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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a empresa Microbiológica e o Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos (CIEnP), trabalha para desenvolver um antiviral de uso oral contra a covid-19. 

Pesquisa da fundação demonstrou que a substância, batizada de MB-905, foi purificada a partir da cinetina e demonstrou-se eficaz para inibir a replicação do vírus Sars-CoV-2 em linhagens de células humanas hepáticas e pulmonares, além de auxiliar a frear o processo inflamatório desencadeado pelo vírus.

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A pesquisa foi publicada na revista científica Nature Communication, e o dossiê pré-clínico foi encaminhado para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que, a partir da aprovação do órgão, seja iniciada a primeira fase de ensaios clínicos.

O pesquisador Thiago Moreno, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde, um dos principais autores do estudo, disse que “a ideia é que a gente possa então cumprir todas as etapas necessárias para o desenvolvimento desse medicamento no Brasil, desde a fase de planejamento, síntese, caracterização química, caracterização de mecanismo de ação e os estudos pré-clínicos de segurança, tolerabilidade e eficácia. Nosso objetivo é que essa substância possa se tornar um antiviral inovador, desenvolvido no Brasil desde a sua concepção, visando a que a gente tenha mais independência nesse tipo de tecnologia que teria alto custo de importação para o [Sistema Único de Saúde] SUS”, explicou.

A substância MB-905 desorganiza o genoma do vírus e causa uma catástrofe na síntese de seu material genético (RNA), processo crucial para a replicação viral. Além de atuar como antiviral, a substância também conseguiu frear o processo inflamatório desencadeado pelo novo coronavírus, o que é fundamental para combater a covid-19 já que a doença também serve como gatilho de uma resposta inflamatória no organismo do paciente. Isso influenciou a pesquisa desde o ponto de partida.

“Ajustamos o nosso processo de identificação de substâncias a partir de algumas premissas: a substância precisava ser antiviral; precisava ser antiviral numa célula-alvo, como as células do trato respiratório; precisava funcionar como antiviral também em células do sistema imune, que o vírus consegue invadir e destruir, como os monócitos; e precisaria reduzir os níveis de marcadores inflamatórios associados com a infecção viral.”, explicou ThiagoMoreno.

“O que quero dizer é que eu não estou buscando um antiviral sozinho. Como a dexametasona, como uma aspirina, esse produto não consegue reduzir qualquer tipo de inflamação, mas somente uma inflamação seletiva induzida pelo vírus. A gente entende também que isso pode ajudar essa substância a ter potencialmente uma janela terapêutica um pouquinho mais ampla, por conseguir talvez reduzir tanto a fase antiviral quanto a fase inflamatória associada ao vírus”, afirmou.

Os pesquisadores explicaram, que a covid-19 não será curada com um único medicamento. Segundo eles, será necessário administrar um coquetel de medicamentos para tratar os casos mais graves da doença e aqueles de maior risco, como os de pacientes com comorbidades. Com base no mecanismo de ação da MB-905, portanto, o grupo investigou que substâncias poderiam potencializar o efeito da cinetina.

O estudo também identifica vantagens do MB-905 em relação a outras substâncias cujo benefício clínico foi demonstrado em ensaios independentes. O remdesivir, por exemplo, é injetável, enquanto a cinetina será administrada como comprimido, possibilitando que o paciente receba o medicamento o mais precocemente possível.

Já em relação ao molnupiravir, o MB-905 obteve melhores resultados em testes de segurança. Como desorganiza o genoma viral sem interferir no da célula, a cinetina foi considerada segura.

A China, criticada por sua falta de transparência sobre a epidemia de covid-19, anunciou neste sábado (14) pelo menos 60.000 mortes relacionadas ao vírus desde que retirou as restrições de saúde no país há um mês.

Após três anos impondo algumas das restrições mais draconianas do mundo, a China suspendeu abruptamente a maior parte de suas disposições de saúde contra o coronavírus no início de dezembro, após protestos contra a gravidade dessas medidas em várias cidades do país.

Desde então, o número de pacientes aumentou consideravelmente. Os hospitais estão sobrecarregados com pacientes idosos e os crematórios registram um grande número de corpos. Apesar disso, as autoridades até agora relataram apenas um pequeno saldo de mortes.

Em dezembro, Pequim revisou sua metodologia de contagem de mortes por covid-19 e agora apenas pessoas que morreram diretamente de insuficiência respiratória relacionada ao coronavírus estão incluídas nas estatísticas.

Essa mudança controversa de metodologia significa que um grande número de falecimentos não é mais registrado como causado pela covid-19.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) criticou esta nova definição chinesa de morte por covid como "muito limitada".

