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A ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber condenou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino por crime de corrupção ativa no processo do mensalão em julgamento pelo tribunal. Momentos antes, a ministra havia condenado o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, atingindo o núcleo político do esquema. A ministra argumentou que não pode haver corrupto sem corruptor.

Ao se referir ao Dirceu, a ministra disse que "existe prova acima de qualquer dúvida razoável" que Delúbio não poderia ser responsabilizado sozinho pelo esquema de compra de votos. Além dos encontros de Dirceu com o empresário Marcos Valério, a ministra citou as vantagens obtidas por Maria Angela Saragoça, ex-mulher de Dirceu, e a viagem de Marcos Valério a Portugal para negociar com empresários a captação de recursos que seriam para o PT.

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A ministra considerou que não havia forma de excluir o ex-presidente do PT José Genoino de responsabilidades no esquema. "Não é crível que, com tantos repasses, ninguém nessas reuniões políticas não mencionasse o assunto", disse, lembrando que Genoino participava de reuniões com partidos aliados.

O advogado José Luiz de Oliveira Lima afirmou que vai apresentar na sexta-feira um novo memorial questionando alguns dos argumentos apresentados pelo relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, para condenar o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. "Irei apresentar um memorial na sexta-feira e vou colocar pontos da defesa e alguns dados referentes ao voto do relator", afirmou.

O defensor do ex-presidente do PT José Genoino, Luiz Fernando Pacheco, fez críticas a Barbosa e comemorou o voto favorável à absolvição proferido pelo revisor, Ricardo Lewandowski. No caso de Genoino, o advogado atacou o relator de forma direta. Foi um voto pobre, não se aprofundou na pessoa do Genoino. Foi um voto 'en passant', como se fosse possível alicerçar uma condenação criminal dessa forma", disse Pacheco, que comemorou a absolvição feita por Lewandowski. "Foi um voto bem estruturado, juridicamente correto, justo e traduz o que afirmamos há sete anos, que há falta de provas para condenar e provas de que ele não praticou os crimes". Defensor de Delúbio Soares, o advogado Arnaldo Malheiros Filho não quis se pronunciar.

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O Supremo Tribunal Federal (STF) segue com o julgamento do mensalão quinta-feira (4) com a continuidade do voto do ministro revisor, Ricardo Lewandowski, nessa etapa em que está em análise o crime de corrupção ativa imputado ao núcleo político do esquema. Ele deixou para quinta apenas a parte referente ao réu José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil.

Após a conclusão do ministro revisor, o ministro relator, Joaquim Barbosa, fará uma réplica. Só depois disso os demais ministros apresentarão os seus votos - Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármem Lúcia, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Ayres Britto.

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Na véspera de começar a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal sob acusação de corrupção ativa, o ex-ministro José Dirceu saiu nesta terça-feira (2) em defesa da participação da presidente Dilma Rousseff na campanha de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo e criticou José Serra (PSDB). Para o petista, o tucano foi "abandonado" pela maioria de seu partido e tornou-se monotemático, pois "só fala do mensalão".

"Serra está perdido. Mesmo abandonado pela maioria de seu partido, isolado e sem força da militância e do voto tradicional, insiste numa propaganda eleitoral velha e no seu bordão preferido, a baixaria e a campanha negativa", afirmou em seu blog.

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Segundo Dirceu, Serra "só fala do mensalão". "Não tem outro assunto. Só se apega a esta questão. Recorreu ao tema até para responder à observação do presidente Lula, de que ele fica correndo de um cargo para outro, abandonando o mandato para o qual se elege para disputar outro, como fez na Prefeitura de São Paulo", disse. O ex-ministro afirmou que a presença de Dilma "confere um novo patamar à campanha" de Haddad. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Na véspera do início do julgamento dos acusados de corrupção ativa no processo do mensalão, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, reiterou a convicção de que "José Dirceu era o grande mentor, o grande líder daquela organização criminosa".

"Continuo absolutamente convencido da participação dele, a prova é mais que abundante, é torrencial em relação ao ministro José Dirceu", afirmou o procurador. Gurgel disse que a condenação dos réus, ao final do julgamento, será "um marco" para a mudança das práticas políticas no País. "Esse comportamento na política dá cadeia, sim. Acredito firmemente que vai ter cadeia, em número bem significativo", afirmou o procurador.

