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A votação dos destaques à proposta do Estatuto da Família (PL 6583/13) pela comissão especial que analisa a matéria foi adiada, nesta quinta-feira (1º), devido ao início das votações no Plenário da Câmara. Na reunião da quinta-feira passada (24), foi aprovado o substitutivo do deputado Diego Garcia (PHS-PR), que reconhece a família como sendo o núcleo formado a partir da união entre um homem e uma mulher. Na reunião desta manhã, estava prevista a votação de quatro destaques ao texto.

No entanto, a apreciação desses destaques não chegou a ser iniciada, porque a deputada Erika Kokay (PT-DF) pediu a discussão da ata da sessão passada. O debate sobre a ata durou cerca de uma hora e meia e foi interrompido pelo início da Ordem do Dia do Plenário. O projeto, de autoria do deputado federal Anderson Ferreira (PR), poderá seguir diretamente para o Senado após a votação dos destaques, a menos que haja algum recurso para análise da matéria pelo Plenário da Câmara.

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Kokay afirmou que o texto da ata não retrata o que acontece na comissão. Segundo a deputada, ao aprovar o Estatuto da Família, o Parlamento vai excluir mais de 50% dos arranjos familiares da sociedade brasileira. “Este estatuto não defende a família. Defender a família é defender as diversas famílias”, disse.

Já o deputado Glauber Braga (PSol-RJ) questionou se os deputados do PSDB mantêm, na ata, suas posições em relação ao estatuto, diante de nota do segmento do partido 'Diversidade Tucana' que considera que o projeto aprovado não representa os valores expressos no estatuto do partido e pela história do PSDB. Os deputados Pastor Eurico (PSB-PE) e Elizeu Dionizio (SD-MS) apontaram que não cabe ao deputado Glauber ser “corregedor de outros partidos”.

Constituição

O deputado Evandro Gussi (PV-SP), por sua vez, afirmou que rechaça o preconceito e a violência contra os homossexuais e contra qualquer pessoa. “Mas estamos tratando na comissão de outra coisa. Estamos tentando regular o texto constitucional”, disse. “A Constituição reconhece que a procriação da espécie humana depende de relações entre homens e mulheres”, completou.

O artigo 226 da Constituição diz que a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. E, que, para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar. Decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu, em 2011, a união estável para casais do mesmo sexo.

O deputado João Campos (PSDB-GO) apontou que a decisão do Supremo não está transcrita no projeto de lei, mas não perde o valor por isso. “A decisão teve consequências e deve ser respeitada”, ressaltou. Ele acrescentou que a nota da 'Diversidade Tucana' fomenta as discussões dentro do partido sobre o tema.

Destaques

Foram apresentados quatro destaques ao texto. O primeiro, da deputada Maria do Rosário (PT-RS), pede que seja votado separadamente do texto principal o artigo 2º do substitutivo, segundo o qual “reconhece-se como família, base da sociedade, credora de especial proteção, em conformidade com o art. 226 da Constituição, a entidade familiar formada a partir da união de um homem e de uma mulher, por meio de casamento ou de união estável, e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus filhos”.

Já o deputado Glauber Braga pediu a votação em separado da emenda do deputado Bacelar (PTN-BA), que modifica o artigo 2º e define entidade familiar como “núcleo social formado por duas ou mais pessoas unidas por laços sanguíneos ou afetivos, originados pelo casamento, união estável ou afinidade”.

Outro destaque, da deputada Erika Kokay, pede a votação, em separado, do artigo 9º, que diz que os pais têm direito a que seus filhos recebam a educação moral, sexual e religiosa que esteja em acordo com as convicções estabelecidas no âmbito familiar.

Kokay também apresentou destaque pedindo a votação, separadamente, do artigo 3º, segundo o qual é dever do Estado, da sociedade e do Poder Público em todos os níveis assegurar à entidade familiar a efetivação do direito à vida desde a concepção, à saúde, à alimentação, à moradia, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania e à convivência comunitária.

O deputado Alan Rick (PRB-AC) ressaltou que o substitutivo “protege a sociedade do aborto”.

