Tópicos | Fura fila

Maisa Silva não gostou nadinha de ser acusada de furar fila para tomar a primeira dose da vacina contra Covid-19 nesse último sábado, dia 14. A atriz foi vacinada na cidade de Santana de Parnaíba, em São Paulo, que está imunizando pessoas maiores de 18 anos, e alguns internautas disseram que a jovem passou na frente por ser famosa.

[@#video#@]

##RECOMENDA##

Ao ver o boato circulando, ela tratou de deixar as coisas bem claras e disparou: "Pronto já tem burro no Instagram falando que eu furei a fila e que minha comorbidade é ser famosa. Meus amores, informem-se. Estou seguindo o calendário da minha cidade. Esperei muito por isso. Licença", escreveu no Twitter.

 

Mesmo não estando na lista de prioridades divulgada pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal, 130 servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), lotados em Brasília, furaram fila e receberam a vacina da Covid-19.

A imunização aconteceu em um posto de vacinação do Exército. Como explicação para essa vacinação, a secretaria disse que os servidores da Abin fazem parte do "grupo de Força de Segurança e Salvamento". No entanto, em abril deste ano, a própria Secretaria de Saúde detalhou que os profissionais de segurança contemplavam policiais militares, civis e federais, agentes do Detran, militares do Corpo de Bombeiros e forças que apoiam o decreto das medidas restritivas do governo do Distrito Federal. 

##RECOMENDA##

“Os demais trabalhadores das forças de segurança pública e forças armadas, que não se enquadram nas atividades descritas acima, serão vacinados de acordo com o andamento da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Covid-19”, disse o órgão estadual no dia 25 de abril.

Questionada pelo O Globo, a Secretaria de Saúde disse que os servidores da Abin “fazem parte do grupo de Força de Segurança e Salvamento e eles produziram uma listagem com 130 profissionais a serem contemplados com a vacinação considerando o critério de exposição de risco epidemiológico decorrente do trabalho por parte dos seus servidores”.

Após a suspeita de que filhos do administrador de dois hospitais de Niterói furaram a fila de vacinação, a Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpre mandados de busca e apreensão na manhã desta segunda-feira (22). As autoridades já haviam verificado que a lista de imunizados possuía diversas rasuras.

O Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren/RJ) denunciou que os jovens, de 16 e 20 anos, receberam a doses mesmo sem integrar o grupo prioritário da campanha. Eles são filhos do diretor de uma Organização Social (OS) - que não teve a identidade revelada -, responsável pela administração do Instituto Sócrates Guanaes e do Hospital Estadual Azevedo Lima.

##RECOMENDA##

Os policiais já haviam identificado irregularidades na lista de vacinação interna, que indicava o adolescente de 16 como "acadêmico de medicina". Além do pai dos jovens, o mandado de busca e apreensão recai sobre outro diretor da mesma OS.

"Cabe ressaltar que a Polícia Civil apreenderá os documentos originais e fornecerá cópias de todo material para que não haja prejuízo ao calendário de vacinação", garantiu a direção da Polícia.

O governador João Doria (PSDB) sancionou nesta sexta-feira, 12, projeto de lei que multa quem furar a fila da vacinação contra a covid-19 no Estado de São Paulo. A lei prevê penalidades que podem chegar a R$ 98 mil se o infrator for agente público e descumprir a ordem de vacinação dos grupos prioritários, estabelecida nos planos estadual e nacional de vacinação.

O projeto de lei 37/2021 foi aprovado na última quarta-feira, 10, pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e encaminhado ao executivo para sanção. O texto será publicado no Diário Oficial deste sábado,13. A Câmara dos Deputados também aprovou nesta semana até três anos de detenção para quem furar a fila da imunização. O texto ainda precisa passar pelo Senado.

##RECOMENDA##

Entre as sanções previstas na lei está a aplicação de multa de R$ 24 mil (850 UFESPs) ao agente público responsável pela aplicação da vacina que desrespeitar a ordem cronológica dos planos de imunização contra a covid-19. A pena também será aplicada para os superiores hierárquicos, caso comprovada ordem ou consentimento.

Já para a pessoa que for imunizada indevidamente desrespeitando a fila de vacinação, a multa será de R$ 49 mil (1.700 UFESPs). O valor dobra e chega a R$ 98 mil se o imunizado for agente público. O governo ainda não definiu quem aplicará as multas. Os valores recolhidos serão destinados ao Fundo Estadual de Saúde.

