A Rússia anunciou nesta sexta-feira (10) sua decisão de exumar os restos de uma filha e do único filho do último czar, Nicolau II, preservados há uma década nos Arquivos do Estado e cuja autenticidade não foi oficialmente estabelecida.
A decisão foi tomada pelo primeiro-ministro Dmitri Medvedev, e diz respeito aos restos do herdeiro ao trono (Tsarevich), Alexis, e sua irmã Maria, assassinados com toda a família imperial russa em 1918, indicou o serviço de imprensa do governo, citado por agências de notícias russas.
Em 2008, o Ministério Público russo tornou público os resultados dos testes de DNA que confirmaram que os restos encontrados há um ano na região de Yekaterinburg (Ural) eram os do 'Tsarevich' e de uma de suas irmãs.
Os fragmentos de corpos mostravam sinais de morte violenta e foram descobertos em julho de 2007 nas proximidades de Yekaterinburg, onde foi executada toda a família imperial, na manhã de 17 de julho de 1918, por ordem dos bolcheviques, que chegaram ao poder após a Revolução de outubro de 1917.
"Estas ossadas seguem enterradas desde 2007 e é conveniente exumá-las", declarou o diretor do Arquivo do Estado, Sergei Mironenko, citado pela agência oficial de notícias TASS.
O Ministério Público e o Comitê de Investigação já "disseram claramente que trata-se dos restos mortais de membros da família imperial, o que podemos provar sua autenticidade com base em documentos históricos preservados nos arquivos", disse ele.
Por sua parte, a Igreja Ortodoxa Russa, que mantinha dúvidas sobre a autenticidade dos restos mortais, elogiou esta iniciativa. "É uma decisão muito oportuna", declarou o porta-voz da Igreja Ortodoxa Russa, Vsevolod Chapline, citado pela Interfax.
Os restos mortais de outros membros da família Romanov, extraídos de uma vala comum em Ekaterinburg, em 1991, foram oficialmente identificados em 1998 pelo governo russo e foram enterrados com grande pompa na ex-capital imperial, São Petersburgo.