clientes de todos os tamanhos e não se dedicar somente às grandes transações. "Nossa intenção é atender as maiores empresas do Brasil, mas não só. A XP tem uma grande base de agentes autônomos, são oito mil espalhados em 600 escritórios pelo País e vamos utilizar isso para uma máquina de M&A para empresas médias. O Brasil é maior que a Faria Lima (polo financeiro paulista) e é preciso capilaridade", comenta o chefe do banco de investimento da XP, Pedro Mesquita.

O banco de investimento da XP já vem crescendo em ritmo acelerado. Nos nove primeiros meses do ano, conforme os últimos dados divulgados, a receita da área chegou a R$ 365 milhões, um aumento de 27,8% ante o visto um ano antes. Nas ofertas de ações em 2020, a XP esteve presente entre os coordenadores em 35 transações, sendo 16 IPOs. Foi líder de uma das maiores aberturas de capital do ano, a do Grupo Matheus, um dos maiores atacarejos do País. Segundo Mesquita, considerando a participação em número de transações, a XP se posiciona entre os três maiores bancos de investimento de País nesse nicho. Agora uma das rotas de crescimento virá também com o M&A, área que tem uma remuneração mais alta para o assessor financeiro.

Segundo dados da consultoria Dealogic, a XP está hoje em oitavo lugar no ranking dos bancos de investimento com atividade no Brasil, lista que considera o quanto cada instituição financeira ganhou em comissões, que é o porcentual de cada transação que o banco coordenador recebe como pagamento. Nos rankings da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) a XP aparece na frente de uma série de tipos de operações de mercado de capitais, como fundos imobiliários e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).

O braço de banco de investimento da XP foi criado em 2014. Sua estreia como coordenador de ofertas de ações em 2017, na operação da Movida, mas a presença mais recorrente foi notada em 2019. Agora, para 2021, a estimativa é ainda de maior presença, em um ano em que é esperado que o número operações seja recorde, com 100 ofertas, considerando os IPOs e as ofertas de empresas já listadas, estima Mesquita.

Também no mercado de operações de fusões e aquisições, a expectativa é de um grande volume. "Algumas empresas esperaram um pouco para ver que diretriz iriam tomar. Eu estou tendo reuniões todos os dias", comenta Gonçalves. "Veremos ainda muitas fusões de empresas que buscam sinergias para ficarem mais fortes. Em saúde, varejo, educação, vai ter muita transação."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Novo presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), o físico carioca Luiz Davidovich tomou posse do cargo no dia 4 deste mês. Oito dias depois, o governo federal anunciou a fusão entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o das Comunicações. A ABC e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) lançaram imediatamente um manifesto contra a fusão. Segundo Davidovich, que é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a medida é um retrocesso. Para o cientista, priorizar a ciência é fundamental para que o País contorne a crise econômica.

Qual sua opinião sobre a fusão dos ministérios?

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Consideramos que foi um retrocesso. A medida ameaça colocar a ciência em segundo plano, distanciando-a dos mais altos escalões do poder. Em sua jornada de 30 anos, o MCTI motivou a criação de Fundações de Amparo à Pesquisa e de Secretarias de Ciência em todos os Estados. Graças a isso, criou-se por todo o País uma rede de financiamento à ciência. O ministério também coordenou 20 institutos nacionais que atuam em áreas indispensáveis e estratégicas. Ele coordenou atividades fundamentais para o Brasil.

Sem ministério, investimentos na área podem ser reduzidos?

Já estavam sendo reduzidos drasticamente. Tivemos uma fase excelente na primeira década do século, até 2010. Mas depois disso houve cortes extremamente prejudiciais. No último ano, até mesmo os recursos para bolsas no Brasil e no exterior foram cortados.

Como isso prejudica o País?

Prejudica a longo prazo, porque tem impacto na formação. São os jovens cientistas que no futuro poderão combater epidemias como a de zika, inovar na tecnologia e agregar valor a produtos. O Brasil não se interessa por ciência e tecnologia, e isso é preocupante. O governo tem papel central no estímulo a esse interesse. Precisa mostrar que é uma área prioritária, que vamos investir em jovens brilhantes, porque o Brasil precisa deles.

Essa desvalorização da ciência faz o setor ser um dos primeiros a sofrer cortes na crise?

No Brasil, sim, porque se considera que são cortes de gastos. Mas na realidade é o contrário e outros países sabem disso. Em março, o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, anunciou que o crescimento do país seria desacelerado. Na mesma conferência, informou que os investimentos em Ciência e Tecnologia seriam incentivados para fazer frente à crise. O país investirá 2,5% do PIB no setor, que hoje já recebe 2,05%. Quanto maior a crise, maior precisa ser o investimento em Ciência e Tecnologia. Caso contrário, é impossível sair do buraco. No Brasil, o porcentual é de 1,5% e não paramos de ter cortes.

Por que o Brasil não segue essa linha?

Talvez por uma visão de nossos políticos extremamente focada no curto prazo. Mas basta olhar o avanço meteórico da pesquisa contra a zika para perceber a importância de investimentos de longo prazo.

Ainda é muito comum entre os políticos a ideia de que certos setores não deveriam ser financiados por serem inúteis?

Sim. E me espanta que essas pessoas em posição de liderança não percebam a importância da pesquisa básica. Um exemplo é a física quântica. Quando jovens cientistas brilhantes começaram a desenvolvê-la, no início do século 20, eram movidos apenas pela paixão de descobrir como funciona a natureza. Algo aparentemente "inútil". Um século depois, a revista Scientific American publicou artigo mostrando que um terço do PIB dos Estados Unidos tem base na física quântica, que permitiu desenvolver transistores, semicondutores, computadores, laser, aparelhos de ressonância magnética e relógios atômicos que sincronizam o GPS.

Com a ciência relegada a um plano de governo menos prioritário pode ocorrer uma fuga de pesquisadores brasileiros para instituições no exterior?

Se começar a ficar muito ruim, as pessoas vão pensar em sair para proteger suas carreiras. Nós somos críticos ferrenhos dessas políticas governamentais - em especial a fusão dos ministérios. Mas também estamos abertos ao diálogo. Temos um papel de esclarecer a sociedade e os governos. Não somos uma nação de segunda classe para deixarmos de investir em ciência, deixando os avanços tecnológicos para outros países. É preciso ter ambição. Temos de apostar na ciência, incluindo a pesquisa básica, que é a fonte de novas revoluções. Eu diria que a ciência é a nossa verdadeira ponte para o futuro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O número total de fusões e aquisições no Brasil em 2015 caiu 16% em relação ao ano anterior, para 742, atingindo o menor nível desde 2009, segundo os dados mais recentes da consultoria PwC. Com a economia brasileira em crise e a forte valorização do dólar no ano passado, os estrangeiros lideraram as transações pela primeira vez em 15 anos.

Das 742 operações de fusões e aquisições anunciadas no ano passado, 218 tiveram seu valor divulgado, totalizando US$ 34,85 bilhões. Trata-se de uma queda de 68% na comparação com o volume das transações com valores anunciados em 2014. Foram sete grandes acordos superiores a US$ 1 bilhão e 51 com valores entre US$ 101 milhões a US$ 999 milhões. As demais aquisições foram de pequeno porte.