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Dois votos proferidos nesta quinta-feira (27) pelas ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia podem beneficiar diretamente o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, apontado pelo Ministério Público Federal como o chefe da quadrilha que operou o mensalão. As ministras afirmaram que os políticos condenados por corrupção passiva por terem recebido recursos do mensalão não formaram pequenas quadrilhas que se somavam a uma quadrilha maior, como descreveu o Ministério Público na acusação. O entendimento pode também ser repetido para os réus acusados de corrupção ativa, como Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro da legenda Delúbio Soares.

De acordo com um dos ministros do Supremo Tribunal Federal, se a maioria concordar com elas, Dirceu se livraria da acusação de ser o chefe da quadrilha. Além disso, se condenado por corrupção ativa, sua pena seria mais baixa, o que ampliaria as chances de não ter de cumprir a condenação em regime fechado.

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Para Cármen Lúcia e Rosa Weber, só há formação de quadrilha quando um grupo de criminosos se une com o objetivo de praticar indeterminadamente crimes contrários à paz social. O relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandowski, condenaram os réus pelos crimes de formação de quadrilha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O capítulo crucial do mensalão, que começa a ser julgado nesta segunda-feira, não abalou o domingo do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Na iminência de ser condenado como mentor do esquema de compra de apoio político ao governo Lula, o réu não parece tão preocupado com o que lhe reservam os ministros do Supremo Tribunal Federal e, para combater o estresse, divertiu-se com o time do coração, o Corinthians. "Não estou deprimido, pelo contrário. Com a vitória hoje do Timão, estou até feliz", disse neste domingo (16) ao jornalO Estado de S. Paulo, por e-mail, referindo-se ao triunfo corintiano sobre o Palmeiras, por 2 a 0.

A declaração de Dirceu contrasta com informações de que ultimamente andaria deprimido e que, por isso, até estaria tomando calmante.

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Em conversas reservadas, Dirceu avalia que o ritmo do julgamento no STF não é favorável à sua absolvição. Ele comentou com o ex-presidente Lula, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos e o advogado Sigmaringa Seixas, recentemente, que tudo caminha para a sua condenação. Disse que confia na imparcialidade do Supremo, mas, a portas fechadas, afirma que o julgamento é político.

Em reuniões com petistas, Dirceu repete que é preciso cuidar do futuro do PT. O partido enfrenta dificuldades nas eleições das principais capitais. Aos amigos, diz que, se condenado, não resistirá à prisão. Caso esse cenário se confirme, Dirceu quer ser visto como uma espécie de mártir. Na sexta-feira e no sábado, o ex-ministro falou várias vezes com Lula, por telefone. Queria saber se o ex-presidente tinha intenção de responder às declarações atribuídas a Marcos Valério pela revista Veja, apontando Lula como "chefe do mensalão". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A declaração de Dirceu contrasta com informações de que ultimamente andaria deprimido e que, por isso, até estaria tomando calmante.

Em conversas reservadas, Dirceu avalia que o ritmo do julgamento no STF não é favorável à sua absolvição. Ele comentou com o ex-presidente Lula, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos e o advogado Sigmaringa Seixas, recentemente, que tudo caminha para a sua condenação. Disse que confia na imparcialidade do Supremo, mas, a portas fechadas, afirma que o julgamento é político.

Em reuniões com petistas, Dirceu repete que é preciso cuidar do futuro do PT. O partido enfrenta dificuldades nas eleições das principais capitais. Aos amigos, diz que, se condenado, não resistirá à prisão. Caso esse cenário se confirme, Dirceu quer ser visto como uma espécie de mártir. Na sexta-feira e no sábado, o ex-ministro falou várias vezes com Lula, por telefone. Queria saber se o ex-presidente tinha intenção de responder às declarações atribuídas a Marcos Valério pela revista Veja, apontando Lula como "chefe do mensalão". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo


A participação em reuniões com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu serviu de prova para três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) condenarem por gestão fraudulenta a ex-presidente e acionista do Banco Rural Kátia Rabello. A referência, conforme apurou o jornal O Estado de S. Paulo com ministros e advogados, reforça a tese do Ministério Público de que Dirceu era o mentor e chefe do esquema do mensalão.

Os ministros Marco Aurélio Mello, Rosa Weber e Carlos Ayres Britto afirmaram que os encontros de Kátia com Dirceu foram mais um elemento a contribuir para a convicção de que os empréstimos de R$ 32 milhões feitos pelo banco ao PT e às empresas de Marcos Valério, operador do mensalão, eram simulados e foram fundamentais para o esquema. Para eles, o Rural teria interesse em interferir no processo de levantamento da liquidação extrajudicial do Banco Mercantil de Pernambuco. Segundo o Ministério Público, essa medida poderia render R$ 1 bilhão ao Rural.

