A chegada tardia de uma garrafa de Champagne denunciou a surpresa no estande da editora canadense McClelland & Stewart Doubleday com o prêmio Nobel de Literatura para Alice Munro, autora publicada pela casa editorial desde o início da carreira. "Ela vinha figurando na lista fazia um certo tempo, por isso acreditávamos que talvez ganhasse em algum momento", comentou Kristin Cochrane, diretora executiva da editora que, desde o ano passado, pertence à Random House, maior grupo do ramo do mundo.
Os motivos para tal esperança são literários - Kristin define a ganhadora do Nobel como dona de um estilo simples, mas arguto. "Seu olhar para os pequenos detalhes é especial e isso a torna universal", comentou a editora, que não conseguiu falar com Alice por conta da diferença de fuso horário - era muito cedo no Canadá quando foi divulgado o prêmio.
##RECOMENDA##Kristin Cochrane lembrou da surpresa provocada pela presença da autora em um prêmio pelo conjunto da obra oferecido em maio pela associação canadense dos livreiros - aos 82 anos, ela praticamente não comparece mais a compromissos como esse. "Ela fez um curto discurso, como era de se esperar, mas foi precisa", disse a editora, que não sabe se Munro vai cumprir a promessa de parar de escrever. "Muitos dizem isso, mas acabam voltando atrás. Não estamos pressionando, mas gostaríamos muito que ela continuasse."
Em uma nota distribuída pela Randon House, Doug Gibson, o mais antigo editor de Munro, disse: "Sua carreira permitiu que o Canadá ganhasse seu primeiro Nobel de literatura, o que deve ser celebrado". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.