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No ano de 2015, os investidores estrangeiros estiveram presentes em 51% das transações, bem acima da participação do ano anterior, de 38%, e o maior nível desde 2000, quando chegou a 57%. As empresas de capital americano continuaram liderando o ranking de operações, seguidas das britânicas e das japonesas. "Os chineses têm aparecido bastante, mas eles são muito seletivos. Fazem grandes e poucas operações, em setores bem definidos, como o de infraestrutura", diz Rogério Gollo, sócio da PwC Brasil e líder da área de fusões e aquisições.

Para este ano, o executivo prevê nova queda na participação de empresas brasileiras nas aquisições e presença ainda maior de estrangeiros. "Com base nas consultas que nos fazem, estimo um aumento de 20% na participação de companhias de fora nas transações."

"As empresas estão esperando um cenário político e econômico mais claro e certa estabilidade do dólar. Se isso acontecer, as fusões e aquisições vão crescer. Mas se as condições piorarem, com acirramento da disputa política, com mais inflação e alta de juros, aí haverá nova queda", explica.

Entre os investidores financeiros, o apetite, segundo Gollo, tem sido menor, em função do risco cambial, já que normalmente esse tipo de fundo compra participações em empresas para revender em um prazo relativamente curto, de dois, três anos. Para as multinacionais que esperavam uma brecha para entrar ou se fortalecer no mercado brasileiro, o momento é particularmente interessante, diz o executivo. "Tivemos uma pequena janela entre 2008 e 2009 e antes disso só em 2002, 2003. Para quem planeja estar no Brasil, a hora é agora." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao declarar, em Nova York, na semana passada, que "o Brasil está em liquidação", o empresário Abilio Diniz tornou pública uma afirmação que, há meses, ronda os escritórios de bancos, fundos de investimento e empresas brasileiras. Na descrição de alguns executivos do mercado financeiro, é como se o País tivesse se tornado, com a desvalorização do real, um imenso outlet: com negócios atrativos, que ficam ainda mais interessantes, para os gringos, ao converterem as moedas.

A pesquisa mensal da consultoria PwC sobre fusões e aquisições no País dá uma ideia desse movimento. Entre janeiro e setembro deste ano, embora o número de transações tenha caído 12% em relação ao mesmo período do ano passado, a participação de estrangeiros aumentou e, até o fim do ano, deve ultrapassar a de brasileiros em número de negócios. A diferença entre eles foi diminuindo ao longo do ano, até chegar, em setembro, a 50% de participação cada um. É a primeira vez que isso acontece desde que a consultoria começou a acompanhar as fusões e aquisições no Brasil, em 2002.

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"É uma nova onda de investimento estrangeiro chegando ao País", diz Rogério Gollo, sócio da PwC. "O último grande movimento desse tipo aconteceu entre 2008 e 2010, com a perspectiva de crescimento da economia brasileira."

Agora, os investidores se aproveitam do que alguns empresários nacionais têm chamado de "tempestade perfeita", do lado de cá: ao mesmo tempo em que a alta dos juros fez crescer a dívida das empresas, o desaquecimento da economia derrubou a demanda, fragilizando a operação de muitas companhias.

Um recorte feito pelo banco de investimentos Greenhill faz esse retrato. Em 2010, num grupo de 35 transações, 26% delas envolviam a venda de empresas com índice de alavancagem superior a três vezes o Ebtida (indicador que mostra o potencial de geração de caixa). Neste ano, em um total de 54 transações analisadas, 55% estavam nessas condições.

"Esse não é um nível de endividamento considerado saudável no mercado", diz Daniel Wainstein, presidente do Greenhill no Brasil. "O aumento desses níveis reduz o poder de negociação dos vendedores."

Na semana passada, a venda da divisão de cosméticos da Hypermarcas para a multinacional Coty, por R$ 3,8 bilhões, foi emblemática. A empresa brasileira queria se desfazer do negócio para zerar seu endividamento bilionário e recuperar o fôlego para investir na venda de medicamentos.

Fontes do setor ponderam, no entanto, que o preço de fechamento do negócio não foi uma barbada, já que a Coty pagou cerca de 20 vezes o Ebtida da divisão de consumo da Hypermarcas. "A entrada deles era considerada estratégica no País, que é um dos maiores consumidores de produtos de beleza do mundo, por isso pagaram um prêmio pelo negócio", disse uma fonte próxima à transação.

A Coty é apenas uma de várias multinacionais que voltaram a olhar com lupa o mercado brasileiro nos últimos meses. A mexicana Femsa, por exemplo, aproveitou o momento para fazer mais uma aquisição no País.

A divisão de logística do grupo, que também é distribuidor da Coca-Cola, acabou de anunciar acordo para a compra da paranaense Atlas Transportes. O valor não foi divulgado, mas o Estadão apurou que o negócio ficou em R$ 1,1 bilhão.

Ao mesmo tempo, o grupo americano de educação Devry, que já tem universidades no Nordeste, é um dos favoritas para comprar uma fatia da escola de negócios Ibmec, em São Paulo. As empresas não comentam o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil tem, neste momento, cerca de R$ 150 bilhões em ativos à venda, segundo cálculos feitos por bancos de investimentos, obtidos pelo Broadcast. Mas nem todos os negócios disponíveis no mercado mudarão de mãos tão fácil.

Parte desses ativos foi colocado à venda para dar maior liquidez às empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobras. Outra parte de desinvestimentos reflete o movimento de encolhimento de alguns grupos, que buscam, em momentos de crise, focar em seus principais negócios e vender ativos considerados não estratégicos.

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"Nem todos os ativos colocados à venda por conta da Lava Jato serão vendidos. Apesar de estar barato, investidores estrangeiros ficam mais criteriosos em fechar negócios no Brasil, sobretudo quando envolvem companhias que são reguladas pelo governo, como é o caso de energia, por exemplo", disse uma fonte do mercado financeiro ao Estadão. "Mesmo assim, o setor de infraestrutura é o que mais deve receber aportes de capital internacional."

O maior plano de desinvestimento em andamento é o da Petrobras. A estatal tem em pauta um ambicioso plano de venda de ativos, com estimativa de levantar US$ 15,1 bilhões em 2015 e 2016. A expectativa do mercado é que, ao fim desse processo, a Petrobras voltará a ser uma empresa de produção e exploração de petróleo.

Dívida

A CSN, altamente endividada, é outra empresa que colocou ativos à venda para focar em seus principais negócios: siderurgia e mineração. Hoje, o grupo também atua em logística, energia e cimento. Fontes afirmaram que o Tecon (Terminal de Contêineres), em Sepetiba (RJ), já está em negociações avançadas.

A Usiminas é outra siderúrgica que planeja se desfazer de ativos para reduzir sua pesada dívida. Já a Vale vem reorganizando seu portfólio, com o intuito de manter os ativos mais geradores de caixa. Pesam contra as siderúrgicas e mineradoras o cenário adverso dos preços das commodities e excesso de produção global.

Outro setor com problema estrutural é o sucroalcooleiro. Endividadas, as usinas buscam sócios ou venda de controle para ganhar fôlego. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O cenário é perfeito para eles: empresários com a corda no pescoço, endividados, precisando de capital, e, por isso, mais suscetíveis a vender parte ou a totalidade de seus negócios. Para os fundos de private equity, que compram participação em empresas para vender no futuro com lucro, o momento é ideal. Hoje, a estimativa é de que eles tenham R$ 130 bilhões em recursos comprometidos para o Brasil e um número crescente de negociações em andamento.