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Na quinta-feira (6), ao votar, Marco Aurélio usou o encontro com Dirceu para condenar a cúpula do Rural. "Esse contexto é condizente a assentar-se a culpa de Kátia Rabello e (do ex-vice-presidente operacional) José Roberto Salgado, não pelas simples condições que tinham em termo de cargos no banco, mas dos contatos mantidos com Marcos Valério e com o chefe do Gabinete Civil da Presidência da República José Dirceu, outro acusado neste processo."

Lobby

Rosa Weber já tinha citado os encontros na quarta-feira (5). Ela destacou que as reuniões foram marcadas por Valério, que faria "lobby" para o Rural. Por isso, na visão dela, seria "inverossímil" que a cúpula do banco não tivesse conhecimento das fraudes nas operações de crédito. A ministra afirmou que Kátia admitiu que Valério foi responsável pelo agendamento de três reuniões da direção do Rural com Dirceu - a ex-presidente do banco participou de dois desses encontros.

Na quarta-feira (5), o presidente do STF também fez referência indireta às reuniões entre Kátia e Dirceu. Britto observou que isso desmentiria a defesa da ex-presidente de que ela não teria muito conhecimento na área financeira. "Ela teve o total desembaraço ao participar de reunião com um alto dirigente do Partido dos Trabalhadores para tratar da intenção do banco naquela liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco", afirmou Britto. Acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha, Dirceu seria o cérebro do mensalão, segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. O ex-ministro nega os crimes.

Condenações

O STF concluiu o julgamento sobre gestão fraudulenta. Kátia e Salgado foram condenados por unanimidade porque teriam agido de forma deliberada para simular os empréstimos. Foi considerado culpado, por 8 votos a 2, o então diretor de controle interno Vinicius Samarane - ele teria omitido de seus relatórios as irregularidades nas operações. A ex-vice-presidente Ayanna Tenório foi absolvida.

Defensor de Salgado, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos afirmou que os ministros cometeram "muitos enganos de fato". Classificou como "fictício" a cifra de R$ 1 bilhão relativa ao Mercantil de Pernambuco - segundo ele, o Rural recebeu R$ 96 milhões. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

 

Em meio a um clima tenso após a condenação do ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT-SP), a defesa do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) lançou ofensiva final nesta terça, ao enviar ao Supremo Tribunal Federal um memorial que busca desqualificar a acusação do procurador-geral da República Roberto Gurgel. O texto afirma que a Procuradoria Geral da República "se faz de cega", que Gurgel "não confia na consistência de seus próprios argumentos" e que "incide no absurdo de sustentar duas versões antagônicas da mesma causa".

O documento visa a rebater uma petição protocolada por Gurgel no último dia 16, e diz que a PGR "revela verdadeira obsessão em ofender o princípio do contraditório" - em outras palavras, quis alertar que o réu deve sempre ser o último a se manifestar.

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O texto, cujo teor foi antecipado pelo Grupo Estado, passa recado endereçado a alguns ministros do Supremo que já admitiram que não seriam necessárias provas materiais para uma condenação no caso mensalão, o que atinge em cheio a argumentação sustentada até agora pela defesa de Dirceu.

Além do memorial de seis páginas, a defesa de Dirceu enviou aos dez ministros um complemento de 14 folhas rebatendo ponto a ponto o documento derradeiro de Gurgel.

Dirceu tenta se esquivar das acusações de "chefe de quadrilha" sustentadas pelos argumentos de que ele exercia influência sobre as diretrizes do PT enquanto ocupava o cargo de chefe da Casa Civil.

Para isso, joga a responsabilidade no colo do então presidente e do ex-tesoureiro do PT ao resgatar depoimentos que dizem: "José Genoino era de fato o presidente do PT e tinha total autonomia de mando" e "Delúbio Soares exercia o cargo de secretário de finanças do PT com independência e sem qualquer relação com José Dirceu."

No memorial, os criminalistas José Luis Oliveira Lima e Rodrigo Dall'Aqua criticam uma declaração de Gurgel em que ele pede a condenação de Dirceu mesmo por meio de "provas tênues". "Uma análise das provas (...) revela que os elementos probatórios contra José Dirceu não merecem sequer serem tachados de 'tênues', devendo ser classificados como verdadeiramente inexistentes", afirma a petição.

