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Os brasileiros ficaram mais propensos às compras em setembro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) subiu 1,4% em relação a agosto, para o nível de 84,4 pontos. Na comparação com setembro de 2021, houve elevação de 16,5%.

Segundo a CNC, o avanço foi puxado por uma melhora no mercado de trabalho, mas também pelo aumento no valor do Auxílio Brasil, pago pelo governo às famílias mais vulneráveis. Apesar do crescimento em setembro, o ICF permanece na zona de insatisfação, abaixo dos 100 pontos.

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Na passagem de agosto para setembro, todos os sete componentes do indicador registraram avanços, embora apenas dois deles estejam na zona favorável, acima dos 100 pontos: Emprego Atual (alta de 1,2%, para 112,2 pontos) e Perspectiva Profissional (aumento de 1,4%, para 103,4 pontos).

"As pessoas estão sendo mais empregadas e esperam que essa situação permaneça nos próximos meses", avaliou a economista Catarina Carneiro, responsável pela pesquisa da CNC.

Quanto aos demais componentes, os destaques foram as altas na Renda Atual, 2,1% em setembro ante agosto, para 99,1 pontos, e Acesso ao Crédito, 1,9%, para 85,5 pontos. Houve expansão ainda no Nível de Consumo Atual (1,5%, para 67,4 pontos), Perspectiva de Consumo (1,2%, para 80,6 pontos) e Momento para Bens Duráveis (0,6%, para 42,9 pontos).

Manuelly dos Santos, de 34 anos, e Miller dos Santos, de 28, cresceram juntos e sempre viveram em harmonia. Nos últimos três anos, no entanto, a relação dos irmãos foi posta à prova conforme divergências políticas passaram a marcar os almoços familiares de domingo. Discussões cada vez mais acaloradas e acusações mútuas estremeceram a amizade que só pôde ser retomada com a decisão de ambos evitarem temas político-eleitorais. Era o silêncio ou a distância.

Os irmãos Santos seguem uma conduta cada vez mais adotada nos lares brasileiros, e não apenas em função de preferências eleitorais. A pandemia de Covid-19, em especial, também virou um fator de conflito. Segundo pesquisa realizada pelo centro de estudos InternetLab neste ano, 50% dos brasileiros optaram por não falar sobre política em grupos familiares de mensagens para evitar brigas.

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A pesquisadora Ester Borges, bacharela em Relações Internacionais pela USP e coordenadora do estudo, afirmou que as pessoas têm se policiado cada vez mais para não politizar mensagens no WhatsApp e outros aplicativos. "É uma ética criada pelas próprias pessoas. Não existe nada nas plataformas que incentive esse comportamento", disse.

A medida tem relação, de acordo com outros levantamentos, com o medo da violência que marca a política nacional. Nos últimos anos, o cenário de polarização ficou mais acirrado e, hoje, 67,5% dos brasileiros afirmam sentir medo de serem agredidos fisicamente por causa de sua escolha política ou partidária, segundo pesquisa da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com dados coletados pelo Datafolha.

Inimigos

Neste ano, a quantidade de atos de violência faz com que a eleição de outubro se diferencie de todas as demais. O radicalismo já culminou em episódios como o de Confresa, em Mato Grosso, onde o apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) Rafael Silva de Oliveira, de 22 anos, matou o petista Benedito Cardoso dos Santos, de 44, e ainda tentou decapitá-lo.

Estudo feito pela UniRio indica que casos de violência política aumentaram 335% no Brasil nos últimos três anos. De janeiro a junho de 2022, foram mapeadas 214 ocorrências, número 4,5 vezes maior do que as 47 identificadas no mesmo período de 2019.

Pandemia

As discussões familiares não chegaram a um extremo na casa de Manuelly e Miller, mas as ofensas e as acusações verbais deixaram marcas. Os irmãos perderam a mãe em 2020 depois de ela contrair covid-19. "Não consigo entender como minha irmã consegue isentar o Bolsonaro", afirmou Miller, que é motorista de aplicativo. Ele disse que votou em Bolsonaro em 2018, mas se tornou crítico do presidente por causa da atuação do governo na pandemia.

Designer de cílios, Manuelly contou ter votado no PT durante toda a sua vida, mas afirmou que os escândalos de corrupção a afastaram do partido e a tornaram antipetista. "Sei que Bolsonaro não é o candidato ideal, mas o considero o menor de dois males", disse ela.

Segundo Manuelly, sua mãe não usava máscara e não respeitou o distanciamento social. "Meu irmão quer encontrar um bode expiatório para toda a dor que está sentindo. Entendo a razão dele, mas não concordo e gostaria que ele respeitasse minha opinião."

Entre acusações de que Manuelly apoia o responsável pela morte da própria mãe, os irmãos chegaram a uma conclusão: enquanto falassem sobre política, o convívio pacífico seria impossível. Firmaram, então, uma espécie de pacto de silêncio que, por enquanto, tem dado certo.

Diálogo

Para o psiquiatra Daniel Martins de Barros, esse tipo de acordo evidencia a incapacidade que as pessoas têm de conversar. "Ele pode ser benéfico a curto prazo, pois evita uma briga, mas isso nos priva do diálogo", afirmou Barros, que é professor colaborador do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e colunista do Estadão.

"Hoje abrimos mão da conversa política, mas amanhã vamos abrir mão do quê? Se não conversarmos, não vamos entender o lado do outro. E isso não é bom para a sociedade", disse o professor. A pesquisadora Ester Borges, no entanto, apontou um lado positivo nos acordos familiares. "Nossa pesquisa mostra que existe uma preocupação com o outro por trás do silêncio."

Conflitos

Para André Basso, de 25 anos, conviver com a família é um desafio diário. O economista afirmou que se identifica como uma pessoa de esquerda, mas que cresceu em um ambiente familiar de direita." Minha relação com meus pais hoje é de guerra fria. A pandemia agravou a situação", relatou.

Basso citou o posicionamento negacionista dos pais em relação às vacinas como um dos principais motivos de conflito. "O Bolsonaro zombava de pessoas que morreram sem ar. Não consigo entender como alguém pode apoiá-lo", questionou.

Miller afirmou que chegou a cogitar cortar relações com a irmã por causa das divergências políticas, mas os laços familiares o fizeram reconsiderar a decisão. "Nós não conseguimos conversar sobre a nossa mãe, o luto ainda é muito pesado, mas priorizamos nosso vínculo afetivo e paramos de discutir."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma casa de repouso no Japão "contrata" bebês para um trabalho essencial: acompanhar seus residentes e fazê-los sorrir, em troca de fraldas e leite em pó.