No ano, segundo dados da consultoria PwC, a participação dos fundos de private equity chegou a 178 em setembro - mais do que os 170 do ano passado. Houve crescimento embora o número de transações, no geral, tenha diminuído de 640 para 565.

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Em julho, quando as tensões em Brasília se acentuaram, com impacto direto na economia, os fundos entraram em compasso de espera e seguraram o fechamento de alguns negócios. Agora, com um ambiente político mais calmo e o dólar rondando a casa dos R$ 3,80, a tendência, dizem executivos de bancos de investimento, é que as transações voltem a ser finalizadas.

"Ainda que não seja o item determinante, o câmbio tem um peso importante na decisão de investimento", diz o pesquisador do Núcleo de Estratégia e Negócios Internacionais da Fundação Dom Cabral, Sherban Leonardo Cretoiu.

Com alta volatilidade do dólar, os fundos adiaram investimentos, temendo perder dinheiro. "Agora, o horizonte está um pouco mais firme e a insegurança com a perda cambial é menor", disse o gestor de um fundo internacional. "Estou com quatro negócios em andamento e recebendo um volume maior de ligações de empresários dispostos a vender seus negócios."

Para Herbert Steinberg, sócio da consultoria Mesa Corporate Governance, dizer que o Brasil está barato em moeda estrangeira não está errado. "Mas afirmar que o investidor, quando olha País, analisa só o câmbio é incorreto."

A relação, lembra o consultor, é feita com base no Ebtida, indicador que mede o potencial de geração de caixa de uma empresa e serve de parâmetro na hora de definir seu preço de venda. "Muitas empresas (hoje à venda) estão com Ebtida entre 20% e 25% abaixo da meta estipulada. Isso significa fluxo de caixa deteriorado."

Segundo estimativas de bancos de investimento, cerca de R$ 150 bilhões de ativos estão à venda no País. Boa parte dessa cifra está relacionada a empresas envolvidas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Segundo o sócio da consultoria independente BF Capital, Renato Sucupira, essas companhias estão sem crédito na praça e precisam fazer caixa para pagar financiamentos e possíveis multas que venham a ser aplicadas a elas. Na lista, estão a CAB Ambiental e a BR-153, da Galvão Engenharia, e a Invepar, que tem participação da OAS. A própria Petrobras já anunciou que pretende fazer um "desinvestimento" da ordem de R$ 15 bilhões (leia mais abaixo). "O problema é que hoje é o momento para se comprar Brasil. Mas não para se vender ativos", disse Herbert Steinberg.

A gestora de investimentos Advent é uma das que estão olhando o País com interesse nesse momento. Em setembro, o fundo anunciou a compra de 13% da Core Participações, um dos controladores do laboratório Fleury, e não descarta fechar novos negócios na área de saúde. Em março, comprou a Faculdade Serra da Gaúcha, marcando sua volta ao setor de educação, depois de lucrar no passado com a maior empresa do setor, a Kroton.

Segundo Patrice Etlin, presidente do Advent no Brasil, o fundo está olhando negócios resilientes como saúde, educação e tecnologia.

O momento, segundo o sócio da PwC, Rogério Gollo, é propício para os fundos por causa do ciclo de investimentos que eles costumam fazer nas empresas. Entre a compra e a venda, em geral, passam-se cinco anos. Depois desse período, a participação é vendida na Bolsa, por meio de uma oferta de ações ou para um sócio estratégico, que pode ser um concorrente ou uma multinacional. "Nessa corrida, as empresas estrangeiras costumam ser mais cautelosas do que os fundos de private equity", diz Gollo. "O interessante é que eles cheguem antes para vender para as múltis no futuro."

Neste momento, há um novo nicho de fundos de investimento se voltando para o mercado brasileiro. Conhecidos como "distress", esses fundos costumam olhar empresas que estejam prestes a entrar ou que já entraram em recuperação judicial. Entre os nomes que começaram a sondar o mercado com essa finalidade está a TCP Latan, que está montando uma carteira de R$ 40 milhões para investir em até seis empresas por meio da aquisição de debêntures conversíveis em ações.

Na avaliação do professor do Insper, Sérgio Lazzarini, todo esse movimento de entrada de capital estrangeiro no Brasil é positivo para a economia neste momento. "O ideal era que fossem feitos investimentos do zero, mas a chegada de multinacionais e fundos também é interessante para o País", diz. "Entre o fim dos anos 90 e o início de 2000, com as privatizações, a chegada de grupos estrangeiros provocou um rearranjo no setor produtivo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio à conjuntura econômica difícil, ao desempenho sofrível da Bovespa nos últimos anos e aos custos operacionais cada vez maiores, o setor de corretoras de valores passa por uma nova onda de consolidação, com dois negócios apenas neste ano. Escritórios de advocacia especializados em fusões e aquisições (M&A) consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, dizem que novas operações devem ser anunciadas até meados do ano, sobretudo de grandes corretoras comprando empresas menores que ainda permanecem sob controle familiar. Entre os negócios de 2015, a SLW anunciou uma parceria com a Guide Investimentos e a CGD Securities fechou uma integração parcial com a RICO CTVM.

Com margens cada vez mais apertadas, além desse tipo de operação, grandes players apostam também na diversificação de produtos, sobretudo de renda fixa, para se destacar.

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José Eduardo Carneiro Queiroz, sócio-diretor do escritório de advocacia Mattos Filho, afirma que a base de clientes pessoa física das corretoras não cresceu de maneira significativa nos últimos anos, enquanto os grandes clientes institucionais preferem, muitas vezes, as vantagens oferecidas pelos conglomerados financeiros, o que deixa as corretoras em uma situação difícil. "O setor está tendo de se reinventar".

"Obviamente o mercado está passando por um momento difícil, em função da própria conjuntura macroeconômica. O mercado de renda variável sempre foi muito importante para as corretoras e nos últimos anos as coisas não ajudaram muito", comenta Caio Villares, sócio da Concórdia e presidente da Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (Ancord). Ele afirma que o desempenho do Ibovespa tem uma forte correlação com o lucro das corretoras, em função dos volumes negociados, da atratividade para o consumidor final e do sentimento geral de aversão ou apetite por risco. "Além disso, existe uma grande pressão de custo, em função dos investimentos em tecnologia da informação (TI), que são cada vez mais importantes para as corretoras". Nesse cenário, muitas corretoras estão indo para nichos específicos, criando novos serviços, saindo de alguns setores.

 

"Com a Bolsa do jeito que está, fica muito pouca margem para as corretoras, que precisam diluir custos e às vezes acabam se fundindo, também para ter uma estrutura administrativa menor", comenta Victor Baez, sócio fundador da Heartman House Consultores.

Uma alternativa à opção de fusão e aquisição são parcerias que ajudam a reduzir gastos, como por exemplo o compartilhamento da infraestrutura de TI. "São projetos que demandam grandes investimentos e podem ser compartilhados, não são estratégicos para as corretoras", explica Villares, da Ancord. Ele relata que esses projetos de compartilhamentos ficaram muito tempo sendo "requentados", mas agora que o segmento passa por maiores dificuldades, estão começando a sair do papel.

Revoluções Entre os principais casos de sucesso do setor estão corretoras que apostaram na inovação. Guilherme Benchimol, executivo-chefe da XP Investimentos, defende o conceito de "shopping center de produtos financeiros". A empresa, criada em 2001, é hoje uma das maiores do Brasil. "Empresas independentes como a XP precisam se posicionar como contraponto aos bancos comerciais, que têm mais de 30 milhões de clientes que investem mal.

