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A série de falsos alarmes de bombas, que evacuou mais de 100 mil pessoas em vários lugares públicos de Moscou na última semana, pode ter sido causada por conservadores ortodoxos que se opõem à distribuição do filme "Matilda" nos cinemas russos.

Na mesma semana em que as ameças simultâneas ocorreram, as autoridades religiosas da Federação Russa já haviam lançado uma campanha de protesto para bloquear o lançamento do longa. Foram organizadas manifestações nas principais cidades do país, inclusive algumas salas de cinema foram alvos de ameaças por parte de ativistas.

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O filme, dirigido por Alexei Uchitel, conta a história do romance entre Nicolau II, o último dos czares, considerado como um mártir pela Igreja Ortodoxa, e a bailarina Matilda Kshesinskaya. Ele é baseado nas memórias da artista.

Segundo a produtora de "Matilda", a distribuidora Karo recebeu uma carta do grupo radical Ortodoxo Estado Cristão em protesto pela estreia do filme. No entanto, de acordo o líder do grupo, Alexander Kalinin, eles "não têm nada a ver com essa ação".

No texto, "alguns meninos" o informaram que "há métodos muito mais eficazes do que incêndios criminosos" para convencer os distribuidores a boicotarem o filme. Os autores da carta ainda afirmaram que com os alertas teria sido possível "desetabilizar toda a infra-estrutura da Rússa apenas com chamadas telefônicas".

Na última quarta-feira (13), a polícia russa evacuou vários centros comerciais, shoppings, estações ferroviáris e universidades, após receber denúncias de ameças de bomba. As chamadas foram recebidas ao mesmo tempo, o que deixou as autoridades em alerta.

Da Ansa

As autoridades russas desenterraram nesta quarta-feira (23) em São Petersburgo os restos mortais no último czar da Rússia, Nicolau II, e sua esposa, Alexandra, no marco da reabertura de uma investigação por sua execução em 1918.

Trata-se de uma investigação sobre "as circunstâncias da morte e o enterro da família imperial", confirmou o porta-voz da comissão investigadora, Vladimir Markin, sem esclarecer qual tipo de exame será realizado.

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"Decidimos começar do zero" explicou outro dos principais responsáveis do comitê investigador, Vladimir Soloviev. Após serem iniciadas em 1993, as investigações foram encerradas em 2009 por se considerar que não havia avanços suficientes - mas um tribunal russo considerou a decisão ilegal.

Em julho, a Igreja Ortodoxa, que sempre duvidou da autenticidade dos restos considerados como os da família Romanov, exigiu a reabertura da investigação.

A Corte Suprema da Rússia reabilitou em outubro de 2008 Nicolau II e sua família, julgando-os vítimas da repressão política bolchevique, uma decisão comemorada pelos descendentes da família imperial e a Igreja Ortodoxa russa.

A imagem da família do czar mudou após a queda da União Soviética, quando a Igreja Ortodoxa canonizou a família.

A Rússia anunciou nesta sexta-feira (10) sua decisão de exumar os restos de uma filha e do único filho do último czar, Nicolau II, preservados há uma década nos Arquivos do Estado e cuja autenticidade não foi oficialmente estabelecida.

A decisão foi tomada pelo primeiro-ministro Dmitri Medvedev, e diz respeito aos restos do herdeiro ao trono (Tsarevich), Alexis, e sua irmã Maria, assassinados com toda a família imperial russa em 1918, indicou o serviço de imprensa do governo, citado por agências de notícias russas.

Em 2008, o Ministério Público russo tornou público os resultados dos testes de DNA que confirmaram que os restos encontrados há um ano na região de Yekaterinburg (Ural) eram os do 'Tsarevich' e de uma de suas irmãs.

Os fragmentos de corpos mostravam sinais de morte violenta e foram descobertos em julho de 2007 nas proximidades de Yekaterinburg, onde foi executada toda a família imperial, na manhã de 17 de julho de 1918, por ordem dos bolcheviques, que chegaram ao poder após a Revolução de outubro de 1917.

"Estas ossadas seguem enterradas desde 2007 e é conveniente exumá-las", declarou o diretor do Arquivo do Estado, Sergei Mironenko, citado pela agência oficial de notícias TASS.

O Ministério Público e o Comitê de Investigação já "disseram claramente que trata-se dos restos mortais de membros da família imperial, o que podemos provar sua autenticidade com base em documentos históricos preservados nos arquivos", disse ele.

Por sua parte, a Igreja Ortodoxa Russa, que mantinha dúvidas sobre a autenticidade dos restos mortais, elogiou esta iniciativa. "É uma decisão muito oportuna", declarou o porta-voz da Igreja Ortodoxa Russa, Vsevolod Chapline, citado pela Interfax.

Os restos mortais de outros membros da família Romanov, extraídos de uma vala comum em Ekaterinburg, em 1991, foram oficialmente identificados em 1998 pelo governo russo e foram enterrados com grande pompa na ex-capital imperial, São Petersburgo.

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