Os novos "funcionários" do estabelecimento localizado em Kitakyushu (sudoeste) devem ter menos de quatro anos e seus pais devem assinar um contrato que estipula que os filhos devem "ir para o trabalho quando quiserem".

Eles podem fazer uma pausa "quando estão com fome ou com sono", detalha o contrato.

Até agora, mais de 30 famílias inscreveram seus bebês para acompanhar mais de 100 idosos, a maioria na casa dos oitenta anos, afirmou a diretora do estabelecimento, Kimie Gondo.

"O simples fato de ver os bebês os faz sorrir", disse à AFP.

Um anúncio de emprego colado em uma parede do estabelecimento diz em letras grandes "Estamos contratando!" e informa os solicitantes que serão pagos por seus serviços em fraldas e leite em pó.

"Os bebês permanecem o tempo todo com suas mães. É como se elas os levassem para passear no parque", explica Gondo.

Os residentes parecem estar muito contentes com os novos funcionários, conversam com eles e os abraçam.

"Eles são muito fofos, me lembram da época em que eu tinha bebês", disse uma moradora a um canal de televisão local.

Até agora, a iniciativa teve excelentes resultados, segundo Gondo. "Algumas crianças têm um ótimo relacionamento com nossos moradores, como avós e netos", afirma.

Entre janeiro e junho de 2022, Pernambuco realizou 654 transplantes de órgãos e tecidos, 6,2% a mais que o mesmo período do ano passado, quando foram efetuados 616 transplantes. Apesar do aumento, a negativa familiar ainda se configura como um dos principais entraves para a efetivação dos procedimentos no Estado. O percentual chegou a 41% dos motivos da não realização dos transplantes, no mesmo período, segundo dados da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE). Isso significa que 66 famílias não autorizaram as doações.

"Neste semestre registramos uma das maiores taxas de negativa familiar dos últimos anos. Este é um número significativo, levando em conta que apenas um doador de órgãos pode salvar muitas vidas e beneficiar vários receptores. É fundamental que as famílias discutam esse tema em casa, que tenham acesso às informações e respeitem a decisão de quem opta, ainda em vida, ser doador depois de sua morte. Temos como missão reforçar a necessidade de ampliar as doações no Estado, ajudando assim mais e mais famílias", afirma a coordenadora da CT-PE, Noemy Gomes.

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Atualmente, 2.587 pacientes aguardam por um órgão ou tecido em Pernambuco. A maior fila é por rim (1.453), seguida de córnea (916), fígado (153), medula óssea (26), rim/pâncreas (24) e coração (15). No ano de 2021, no mesmo período, a fila de espera era de 2.269 pessoas.

O diagnóstico e a confirmação da morte encefálica são norteados por critérios rígidos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Quando um paciente é identificado com morte encefálica em uma unidade hospitalar, condição que possibilita a doação do coração, rins, pâncreas, fígado e córneas, as Organizações de Procura de Órgãos (OPO) e as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTTs) entram em ação para conversar com os familiares e dar informações sobre o processo de doação.

"As causas da não realização do transplante podem ocorrer por diversos fatores, inclusive médicos, como nos casos em que não se preenchem os critérios necessários para a doação. Por exemplo, quando os pacientes apresentavam algum tipo de doença sorológica, infecções virais sistêmicas, entre outros. No entanto, para além desses fatores - que já excluem parte das possíveis doações - temos, ainda, a negativa das famílias", lamenta Noemy.

Tecidos  

Entre janeiro e junho de 2022, Pernambuco realizou 144 transplantes de medula óssea, 29,7% a mais que o mesmo período do ano passado (111) e 306 transplantes de córnea, - 1% que no período anterior (309).

Medula óssea 

A Central de Transplantes de Pernambuco ainda lembra que, em vida, é possível ser doador de medula óssea. Basta ir ao Hemope e se cadastrar no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Para doar, é preciso ter entre 18 e 35 anos e levar RG e CPF. Além de uma palestra informativa sobre a doação de medula óssea, é feita a coleta de uma amostra de sangue do possível doador para os testes de compatibilidade. Uma vez no banco de dados, o possível doador pode ajudar alguém em qualquer lugar do Brasil e também do mundo.

Com a renda crescendo menos que a inflação e o endividamento das famílias em patamares recordes, um em cada quatro brasileiros já admite que não consegue fechar as contas de cada mês, de acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no fim de julho.

De acordo com o levantamento, 19% dos entrevistados deixam alguma conta para pagar no mês seguinte, 3% recorrem a ajudas ou empréstimos para quitar os débitos, 2% precisam entrar no cheque especial para honrar os compromissos e ainda 1% paga o mínimo da fatura do cartão e deixa o saldo para depois.

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A maioria ainda consegue encerrar o mês com as contas em dia, mas 44% relatam que quase sempre ficam apertados, sem conseguir economizar nada. Apenas 29% dos entrevistados afirmam chegar ao fim de quase todos os meses com alguma sobra em dinheiro. Foram entrevistados, presencialmente, 2.008 pessoas em todas as unidades da federação entre os dias 23 e 26 de julho.

Com o orçamento familiar apertado, a pesquisa indica que 60% dos brasileiros já cortaram algum gasto com lazer, 58% deixaram de comprar roupas e sapatos e 57% chegaram a desistir de viajar nas férias. Os entrevistados também reduziram o gasto com transporte particular (51%), desistiram de comprar ou reformar imóveis (50%) ou adquirir veículos (47%), e pararam de se alimentar fora de casa (45%).

O levantamento mostra ainda que 68% dos brasileiros passaram a pechinchar na hora de comprar, sendo que 50% admitiram que têm "chorado" muito para tentar reduzir os preços. Outros 51% aumentaram o uso do cartão de crédito em 2022 e 31% confessaram que passaram a comprar fiado neste ano.

Entre os itens cuja percepção de aumento de preço é mais sentida estão o gás de cozinha, citado por 68% dos entrevistados, e o arroz com feijão, citado por 64%. Na sequência aparecem a conta de luz (62%), carne vermelha (61%), frutas e legumes (59%), combustíveis (57%) e produtos de limpeza (56%).