Os bancos só vendem marcas próprias, enquanto a vantagem de ser independente é que você vende todas as marcas", explica. Eduardo Moreira, sócio e diretor da Geração Futuro, que foi comprada em 2012 pelo banco Brasil Plural, apostou em uma gestão diferenciada e base de clientes própria, sem depender de agentes autônomos. "Nós falamos diretamente com quase 90% dos nossos clientes. Isso nos gera uma margem maior e nos dá uma robustez muito grande para enfrentar momentos difíceis. Temos uma capilaridade muito grande", argumenta. O sócio da Geração Futuro espera mais consolidações no setor e diz que está sempre analisando oportunidades, apesar de não ter nenhuma negociação muito avançada no momento.

Já Benchimol, da XP, prefere investir no crescimento orgânico. "Nós captamos quase R$ 3 bilhões nos primeiros quatro meses deste ano, então teria de ser uma aquisição muito relevante para fazer a gente gastar energia em outra coisa que não seja o nosso próprio negócio", expõe.

Diferentemente da maioria do setor, Benchimol se mostra bastante otimista. "Nunca tivemos um crescimento tão acelerado. Não há crise para quem quer trabalhar, inovar", afirma. Segundo ele, se as corretoras derem a devida atenção a outros produtos além das ações, é possível fazer muita coisa. "A diferença entre o rendimento da poupança e títulos públicos nunca foi tão alta, ou seja, nunca foi tão fácil vender esse tipo de produto", conta.

Desmutualização

Um dos fantasmas que ainda paira sobre o setor é a disputa em torno da cobrança de tributos pela Receita no processo de desmutualização da Bolsa, em 2008, que transformou a Bovespa e a BM&F, que eram sociedades sem fins lucrativos, em uma sociedade comercial.

Para a Receita, quando foram encerradas as duas sociedades - e os títulos detidos pelas corretoras e bancos foram transformados em ações -, as companhias tiveram um ganho de capital, que deve ser tributado.

Já as instituições defendem que a antiga sociedade não foi encerrada, mas transformada em companhia aberta. A solução é aguardada pelo mercado porque, em muitos casos, o valor das multas impostas pelo Fisco ultrapassa o patrimônio líquido de algumas instituições.

Para o presidente da Ancord, o grande problema era que esses passivos não podiam ser quantificáveis, o que gerava incertezas. "Hoje, há uma capacidade muito maior de quantificar isso. Colocando um número, fica mais fácil de isolar esse fator. Não acho que esse assunto esteja impedindo novas fusões no setor", comenta Villares.

Chegou-se a ser dito que, desde meados do ano passado, o Banco Central estaria pressionando as corretoras a aumentar as provisões para o caso de serem obrigadas a pagar esse imposto.

Procurada, a autoridade, que é responsável pela fiscalização do mercado financeiro nacional, se limitou a dizer que não há nenhuma novidade sobre o caso e que a questão das provisões é discutida caso a caso com as corretoras.

As receitas dos bancos de investimentos que atuam no Brasil na assessoria de negócios com fusões e aquisições chegaram a US$ 365 milhões até novembro do ano passado, segundo dados da consultoria Dealogic. O levantamento mostra que os bancos brasileiros Itaú BBA e BTG Pactual são os mais agressivos. Na média, ganham quase US$ 1,1 milhão por operação - muito aquém da média do Deutsche Bank, por exemplo, que cobrou US$ 4,4 milhões por operação no ano passado. Os bancos americanos como JP Morgan e Goldman Sachs e o suíço Credit Suisse cobram, na média, US$ 1,8 milhão.

O executivo de um banco estrangeiro diz que a competição é tão acirrada que tem empurrado as taxas para patamares muito baixos. Nos Estados Unidos, segundo o executivo, os ganhos por operação são no mínimo de US$ 3 milhões a US$ 4 milhões.

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Os concorrentes dos bancos brasileiros dizem que a estratégia tem sido a de cobrar mesmo barato para ganhar os clientes e lucrar nas operações de crédito, que acabam fazendo parte do pacote em um processo de compra e venda de empresas.

Escritórios

Os escritórios de advocacia têm papel importante como assessores de operações de fusões e aquisições, geralmente trabalhando lado a lado com os bancos de investimentos. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, porém, a remuneração dos escritórios não depende do tamanho da operação em questão, mas do trabalho que ela gera. "A cobrança é pela hora de trabalho, independentemente do tamanho da fusão", diz uma fonte de um grande escritório de São Paulo. "Quanto mais complicada a situação societária, melhor para nós."

Segundo um levantamento da consultoria americana Merger Market, o escritório Barbosa, Müssnich & Aragão foi o líder em aconselhamento de processos de fusões e aquisições no Brasil em 2014. Em segundo lugar veio outro escritório local, o Pinheiro Neto, seguido de Davis Polk & Wardwell. Os 30 acordos assessorados pelo Barbosa, Müssnich & Aragão somaram US$ 36,4 bilhões, enquanto os valores do segundo e terceiro colocados chegaram a US$ 21,8 bilhões e US$ 17,6 bilhões, respectivamente.

Em número de operações, no entanto, o líder foi o escritório Machado Meyer, com 40 fusões e aquisições no portfólio (as operações do escritório somaram US$ 15,5 bilhões, suficiente para a sexta posição em valores). Em número de acordos, o escritório Mattos Filho está na segunda posição (também com 40 operações, mas que somaram um valor menor, de US$ 12,9 bilhões), enquanto Pinheiro Neto e Barbosa, Müssnich & Aragão aparecem na terceira e quarta posições, respectivamente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Enquanto o mercado de ações ficou quase no zero a zero em 2014, fazendo com que o ano passado fosse o pior da última década, o negócio de fusões e aquisições teve o melhor ano da história no Brasil. Nem o calendário de Copa e a indefinição com as eleições presidenciais atrapalharam a decisão dos investidores de comprar ou dos empresários de colocar seus negócios à venda. Segundo levantamento da consultoria PwC, foram anunciadas 879 transações (8,2% mais do que em 2013), que movimentaram cifra superior a US$ 108 bilhões.

Em 2015, as fusões e aquisições devem repetir o ritmo. O jornal O Estado de S. Paulo entrevistou executivos de sete diferentes bancos de investimentos. Todos avaliam que o nível de negócios vai pelo menos ser mantido. Marcus Silberman, do Bank of America, diz que, neste momento, há mais diálogos sobre operações do que havia no início do ano passado. O diretor de um grande fundo de pensão confirma: "Em 2014, dava para limpar as gavetas no mês de janeiro, de tão parado."

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Alguns fatores explicam o entusiasmo dos bancos com as fusões e aquisições neste início de ano. Um deles está ligado à operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga contratos superfaturados com a Petrobrás: as construtoras envolvidas estão se desfazendo de ativos ou buscando consolidação em função de suas restrições de crédito. Completam o cenário as empresas de óleo e gás, o setor elétrico com dificuldades de financiamento, a baixa taxa de ocupação dos imóveis comerciais e o preço dos ativos locais na Bolsa. Além disso, o dólar valorizado frente ao real deixa as empresas mais baratas para os gringos.

