Ex-relator do processo que tramita no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados contra o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Fauto Pinato (PRB-SP) pediu, nesta quinta-feira (10), mais transparência ao colegiado. Afastado da relatoria nessa quarta (9), Pinato disse que se for necessário renunciará ao mandato no Conselho para não compactuar com as manobras estabelecidas entre os pares para beneficiar Cunha e postergar a análise do processo contra ele.
Em defesa da sua relatoria, Fausto Pinato afirmou ter recebido o apoio de diversos partidos e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), após ter sido afastado. “Isso mostra que ainda existe esperança. A decisão foi feita monocraticamente e não pela Casa. Podem me tirar a relatoria, e continuo como segundo vice-presidente do Conselho de Ética e tenho mandato. O que me assusta é a falta de coragem de se defender”, reforçou.
##RECOMENDA##O presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), destituiu Pinato após acatar uma decisão da Mesa Diretora da Câmara, comandada por Cunha. Durante uma discussão pelos méritos do afastamento, o deputado Manoel Junior (PMDB-PB) defendeu que a decisão foi pautada pelo Regimento Interna. Para Manoel Junior, não houve interferência indevida no colegiado. Outros parlamentares acusaram Cunha de costurar, nos bastidores, a saída de Pinato.
Já o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) afirmou que há um falso moralismo entre os deputados que querem atribuir todos os problemas da Casa ao presidente Eduardo Cunha. “Quem está rezando para que o Cunha saia, é a presidente Dilma. Aqui tem gente andando por questões éticas. Mas tem muita gente aqui seguindo os interesses do governo”, criticou Marun.