Os advogados ironizaram o trabalho da Procuradoria ao dizer que o último documento de Gurgel apresenta "o peculiar conceito de testemunha de referência". Trata-se de uma reação ao argumento do procurador que considerou que os depoentes apresentados não tinham conhecimento direto dos fatos. A defesa alega que o procurador utiliza trechos de depoimentos que lhe são de interesse para sustentar suas teses e omite outros que as contrariam. Pinçam como exemplo as declarações do ex-deputado Roberto Jefferson, que foram apontadas pela PGR como "todas verdadeiras". Para contrapor, relembram que o pedetista acusava, além de Dirceu, também Luiz Gushiken, que foi inocentado pela própria acusação.

Amigo de José Dirceu, o produtor de cinema Luiz Carlos Barreto conta que o ex-ministro acompanha o julgamento do mensalão "muito bem, levando em conta a carga emocional que esse assunto pode provocar". "Está em paz com a consciência dele. Numa expectativa natural, como qualquer um de nós ficaria. Mas ele é uma pessoa de muito autocontrole".

Barretão e sua mulher, Lucy, estiveram com Dirceu, a namorada, Evanise Santos, e filhas do ex-ministro, pela última vez no dia 19, na casa dele em Vinhedo, no interior paulista. Não sabe dizer se seu estado de espírito mudou com as condenações dessa semana. Talvez o encontre novamente este fim de semana, em São Paulo ou em Vinhedo.

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"Ele está aproveitando esse período para ver muitos filmes, ler, aproveitar Vinhedo, a paisagem bonita. Vimos filmes juntos. Senão seria uma conversa monocórdia só sobre o processo, as expectativas. Está interessado nos problemas do País, nas greves. Ele não tira o Brasil da cabeça, pensa o País o tempo todo. Isso (o julgamento) não ocupa mais de dez minutos de conversa inicial".

O produtor nega que tenha proposto um abaixo-assinado em favor de Dirceu, como chegou a ser divulgado, já que a iniciativa não faria sentido aos olhos do Supremo Tribunal Federal. "Não se muda autos de processo com abaixo-assinado. O que podemos fazer é manifestar solidariedade. Zé Dirceu foi o único que não renunciou, de tanta certeza que tinha de sua não participação". Os dois se conheceram na segunda metade da década de 80, mas se aproximaram mais nos anos 2000.

O procurador geral da República Roberto Gurgel declarou nesta terça que a prova contra o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) no esquema do mensalão "é mais que robusta, ela é contundente".

Nos autos da ação penal 470, Gurgel pede a condenação do ex-ministro por crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha. No último memorial que entregou aos onze ministros do STF, Gurgel elencou 11 depoimentos de testemunhas que indicam o envolvimento de Dirceu no mensalão. Mas não apontou documentos.

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"Eu já havia destacado, em alegações finais e na minha sustentação oral, que em relação a José Dirceu e outros integrantes do núcleo político a prova é essencialmente testemunhal, como sempre ocorre nesse tipo de crime", assinalou Gurgel.

O procurador afirmou não ter dúvidas que o ex-ministro da Casa Civil era um homem muito influente. Ele fez o comentário ao ser indagado sobre reportagem publicada no final de semana pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre as ligações do ex-ministro com o PT e assuntos do partido no período em que ele esteve na Casa Civil. "Sem dúvida nenhuma ele era uma pessoa de grande influência", afirmou.

Ele não admite que a prova baseada em testemunhos torna-se frágil. "De forma alguma, a prova testemunhal tem rigorosamente o mesmo valor das demais provas que o nosso Direito admite. E a prova, como eu tenho dito, ela é mais que robusta, ela é contundente."

Sobre o voto do relator, ministro Joaquim Barbosa, que condenou o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, por desvios de R$ 73 milhões, o procurador-geral foi enfático. "Temos que analisar cada aspecto e ali o que estava em jogo era esse desvio de recursos públicos via Banco do Brasil a partir dos contratos firmados com as empresas de Marcos Valério. Naquele momento era o que estava em jogo. O restante depende da análise de todo o conjunto do esquema criminoso."

O advogado José Luiz Oliveira Lima criticou a denúncia feita pelo Ministério Público no processo do mensalão e disse confiar na absolvição do ex-ministro José Dirceu. Para ele, a afirmação de que Dirceu seria "chefe de quadrilha" não está comprovada nos autos.

"Os autos não demonstram isso. Tenho que me basear nas provas dos autos, não posso ficar no mundo da ilação ou da fala fácil", disse ao chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF) para acompanhar o primeiro dia do julgamento.