Preço

Ainda assim, há desafios no curto prazo. Quem quiser fechar negócio neste ano terá de enfrentar um cenário macroeconômico mais difícil, com pressão inflacionária, juros altos e preços enfraquecidos de matéria-prima, diz o diretor do Goldman Sachs, Antonio Pereira. O ponto crucial dessa equação é que o investidor, ao olhar uma empresa, pensa no longo prazo e no patamar de preços dos ativos - que, neste momento, têm se mostrado atrativos no Brasil.

Os vendedores estão sob pressão, o que pode fazer com que negócios há muito esperados sejam finalmente concretizados. Um deles é a consolidação do setor de papel e celulose. "Toda vez que tem escassez de capital em algum setor é preciso tomar alguma decisão estratégica, seja consolidar ativos, fazer capitalização ou mesmo vender ativos. Isso está mais evidente no setor elétrico e de infraestrutura", diz Patrícia Moraes, que comanda o banco de investimentos do JP Morgan no Brasil.

Segundo ranking da consultoria Dealogic, o JP, no ano passado, ficou em quinto lugar no ranking dos bancos que estiveram à frente do maior volume de negócios anunciados. Mas Patrícia diz que, mesmo assim, os resultados do negócio para o banco cresceram entre 20% e 25%, quase compensando o fato de os lançamentos no mercado de ações terem ficado à deriva. Em 2014, foram feitos apenas dois lançamentos.

Compensação

Também no Itaú BBA, a redução dos negócios no mercado de ações foi quase toda compensada. Segundo o diretor Roderick Greenlees, esse foi o melhor ano de sua história em negócios de compra e venda de empresas. Foram 64 ao todo - dez anunciadas somente em dezembro. Pelo ranking da Dealogic, entretanto, o banco ficou em quarto lugar. Greenlees diz que isso se deve ao fato de cerca de 20 operações lideradas pelo banco não terem tido seu volume anunciado. Uma das mais importantes foi a fusão que a CSN promoveu entre Namisa e Mina de Pedra, em que o banco assessorou o grupo asiático sócio da Namisa.

Fica melhor no ranking quem participa das grandes operações do ano. Foram 22 acima de US$ 1 bilhão. A maior delas, segundo a PwC, foi a da GVT com a Telefônica, que movimentou US$ 9,7 bilhões. A segunda foi a venda dos ativos da Portugal Telecom para a francesa Altice - transação anunciada no fim de novembro e que ainda depende da aprovação dos acionistas da PT (a assembleia que tratará deste assunto está marcada para o dia 22). O terceiro maior negócio foi a fusão da própria PT com a Oi - o anúncio foi feito em outubro de 2013, mas concretizado com o processo de capitalização realizado em abril, quando os ativos da PT foram incorporados à Oi.

Os negócios envolvendo a supertele brasileira e a operadora portuguesa definiram o ranking dos bancos que mais ganharam com fusões e aquisições no ano passado. Foi assim que o Bradesco, por exemplo, ficou de fora e o Credit Suisse tomou a liderança do BTG Pactual. O Credit pediu à Dealogic que recontasse sua participação na operação da PT e passou o BTG, que é assessor da Oi.

Em quantidade, no entanto, o BTG saiu na frente, com o dobro de operações. O diretor Marco Gonçalves, enfatiza que algumas delas não tiveram valores anunciados. Mas, independentemente do ranking, ele está otimista com 2015, assim como seu concorrente, Fabio Mourão, do Credit. Ele lembra que há anos os investimentos estrangeiros diretos para o Brasil têm se mantido estáveis na faixa dos US$ 65 bilhões, o que atrai muito capital de fora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A fragmentação partidária recorde na Câmara dos Deputados gerou uma série de negociações entre as 28 legendas que saíram das urnas no dia 5 com pelo menos um deputado eleito. As conversas envolvem as possibilidades de fusões partidárias, quando dois partidos se juntam para criar uma nova legenda; incorporação, quando uma sigla passa a fazer parte de outra já existente; e a criação de blocos parlamentares.

Em comum, o objetivo de se fortalecerem para a próxima legislatura e, assim, disputar os principais os principais postos, como a Mesa Diretora e as presidências das comissões temáticas.

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Além disso, para o caso de fusão ou incorporação, o aumento da bancada é acompanhado pelo crescimento do tempo de TV e das cotas do Fundo Partidário.

Nove partidos (PTN,PRP, PSDC, PRTB, PEN, PTdoB, PSL, PMN, PTC e PHS) considerados nanicos e que elegeram cinco ou menos deputados tentam se unir em torno de uma bancada com 24 parlamentares, a 8.º maior da Casa, à frente de legendas tradicionais como DEM (22), PDT (19) e PPS (10).

"As negociações estão superaquecidas. Independentemente do presidente que seja eleito estamos todos negociando", afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo o presidente do PHS, Eduardo Machado. "É importante para ter força administrativa, ter um papel nas atividades parlamentares. Estando num bloco maior começamos a ter vida política", afirmou o presidente do PRP, Ovasco Resende. O grupo se reuniu ontem em São Paulo e um novo encontro para bater o martelo será realizado na próxima semana.

Com uma bancada com 25 deputados federais, integrantes do PTB também têm buscado se articular com outras legendas, entre elas o PROS, que caiu de 20 para 11 deputados federais. "Estamos analisando as possibilidades. O PDT e o PHS também sinalizaram para uma conversa conosco", afirmou o presidente do PTB, Benito Gama.

PS40

Dentre as fusões, o processo mais avançado é a do PSB com o PPS. As conversas começaram antes mesmo de Eduardo Campos lançar sua candidatura a presidente da República, mas foram suspensas depois da morte do ex-governador, em agosto,e retomadas depois da derrota da ex-ministra Marina Silva no primeiro turno da eleição presidencial.

Caso venham mesmo a se fundir, formariam a quarta maior bancada da Câmara, com 45 deputados, atrás apenas de PT, PMDB e PSDB. O novo partido poderá manter o nome de PSB ou passar a se chamar PS40.

Outro caso que voltou à tona com os resultados das eleições é a fusão do PSDB com o DEM, cujas chances de ocorrerem são maiores se a presidente Dilma Rousseff (PT) for reeleita. Isso porque o DEM elegeu 22 deputados.

Em 1998, quando ainda se chamava PFL, foram 105 eleitos. Junto com o PSDB formariam a maior bancada da Casa, com 76 deputados. "Tudo vai depender do resultado da eleição para o Palácio do Planalto. Mas não dá para termos 28 partidos. É uma fragmentação excessiva", afirmou o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).

Se Aécio Neves (PSDB) vencer o pleito, a expectativa é de que, sendo base aliada, a sigla consiga ganhar força nos próximos anos, o que descartaria a necessidade de união. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A existência de coligações nas eleições para deputado federal - um subproduto do "mercado" do tempo de propaganda na TV - é uma das principais responsáveis pela fragmentação das bancadas partidárias na Câmara dos Deputados, fenômeno que atingiu níveis inéditos na eleição deste ano.

Cálculos feitos pelo Estadão Dados mostram que, se as coligações fossem proibidas, o número de partidos com assento na Câmara na próxima legislatura cairia de 28 pra 22.

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Além disso, haveria uma ampliação do peso dos maiores partidos. PMDB, PT e PSDB, que elegeram pouco mais de um terço dos deputados, ganhariam nada menos que 84 cadeiras e controlariam 53% da Casa. Dezoito partidos perderiam vagas sem a existência das coligações.