*Com informações da Agência Câmara

Um dos temas polêmicos em discussão na Câmara dos Deputados, o Estatuto da Família será assunto de discussão, nesta terça-feira (8), de um videochat. O relator do projeto, deputado Diego Garcia (PHS-PR), vai responder a perguntas de internautas ao vivo. O chat, agendado para às 11h, comporta até 150 participações simultâneas e será transmitido ao vivo no portal da Câmara.

Para participar do debate, basta acessar a sala de bate-papo a respeito do tema disponível na página da Câmara. As perguntas também poderão ser encaminhadas pelo Disque-Câmara (0800 619 619) ou nos comentários na página oficial da Casa no Facebook. 

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Durante o bate-papo desta terça, os internautas poderão enviar sugestões, comentários e esclarecer dúvidas com o relator sobre a proposta, que tem o apoio de parlamentares religiosos, sobretudo evangélicos, mas é considerada inconstitucional por outros sob o argumento de que não contempla outros modelos de união.

Conceito de família

O relatório final, apresentado por Garcia no último dia 2 na comissão especial que analisa o tema, mantém como conceito básico de família “a união de um homem e de uma mulher, por meio de casamento ou de união estável, e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus filhos". Deputados contrários ao texto, como Erika Kokay (PT-DF), se mobilizam na tentativa de derrubá-lo na comissão especial – ainda não há data marcada para votação.

O parecer do relator trata ainda de direitos da família e das diretrizes das ações governamentais voltadas para o apoio à "entidade familiar". Entre outras medidas, o substitutivo de Diego Garcia cria os Conselhos da Família, órgãos permanentes e autônomos, com poder para auxiliar na elaboração de políticas públicas, além de acompanhar e fiscalizar sua implementação.

"Procuramos basear o relatório naquilo que já está presente na Constituição. A proposta não exclui ninguém e valoriza a família, base da sociedade, que necessita de uma especial proteção”, disse o relator. “A sociedade espera que nós, parlamentares, não sejamos omissos para que o tema não passe simplesmente pela decisão de poucos homens, no Supremo Tribunal Federal”, completou. Em 2011, o Supremo reconheceu a união homoafetiva, equiparando as relações entre pessoas do mesmo sexo às uniões entre homens e mulheres.

Outros tipos de união

Para atender a outros tipos de união, como entre irmãos e amigos, "sem conexão com a procriação ou a criação da família", Garcia defende o que ele chama de "parceria vital".

Essa alternativa, no entanto, deveria tramitar separada da proposta de Estatuto da Família na avaliação do relator. "São pessoas que também necessitam ter direitos. Eu estou trazendo isso para que o Congresso possa fazer uma nova discussão a respeito desses novos agrupamentos humanos que estão surgindo, na medida em que a sociedade vai avançado. Mas esse projeto específico [estatuto] trata da família, base da sociedade".

*Com informações da Agência Câmara

O relator da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa o Estatuto da Família, deputado Diego Garcia (PHS-PR), apresentou nesta quarta, 2, seu relatório no qual estabelece como conceito básico de família "a união de um homem e de uma mulher, por meio de casamento ou de união estável, e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus filhos". Exclui-se, portanto, o conceito de que uma família possa ser formada por pais homossexuais.

Segundo Garcia, o texto está "alinhado aos preceitos constitucionais e valores morais e éticos de nossa sociedade, com o fim de garantir direitos e o desenvolvimento de políticas públicas para a valorização da família". O documento também cria os "Conselhos da Família", que serão órgãos responsáveis pela execução de políticas públicas referentes aos direitos da família. Após a leitura do texto, o relator foi aplaudido na comissão, formada majoritariamente por parlamentares da Frente Parlamentar Evangélica.

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O relatório diz que "nem toda associação humana é base da sociedade e nem toda relação fará jus à especial proteção, ainda que toda comunidade, se não contrária ao bem comum ou à lei, deva ser respeitada e faça jus à tutela geral do Estado".

