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O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira (4), perante mais de 300 prefeitos, uma lei de urgência para acelerar os reparos de milhares de estabelecimentos comerciais e edifícios danificados durante o surto de violência desencadeado na semana passada pela morte de um jovem pelas mãos da polícia.

Ao receber os prefeitos, o presidente centrista afirmou que estava "prudente" em relação ao risco de uma nova escalada de violência, embora tenha considerado que "o pico que vimos nos últimos dias já passou".

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O encontro ocorreu em um momento em que parece haver uma redução da violência. Na noite de segunda-feira para terça-feira, ocorreram danos em 24 edifícios e 159 carros incendiados. As forças de segurança detiveram 72 pessoas e nenhum agente ficou ferido.

Os distúrbios começaram na noite de terça-feira, 27 de junho, após a morte de Nahel, um jovem de 17 anos que foi baleado à queima-roupa por um policial durante uma abordagem de trânsito em Nanterre, um subúrbio de Paris. Um vídeo registrou o momento dramático.

Desde então, ocorreram incêndios em delegacias, escolas e prefeituras, saques a lojas e lançamento de artefatos explosivos contra as forças de segurança.

E o ataque com um carro durante o fim de semana contra a residência do prefeito de L'Haÿ-les-Roses (ao sul de Paris), o político de direita Vincent Jeanbrun, também deixou evidente a crescente violência enfrentada pelos funcionários públicos.

- Lei de urgência -

Embora a análise do cenário e a resposta sejam complicadas, Macron antecipou aos prefeitos que vai apresentar uma lei de urgência para reparar os danos causados.

O governo também se disse aberto a "cancelar" as cobranças sociais e fiscais dos comércios atacados. A federação francesa de seguradoras France Assureurs informou que foram registrados 5.800 sinistros por pessoas físicas e jurídicas.

Para além dos danos materiais, a classe política continua sem chegar a um consenso sobre as causas e como responder à violência, como constatou Macron durante a reunião com os prefeitos em Paris.

A direita e a extrema direita defendem a linha dura contra os autores dos distúrbios, enquanto a oposição de esquerda também critica o polêmico papel desempenhado pela polícia nas periferias e a situação nestes locais, entre os mais pobres da França.

"A República não tem que se desculpar. Já fez muito por esses bairros", disse o prefeito direitista de Meaux (a nordeste de Paris), Jean-François Copé. Seu colega de Nanterre, Patrick Jarry (esquerda), avaliou que abordar a missão da polícia é "inevitável".

As primeiras propostas evocadas por Macron durante uma visita na noite de segunda aos policiais apontam para a primeira opção. O presidente defendeu "sanções econômicas" às famílias dos jovens que participarem dos distúrbios.

O ministro da Justiça, Éric Dupond-Moretti, lembrou ao Ministério Público a "responsabilidade criminal" daqueles que não exercem a autoridade parental, o que pode resultar em penas de até dois anos de prisão e multa de 30.000 euros (R$ 156.000, na cotação atual).

- 'Resposta repressiva' -

"Se a solução para todos os conflitos sociais é um resposta repressiva do Estado para restabelecer a ordem, muito provavelmente a violência vai continuar aumentando", disse à AFP o sociólogo Denis Merklen, especialista em protestos nos subúrbios.

Este professor da Universidade Sorbonne Nouvelle explicou que, há mais de 40 anos, os moradores destes bairros se sentem "menosprezados" e que, "se não se rebelam, chamam muito pouca atenção da imprensa".

Desde a terça-feira passada, 3.486 pessoas foram detidas; 12.202 veículos, incendiados; 1.105 edifícios, danificados, assim como 209 postos da polícia, ou da gendarmaria, segundo o balanço mais recente do Ministério do Interior.

- 'Coleta da vergonha' -

Um líder da extrema direita organizou uma arrecadação de fundos para o policial que atirou em Nahel, conseguindo mais de 1,5 milhão de euros (R$ 7,8 milhões na cotação atual) até terça-feira à noite.

A iniciativa foi chamada de "coleta da vergonha" por representantes da esquerda, e a família do jovem abatido apresentou uma denúncia contra essa iniciativa.

Outra arrecadação de fundos, destinada à mãe de Nahel, havia conseguido 395.600 euros (cerca de R$ 2 milhões na cotação atual).