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Oliveira Lima afirma não haver provas sobre a compra de votos no Congresso Nacional. "A tese não foi comprovada, não por inércia do Ministério Público, mas porque não há nos autos nenhuma prova contra o ex-ministro José Dirceu. Não é verdade que houve a propalada compra de votos afirmada pelo ex-deputado Roberto Jefferson". O advogado disse acreditar em um julgamento "sereno" e na absolvição de Dirceu.

O ex-ministro José Dirceu quer mais do que uma absolvição no julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal. Se for inocentado, vai cobrar do Congresso sua anistia política para poder voltar a disputar eleições já em 2014.

Como teve seu mandato de deputado federal cassado por causa do envolvimento no escândalo e acabou perdendo os direitos políticos, o petista só poderia voltar a se candidatar a partir de 2015. A tese da anistia pode beneficiar também Roberto Jefferson (PTB) e Pedro Corrêa (PP), que também perderam seus mandatos na esteira do escândalo.

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A pretensão de pedir a anistia para voltar à vida pública não é escondida pelo petista. "A anistia é um desejo, mas não há nenhum plano concreto", afirma a assessoria de Dirceu, ressaltando que seu foco, no momento, é o julgamento no STF. Aliados, porém, já definem o desejo como um "direito" do colega.

"Se fosse ele, eu pleitearia. Se eu saio inocentado num processo como esse, por que teria de continuar com os direitos políticos cassados?", questiona o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP). "Se eu dissesse que o Zé não gostaria de voltar, estaria mentindo, até com a Presidência da República ele sonha, o que é legítimo para qualquer dirigente político", complementa Devanir.

Na Câmara, já está em tramitação um projeto pedindo a anistia dos três cassados no escândalo do mensalão. De autoria do ex-deputado Ernandes Amorim (PTB-RO), a proposta argumenta que a pena é injusta porque outros parlamentares mencionados no esquema foram absolvidos. O projeto chegou a ser incluído na pauta da Comissão de Constituição e Justiça em novembro de 2011, quando João Paulo Cunha (PT-SP) presidia o colegiado. Cunha também é réu no STF, mas foi absolvido pelos pares em plenário. Ele acabou retirando a proposta da pauta.

Dirceu, porém, quer um projeto novo e exclusivo. Para ele, a absolvição no Supremo precisa ser o motivo para a anistia e não a comparação com outros envolvidos no escândalo que foram poupados pelo Congresso. O ex-ministro ainda não teria decidido que cargo gostaria de disputar em 2014, mas tem manifestado pouca vontade de voltar à Câmara dos Deputados.

A base governista hoje é maior do que na época do julgamento político do ex-ministro. A oposição não chega a 100 dos 513 deputados. Para conceder o "perdão político", é preciso maioria simples na Câmara e no Senado para aprovar um projeto de lei.

Para a oposição, a volta dos cassados antes de 2015 à cena política é "sonho de uma noite de verão". O deputado federal Bruno Araújo, líder do PSDB na Câmara, afirma que se este ou outro projeto de lei parecido aparecerem na pauta, os tucanos não só votarão contra, como se mobilizarão "para combater esse tipo de abuso, que não tem caráter coletivo, apenas individual" As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A defesa de José Dirceu de Oliveira e Silva, personagem central do mensalão, vai sustentar na tribuna do Supremo Tribunal Federal (STF) que "a história foi montada por Roberto Jefferson" e que o esquema de compra de apoio parlamentar "não existiu". A apenas três dias do início do julgamento, José Luís Oliveira Lima, criminalista, defensor do ex-ministro, mira Roberto Jefferson, ex-deputado do PTB, autor da denúncia que levou à cassação de Dirceu.

A Procuradoria-Geral da República classifica o ex-chefe da Casa Civil no governo Lula de principal articulador da engrenagem do mensalão, "sofisticada organização criminosa". Oliveira Lima não perde a serenidade quando indagado sobre o desafio que o espera. As próximas horas ele passará debruçado, como já o fez no fim de semana, sobre os autos da ação penal 470. Aqui e ali, rastreia atalhos para fustigar a denúncia do Ministério Público Federal, que formalmente atribui a Dirceu formação de quadrilha e corrupção ativa.

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"Foram mais de 500 depoimentos, nenhuma testemunha confirma as acusações levantadas por Roberto Jefferson", assinala o advogado, que desembarca em Brasília na quarta-feira para sua missão mais delicada.