O diretor-geral da organização internacional, Tedros Adhanom Ghebreyesus, solicitou neste sábado "um seleção cronológica mais detalhada dos dados por província”, em conversa telefônica com Ma Xiaowei, segundo um comunicado da entidade.

- Primeiro balanço após nova metodologia -

Em uma conversa telefônica com Ma Xiaowei, diretor da Comissão Nacional de Saúde da China, Tedros pediu que "este tipo de dado detalhado continue a ser compartilhado" com a OMS e com a sociedade.

No sábado, as autoridades de saúde divulgaram sua primeira avaliação da pandemia desde a suspensão das restrições sanitárias no mês passado.

"Um total de 59.938" mortes relacionadas com a covid-19 foram registradas "entre 8 de dezembro de 2022 e 12 de janeiro de 2023", disse Jiao Yahui, chefe do gabinete de administração médica da Comissão.

O número inclui 5.503 mortes causadas por insuficiência respiratória diretamente devido ao vírus e 54.435 mortes provocadas por doenças subjacentes combinadas com a covid, explicou Jiao. Este saldo, porém, que não inclui os óbitos registrados fora dos hospitais, está provavelmente subnotificado.

A OMS expressou várias dúvidas sobre os dados epidemiológicos de Pequim, solicitando informações mais rápidas, regulares e confiáveis sobre o número de hospitalizações, mortes e um sequenciamento mais completo do vírus em tempo real.

O governo chinês rejeitou as críticas e pediu à OMS que assuma uma postura "imparcial" em relação à covid-19.

Na quarta-feira, as autoridades de saúde chinesas disseram que "não era necessário" no momento focar no número exato de mortes relacionadas ao vírus.

"A principal tarefa durante a pandemia é tratar os pacientes", disse o epidemiologista Liang Wannian.

Liang Wannian também argumentou que não havia consenso internacional sobre como classificar uma morte relacionada à covid.

Se "não for possível chegar a um consenso, cada país classificará de acordo com sua própria situação", afirmou Liang.

A China poderia determinar os números de falecimentos examinando o excesso de mortalidade após o fato, sugeriu Wang Guiqiang, chefe do departamento de doenças infecciosas do Hospital nº 1 da Universidade de Pequim.

No momento da coletiva de imprensa da última quarta-feira, apenas 37 mortes relacionadas à covid haviam sido contabilizadas desde o mês passado na China, que tem uma população de 1,4 bilhão de habitantes.

Quase 90% da população da terceira província mais populosa da China foi infectada com a Covid-19 — disse uma autoridade de alto escalão nesta segunda-feira (9), no momento em que o país enfrenta um forte surto de casos.

Em entrevista coletiva, o diretor da Comissão de Saúde da província central de Henan, Kan Quancheng, disse que, "no 6 de janeiro de 2023, a taxa de contágio na província é de 89%".

Com uma população de 99,4 milhões, os números sugerem que 88,5 milhões de pessoas teriam sido infectadas pelo coronavírus.

Kan observou que as visitas às clínicas atingiram seu pico em 19 de dezembro, "depois do que se mostrou uma tendência declinante".

A China enfrenta um aumento no número de casos depois de encerrar anos de confinamentos, quarentenas e testes em massa em dezembro passado, medidas essas que atingiram a economia e provocaram protestos.

No domingo (8), Pequim suspendeu a quarentena obrigatória para quem chega ao país procedente do exterior e reabriu sua fronteira com a cidade semiautônoma de Hong Kong.

Teme-se que o número de casos dispare com o Ano Novo Lunar na China, celebrado no final de janeiro. Milhões de pessoas saem das cidades para visitar seus familiares no interior nesta data.

Na primeira onda de viagens prévia a esse feriado, os números oficiais indicaram que 34,7 milhões de pessoas se deslocaram internamente, um terço a mais do que no ano passado, segundo a imprensa estatal.

Ainda conforme dados oficiais, na semana passada, apenas 120.000 pessoas foram infectadas, e 30 morreram, desde que as restrições foram levantadas no início de dezembro.

Pequim modificou os critérios para definir a morte por covid-19 e pôs fim aos testes obrigatórios, para que seus números não reflitam a magnitude do surto.

Pais e responsáveis por crianças entre cinco e 11 anos poderão marcar a terceira dose da vacina contra a Covid-19 no Recife nesta sexta-feira (6). O agendamento para um dos cincos centros de vacinação infantil é feito pelo site do Conecta Recife

A imunização está liberada para as crianças que receberam a segunda dose há, pelo menos, quatro meses. De acordo com a Prefeitura, Recife tem 73.038 meninos e meninas aptos a receber a dose da Pfizer Pediátrica. 