O principal beneficiado por essa mudança - já cogitada em discussões sobre reforma política - seria o PMDB: sua bancada cresceria de 66 eleitos para 102. O PT ficariam com 31 representantes a mais, passando de 70 para 101. E o PSDB, em vez de 54 deputados, elegeria 71.

Os números evidenciam que as alianças nas eleições para deputados são sempre um mau negócio para os partidos grandes e uma bênção para os médios e pequenos. O que leva então as maiores legendas a aceitar esse tipo de acordo?

Aí é que entra o fator tempo de televisão. A única forma de candidatos a governador ou presidente ampliarem sua presença no palanque eletrônico é fechar alianças com outros partidos, absorvendo, assim, o tempo de propaganda a que cada sigla tem direito. Como contrapartida, os nanicos costumam exigir que a aliança para o cargo majoritário se reproduza na disputa proporcional.

Isso acontece porque os partidos menores têm dificuldades para atingir o quociente eleitoral, número de votos necessários para ganhar uma vaga na Câmara. Sozinho, um partido só elege um deputado se sua lista de candidatos obtiver o equivalente ao dobro do quociente eleitoral. Em São Paulo, onde o quociente eleitoral foi de 299 mil votos, seriam necessários 600 mil votos para conquistar duas vagas, por exemplo.

A regra das coligações, porém, permite que esse total de votos seja obtido não apenas pelos partidos, mas também por coligações. Assim, tomando novamente o exemplo de São Paulo, uma legenda pode eleger dois representantes mesmo sem alcançar 600 mil votos - basta que sua coligação o faça.

Distorções

Além de contribuir com a fragmentação partidária, as coligações na eleição para deputado também geram distorções na representação da vontade do eleitor. Como é comum que elas sejam feitas sem critérios programáticos ou partidários, alguém pode votar em um partido de esquerda e ajudar a eleger um parlamentar de direita, ou vice-versa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O mercado brasileiro foi palco de 76 operações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) em agosto, considerando as transações anunciadas e concluídas, queda de 8,4% em relação ao observado ao mesmo mês do ano passado, de acordo com dados do Transactional Track Record (TRR), enviado com exclusividade ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.. Em valores as operações somam R$ 31,5 bilhões, ante R$ 9,16 bilhões em agosto de 2013.

Ainda de acordo com o TTR, de janeiro a agosto deste ano o número de transações envolvendo empresas brasileiras já soma 504 com um valor total movimentado de R$ 131,88 bilhões, ultrapassando assim o valor total registrado no ano passado (R$ 127 bilhões).

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Os fundos de private equity e venture capital representaram 13% e 15% respectivamente do total das transações em agosto no mercado brasileiro. O segmento de internet foi o mais ativo do mercado transacional, com 11 transações registradas neste mês de agosto, sendo que no acumulado do ano as empresas que atuam neste segmento foram as que mais atraíram investimentos de companhias estrangeiras, com 21 transações no total. O financeiro e de seguros veio em seguida com 10 operações, e o de tecnologia com 8 companhias.

Entre as transações de agosto, o TTR destaca a conclusão da venda, pela mineradora Vale, de 26,5% da Vale Logística Intergrada (VLI) para a Brookfield Brasil, subsidiária da Brookfield Asset Management. O valor total da transação foi de R$ 2 bilhões.

Os anúncios de fusões e aquisições, ofertas públicas de aquisições de ações (OPAs) e reestruturações societárias feitos no primeiro semestre deste ano somaram R$ 58,6 bilhões, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira, 06, pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Esse número, segundo a Anbima, representa um avanço de 14,7% em relação ao observado no mesmo período de 2013. Apesar do aumento, a Anbima destaca que esse é o segundo menor valor da série desde 2009.

Em número de transações, a primeira metade do ano foi palco de 44 operações, ante 76 observadas no ano passado. Em 2011 foram registradas 111 transações. Os fundos de private equity estiveram presentes, de forma direta ou indireta, em 13 dessas operações, movimentando R$ 10,7 bilhões no período analisado, sendo R$ 6,1 bilhões em investimentos.

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A Anbima frisou que as operações do semestre foram lideradas, em volume, pelo setor de transporte e logística, com 23,3% do total. Essa fatia, no entanto, foi inflada pela fusão da ALL com a Rumo Logística, que movimentou R$ 13,5 bilhões, a maior operação no intervalo analisado. Em seguida ficou o setor de alimentos e bebidas (19,4%) e financeiro (12,4%).

Em número de negócios, os destaques foram os setores de TI e Telecom, com uma participação de 13,5%, e de agronegócio, com 11,4% das operações.

A Anbima destacou também que, assim como observado no ano passado, os negócios entre empresas brasileiras responderam pela maior fatia, chegando a 54% em volume e 40,9% se computado o número de operações. Em volume, as aquisições de empresas brasileiras por estrangeiras ficaram com 34,6%. Em número de operações essa fatia ficou em 45,4%.

O valor médio dos negócios também apresentou crescimento no primeiro semestre deste ano. Segundo a Anbima, a participação de operações superiores a R$ 1 bilhão passou de 14,4% no primeiro semestre do ano passado para 29,5% em igual período deste ano.

Ranking

A Anbima também divulgou o ranking das instituições financeiras envolvidas no negócios. A líder no período em termos de anúncios realizados foi o Itaú BBA, à frente de 20 operações, seguido por BTG Pactual, Credit Suisse e Bradesco BBI. Tratando-se de fechamento de negócios no mesmo período, o BTG Pactual liderou, em volume das operações, e o Itaú BBA em número de operações.

Os volumes de fusões e aquisições no primeiro semestre atingiram 254 transações, um recuo de 15% em relação a igual período do ano passado. As operações totalizaram R$ 53,4 bilhões em receita, alta de 58%, de acordo com levantamento da Greenhill, empresa especializada em assessorar negócios, com base nos dados da Capital IQ, a pedido do jornal "O Estado de S. Paulo".

"Embora as operações tenham caído em volume, superam em valores, uma vez que as transações estão com valor mais alto", disse Daniel Wainstein, presidente da Greenhill no Brasil. Segundo ele, as transações superiores a R$ 500 milhões aumentaram significantemente o volume financeiro neste primeiro semestre. No período, 21 operações superaram R$ 500 milhões.

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Uma das grandes operações realizadas mês passado foi a venda da BR Towers, que pertencia à gestora GP Investiments, para a American Tower, uma transação de R$ 2,18 bilhões.

Fontes ouvidas pela reportagem acreditam que o número total de operações deverá recuar este ano, mas os valores devem ser superiores aos do ano passado. Em 2013, as transações de fusões e aquisições totalizaram 811 negócios, movimentando R$ 88 bilhões. "Tem investidor que prefere esperar o cenário eleitoral para tomar decisão", disse um executivo de um importante banco de investimento.

A Greenhill, que abriu seu escritório no Brasil em outubro passado, tem mais de 20 negócios em andamento. Na TozziniFreire, um dos principais escritórios de advocacia com foco em fusões e aquisições, há 67 operações no horizonte. "Esse mercado segue aquecido para nós", disse Marcela Ejnisman.

As operações envolvendo fundos de private equity continuam firme, movimento observado nos últimos três anos. No primeiro semestre teve um salto maior, sobretudo por causa do congelamento do mercado de capitais nos últimos meses.