A raiva de muitos jovens dos subúrbios já havia explodido em 2005, após a morte de dois adolescentes que fugiam da polícia.

Policiais israelenses e manifestantes palestinos voltaram a se enfrentar nesta quinta-feira (5) na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Leste, no retorno dos fiéis judeus para rezar após a pausa do Ramadã.

A polícia israelense afirmou em um comunicado que "repeliu os desordeiros que atiraram projéteis na Esplanada das Mesquitas" e informou que pelo menos um agente ficou levemente ferido.

A polícia reforçou a presença diante da mesquita de Al Aqsa, que fica na esplanada.

A Esplanada das Mesquitas é o terceiro local sagrado do islã e o local mais sagrado do judaísmo, com o nome de Monte do Templo.

Desde meados de abril, confrontos recorrentes entre policiais israelenses e manifestantes palestinos deixaram quase 300 feridos, em sua grande maioria palestinos, neste complexo localizado em Jerusalém Leste, ocupado desde 1967 por Israel.

Os distúrbios desta quinta-feira acontecem na data do 74º aniversário da criação do Estado de Israel, de acordo com o calendário hebraico, e no dia de retorno dos fiéis judeus ao local depois da pausa durante o mês de jejum muçulmano do Ramadã.

Com base em um acordo tácito entre as diferentes religiões, os não muçulmanos podem comparecer à esplanada, mas sem rezar.

Mas o número crescente de judeus que entram no local e o fato de que alguns rezam de maneira escondida provocam o temor entre os muçulmanos de uma possível mudança de 'status quo'.

Na semana passada, o líder do movimento islamita palestino Hamas na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar, ameaçou Israel com disparos de foguetes a partir deste território palestino em caso de "nova agressão" na mesquita de Al Aqsa, onde as forças de segurança israelenses entraram em abril, o que provocou uma onda de indignação no mundo árabe.

O governo holandês planeja anunciar um reforço das restrições sanitárias para conter o aumento de casos de Covid-19 no país, enquanto a polícia se prepara para novas manifestações e distúrbios.

Em uma coletiva de imprensa marcada para esta sexta-feira (26) à noite, o primeiro-ministro Mark Rutte pode anunciar o fechamento de bares e restaurantes às 17h, em vez das 20h atualmente, de acordo com a imprensa local.

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Um endurecimento das medidas atuais corre o risco de inflamar uma situação já tensa na Holanda.

O país acaba de sair de quatro noites de grande tensão que começaram na última sexta-feira. Os protestos ocorreram em várias cidades, incluindo Rotterdam e Haia.

"Estamos mantendo nossos ouvidos e olhos abertos e nos preparando", disse Gijs van Nimwegen, porta-voz da polícia de Rotterdam. "Vamos torcer para que a situação continue calma, em toda a Holanda e em Rotterdam", acrescentou à AFP.

A Holanda reintroduziu um confinamento parcial na semana passada, com novas restrições sanitárias no setor de restaurantes.

O governo também planeja proibir comparecimento dos não vacinados a determinados lugares, como bares ou restaurantes.

Pelo segundo ano, os fogos de artifício de Ano Novo, que costumam deixar muitos feridos, foram proibidos. O objetivo é não saturar os hospitais.

Entre as medidas, o governo recomenda o teletrabalho e não convidar mais de 4 pessoas em casa.

As manifestações públicas estão proibidas e os jogos de futebol são disputados à porta fechada.

Apesar das medidas, a Holanda, um país com 17 milhões de habitantes, ainda registra mais de 22.000 novas infecções por dia.

Esses números alarmaram o Executivo, que decidiu adiantar em uma semana a coletiva de imprensa do primeiro-ministro.

A equipe de especialistas (OMT, por sua sigla em inglês), que faz recomendações ao governo desde o início da pandemia, rejeita, no entanto, o fechamento de escolas e universidades.

Apesar do aumento dos casos de contágio entre estudantes, a OMT estima que um novo fechamento - como no início da pandemia - pode ser prejudicial para o desenvolvimento de crianças e jovens.

Nas duas últimas coletivas de imprensa dedicadas à epidemia, o primeiro-ministro se concentrou nos confrontos entre a polícia e os manifestantes em Haia.

Na sexta-feira passada, em Rotterdã, um protesto contra as restrições, convocado nas redes sociais, terminou em tumultos, com carros incendiados e feridos, inclusive policiais.