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As aplicações ocorrem todos os dias, no Centro Médico Senador Ermírio de Moraes, em Casa Forte; e nos shoppings Recife, RioMar, Boa Vista e Tacaruna. 

Confira os horários de cada posto de atendimento 

Av. Dezessete de Agosto, 2388 - Casa Forte - segunda a domingo, exceto feriados - 8h às 18h 

Segunda a Sexta, exceto feriados - 08h às 16h - Vacinação infantil, adolescente e adulta - com agendamento.

No dia da vacinação é preciso levar documento de identificação e comprovante de que já completou o ciclo vacinal. Serão aceitos tanto o cartão de vacinação como o Certificado Digital de Vacinação, disponível no Conecta Recife. Também é necessário levar o Cartão de Vacina de rotina da criança.  

Em caso de ausência de pais ou responsáveis, a vacinação deve ser autorizada por um termo de consentimento por escrito, cujo modelo oficial da Secretaria também está disponível no Conecta e a pessoa que levar a criança deve apresentar documento que comprove a relação de parentesco, bem como o documento da criança e o comprovante de residência. 

A prefeitura do Rio de Janeiro vai suspender, a partir desta sexta-feira (6), a aplicação de doses da vacina contra a Covid-19. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, acabaram os estoques do imunizante e apenas crianças de 5 a 11 anos seguem sendo vacinadas.

O secretário de Saúde, Daniel Soranz, disse que as doses para as crianças também devem acabar em breve. “Há poucas doses de vacina para covid ainda no dia de hoje. Muito provavelmente amanhã seremos obrigados a suspender a vacina para covid de adultos. Também há poucas doses de vacina para crianças. Então, procure se vacinar no dia de hoje, enquanto a gente ainda tem doses disponíveis”, afirmou.

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Ele disse que está em Brasília hoje e vai conversar sobre a questão com a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

“A gente deve encerrar os estoques [de vacinas] no dia de hoje, as últimas doses. A previsão é de retomar na próxima semana. Eu estou em contato direto aqui com o Ministério da Saúde, hoje eu tenho uma reunião com a ministra Nísia, para que a gente possa organizar esse fluxo de entrega de vacinas para o Rio nesse próximo período”, explicou.

Doses de reforço

O secretário ressaltou, ainda, a importância do reforço na imunização e disse que muitas pessoas procuraram os postos nas últimas semanas.

“Hoje, há um milhão de cariocas que não voltaram para tomar as doses de reforço. Felizmente, com as festas de fim de ano, muitos cariocas procuraram se vacinar. Hoje, a gente tem um cenário epidemiológico muito favorável por conta da nossa alta cobertura vacinal. Só que essa proteção não dura para sempre e é importante que os cariocas saibam disso. Então, a nossa recomendação é que procurem se vacinar o quanto antes, procurem se proteger”, enfatizou.

De acordo com secretário Soranz, os detalhes sobre a entrega dos próximos lotes devem ser definidos ainda hoje com o Ministério da Saúde. O ministério foi procurado pela reportagem, mas ainda não retornou o contato.

Cobertura vacional

Até o momento, a cobertura vacinal contra a Covid-19 no Rio de Janeiro atingiu 90,2% da população total com as duas doses do esquema básico, subindo para 99,8% dos adultos, a partir dos 18 anos.

Entre as crianças de 5 a 11 anos, apenas 64% completaram o esquema e ainda há 88,8 mil pessoas nessa faixa etária que não receberam nenhuma dose.

Pelo menos uma dose de reforço da vacina foi aplicada em 59,9% da população total, mas apenas 38,3% dos adultos voltaram para receber a quarta dose.

O governo chinês pediu à Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta quinta-feira (5), que adote uma posição "imparcial" sobre a gestão da Covid-19, depois que a instituição criticou Pequim por sua definição "muito estreita" para contabilizar as mortes pelo vírus.

O país suspendeu sem aviso, no início de dezembro, a maioria de suas rígidas medidas anticovid, que permitiam que sua população estivesse amplamente protegida desde 2020.

Os hospitais chineses estão sobrecarregados com uma onda de pacientes, a maioria idosos, os crematórios estão superlotados e muitas farmácias estão com falta de remédios contra a febre.

No entanto, as autoridades estão relatando pouquíssimas mortes relacionadas à covid, após uma polêmica mudança na metodologia de contagem de vítimas.

Atualmente, apenas as pessoas que morrem diretamente de insuficiência respiratória relacionada ao coronavírus estão incluídas nas estatísticas. Essa mudança de metodologia significa que muitas mortes deixaram de ser registradas como causadas pela covid.

Um ajuste que não reflete a situação no terreno, segundo muitos especialistas e a Organização Mundial da Saúde.