No texto, ele defende a competência do Legislativo para legislar sobre o assunto. "Trata-se de competência do Congresso Nacional regulamentar, para maior eficácia, a especial proteção constitucionalmente garantida à família. O estatuto vem para colocar a família, base da sociedade, credora de especial proteção, no plano das políticas públicas de modo sistemático e organizado, como até então não se fizera. Nada impede que os cidadãos, mediante seus representantes políticos, advoguem pela inclusão de novos benefícios a outras categorias de relacionamento, mediante argumentos que possam harmonizar-se à razão pública", afirma o relator.

O deputado até chega a abordar as uniões homoafetivas, mas desvinculando-as do conceito de família. Para tanto, ele cria uma nova denominação, batizada de "parceria vital", que seria o "enlace entre duas pessoas". Essa parceria não constituiria uma família e não teria conexão com a procriação. Serviria apenas para garantir direitos previdenciários.

Para ele, porém, o texto não reforça a homofobia. "O projeto de lei não exclui ninguém, ele valoriza a família, base da sociedade, e cria algo inovador, porque, desde 1988, o Congresso Nacional vinha se calando, se omitindo a respeito da família. E hoje estamos dando um grande avanço com essa discussão", disse.

A proposta é de autoria do deputado Anderson Ferreira (PR-PE) e tramita na Casa desde 2013. Neste ano, porém, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu criar uma comissão especial para tratar do assunto, o que, na prática, faz acelerar sua tramitação.

Após a apresentação, a deputada Erika Kokay (PT-DF) classificou seu teor como "homofóbico". "O parecer é uma construção de profunda homofobia, de falta de sensibilidade. É uma tentativa desesperada do segmento fundamentalista de construir uma peça para se contrapor ao Supremo Tribunal Federal", afirmou a deputada. Ela se referia à decisão do STF que em maio de 2011 reconheceu a constitucionalidade da união homoafetiva.

Como foi aberto prazo regimental de cinco sessões para a apresentação de emendas, a petista disse que pode apresentar um voto em separado ou tentar levar o tema para o plenário da Câmara, e não da comissão especial, decidir. "É um retrocesso e talvez nem seja passível de ser emendado. Vamos utilizar todos os instrumentos legislativos possíveis para que possamos impedir a institucionalização da homofobia através deste projeto e o retrocesso em direitos de vários segmentos da sociedade", declarou.

Segundo ela, o texto é um absurdo. "Não dá para menosprezar o absurdo. Muitas vezes, o absurdo é tão nítido, é tão concreto, que a tendência é que você possa menosprezá-lo. Não dá para menosprezar o absurdo porque o absurdo, tem razão Nelson Rodrigues, está literalmente perdendo a modéstia. Este parecer é uma prova inconteste disso."

O Portomídia recebe, nesta terça (7), o diretor de fotografia mexicano Diego garcia, para a primeira edição da Sessão Aberta. O projeto vai promover uma série de encontros e conversas com produtores e realizadores que desenvolvem projetos nos laboratórios do centro de empreendedorismo e tecnologias de economia criativa. O objetivo é ligar estes profissionais ao público interessado. 

A Sessão Aberta é gratuita e as vagas serão preenchidas por ordem de chegada. Quebrando o formato engessado de palestra, os bate-papos acontecerão sempre no horário do happy hour. Neles, os realizadores apresentarão seus trabalhos e conversarão de forma mais informal com os participantes sobre as linguagens trabalhadas pelo Portomídia como cinema, fotografia, música, games e projetos multimídia.

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Primeiro a participar do projeto, o diretor de fotografia Diego Garcia, do México, está atualmente trabalhando na pós produção do longa Valeu Boi, do cineasta pernambucano Gabriel Mascaro. Ele também participou de outros projetos que lhe renderam reconhecimento internacional, como a direção de fotografia de Love in Khon Kaen, do diretor Apichatpong Weerasethaku, e Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas, vencedor da palma de ouro em Cannes, em 2010. 

Serviço

Sessão Aberta com o diretor de fotografia Diego Garcia (México)

Terça (7) | 18h30

Portomídia (Rua do Apolo, 181 - Bairro do Recife)

Gratuito

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