Ao todo, 173 pessoas foram detidas em todo o país desde sexta-feira. Além disso, dois manifestantes foram condenados à prisão por atirar pedras contra a polícia.

Barulho de martelos, furadeiras e serras em ação: essa é a trilha sonora da capital americana dias antes das eleições presidenciais. No fim de semana, um grande número de lojas no centro de Washington protegeu suas vitrines com tábuas de madeira devido ao temor das manifestações que poderiam surgir durante ou depois do dia das eleições, na terça-feira.

Equipes de trabalhadores são vistas a cada esquina, em torno dos edifícios de escritórios no centro da cidade, em um sinal do nervosismo que domina o país com a aproximação da eleição. Em caso de uma disputa acirrada e atrasos nos resultados, alguns temem cenários catastróficos em que os apoiadores de ambos os candidatos saiam às ruas para exigir a retirada do adversário, ou até mesmo peguem em armas.

E o presidente Donald Trump, que busca um segundo mandato, não tranquilizou os ânimos ao se recusar diversas vezes a deixar claro se, caso seja derrotado em 3 de novembro, entregará o cargo pacificamente.

"É melhor prevenir"

Sean Anger, gerente de obras de uma empresa nas proximidades de Maryland, diz que tem estado ocupado construindo barricadas em pelo menos 20 prédios nos últimos dias. Um serviço que custa milhares de dólares.

"Fizemos o mesmo na época dos distúrbios, há alguns meses", lembra ele, enquanto seus colegas pregam grandes painéis que eles confeccionam sob medida para as vitrines. Durante a primavera, grandes manifestações anti-racistas estouraram em Washington e outras cidades dos Estados Unidos, algumas das quais foram marcadas pela violência e resultaram em saques. Muitas das blindagens que estão sendo instaladas agora foram removidas há apenas algumas semanas.

"Tivemos uma janela quebrada na primeira noite dos protestos. Houve danos em toda a rua", lembra Kosta Abatzis, dono de uma loja de roupas masculinas localizada a um quarteirão da Casa Branca.

"Odeio ver isso", diz ele em frente às grandes placas de madeira, "mas é melhor do que ter que passar por todo o processo de trocar" uma janela pela seguradora.

Alexandre Provenzano, proprietário de um salão de cabeleireiro vizinho, também reclama: "Deixamos as tábuas por dois meses e agora vou ter que deixar até janeiro, para a posse (do presidente). É assim que vou passar as festas" de fim de ano.

"É muito difícil trabalhar nestas condições, não dá nem para ver o nome do meu salão", ressalta. No entanto, "é melhor prevenir do que remediar".

"Caos e confusão"

A polícia da capital anunciou o fechamento de ruas em uma ampla área ao redor da Casa Branca nos dias 3 e 4 de novembro. "Sabemos que algumas pessoas gostariam de criar caos e confusão", disse o prefeito de Washington, Muriel Bowser, em coletiva de imprensa na quinta-feira. "Não temos nenhuma informação específica sobre o assunto, mas estamos preparados para manter a cidade segura", afirmou.

Várias organizações já estão com manifestações planejadas. Uma delas, a Shutdown DC, apresentou uma licença para reunir até 10 mil pessoas na praça Black Lives Matter, em frente à Casa Branca, na noite de 3 de novembro. Entre música e discursos, um telão com o resultado das eleições está previsto para o evento.

Mas, prevendo possíveis confrontos, a organização também realizou treinamentos com seus membros, abordando temas como interações com a polícia e outros grupos de manifestantes e técnicas para reduzir a violência.

"Estamos nos preparando há muito tempo", contou Hope Neyer, assessora de imprensa do Shutdown DC, à AFP. "Infelizmente, estamos dispostos a correr riscos porque sabemos a importância deste momento", destacou.

Ao menos 10 policiais ficaram levemente feridos e várias lojas foram saqueadas nos distúrbios registrados na madrugada de domingo na cidade alemã de Stuttgart entre manifestantes e as forças de segurança.

Um político do Partido Social-Democrata, Sascha Binder, descreveu os distúrbios como "cenas dignas de uma guerra civil" e "combates de rua" e pediu esclarecimentos sobre as circunstâncias da violência.

Os incidentes explodiram após uma operação policial sobre um caso de entorpecentes em uma área onde estavam concentrados quase 500 jovens.