Para piorar, 48% dos entrevistados que têm alguma dívida em aberto admitem que há parcelas em atraso. Da mesma forma, 48% dos endividados não sabem se vão conseguir honrar todos os pagamentos nos próximos 30 dias.

Para 42% do total de entrevistados, a situação econômica pessoal piorou nos últimos três meses, enquanto apenas 28% enxergaram alguma melhora. Ainda assim, 56% esperam algum alívio nas finanças até o fim do ano, e somente 16% estão pessimistas para o segundo semestre.

"A pandemia de covid-19 e uma série de outros desafios, como a guerra na Ucrânia, comprometeram a recuperação da economia e a retomada do crescimento no Brasil. A aceleração da inflação levou a um novo ciclo de aumento de juros, o que desestimulou o consumo e os investimentos. Ao menos, estamos diante de um cenário de recuperação do mercado de trabalho, com redução do desemprego e aumento do rendimento da população - o que nos dá uma perspectiva de superação, ainda que gradual, dessa série de dificuldades que as famílias estão enfrentando", avaliou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

A publicação do Diário Oficial do Recife desta quinta-feira (7) autorizou a liberação do auxílio das chuvas para mais 1.115 famílias. A relação dos beneficiários que tiveram o recurso liberado podem ser conferidas no site ou no aplicativo Conecta Recife.

A parcela única de R$ 2.500 é dividida entre a Prefeitura, que arca com R$ 1.000, e o Governo do estado, que disponibiliza R$ 1.500 para completar o valor do Auxílio Municipal e Estadual (AME).

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De acordo com a gestão municipal, cerca de 11.417 mil famílias foram autorizadas a receber o valor. O investimento ultrapassa R$ 28,5 milhões em recursos.

Para receber o AME, é preciso atender aos seguintes critérios: morar em áreas afetadas mapeadas pela Defesa Civil e Assistência Social; atender ao perfil do CadÚnico; habitar em Comunidades de Interesse Social (CIS) de áreas alagadas. O repasse fica disponível no aplicativo "Carteira BB", do Banco do Brasil, e pode ser sacado em agências.

Cerca de três mil famílias devem receber o auxílio das chuvas nesta segunda-feira (27), informou a Prefeitura do Recife. Ao todo, mais de 30 mil famílias solicitaram os recursos emergenciais.

O total de cadastrados passou por análise da gestão e 9.470 famílias tiveram acesso ao benefício, equivalente ao desembolso de R$ 23,7 milhões. As listagens atualizadas das famílias que forem aceitas pela análise podem ser conferidas no site ou no aplicativo Conecta Recife.

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O Auxílio Municipal e Estadual (AME) será pago em parcela única, através do aplicativo Carteira do Banco do Brasil e também poderá ser sacado nas agências.

O valor corresponde à junção de recursos da Prefeitura, da Câmara Municipal e do Governo do Estado. O município aumentou o auxílio-moradia e vai arcar com R$ 1.000, enquanto o Governo vai disponibilizar R$ 1.500 para constituir o benefício de R$ 2.500.

 As famílias do indigenista brasileiro Bruno de Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips fizeram apelos nesta terça-feira (7) para que as autoridades promovam ações urgentes para encontrar os dois, que estão desaparecidos em uma área remota da Amazônia desde o último domingo (5).

Pereira, servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), e Phillips, colaborador do jornal The Guardian, visitaram uma localidade conhecida como Lago do Jaburu em 3 e 4 de junho para a realização de entrevistas com indígenas.

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Eles deveriam ter chegado na cidade de Atalaia do Norte (AM) na manhã de domingo, porém não deram mais notícias desde que saíram da comunidade ribeirinha São Rafael.

"Em virtude de mais de 48 horas do desaparecimento do nosso Bruno e seu companheiro de viagem Dom Phillips, apelamos às autoridades locais, estaduais e nacionais que deem prioridade e urgência na busca pelos desaparecidos", diz um comunicado assinado por Beatriz de Almeida Matos, companheira de Pereira, e por Max e Felipe da Cunha Araújo Pereira, irmãos do indigenista.

"Compreendemos que Bruno possui vasta experiência e conhecimento da região, porém o tempo é fator chave em operações de resgate, principalmente se estiverem feridos. É fundamental que buscas especializadas sejam realizadas por via aérea, fluvial e por terra, com todos os recursos humanos e materiais que a situação exige", acrescenta a nota.

Já a esposa de Dom Phillips, Alessandra Sampaio, divulgou um vídeo no qual faz um apelo emocionado ao governo federal e aos órgãos competentes para que intensifiquem as buscas. "A gente ainda tem um pouquinho de esperança de encontrar eles. Mesmo que eu não encontre o amor da minha vida vivo, eles têm que ser encontrados, por favor. Intensifiquem essas buscas", afirmou.

Em entrevista ao SBT nesta terça, o presidente Jair Bolsonaro disse esperar que Pereira e Phillips sejam "encontrados brevemente", mas acrescentou que não é "recomendável" fazer uma "aventura" do tipo.

O indigenista era presença frequente na região do desaparecimento, conhecida como Vale do Javari, no oeste do Amazonas, enquanto o jornalista já fez diversas reportagens na floresta, tanto que as famílias e organizações indígenas consideram pouco provável que eles tenham se perdido.

As buscas por Pereira e Phillips são feitas pela Marinha, que utiliza um helicóptero, dois barcos e uma moto aquática para cobrir uma extensa área de floresta. Já a Funai informou que deslocou 15 servidores para as operações.

Da Ansa

A parcela de inadimplentes, aqueles que têm contas ou dívidas em atraso, chegou a 28,7% das famílias brasileiras em maio. É a oitava alta consecutiva do indicador, que vem crescendo desde outubro de 2021. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (CNC) e foram divulgados nesta terça-feira (7).

Em abril, a inadimplência havia ficado em 28,6%. Em maio de 2021, o percentual era de 24,3%. A parcela registrada em maio deste ano (28,7%) é a segunda maior taxa da pesquisa, iniciada em 2010, ficando atrás apenas da observada em janeiro daquele ano (29,1%).

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Já o percentual de famílias endividadas, ou seja, aquelas que têm dívidas (em atraso ou não), ficou em 77,4% em maio, abaixo dos 77,7% de abril, interrompendo três meses de altas. Mesmo com a queda, a taxa ainda é superior à de maio de 2021 (68%).

As famílias que não terão condições de pagar suas contas em atraso também caiu, de 10,9% em abril para 10,8% em maio. Em maio de 2021, a taxa era de 10,5%.