Em alegações finais, Oliveira Lima rechaçou o libelo da procuradoria contra seu cliente. "Derrubando cada um dos indícios brandidos pela denúncia, a prova judicial assegurou que José Dirceu se dedicava exclusivamente ao governo, não comandava os atos dos dirigentes do PT, não tinha controle nem ciência das atividades de Delúbio Soares, não decidia nomeações e não mantinha vínculo com Marcos Valério."

Nesse documento, da página 113 e até a 144, um capítulo só para golpear Jefferson. "As contradições e as inconsistências nas manifestações de Roberto Jefferson sobre a imaginada compra de votos são incontáveis e se agravam ainda mais quando se referem à suposta participação de José Dirceu. Provou-se nesta ação penal que Roberto Jefferson estava acuado e no foco de investigações no exato momento em que formulou a acusação de compra de votos."

Na sexta-feira, dia 3, os ministros do Supremo e o País vão ouvir o criminalista em sua manifestação na Corte. A ele caberá a primeira da longa série de sustentações orais. Dele e de seus argumentos depende o destino de José Dirceu. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Discursando para uma plateia de centenas de militantes no 2º Congresso da Juventude do PT, em Brasília, o ex-ministro da Casa Civil, deputado cassado e réu no processo do mensalão José Dirceu criticou o que chamou de "luta moralista contra a corrupção". Ele foi homenageado pelos organizadores com uma camiseta em que aparece sua imagem, a frase "contra o golpe das elites" e a palavra "inocente". O julgamento do processo do mensalão pode acontecer no próximo ano.

Para criticar os movimentos que tem cobrado combate à corrupção, o ex-ministro afirmou que ações semelhantes levaram às eleições de Jânio Quadros e Fernando Collor para a presidência da República. "Nossa luta tem que remontar o passado. Nas duas vezes em que houve lutas moralistas contra a corrupção deu no Jânio e no Collor, um renunciou e o outro sofreu impeachment".

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Para ele, a intenção das denúncias é somente atacar o governo. "Nesse momento o que pretende construir é isso, a pretexto de combater a corrupção". Na visão de Dirceu, a pressão que é feita sobre os ministros não é a mesma em relação a escândalos em São Paulo, onde o PSDB está a frente da administração. "Quando dizem que tem de responsabilizar o ministro e o partido por problemas no ministério, então tem que se responsabilizar o PSDB, o Geraldo Alckmin e o José Serra pelo escândalo das emendas em São Paulo".

Logo no início de sua exposição, de cerca de 30 minutos, Dirceu falou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em tratamento de um câncer na laringe. "Vamos enviar energia e força para o companheiro Lula para que ele saiba que estamos ao lado dele e ele está conosco".

O ex-ministro valorizou as ações do governo Dilma Rousseff como a aprovação da Comissão da Verdade e do fim do sigilo eterno de documentos, mas destacou que é preciso avançar nas áreas de transporte público, cultura e educação. "Enquanto professores e professoras ganharem R$ 1,2 mil de salário, alguma coisa está muito errada no Brasil". Segundo ele, as eleições ganhas pelo PT foram "sem o apoio das elites e dos meios de comunicação". Afirmou que cabe ao PT discutir a regulamentação da mídia e as reformas políticas e tributárias. Disse ainda que os que reclamam da política de alianças do governo precisam trabalhar para fortalecer os partidos de esquerda no país.

Já no fim de sua fala, Dirceu fez questão de mencionar o ex-ministro do Esporte Orlando Silva, que deixou a função em meio a denúncias de desvios de recursos na pasta. Enviou uma mensagem de "ânimo, força e afeto" ao ex-ministro que, na visão de Dirceu, representava muito bem a juventude no governo.

Após o discurso, o secretário nacional da juventude do PT, Valdemir Pascoal, entregou a Dirceu a camiseta em apoio a ele. "Não aceitamos golpe. A juventude do PT está aqui para dizer que é tudo mentira", disse Pascoal referindo-se as denúncias contra o ex-ministro.

Em mais um movimento para retomar o controle do governo, abalado pela maior crise desde que tomou posse, o governador Agnelo Queiroz ampliou o espaço do PT ligado ao ex-ministro José Dirceu na equipe e designou o sindicalista Jacques Pena para a Presidência do Banco de Brasília (BRB). Petista de carteirinha, egresso do Banco do Brasil, ele vai tomar conta da chave do cofre do governo, cujo orçamento, de cerca de R$ 25 bilhões anuais, é todo centralizado no banco.