Nos EUA, segundo a Greenhill, as operações envolvendo private equities se mostram mais estagnadas nos últimos anos. Do total das transações realizadas este ano no Brasil, 23,7% envolvem fundos de private equity. Nos EUA, 28,8%. No entanto, esse porcentual que tem se mantido nesses patamares desde 2012. "Existe uma percepção que o valor de empresas americanas está um pouco alto, impulsionado pela recente performance de mercado. Por outro lado, os investidores de private equity veem oportunidades globalmente e realocam seus fundos. No caso brasileiro, a percepção é que o valor não está assim tão alto e que as oportunidades de expansão são mais claras do que nos EUA."

Médias

Levantamento da consultoria Deloitte feito para o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, mostra que o número de operações com empresas de médio porte está crescendo e deve se acentuar no Brasil. Das 72 operações realizadas por empresas de private equity e venture capital entre janeiro e junho, 52 delas, ou 73%, envolveram companhias com faturamento abaixo de R$ 500 milhões.

Reinaldo Grasson, responsável pela área de corporate financial advisory da Deloitte, disse que boa parte das operações está nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, onde estrangeiros e fundos mostram interesse em analisar negócios. "Nessas regiões existem muitas empresas familiares e fechadas, onde há crescimento contínuo de renda e consumo, por consequência potencial de expansão para empresas que atuam nessas regiões". (Colaborou Cynthia Decloedt) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O primeiro trimestre de 2014 foi positivo para os setores de energia e de óleo e gás no Brasil em número de aquisições e fusões em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto as nove operações das indústrias de óleo e gás representaram um aumento de 125%, entre as companhias energéticas este porcentual foi de 160%, com a realização de 13 operações, de acordo com levantamento da KPMG.

Do total de negociações no setor de óleo e gás, três foram operações domésticas e as outras seis foram feitas por empresas de capital estrangeiro. O sócio da KPGM, Paulo Guilherme Coimbra, atribui este aumento à realização de leilões no ano passado e à superação dos atrasos, "que exigiram maior organização do setor, gerando aquecimento das atividades", afirmou, por meio de nota.

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No caso de energia, onde a maior parte das transações (70%) foi do tipo doméstica, Coimbra afirma que apesar da crise que o setor está enfrentando, a promessa de recuperação e melhor desempenho da economia brasileira somada às perspectivas positivas para os leilões este ano, "estão gerando um impacto bastante positivo".

Estudo do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) e da consultoria PwC aponta que há espaço no Brasil para incremento de fusões e aquisições entre empresas do varejo. A análise faz parte do Ranking Ibevar 2013 das 120 maiores empresas do varejo brasileiro.

Para o professor Cláudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar, existe uma necessidade das companhias de ganho de escala para que consigam encarar o ambiente competitivo. Ele destacou que a tecnologia e a internet permitiram maior transparência e acompanhamento de preços entre as empresas, o que tornou a marcação mais rápida e a competição mais explícita.

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Jorge Inafuco, gerente sênior da PwC Brasil, afirmou que em 2013 a consultoria espera que varejo e consumo representem cerca de 10% das fusões e aquisições do Brasil, ou seja, 80 negócios de um montante que pode chegar a 800 negócios no ano. A fatia de 10% é a mesma do ano anterior, quando foram 770 negócios. Farmácias e shoppings se destacam dentro do setor.

Os negócios, diz Inafuco, devem se concentrar em redes pequenas e médias, com faturamento anual entre R$ 300 milhões e R$ 1 bilhão. As fusões de empresas do mesmo porte, mantendo operações com bandeiras diferentes, são uma possibilidade, destaca. O vice-presidente do Ibevar, Eduardo Terra, destaca que as fusões e aquisições devem contribuir para aumentar a quantidade de empresas com faturamento superior a R$ 1 bilhão por ano.

De acordo com Terra, a expectativa é de que mais 15 empresas atinjam a marca do R$ 1 bilhão em 2013. Com isso, esse grupo chegaria a 87 companhias. Ele avalia que até seis empresas poderiam chegar ao chamado "clube do bilhão" com crescimento orgânico, mas outra parte conta com fusões e aquisições. "Trabalhamos com a hipótese de que o varejo todo um dia chegue ao faturamento superior a R$ 1 bilhão", diz.

Expansão

O estudo do Ibevar e da PwC identificou ainda potencial para expansão das redes de varejo. De acordo com o levantamento, apenas nove das 120 redes avaliadas tem presença em todos os estados do Brasil. Além disso, apenas sete empresas tem mais de mil lojas.

A atuação em diversos canais, com lojas físicas e virtuais, é característica de apenas 53% das empresas estudadas. Além disso, 48% têm lojas em formatos diferentes (de portes diversos, por exemplo) e 44% têm mais de uma bandeira de loja.

"Você saberia desenhar o seu pai sem olhar para ele?". Uma exposição pode bem começar com uma pergunta desse tipo, quase uma provocação. Ela foi feita um belo dia por Gregório Gruber a Debora Muszkat. Ele, um artista de carreira consagrada, ela, uma artista visionária, há anos lidando com a transparência do vidro, sua matéria-prima escultural. A pergunta viria num momento particularmente difícil, em que Débora acompanha o tratamento de saúde do pai, Rubens Muszkat, um advogado com alma de músico, amigo dos muitos amigos, presença solar na família.

"Tinha que ter os traços dele na memória. Decidi então revirar a sua vida, levei fotos antigas para o ateliê do Gregório na Serra da Cantareira, comecei a riscar, riscar e, quando nos demos conta, estávamos desenhando na mesma folha de papel", conta Debora. O resultado dessa íntima parceria pode ser conferido na exposição Fusões, inaugurada no Centro de Cultura Judaica.

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São 50 retratos de personalidades particularmente significativas para os dois artistas. Gente que de alguma forma marcou suas vidas. Debora começa pela própria família -- do retrato paterno e do quadro em que recria o casamento de Rubens e Malvina (sua mãe, conhecida psicanalista de São Paulo), com todo aquele vigor do cerimonial judaico. Daí ambos partem para a família que o mundo trouxe para suas vidas, numa busca que se estabelece a partir do desenho - a mão que não para, puro ato da criação - num trabalho em parceria que se estendeu por um ano inteiro.

FUSÕES - Centro da Cultura Judaica. Rua Oscar Freire, 2.500, 1º andar, Sumaré, 3065-4333. 12h/19h (fecha 2ª). Grátis. Até 9/2.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de anunciar que irá implementar sua rede 4G compartilhada com a operadora claro, a Telefônica Brasil anunciou que os investimentos serão em torno de R$ 5,7 bilhões para expandir a rede de fibra ótica e instalar a rede telefonia móvel 4G.

Em 2013, os valores investidos são 12,5% maiores do que no passado, com isso a empresa espera melhorar a qualidade dos serviços e expandir os serviços de banda larga gratuita e TV em alta definição.

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Os valores que serão usados para compra de licenças de radiofrequência e fusões e aquisições ainda não foram calculados e não estão inseridos nesses investimentos.

A demanda cada vez maior do consumidor por novas tecnologias, a concorrência acirrada, a falta de mão de obra qualificada e a constante inovação tecnológica têm estimulado a consolidação do mercado e o interesse de diversos investidores nacionais e estrangeiros nesse setor.

Com o avanço do e-commerce, cloud computing, redes sociais, serviços virtuais, entretenimento e notícias, sem contar com o fácil acesso da internet por meio de celulares e tablets, o número de usuários e o tempo médio de conexão têm aumentado, e consequentemente o volume de negócios cresce crescido significativamente no País.