De autoria do deputado Heni Ozi Cukier (Novo), o projeto de lei, aprovado no último dia 10 pela Alesp, estabelecia que, além da aplicação de multa, o agente público que violasse a regra fosse afastado de suas funções ou exonerado do cargo, mesmo que detentor de mandato eletivo.

"O nosso objetivo com o projeto, que tem a coautoria do meu colega Gilmaci Santos (Republicanos), é de punir pessoas que obtenham privilégios na imunização, atitude irresponsável e que afeta a vida de outras pessoas. É o mínimo que podemos fazer para que essa atitude seja barrada de maneira exemplar.", disse Cukier, quando a proposta foi aprovada por seus pares.

Furar a fila da vacinação durante situação de emergência sanitária nacional em razão de pandemia pode virar crime tipificado no Código Penal. A punição para essa conduta pode ser de detenção e multa, conforme proposto por quatro projetos de lei em tramitação no Senado. As mesmas penalidades são previstas para quem facilita ou aplica a vacina em pessoa que sabidamente não atende à ordem de imunização estabelecida pelo Poder Público.

##RECOMENDA##

As propostas são uma reação dos senadores às inúmeras denúncias dessa prática em diversos estados brasileiros e no Distrito Federal, logo após iniciada a vacinação contra a covid-19. Pessoas que não pertencem aos grupos prioritários (profissionais de saúde, idosos e pessoas com deficiência que vivem em instituição de longa permanência) vacinaram-se, antecipadamente, burlando a ordem de imunização estabelecida pelos planos nacional, estaduais, distrital ou municipais.

Os “fura-filas” seriam políticos, alguns empresários, funcionários públicos e familiares, entre outros; sendo que os casos já começam a ser apurados pelo Ministério Público.

“É necessário uma rápida resposta deste Parlamento para coibir tais comportamentos criminosos”, ressalta o senador Plínio Valério (PSDB-AM), que propõe pena de detenção, de três meses a um ano, e multa para quem furar a fila da vacinação durante a pandemia (PL 13/2021). 

Agente Público

A proposta de Plínio Valério deve tramitar em conjunto com o projeto PL 11/2021, apresentado pela senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), que estabelece indenização ao erário no valor correspondente ao da vacina, acrescido de multa no valor de R$ 1.100.

Os dois projetos propõem atacar o problema também na esfera administrativa, quando o crime for cometido por agente público. A proposição de Daniella Ribeiro torna obrigatória a proibição de investidura do agente em cargo, emprego ou função pública pelo prazo de dois anos.

“São fatos extremamente graves e que merecem ser combatidos e rechaçados. O país sofre com a pandemia, famílias são devastadas e profissionais de saúde expõem suas vidas para tentar minimizar os impactos da doença. Não podemos conceber, assim, que pessoas fora dos grupos prioritários se valham de artifícios para serem beneficiadas pela imunização antes daqueles que mais necessitam”, defende a senadora.

Fraude

Já o projeto (PL 14/2021) do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) determina que fraudar a ordem de preferência na vacinação é crime sujeito à pena de detenção, de dois a seis anos, e multa. A proposta também prevê a elevação de um a dois terços da pena se a conduta for de agente público. A punição prevista deve vigorar até o dia 30 de junho de 2022 ou até o final das campanhas nacional, estadual e municipal de imunização contra o coronavírus, o que ocorrer por último.

O senador destaca que a conduta de quem frauda a fila de vacinação já é tipificada como crime, mas que não se trata de tipos penais pensados “sob o manto de uma pandemia”, em que a vacinação segundo uma ordem de preferência é imprescindível.

“As penas cominadas para o tipo penal são baixas, de modo que pode não haver o efeito negativo geral do tipo. Fala-se especificamente, nessa linha, no crime de infração de medida sanitária preventiva. Também se poderia pensar na existência de eventual concurso de crimes, a depender da situação concreta, com outros tipos penais: prevaricação, corrupção ativa, corrupção passiva, associação criminosa, condescendência criminosa, falsidade ideológica, dentre outros eventualmente apurados pelas autoridades competentes”, acrescentou Randolfe.

Saúde Pública

A pena de detenção, de três meses a um ano, e multa, prevista no projeto da senadora Eliziane Gama (Cidadania–MA), também está entre as propostas apresentadas. De acordo com o PL 15/2021, incide nas mesmas penas quem, sabendo da irregularidade, autoriza ou aplica a vacina em pessoa que não atende à ordem de imunização estabelecida.