Principal provedor de serviços bancários da administração direta e das empresas públicas do DF, o BRB centraliza ainda o recebimento de todos os impostos, multas e taxas locais, como IPTU e IPVA. Mais da metade do orçamento do governo circula pelas contas dos 250 mil servidores ativos e inativos do GDF.

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Pena é ligado ao Construindo um Novo Brasil, corrente mais forte do partido, que tem como maior expoente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e entre seus caciques Dirceu, que comanda, em nível nacional, uma operação de socorro ao governador, alvo de denúncias de recebimento de propina quando foi ministro do Esporte (2003-2006) e diretor da Anvisa (2007-2010). Em Brasília, a corrente é comandada pelo próprio Agnelo e pelo deputado distrital Chico Vigilante.

Espécie de coringa do governo, Pena substituirá um técnico, Edmilson Gama, da Caixa Econômica Federal, que sai desgastado por resistir às tentativas de aparelhamento político do banco. A última delas foi protagonizada, em agosto, pelo policial militar João Dias, delator do esquema de propina que derrubou o ministro do Esporte, Orlando Silva.

Dias teve rejeitadas as contas de convênios, no valor de R$ 3,4 milhões, assinados com duas ONGs que ele dirige - uma federação e uma associação de kung-fu. Para saldar a dívida, cobrada pelo Ministério, o policial indicou um afilhado, Manoel Tavares, como diretor da corretora de seguros do BRB. A corretora fatura mais de R$ 400 milhões ao ano e 5% desse montante, cerca de R$ 20 milhões, são distribuídos entre dirigentes da instituição mediante critérios pouco transparentes.

Dias esperava, com isso, drenar uma fatia da comissão que corre solta pelos diretores e assim liquidar a dívida com o Ministério. Gama vetou o esquema e demitiu Tavares, que ficou apenas uma semana no cargo. O policial foi à forra e tornou público o escândalo dos convênios do programa Segundo Tempo.

Pena começou como secretário do Gabinete Civil, ponto nevrálgico do governo. Em março, foi deslocado para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Foco frequente de denúncias de desvio de recursos para financiamento de campanhas eleitorais, o BRB foi alvo de auditorias do Banco Central e esteve a um passo de ser vendido ao Banco do Brasil no governo José Roberto Arruda (ex-DEM), afastado e preso em 2010, durante a operação Caixa de Pandora.

Recentemente o banco recuperou-se e registrou lucro nos últimos dois semestres. Ouvido pelo Grupo Estado, Pena disse que a venda do banco está totalmente fora da agenda do atual governo e prometeu uma gestão "com os seguintes atributos: moralização, seriedade e profissionalismo, rigor técnico e competência". Prometeu ainda desenvolver um trabalho livre de ingerências políticas e sanar os esquemas que sangraram as finanças do banco nos governos anteriores.

A blindagem do governador tem o aval do Palácio do Planalto e envolvimento direto da cúpula do PT. Na quinta-feira, a Comissão Executiva Nacional do partido divulgou resolução convocando a militância a se engajar na defesa de Agnelo. Em nota, o partido explica que Brasília foi alvo de esquemas de corrupção e que Agnelo é vítima da retaliações. "Os operadores e beneficiários desta corrupção sistêmica são os responsáveis pela campanha difamatória contra o governador, nosso governo e nosso Partido", enfatiza. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sob fogos de artifício e prestigiado por "estrelas" petistas, como o ex-ministro José Dirceu e o deputado Rui Falcão, presidente nacional do partido, o governador Agnelo Queiroz (PT) comemorou ontem, numa churrascaria, seu aniversário de 53 anos. O evento, que teve a presença de dirigentes de 14 partidos da base aliada, serviu de desagravo a Agnelo, alvo de pedidos de impeachment e abertura de CPIs por denúncias de corrupção e desvio de dinheiro público.

Mais de mil militantes compareceram à festa, que se prolongou até altas horas e abarrotou o salão, com capacidade para 600 pessoas. Embora o cardápio fosse churrasco com arroz, os cartazes sugeriam pizza. Houve saudações do presidente da Câmara Distrital, deputado Cabo Patrício (PT), com faixas de "parabéns, companheiro". À tarde, a Casa havia arquivado dois pedidos de abertura de CPI e até a convocação de testemunhas para depor.