O tipo de dívida mais comum continua sendo o cartão de crédito, responsável pelo endividamento para 88,5% das famílias endividadas.

Segundo a CNC, em maio, o comprometimento médio da renda familiar com dívidas chegou a 30,4%, o maior percentual desde agosto do ano passado (também 30,4%). Do total de endividados, 22,2% precisaram de mais de 50% da renda para pagar dívidas com bancos e financeiras, proporção mais elevada desde dezembro de 2017.

O tempo médio do atraso para pagamento das dívidas, entre aqueles com contas em atraso, chegou a 61,7 dias, abaixo dos 62,1 dias de abril, mas acima dos 61 dias de maio de 2021.

"Menina, você viu como seu rosto está cheio de espinhas?", pergunta a trabalhadora autônoma Janaina Xavier, de 43 anos, passando a mão no rosto da filha, Aline Xavier, de 26. "Será que é por causa da droga?". "Pode ser", responde a moça, que fuma crack desde a adolescência. A moldura deste quadro, na Avenida Rio Branco, no centro de São Paulo, é a influência da dependência química nas relações familiares. Ex-usuária de cocaína, a mãe quer tirar a filha da Cracolândia, região onde ela própria viveu décadas atrás.

A mãe usou cocaína dos 19 aos 25, mas diz que está "limpa" há uns 15 anos. Mas o consumo deixou sequelas na família, em sua opinião. "Não tive aquele pulso de mãe para educá-la. Se eu fosse uma mãe mais presente, que não olhasse tanto para a droga e para o álcool, ela não estaria nessa situação", diz Janaína. "Era a mãe drogada de um lado e a filha drogada de outro", confessa.

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A filha usa drogas desde os 13. Hoje, mais de uma década depois, ela acompanha o fluxo, concentração de usuários e traficantes de drogas na região central. De vez em quando, Aline passa na casa da mãe para tomar banho e ver os outros oito irmãos. Por isso, aquele carinho no rosto é fugaz.

O Estadão corre atrás antes que ela desapareça para voltar sabe-se-lá-quando. "Você pensa em parar de usar crack?". "Penso, mas quero que seja como foi com a minha mãe: com a ajuda de Deus". Com um batom vermelho que esconde os poucos dentes que sobraram, Aline responde a mais uma pergunta, já descendo a escada. "Eu uso crack por causa da brisa", diz, toda pilhada.

A "brisa" faz parte dos efeitos desejados pelo usuário de drogas, como a sensação de energia, hiperatividade, bem-estar, elevação do estado de alerta. Mas também existem os indesejados, como elevação dos batimentos cardíacos, da pressão sanguínea e até alucinações, depressão, pânico e paranoia.

Havia cumplicidade na pergunta da mãe sobre as espinhas. Uma sabe o que a outra sente. "Sair do vício depende mais dela do que de mim. Ela não quer estar nessa situação, mas não tem força para sair. Vou matar minha filha? Faço tudo para ela sair, mas não vou jogar pedra nem discriminar", conta Janaína. Esse acolhimento permite até dinheiro para a droga. Se a filha pedir R$ 5, a mãe dá. Os irmãos, também. "Se eu não der, ela vai tentar arrumar o dinheiro de outro jeito".

Levantamento da Unidade de Pesquisas de Álcool e Drogas (Uniad), vinculado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), de 2019, aponta que 80% dos usuários da Cracolândia saíram de suas casas. Especialistas apontam que os conflitos familiares são a principal razão para levar o usuário à região, onde o padrão de uso é normatizado e a droga está disponível. "Muitas vezes, a família interpreta que apenas o usuário é o problema e prefere não tratar a dinâmica familiar. Com isso, ela os mantém à distância, com visitas esporádicas", diz Maria Angélica Comis, coordenadora do centro de convivência É de Lei.

Os vínculos familiares se esgarçam, mas não se rompem totalmente na Cracolândia. Mães que visitam os filhos são cenas comuns presenciadas pelas equipes de assistência social. Uma funcionária do Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica (SIAT) da rua Helvétia, unidade emergencial criada no novo endereço da Cracolândia, conta que ajudou uma mãe chamada Maria de Fátima que tinha viajado do Paraná para tentar encontrar o filho na Praça Princesa Isabel. Foram dois dias de buscas incertas - parentes têm permissão dos traficantes para transitar pelo fluxo. No terceiro dia, Maria descobriu que o filho havia sido preso por tráfico de drogas.

Faltou mencionar como Janaína parou de usar drogas. São vários motivos. O primeiro foi espiritual, com o apoio de igrejas evangélicas, religião que ela adotou. Janaina também pensou nos outros filhos - nenhum dependente químico. Mas houve também um estalo. Foi quando a mãe tentou livrar a filha, então adolescente, da prisão por causa da posse de duas pedras de crack. Não conseguiu.

Enquanto fala, a mãe amamenta a filha caçula, Valentina, sem constrangimento, e tenta acordar a adolescente para a foto da matéria. Na sala, um colchão de casal está encostado na parede. Durante o dia, ele não tem espaço para ficar no chão. Circula por ali a cadela Ravenna. E Janaína confessa recaídas. "Fiquei mal. Cheirei e bebi. Você precisa passar pelas recaídas para entender que não é aquilo que você quer para sua vida".

Papéis invertidos

Não houve abraço nos 32 minutos de conversa entre Jailson Oliveira, de 52 anos, mais da metade deles na Cracolândia, e o filho Wellington Batista da Silva. Tensão. Mágoa. Lavação de roupa suja. Quando o filho se mudou para o centro de São Paulo, quatro anos atrás, ele ficou mais perto de Jailson. Naquela época, o pai tinha se reabilitado.

Foram cinco anos "limpos", nos quais trabalhou em um hotel com carteira registrada e até comprou um carro. O fim do casamento, no entanto, foi o gatilho para uma recaída da qual não se levantou. Jailson alterna os dias entre a Cracolândia e um quarto mantido pelo projeto Teto, Trampo e Tratamento. "É uma relação conturbada até hoje. Cada dia, ele tem uma personalidade diferente. Aprendi a lidar, mas sai faísca", diz o promotor de vendas de 24 anos.

As faíscas aparecem quando o pai precisa de dinheiro para consumir crack e o filho não dá. "Quando quero usar, não quero saber de mais nada. Só da droga", admite o pai. "Nessa hora, ele esquece da relação entre pai e filho. Ele que deveria estar me ajudando, mas os papéis são invertidos", lamenta Wellington.