“Esses comportamentos devem ser prontamente repreendidos, pois interferem no melhor gerenciamento dos programas de imunização. Este projeto de lei aperfeiçoará a proteção da nossa saúde pública”, afirma a senadora.

*Da Agência Senado

 

A bancada de oposição na Câmara dos Vereadores do Recife promete fiscalizar a prefeitura neste momento de vacinação contra a Covid-19, para que não haja desvios ou que pessoas - que não integram o primeiro grupo prioritário para a imunização - sejam vacinadas. 

O líder da oposição, Renato Antunes (PSC), salienta que no momento oportuno será criado uma comissão para estar fiscalizando como estão se dando os critérios de vacinação no Recife, de maneira que não aconteça a “quebra de direito do cidadão”. 

##RECOMENDA##

O vereador doutor Tadeu Calheiros (Podemos), vice-líder da oposição, fala que, como possível membro da Comissão de Saúde da Câmara dos Vereadores do Recife, já tem feito esse trabalho de fiscalização e frisa que a vacina é importante para todos, mas diante da realidade de insuficiência de doses do imunizante, há um escalonamento de prioridades que foi feito pelo governo federal e é seguido pelas secretarias estaduais e municipais.

O primeiro grupo são os profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à Covid-19, pessoas acima de 70 anos, as que estão institucionalizadas em locais de longa permanência e os indígenas. "Quando essa regra não é seguida e a gente ver pessoas que não deveriam estar sendo vacinadas 'furando a fila' causa repulsa", diz Calheiros.

O vereador aponta que várias instituições médicas já entraram com pedidos ao Ministério Público para acompanhar a vacinação contra a Covid-19 do Recife. Calheiros afirma que, tão logo acabe o recesso, a oposição deve pedir a prefeitura a lista das pessoas que foram e estão sendo vacinadas para poder fiscalizar e evitar que haja a "quebra de direito do cidadão e maioria dos recifenses possam ter acesso à vacina", pontua o vereador doutor Tadeu.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da Promotoria de Justiça da cidade de Jupi, no Agreste Meridional do estado, recebeu a denúncia de que um fotógrafo, que não teve a sua identidade revelada, 'furou a fila' e recebeu a primeira dose contra a Covid-19.

Ele não integra o grupo prioritário estabelecido pelo Plano Nacional de Imunização e diretrizes estaduais de vacinação contra o novo coronavírus. O MPPE confirma que recebeu essa denúncia por meio de um vídeo.

##RECOMENDA##

O procurador-geral de Justiça de Pernambuco (PGJ-PE), Paulo Augusto de Freitas Oliveira, expedirá Recomendação para que, em todo o Estado, os membros do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) intensifiquem a fiscalização e o monitoramento da realização da vacinação contra a Covid-19.

Ele aponta que estamos vivendo um caso de emergência em saúde pública em todo o solo nacional e é "inadmissível que, considerando o quantitativo de vacinas recebidas pelo Estado de Pernambuco, haja qualquer descumprimento das normas estabelecidas pelo Plano Nacional de Imunização".

A Secretaria Estadual de Saúde confirmou que, além do apoio do MPPE, vai solicitar à Secretaria de Defesa Social que investigue o caso e que, se confirmada a imunização fora do grupo prioritário, com desvio de finalidade, os responsáveis sejam punidos. 

A SES-PE lembra que pactuou com os municípios pernambucanos, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), o público prioritário da vacinação contra a Covid-19 neste primeiro momento da campanha, de acordo com o plano nacional de vacinação. 

Neste primeiro momento, devem ser imunizados contra a Covid-19 trabalhadores de saúde da linha de frente do enfrentamento ao novo coronavírus, além dos vacinadores, idosos em instituições de longa permanência, pessoas com deficiência institucionalizadas e indígenas aldeados. Todos já receberam a primeira e a segunda dose para realizar suas ações nessa primeira fase.

A Secretaria confirma que Jupi recebeu 136 doses da vacina para que fossem aplicadas as duas doses nos 68 profissionais da saúde que atuam na cidade. 

Esse quantitativo de profissionais representa cerca de 1/3 dos trabalhadores de saúde do município. A pasta aponta que os outros profissionais serão contemplados assim que houver mais entregas pelo Ministério da Saúde.  

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando