A série de falsos alarmes de bombas, que evacuou mais de 100 mil pessoas em vários lugares públicos de Moscou na última semana, pode ter sido causada por conservadores ortodoxos que se opõem à distribuição do filme "Matilda" nos cinemas russos.
Na mesma semana em que as ameças simultâneas ocorreram, as autoridades religiosas da Federação Russa já haviam lançado uma campanha de protesto para bloquear o lançamento do longa. Foram organizadas manifestações nas principais cidades do país, inclusive algumas salas de cinema foram alvos de ameaças por parte de ativistas.
##RECOMENDA##O filme, dirigido por Alexei Uchitel, conta a história do romance entre Nicolau II, o último dos czares, considerado como um mártir pela Igreja Ortodoxa, e a bailarina Matilda Kshesinskaya. Ele é baseado nas memórias da artista.
Segundo a produtora de "Matilda", a distribuidora Karo recebeu uma carta do grupo radical Ortodoxo Estado Cristão em protesto pela estreia do filme. No entanto, de acordo o líder do grupo, Alexander Kalinin, eles "não têm nada a ver com essa ação".
No texto, "alguns meninos" o informaram que "há métodos muito mais eficazes do que incêndios criminosos" para convencer os distribuidores a boicotarem o filme. Os autores da carta ainda afirmaram que com os alertas teria sido possível "desetabilizar toda a infra-estrutura da Rússa apenas com chamadas telefônicas".
Na última quarta-feira (13), a polícia russa evacuou vários centros comerciais, shoppings, estações ferroviáris e universidades, após receber denúncias de ameças de bomba. As chamadas foram recebidas ao mesmo tempo, o que deixou as autoridades em alerta.
Da Ansa