Diálogo áspero, discussão mesmo. Jailson abandona a mesa duas vezes, mas volta. Gritos. Ele reclama de falta de apoio quando o filho diz que não acredita mais nele. A briga só termina com a intervenção do psiquiatra Flávio Falconi, que atua no programa de atendimento a dependentes químicos da Unifesp. Flávio tenta a internação de Jailson em uma comunidade terapêutica, como ele deseja.

No mês passado, Jailson se internou no programa Redenção, da Prefeitura de São Paulo, dirigido aos indivíduos que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas. Por conta da abstinência, ele ficou apenas dois dias. Não suportou e voltou a usar crack. Antes de encerrar a conversa com o Estadão, ele pede ajuda para um tratamento dentário. Ao entrar em contato direto com a boca, a fumaça do crack danifica o esmalte dos dentes, a gengiva e os nervos. Jailson diz que não consegue dormir por causa das dores.

Mães são as últimas a desistir

Pais e mães têm comportamentos diferentes na relação com os filhos que fazem uso abusivo de substâncias químicas. Enquanto os pais se afastam com mais facilidade, as mães não desistem, fazem visitas e procuram retomar os vínculos nos primeiros momentos do tratamento quando são usuárias. Essa diferenciação é feita pelo psiquiatra Flávio Falconi, que atua na região há dez anos com a redução de danos, estratégia baseada na inclusão social e cidadania ao usuário sem necessariamente interromper completamente o uso da substância.

"A grande maioria dos homens traz histórias de abandono da figura paterna. Quando são usuários, eles reproduzem o ciclo de distanciamento", diz Falconi. "A mãe é a última a desistir", completa o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, diretor-presidente da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) e uma das maiores autoridades no País de tratamento de dependentes químicos.

Levantamento da Unidade de Pesquisas de Álcool e Drogas (Uniad), vinculada à Unifesp, realizado em 2019, aponta que a população da Cracolândia é, em sua maioria, composta por homens (68.7%), solteiros (77.6%), com idade média de 35 anos. A maioria (76.6%) declarou ter pele de cor preta ou parda.

Maria Angélica Comis, coordenadora do centro de convivência É de Lei, que atua na região central desde 1998, acrescenta que os homens reproduzem a maneira como agem em outros contextos sociais. "Normalmente, as mães permanecem mais tempo em contato. Na nossa sociedade, é mais comum os pais se afastarem dos filhos quando há uma separação conjugal, por exemplo. Na dependência química, isso não é diferente", completa.

O Google.org, braço filantrópico do Google, anunciou nesta segunda-feira, 21, a doação de US$ 250 mil (equivalente a R$ 1,2 milhão) para ajudar famílias atingidas pelas fortes chuvas em Petrópolis, que deixaram ao menos 176 pessoas mortas, além de pelo menos 930 pessoas desabrigadas.

Diante das operações de busca que continuam na região, a entidade filantrópica do Google irá administrar uma campanha por contribuições de ajuda ao município. Segundo a multinacional, os recursos serão administrados pelo Center for Disaster Philanthropy (Centro Filantrópoco de Desastres, em português), uma organização global especializada na distribuição de doações para organizações sem fins lucrativos que trabalham para apoiar os esforços de socorro e recuperação de cidades.

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Neste momento, 'como ajudar Petrópolis' é um dos termos mais buscados no Google. "Nós nos unimos a essa corrente de ajuda e solidariedade às famílias das vítimas das enchentes e deslizamentos. Continuaremos atentos à situação em Petrópolis e demais regiões do País e seguiremos apoiando os brasileiros e o trabalho das organizações locais por meio da tecnologia, destacando informação útil, relevante e confiável", disse, em nota.

Além da ajuda com recursos financeiros, o Google incluiu Petrópolis na plataforma 'Alerta de SOS', que sinaliza regiões em estado crítico na busca e no Google Maps. Ao pesquisar por "Enchente Petrópolis", por exemplo, é possível encontrar as principais notícias sobre o tema, informações sobre as áreas afetadas, dicas de segurança, contatos e links de autoridades locais.

"Já no Maps, a pessoa pode visualizar as regiões impactadas no momento, inclusive pelo celular - nesse caso, aparecerá um ícone específico no mapa e um card com mais informações sobre a crise, também disponibilizando telefones e sites úteis. Maps inclui atualizações em tempo real, como a situação do trânsito, ruas intransitáveis e caminhos alternativos", acrescentou.

O objetivo principal do sistema é fornecer informações úteis e relevantes para a população afetada pelas fortes chuvas no País. O Google disponibilizou o Alerta de SOS sobre as regiões em estado crítico na Busca e no Google Maps.

Anteriormente, em janeiro, o Alerta de SOS ficou ativo nas regiões atingidas pelas fortes enchentes na Bahia, em Minas Gerais, no Pará e no Tocantins.

A Caixa Econômica Federal paga, nesta quarta-feira (19), a terceira parcela do Auxílio Brasil às famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com o Número de Identificação Social (NIS) final 2.

A terceira parcela incluirá 3 milhões de famílias, aumentando para 17,5 milhões o total de famílias atendidas.

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Cada uma delas receberá um repasse mínimo de R$ 400. De acordo com o Ministério da Cidadania, o investimento total para os pagamentos supera R$ 7,1 bilhões.

Auxílio-gás

O Auxílio-gás também paga hoje - retroativamente - às famílias cadastradas no CadÚnico, com o NIS terminado em 2, e segue o mesmo calendário regular de pagamentos do Auxílio Brasil.

Com duração prevista de cinco anos, o programa beneficiará 5,5 milhões de famílias até o fim de 2026 com o pagamento de 50% do preço médio do botijão de 13 quilos a cada dois meses. Atualmente, a parcela equivale a R$ 52.

Para este ano, o Auxílio Gás tem orçamento de R$ 1,9 bilhão. Só pode fazer parte do programa quem está incluído no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.

Ainda às voltas com as consequências das fortes chuvas que atingiram Minas Gerais, cerca de 80 famílias de Ouro Preto tiveram que deixar suas casas na manhã desta sexta-feira (14). Embora não esteja chovendo na cidade esta manhã, as residências ficam em uma área onde técnicos da Defesa Civil identificaram o risco de deslizamentos devido às condições do solo encharcado.

As casas ficam no bairro Taquaral, de onde outras 25 famílias já tinham sido removidas esta semana. A área fica a poucos quilômetros do Morro da Forca, onde, ontem (13), um deslizamento destruiu dois casarões históricos – um deles, do fim do século XIX. A ocorrência desta quinta-feira não fez vítimas. Ainda assim, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento administrativo para apurar “os evidentes danos ao patrimônio cultural”.

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Alerta

A agente da Defesa Civil municipal Paloma do Carmo Magalhães foi a primeira servidora de órgãos de proteção a chegar ao Morro da Forca, pouco antes do talude vir abaixo. Ela seguia para o trabalho quando um motorista de ônibus a alertou para algo atípico na encosta, na altura da Rua Diogo de Vasconcelos, em frente ao Centro de Artes e Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Próxima ao Terminal de Integração José da Silva Araújo, a área, na região central da cidade, é bastante movimentada.

Com a ajuda do barbeiro Fábio Rogério Alves, que estava abrindo seu salão, e de outras pessoas, Paloma rapidamente interrompeu o tráfego de veículos e de pessoas. “Eles ficaram à distância, alertando as pessoas para não passarem, e eu fiquei próxima à encosta, isolando a área até a guarnição da Guarda Civil chegar e interditar o trânsito completamente”, contou Paloma à Agência Brasil.

Vídeos feitos por pessoas que estavam próximas ao local registraram o momento em que parte do Morro da Forca vem abaixo e destrói os dois casarões, derrubando postes de energia elétrica e deixando a área sem luz. Embora os imóveis atingidos já estivessem embargados desde 2012, quando foram atingidos por um deslizamento de terra, Paloma considera que a atenção e a presteza de alguns cidadãos foi fundamental para que não houvesse nenhuma vítima.

“Isto foi crucial. Como dizemos sempre, a defesa civil é feita por todos. Ao contrário do que alguns costumam dizer, a natureza costuma sim dar sinais [de que algo está para ocorrer]. Felizmente, o motorista e outras pessoas não ignoraram os primeiros avisos e nos alertaram. Infelizmente, houve o prejuízo ao bem cultural, histórico, mas vidas podem ter sido salvas”, acrescentou a agente civil.

Em função do acidente, a circulação de pessoas nas proximidades do centro de convenções e o tráfego de veículos pela Rua Pacífico Homem, no sopé do morro, continuam proibidos. Embora não esteja chovendo, a Defesa Civil alerta para o risco de novas ocorrências em quase toda a cidade. “Com o sol, o solo, que já está muito saturado, tende a se rachar, abrindo fendas. E como há previsão de mais chuvas, pode ocorrer outros deslizamentos”, disse Paloma.

Só em Ouro Preto, até ontem, 200 pessoas desalojadas tinham tido que ser acolhidas na casa de parentes, amigos ou vizinhos. Outras 223 pessoas ficaram desabrigadas, tendo que, em algum momento, ir para abrigos públicos. Também as famílias do Taquaral que estão sendo removidas esta manhã e que não tiverem para onde ir serão levadas para abrigos improvisados em escolas públicas. A cidade também registrou uma das 25 mortes ocorridas no estado em consequência das chuvas - número que não inclui as dez mortes causadas pelo desprendimento de um bloco de pedras do Lago de Furnas, em Capitólio, sobre embarcações turísticas, no último dia 8.

Pesquisa realizada pelo Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) apontou que 84% das famílias com crianças entre 5 e 11 anos de idade no estado de São Paulo pretendem aderir à vacinação infantil contra a Covid-19. A pesquisa ouviu, por telefone, 1,12 mil pais, mães e responsáveis por crianças nessa faixa de idade em todo o estado.

O percentual de famílias que pretende vacinar as crianças é maior na Região Metropolitana de São Paulo, com 87%. No interior do estado, 81% dos pais e responsáveis dizem que levarão os filhos para serem imunizados contra o coronavírus.

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Entre as mulheres, o índice que pretende imunizar as crianças é de 89% e entre os homens, de 76%.

Escolaridade e renda

A adesão à imunização também é maior entre as famílias menos escolarizadas e com menor instrução. Para aqueles com renda de até um salário mínimo, 92% pretendem vacinar as crianças, o mesmo percentual para quem estudou até o ensino fundamental.

Nas famílias que recebem mais de três salários mínimos, 72% pretendem vacinar as crianças contra a Covid-19. Entre aqueles que têm o ensino superior o percentual ficou em 77%.

A grande maioria (91%) dos responsáveis por crianças que estudam em escolas ou creches públicas pretendem aderir a campanha de imunização, índice que cai para 76% para as matriculadas nas redes particulares.

Planejamento

Na quarta-feira (5), o governo federal anunciou a inclusão de crianças de 5 a 11 anos de idade no plano de operacionalização de vacinação contra a covid-19. As primeiras doses de vacinas contra a doença destinadas a crianças de 5 a 11 anos deverão chegar ao Brasil no dia 13 de janeiro. O único imunizante aprovado até o momento pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é o da Pfizer.

As compras de Natal este ano devem ser melhores que em 2020 (de 40,7 para 60,1 pontos), porém ainda com desempenho pior que nos anos anteriores, segundo indica estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE).

A pesquisa analisa a intenção de compra dos consumidores, quanto pretendem gastar com os presentes da ocasião e como devem comprar.

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O dado que chamou a atenção em 2021 foi a desigualdade entre as famílias de menor e maior poder aquisitivo – a diferença de intenção de compras das que ganham até R$ 4.800,00 e as que ganham acima desse valor atingiu 44,4 pontos, o maior resultado da série histórica.

“O indicador que mede a intenção de gastos com compras de Natal mostra que será um período melhor para o comércio do que no ano passado, ainda que as famílias continuem cautelosas em relação ao consumo. Entretanto, isso ainda não é um resultado favorável comparando com anos anteriores. As famílias de mais baixa renda, maior parcela da população, são as mais afetadas. Para elas, o Natal será mais magro. Muitos não irão comprar presentes, e mesmo para aqueles que irão comprar, dizem que gastarão menos”, analisa Viviane Seda, coordenadora das Sondagens do FGV IBRE.

De acordo com os dados, o indicador foi puxado pelo crescimento da proporção de consumidores que pretendem aumentar o gasto com presentes: saltou de 5,5% em 2020 para 15,4%, este ano.

O preço médio dos presentes passou de R$ 104,00 para R$ 106,00, mantendo-se relativamente estável. A maior variação foi entre os consumidores com renda de R$ 2.100 a R$ 4.800, cujo preço médio subiu de R$ 70 (2020) para R$ 85. Já para os consumidores de renda mais baixa, têm o menor valor médio de presentes, cedendo para R$ 59 em 2021. No geral, a prioridade é comprar em loja física.

Viviane esclarece que não é a volta aos hábitos anteriores e sim reflexo da reabertura da atividade econômica. “As vendas online continuam mantendo o padrão adquirido na pandemia. O que ocorre é que com o relaxamento das medidas restritivas, consumidores voltaram a ir às lojas”.

Com informações da assessoria

Com o fim do ano chegando, correntes de solidariedade começam a surgir para levar esperança a famílias em vulnerabilidade social que enfrentam a fome no país. Para ajudar a enfrentar o cenário agravado pela pandemia e crise econômica, em Pernambuco, a Ong Paratodos lançou campanha de Natal para arrecadar mais de mil cestas personalizadas com alimentos, livros e brinquedos. As doações vão até o dia 22 de dezembro. 

Dentre as instituições a serem contempladas com as doações, estão: Lar de Maria, Associação de Apoio à Pessoa com Deficiência e Comunidade São João Batista, em Jaboatão dos Guararapes; o Instituto Dom de Deus, em Vitória de Santo Antão; a Comunidade Quilombola Onze Negras, no Cabo de Santo Agostinho; o Centro Espírita Zita Lustosa (CEZIL) e Projeto Reviver do Centro de Integração Social e Cultural José Cantarelli, em Belém do São Francisco; Amigos no Sertão, no Sertão pernambucano; e o Centro de Integração Social Fraternidade Espírita Francisco Peixoto Lins, a Peixotinho, em Boa Viagem.

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Quem quiser ajudar nas doações, pode fazer PIX, através  do CNPJ da Ong Paratodos: 37.370.455/0001-09 . Para conhecer essas e outras ações da instituição, o doador pode acessar o link do site

Os itens arrecadados serão doados para as instituições parceiras que serão atendidas pela ação de Natal. As entidades serão responsáveis pela montagem dos kits e  distribuição nas comunidades assistidas por elas. “Estabelecemos a meta de pelo menos mais de mil  cestas para o ano de 2021, porque nos reunimos com nossos parceiros e eles apontaram a quantidade almejada. Há muita gente precisando de doações e quanto mais pudermos pulverizar essa distribuição, melhor será. Com essa ação, levaremos cestas básicas, livros e brinquedos do Litoral ao Sertão de Pernambuco. Mais do que nunca precisamos nos unir, para ajudarmos uns aos outros a enfrentar as desigualdades que se agravaram ainda mais por causa da pandemia”, compartilhou a presidente da Ong Paratodos, Marina Maciel.

Da assessoria

Nas ruas do Brooklyn, Laurentino Marín empurra seu pesado carrinho entre as charmosas casas típicas do bairro. Como todas as manhãs, e como milhares de pessoas pobres em Nova York, esse senhor mexicano sai em busca de latas e garrafas de plástico para conseguir alguns dólares.

Frágil e curvado, o homem para em cada escada de pedra, algumas decoradas para o Halloween. Ele estaciona o carrinho, levanta as tampas de lixo e se abaixa com as mãos enluvadas para vasculhar os sacos plásticos.

"Estou procurando latas para me sustentar", afirma em espanhol este outrora agricultor de rosto enrugado de Oaxaca. "Não tenho ajuda, não tem trabalho, é preciso lutar", diz ele aos 80 anos, antes de empurrar seu carrinho cheio de incontáveis latas multicoloridas de refrigerantes e de cerveja.

Laurentino não tem patrão, ele leva o que recolhe para um dos centros de reciclagem da cidade, onde lhe pagam 5 centavos a lata. Em um dia normal, pode ganhar entre 30 e 40 dólares, o que é bem-vindo para ajudar a pagar o aluguel de "$ 1.800" onde ele mora com sua filha que trabalha em uma lavanderia.

Desde 1982, o preço da lata no estado de Nova York é de cinco centavos a unidade sob o regulamento da "Lei da garrafa", que foi aprovada naquele ano para incentivar a reciclagem entre os consumidores.

"Isso teve um impacto realmente positivo... Mas nunca imaginamos que se tornaria uma fonte de renda essencial para tantas famílias", explica Judith Enck, especialista em política ambiental e fundadora de um movimento antipoluição, "Além dos plásticos", que militou para a aprovação da lei e atualmente luta para elevar o preço para 10 centavos.

Em seu site, a Secretaria de Proteção Ambiental também elogia a lei, que só em 2020 permitiu a reciclagem de "5,5 bilhões de embalagens de plástico, vidro e alumínio" dos 8,6 bilhões comercializados em todo o território..

Entre as montanhas de latas e garrafas classificadas, seu diretor, Ryan Castalia, conta que a "diversidade" de perfis que atuam no setor: desde moradores de rua que ganham alguns dólares por dia, "porque recolhem o que encontram", até "quase pequenos empresários", que trabalham em equipe e são capazes de "trazer milhares de latas por dia".

Em média, um catador admitido no Sure We Can ganhava cerca de US$ 18 por dia antes da pandemia.

Todos, nos meses mais difíceis da crise da Covid-19, na primavera de 2020, tiveram que parar, principalmente porque bares e restaurantes foram fechados. "Mas os catadores são extremamente persistentes", diz Ryan Castalia.

"Acreditamos que haverá mais catadores do que nunca. É uma das repercussões econômicas da pandemia", afirma o diretor do Sure We Can.

Desde que seu marido disse a Fahima que eles deveriam vender suas duas filhas para que a família não morresse de fome depois de ser deslocada pela seca no oeste do Afeganistão, sua esposa não parou de chorar.

Farishteh, de seis anos, e Shokriya, de um ano e meio, sorriem com o rosto cheio de lama ao lado da mãe em sua casa de barro coberta com lonas perfuradas, sem saber que foram dadas em troca de dinheiro às famílias de seus futuros maridos, também menores de idade.

Seus compradores pagaram cerca de US$ 3.350 pela mais velha, e US$ 2.800, pela mais nova.

Assim que o valor total for pago, o que pode levar anos, as duas meninas terão de se despedir de seus pais e deste campo para deslocados internos em Qala-i-Naw, capital da província de Badghis, onde a família, originária de um distrito vizinho, encontrou refúgio.