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Agnelo, que foi ministro do Esporte de 2003 a 2006, é acusado de envolvimento em irregularidades do Programa Segundo Tempo que derrubaram o ministro Orlando Silva e de receber propina de uma indústria farmacêutica quando foi diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de 2007 a 2010. O lobista Daniel Tavares entregou à Polícia Federal (PF) o extrato de um depósito de R$ 5 mil na conta do governador e um áudio em que confessa que entregava propina regularmente a Agnelo.

Para Dirceu, foi tudo armação da oposição e a crise está superada, após o recuo do lobista, que disse ter sido subornado para denunciar Agnelo. "Que crise?", indagou o ex-ministro, réu no processo do escândalo do mensalão petista, que corre no Supremo Tribunal Federal (STF). "É denúncia vazia, desmoralizada, de um denunciante que voltou atrás", enfatizou. Para ele, governo do DF retornou aos trilhos. "Era tudo uma patacoada de derrotados".

O público retribuiu o apoio do ex-ministro com o brado que mais o agrada: "Dirceu/ guerreiro/ do povo brasileiro". Para agradar Agnelo, os militantes, na falta de uma rima original, apelaram para um jingle da seleção brasileira: "A copa do mundo é nossa/ Com o Agnelo/ Não há quem possa!".

Oradores se revezaram em discursos triunfalistas. "Acabou seu inferno astral, companheiro", bradou o deputado Chico Vigilante (PT), líder da tropa de choque que blinda o governador na Câmara Distrital. Rui Falcão lembrou que sua presença simbolizava "a solidariedade integral do PT do Brasil inteiro" a Agnelo. "Não nos acuarão com calúnias e mentiras torpes. Eles nos atacam de forma covarde, protegidos pelo anonimato. Você age à luz do dia, de forma transparente", disse o dirigente petista.

Animado, Agnelo comparou-se a Juscelino Kubitschek que, conforme destacou, também foi alvo de calúnias e difamações. "Isso nada mais é que uma mentira da UDN do passado, repetida pela direita do presente", afirmou. "Acham que destruindo a imagem das pessoas, nivelam todos por baixo e assim podem voltar ao poder. Mas nesse caso, foi desmascarada a testemunha comprada".

O governador começou o discurso saudando o vice, Tadeu Filipelli (PMDB), o maior beneficiário de uma eventual derrocada do titular. E reafirmou seu compromisso com uma mudança radical no modo de governar Brasília. "Hoje a cidade está em outro patamar, tem uma agenda positiva com a Copa e os grandes eventos que ocorrerão nos próximos cinco anos", disse. "Tudo dentro da legalidade, ética e compromisso público."

Ele afirmou ainda que, em dez meses de governo, não houve um só escândalo ou denúncia contra seu governo, insinuando que os problemas com a Justiça são coisa do passado. O que ocorre agora seria fruto de revanche sórdida da oposição de extrema direita. "O nosso rigor em investigar as maracutaias do passado incomoda. Daí os ataques para desestabilizar o governo. Não vamos abrir mão um milímetro do caminho que adotamos para a cidade", afirmou.

O ex-ministro-chefe da Casa Civil e deputado federal cassado José Dirceu disse que não se opõe à participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na Comissão da Verdade, mas acredita que o tucano não estaria disposto a abrir mão de sua agenda para atuar no grupo. "Não vejo nenhuma oposição, ele tem todas as condições, mas não é o caso de se colocar um ex-presidente da República numa comissão que vai ter um trabalho que ele não pode fazer porque ele tem outras funções. Não vejo nenhuma razão para vetar nenhum nome, inclusive o dele", disse durante palestra para sindicalistas na Força Sindical, em São Paulo.

Dirceu também se colocou à disposição da presidente Dilma Rousseff para colaborar com os trabalhos da comissão. "Vou estar às ordens, vou sempre colaborar", afirmou.

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Para o ex-ministro, o volume de documentos a serem analisados (cerca de 26 milhões de documentos) pela comissão vai exigir o apoio de centenas de pessoas, principalmente pesquisadores, sindicatos e ONGs. O texto aprovado prevê que a comissão terá sete integrantes, indicados pela presidente, e apenas 14 assessores. Ele defendeu que a comissão também receba recursos fora do orçamento da União. "O orçamento não precisa ser só público, pode ter orçamento de fundações, doações. Pode-se mobilizar milhares de pessoas para trabalhar, como vai acontecer", previu.

Na opinião de Dirceu, a comissão, que investigará as violações aos direitos humanos entre 1946 e 1988, deve se ater apenas ao período do regime militar. "Ninguém vai discutir antes de 64, qual o interesse? O interesse de todos nós é a verdade durante a ditadura militar", reforçou.

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