Os jovens, muitos com os rostos cobertos, "destruíram viaturas policiais estacionadas e quebraram os vidros com barras de ferro e outros objetos. Também atiraram pedras e tijolos contra outros veículos das forças de segurança", afirma a polícia em um comunicado.

Vinte pessoas foram detidas.

Os agressores quebraram as vitrines das lojas e saquearam algumas, principalmente em uma das principais ruas comerciais da cidade, como mostram vídeos divulgados nas redes sociais.

O canal de televisão público local SWR mencionou uma joalheria, um restaurante de fast food e uma loja de telefones celulares.

Com o envio de reforços, a polícia conseguiu controlar a situação durante a madrugada.

Partidários e opositores da presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, se enfrentaram nesta sexta-feira (12) em Nova York, durante uma visita de dois dias da governante aos Estados Unidos, sob protestos da China.

Os distúrbios aconteceram diante do Grand Hyatt, onde a presidente taiwanesa está hospedada. Os opositores de Tsai, com bandeiras da China, enfrentaram os simpatizantes da presidente taiwanesa.

Tsai está em Nova York antes de uma viagem diplomática por países aliados no Caribe. Taiwan tem um governo que se refugiou na ilha depois que os comunistas assumiram o poder na China em 1949, ao final da guerra civil.

A China considera como parte de seu território a ilha de Taiwan, que não é reconhecida como um Estado independente pela ONU. Pequim ameaça recorrer à força caso Taipé proclame formalmente a independência.

A maioria dos países do mundo não reconhece o governo de Taipé, incluindo os Estados Unidos. Washington reconheceu a China em 1979 e rompeu relações com Taiwan.

Estados Unidos, no entanto, permanecem como o principal fornecedor de armas de Taiwan.

Cinco manifestantes e um soldado morreram na noite de segunda-feira (13) em Cartum, horas depois de uma reunião entre representantes do movimento de protesto no Sudão e os generais no poder, em que foram feitos progressos para avançar em direção a um governo civil.

Os dois lados planejavam continuar nesta terça-feira (14) com as discussões cruciais para o país, pouco mais de um mês depois da queda sob pressão popular do presidente Omar Al Bashir, que esteve no poder por três décadas.

Na manhã desta terça-feira, a situação estava tranquila na capital sudanesa, informaram jornalistas da AFP.

Durante a noite anterior, "elementos não identificados que queriam sabotar as negociações abriram fogo" em frente à sede do exército sudanês, indicaram o Conselho Militar e fontes médicas.

Os sangrentos atos de violência ocorreram após o anúncio do progressos nas negociações para um governo civil no Sudão, que deve substituir o Conselho Militar no poder após a derrubada de Al Bashir em 11 de abril.

As negociações são realizadas em um clima de tensão máxima, já que no domingo à noite os manifestantes bloquearam uma grande artéria da capital, a rua do Nilo, depois de acusarem os militares de terem fechado uma ponte pela qual pretendiam chegar até a sede do governo.

O órgão de supervisão da polícia britânica afirmou nesta quarta-feira que não houve conduta irregular dos agentes que mataram um jovem em Londres em 2011, desencadeando um dos distúrbios mais graves que o país registrou em vários anos.

Mark Duggan, de 29 anos, foi atingido por dois tiros depois que a polícia parou o táxi no qual se deslocava no bairro londrino de Tottenham, como parte de uma operação contra as gangues.

Depois de três anos e meio de investigação, a Comissão independente de denúncias da polícia (IPCC) aceitou a versão de que o policial que disparou pensava que Duggan estava armado (não estava).

A vice-presidente do IPCC, Rachel Cerfontyne, disse que a falta de material audiovisual sobre o incidente torna impossível determinar com exatidão o que ocorreu naquele dia de agosto de 2011.

Cerfontyne recomendou que os veículos policiais camuflados utilizados nestas operações estejam dotados de câmeras, e que todas as comunicações de rádio sejam gravadas.

"Se forem aplicadas, minhas recomendações não apenas encurtariam os processos investigativos, mas também dariam aos investigadores provas incontestáveis, solventes e imediatas", disse.

A morte de Duggan provocou distúrbios em Tottenham que depois se estenderam a outras partes de Londres e a cidades como Manchester e Liverpool, com um saldo de cinco mortos e grandes danos materiais.

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