Milhares de famílias deslocadas da região, uma das mais pobres deste país da Ásia Central, vivem esta trágica história. A maioria fugiu da seca que assola suas localidades de origem.

Em acampamentos de refugiados e vilarejos, os jornalistas da AFP identificaram pelo menos 15 famílias forçadas a proceder dessa forma por quantias de US$ 550 a US$ 4.000 para sobreviver.

A prática é generalizada. Os responsáveis pelos acampamentos e aldeias contabilizaram dezenas de casos desde a seca de 2018, um número que aumentou com a de 2021.

A família de Sabehreh, de 25 anos, vizinha de Fahima, pegou comida fiado em uma mercearia. O proprietário ameaçou "prendê-los", se não pagassem.

Para pagar suas dívidas, a família vendeu Zakereh, de três anos, que se casará com Zabiullah, filho do dono da mercearia, de quatro anos. A menina não suspeita de nada. Enquanto isso, o pai de seu futuro marido decidiu esperar até que ela tivesse idade suficiente para levá-la com eles.

"Não estou feliz por ter feito isso, mas não temos nada para comer nem beber (...). Se continuar assim, (também) teremos que vender nossa filha de três meses", desespera-se Sabehreh.

"Muitas pessoas estão vendendo suas filhas", diz outro vizinho, Gul Bibi, que vendeu sua filha Asho, de oito ou nove anos, para um homem de 23 anos, a quem sua família também devia dinheiro.

Bibi teme que esse homem volte do Irã para tirá-la de seu colo. "Sabemos que isso não é certo (...), mas não temos outra opção", resigna-se.

- Calvário interminável -

Em outro acampamento em Qala-i-Naw, Mohammad Assan enxuga as lágrimas enquanto mostra fotos de suas filhas Siana, de nove anos, e Edi Gul, de seis, que partiram com seus respectivos maridos jovens.

"Nunca mais as vimos. Não queríamos fazer isso, mas tínhamos que alimentar as outras crianças", explica Assan.

"As minhas filhas estão certamente melhores lá, com comida", tenta se consolar, antes de mostrar os pedaços de pão que os vizinhos compartilham com sua família, sua única refeição do dia.

Assan, que também tem de pagar pelos cuidados de sua esposa doente, continua endividado. Há poucos dias, começou a procurar um comprador para sua filha de quatro anos.

"Alguns dias fico louca, saio da barraca e não me lembro bem para onde estou indo", disse sua esposa, Dada Gul, sentada na tenda esfarrapada.

É uma provação sem fim para as mães: a decisão de vender sua filha, a espera até sua partida, muitas vezes por anos, até que as filhas tenham 10 ou 12 anos. E, então, a separação.

Rabia, uma viúva de 43 anos também desalojada pela seca, está fazendo o possível para adiar o terrível prazo. Sua filha Habibeh, de 12 anos, vendida por cerca de US$ 550, deveria ter partido há um mês, mas a mulher implorou à família de seu futuro marido que esperasse mais um ano.

"Eu quero ficar com minha mãe", sussurra a adolescente, com olhos tristes.

Rabia compraria sua filha de volta, se ela "tivesse algo para comer e beber".

Mas ela e seus três filhos mal têm do que viver. Seu filho de 11 anos trabalha em uma padaria por meio dólar por dia, e o de 9 anos coleta lixo por 30 centavos.

"Meu coração está partido (...), mas tinha que salvar meus filhos", justifica Rabia.

"Nos acampamentos, você come com alguns centavos por dia, que ganhamos mendigando, ou empurrando um carrinho de mão. Nós nos perguntamos como vamos sobreviver no próximo inverno", lamenta a mãe.

Esses casamentos "se devem a problemas econômicos, não é uma norma imposta" pelo Talibã, ressalta o governador em exercício de Badghis, Malawi Abdul Sattar, em conversa com a AFP.

A idade mínima legal para as meninas se casarem era de 16 anos no governo anterior, antes de o Talibã assumir o poder em agosto.

De acordo com um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) de 2018, 42% das famílias afegãs têm uma filha que se casa antes dos 18 anos. A principal motivação é econômica, porque o casamento é visto, muitas vezes, como um meio de garantir a sobrevivência de uma família.

As meninas que se casam cedo podem, no entanto, ser expostas a sérios riscos: desde um parto complicado até violência doméstica.

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Na manhã desta segunda-feira (18), duas famílias que ocupavam as lojas do térreo do Edifício Holiday, Avenida Conselheiro Aguiar, bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, foram retiradas do local pela Prefeitura do Recife. Desocupado desde 2019 por risco à estrutura, o prédio vinha sofrendo furtos e invasões.

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A secretária de Controle Urbano do Recife, Marta Lima, disse que a movimentação de pessoas aumentava o risco de acidentes e incêndios por conta de gambiarras. Com o início da ação, as famílias deixaram o local sem resistência e disseram que já esperavam o cumprimento da ordem judicial. 

"A questão aqui é salvaguardar as vidas. O prédio estava desocupado e alguns pessoas começaram a ocupar a parte de baixo fazendo estacionamento, passando o dia. Mas moradia mesmo, só identificamos duas famílias e essas pessoas estão sendo encaminhadas para um abrigo", descreveu a secretária.

Outras pessoas também estavam nas dependências, mas não fixaram moradia e deixaram o edifício espontaneamente. Marta acrescenta que eles não quiseram se cadastrar para serem acompanhados pela Assistência Social. 

Os tapumes instalados ao redor do Holiday em 2019 não impediram a entrada de pessoas. Para evitar novas invasões, um bloqueio mais contundente será adotado no térreo. 

"A gente vai demolir todas as construções irregulares que existem no prédio e fechar tudo com alvenaria para evitar que, novamente, essas pessoas possam ocupar o prédio. Então, cada lojinha dessa vai ser fechada com alvenaria e qualquer entrada com prisma de concreto para que a gente possa ter uma visão", anunciou.

A nova estratégia não prevê a inclusão de tapumes para acompanhar a movimentação interna nos arredores.

O segmento revendedor do gás de cozinha avalia como temporário e sem efeitos estruturais o programa da Petrobras que prevê R$ 300 milhões, em 15 meses, para custear o acesso ao produto por uma faixa da população de baixa renda.

"O governo precisa implementar políticas públicas definitivas", diz José Luiz Rocha, presidente da Associação Brasileira de Entidades de Classe das Revendas de Gás LP (Abragás).

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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