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Por essa razão, no setor de TI há um movimento crescente do número de transações relativas a fusões e aquisições desde 2008, mantendo-se como líder. Não obstante, a essa tendência, segundo estudo da Associação Brasileira de Software (ABES), sobre o Mercado Brasileiro de Software 2011, demonstra que 36,7% são compostas por microempresas, 57,6% por pequenas, 4,7% por médias e 0,9% por grandes, o que facilita bastante o volume de investimentos pela possibilidade de diluição do risco.

Com esse cenário, é possível fazer operações de fusões ou incorporações entre concorrentes para ganhar market share, ou receber aportes de investidores anjos (angel capital), venture capital (capital de risco), private equity (instituições de investidores), fundos de investimentos em participações (FIP), BNDES, ou ainda operações de buy-out (aquisição de participações ou de controle).

Por outro lado, o empresário no segmento de tecnologia deve tomar muito cuidado ao ser abordado ou ao buscar concorrentes ou investidores na medida em que há um jogo de interesses que pode levar a depreciação, desvalorização ou até mesmo destruição de todo know-how e expertise adquirido pela empresa, caso ela não saiba como gerir o processo de forma adequada e seja inocente ao disponibilizar certas informações estratégicas.

Nesse momento, é comum surgirem falsos “especialistas”  que se dizem conhecedores dos processos de fusões e aquisições para assessorar empresas de TI sob a rubrica de terem trabalhado em empresas adquiridas ou mesmo em grandes consultorias. Nesse momento, é importante entender a metodologia de trabalho, a rede de referências, e o real interesse desses no negócio a ser pactuado, ou seja, de que lado está.

A maioria dos empresários acaba envolvendo-se num clima de otimismo com eventual fusão ou incorporação com um concorrente maior, ou pela abordagem de um fundo de investimento e deixa de observar se a missão, a visão e os valores da organização coincidem com a do concorrente ou do fundo, e até mesmo a real vantagem competitiva dessa parceria.  

Para buscar concorrentes e investidores, é importante antes de tudo ter um business plan consistente; estudos e informações de mercado; o valor necessário de investimento e o seu retorno; contabilidade organizada e conciliada; levantamento prévio de todo o contingente fiscal, previdenciário, trabalhista, cível, e ambiental; relatório de auditoria (em alguns casos); contratos assinados e organizados; gestão financeira e estratégica; uma equipe bem preparada.

Basicamente, todo o processo de fusão [ou aquisição] de empresas é composto de quatro fases bem distintas:

 1. Acordo de Sigilo e Confidencialidade ou Non Discloure Agreement (NDA);

 2. Carta de Intenções ou Memorandum of Understanding (MoU);

 3.  Auditoria ou Due Diligence;

 4.  Negócio Fechado ou Deal.

Para cada uma dessas fases, certas informações deverão ser mantidas em segredo até que se chegue o momento adequado, ou então devem ser reveladas logo de início para verificar o real interesse pelo concorrente ou investidor.

É preciso salientar que muitos empresários sentem-se confortáveis após a assinatura do Acordo de Sigilo e Confidencialidade ou Non Discloure Agreement (NDA), e acabam revelando informações estratégicas para o seu concorrente ou ao investidor que já tem em sua carteira de ativos empresas de tecnologia que podem se tornar concorrentes futuros.

Até o fechamento do negócio ou deal, inexiste qualquer garantia de que efetivamente haverá o negócio entre as partes, ou seja, a qualquer momento principalmente em longos processos de aquisição, qualquer das partes podem desistir do negócio, mesmo que seja estipulada uma multa significativa.  Por vezes, o poder da informação, a possibilidade de eliminar um concorrente, e/ou o benefício atingido é maior do que a multa a ser paga, valendo a pena descumprir as regras pactuadas. 

É preciso ainda ter regras bem definidas em relação aos acordos de quotistas ou acionistas, devendo constar todas as normas societárias, tag along, drag along, cláusulas de put and call, escrow account (quando cabível), remuneração de Conselho e de Diretoria Executiva, conflito de interesses, non compete (NCC), definição de Stock Options e de Key Performance Indicators (KPI), entre outros, de forma a evitar futuramente uma demanda judicial ou câmara arbitral que possa por em risco o próprio negócio pactuado ou a sobrevivência da empresa.

Além disso, é necessário verificar os tributos incidentes nessa aquisição, tais como Imposto de Renda sobre o Ganho de Capital, ITCMD, ITBI, PIS, COFINS, ICMS, IPI, etc. e as formalidades no ingresso por meio do SISBACEN de investimentos estrangeiros, bem como os riscos e benefícios em operações estruturadas.

Um outro ponto a ser observado é relativo a propriedade industrial (marcas e patentes), os direitos autorais dos softwares, e ainda a equipe diretamente envolvida com o principal ativo intelectual, para evitar futuras sabotagens empresarias, concorrência desleal, e fraudes internas, que possam influenciar após o deal. Algumas empresas deixam de planejar a transição nos processos de aquisição e sofrem posteriormente com a perda dos principais gestores e da própria tecnologia.

Caso deixem de observar, prevenir e controlar os riscos envolvidos, após alguns anos, o empresário de TI pode ter a infeliz surpresa de ver sucumbido anos de trabalho e de construção de seu patrimônio, ou por riscos empresariais, societários, tributários, e/ou ambientais, devendo observar as questões ligadas à responsabilidade subsidiária e solidária relativo ao tempo de gestão. 

*André Iizuka  é especialista no segmento de Tecnologia da Informação e Telecomunicações, sócio da Iizuka Advocacia e Pesquisador do Grupo de Estudos de Tributação Internacional (GETI-NEF) do Núcleo de Estudos Fiscais da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas - NEF/DireitoGV.

O número de fusões e aquisições envolvendo empresas de petróleo e gás no Brasil registrado nos cinco primeiros meses de 2012 já totaliza oito operações, ultrapassando as sete negociações contabilizadas no primeiro semestre de 2011. Os números são da Pesquisa de Fusões e Aquisições da KPMG no Brasil, realizada pela KPMG.

Segundo a consultoria, o setor havia apurado uma forte alta nesse tipo de operação em 2010, quando foram realizados 21 negócios no primeiro semestre, passando para as sete de janeiro a junho do ano passado. Agora, em 2012, as oito operações mostram o reaquecimento deste tipo de negócio na área de óleo e gás. De acordo com a KPMG, a alta é estimulada pelo aumento do interesse das empresas pela descoberta do pré-sal, o que colocou o País na rota dos investimentos estrangeiros.

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Das oito operações realizadas até 31 de maio deste ano, uma envolvia apenas empresas de capital brasileiro (doméstica); uma foi feita por companhia de capital majoritariamente estrangeiro adquirindo outra estrangeira estabelecida no Brasil; duas de estrangeiras comprando brasileiras; e duas de brasileiras adquirindo de estrangeiras capital de empresas estabelecidas no País.

O sócio da KPMG no Brasil, Paulo Guilherme Coimbra, afirmou, em nota, que o interesse dos investidores tem aumentado neste período diante da perspectiva da realização de bons negócios no País. "Os investidores estrangeiros estão de olho no mercado brasileiro e têm demonstrado interesse em adquirir uma fatia dos negócios em potencial. Além disso, as transações do setor, apesar de serem poucas, movimentam cifras milionárias", explicou.

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