"Achamos que esta definição é muito estreita", disse na quarta-feira o Dr. Michael Ryan, diretor de gestão de emergências sanitárias da OMS.

"Os números atuais publicados pela China subestimam o impacto real da doença em termos de internações hospitalares, internações em terapia intensiva e principalmente em termos de mortes", observou.

"Esperamos que a OMS mantenha uma posição científica, objetiva e imparcial e se esforce para desempenhar um papel positivo na resposta mundial ao desafio da pandemia", declarou a porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Mao Ning, à imprensa.

Desde o início da pandemia, a China se opõe a qualquer referência a uma possível politização da crise sanitária.

- Dados mais rápidos, regulares e confiáveis -

"Desde o início da epidemia, a China compartilhou informações e dados confiáveis com a comunidade internacional de maneira aberta e transparente", disse a porta-voz.

A China, com 1,4 bilhão de habitantes, registrou apenas 23 mortes por covid desde dezembro, apesar de uma onda de contaminação sem precedentes nos últimos três anos no país.

"Continuamos pedindo à China dados mais rápidos, regulares e confiáveis sobre hospitalizações e mortes, além de um sequenciamento do vírus mais completo e em tempo real", declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na quarta-feira.

Apesar do recrudescimento da epidemia na China, as autoridades encerrarão no domingo as quarentenas obrigatórias na chegada à China e permitirão mais uma vez que os chineses viajem ao exterior.

A fronteira entre Hong Kong e a China continental, praticamente fechada há quase três anos, será reaberta aos viajantes a partir de domingo.

Por precaução, os Estados Unidos e uma dezena de outros países anunciaram que exigirão testes negativos para passageiros vindos da China. A OMS reiterou seu apoio a esses testes.

A partir desta quinta-feira, os Estados Unidos exigem um teste de covid negativo para entrar em seu território, obrigatoriamente realizado 48 horas antes de sair da China.

França, Itália, Alemanha e Espanha adotaram medida semelhante. A Tailândia, por sua vez, decidiu não fazê-lo.

A União Europeia "encorajou fortemente" esta semana os seus Estados-membros a imporem um teste realizado na China antes do voo, e "instou" os vinte e sete a complementarem o teste negativo com "testes aleatórios" na chegada ao território europeu.

Na terça-feira, Pequim condenou a imposição de testes de covid por alguns países, chamando-os de "inaceitáveis" e ameaçando "contramedidas".

Com muitas farmácias sem estoque e uma explosão de casos de Covid-19, inúmeras famílias na China estão recorrendo a sites obscuros e muitas vezes fraudulentos para comprar remédios a preços exorbitantes.

O fim da política de "covid zero" da China no mês passado desencadeou uma onda de casos no país, onde muitas farmácias ficaram sem remédios para resfriado e febre.

Com isso, muitos se veem forçados a recorrer a lojas on-line pouco confiáveis, apesar do histórico de escândalos envolvendo medicamentos contaminados, ensaios clínicos falsos e regulamentação negligente por parte da indústria farmacêutica no país.

Desesperada para encontrar remédios para seus parentes doentes, Qiu, de 22 anos, contou à AFP que gastou milhares de iuanes em produtos que nunca chegaram.

Ela entrou em contato com alguém pela Internet que alegava ser representante da empresa farmacêutica de Hong Kong Ghitai e dizia ter estoques do medicamento anticovid Paxlovid.

Depois de ser redirecionada para um site "oficial", Qiu gastou 12.000 iuanes (US$ 1.740) em seis caixas de Paxlovid, do laboratório americano Pfizer, de acordo com o comprovante de pagamento visto pela AFP.

Os comprimidos nunca chegaram, e o suposto representante cortou todo contato, deixando-a "magoada, desesperada e com muita raiva".

"É um comportamento nojento", diz. "Cada segundo conta quando você está tentando salvar a vida de alguém", desabafou.

- Preços elevados -

Em um comunicado enviado à AFP, a Ghitai declarou estar ciente da existência de uma versão falsa de seu site que afirma enviar tratamentos anticovid e que o tinha denunciado à polícia.

"Ghitai nunca ofereceu medicamentos (...) para a covid-19 e pede aos consumidores que sejam cautelosos para evitar fraudes e perdas financeiras", afirmou.

As autoridades na China informaram que começaram a distribuir Paxlovid em alguns hospitais e clínicas comunitárias, mas o medicamento continua muito difícil de obter.

Várias clínicas em diferentes cidades, como Pequim e Xangai, disseram à AFP que não estavam oferecendo o tratamento e não sabiam quando poderiam fazê-lo.

Os poucos estoques nas plataformas digitais se esgotaram rapidamente, provocando a entrada de especuladores.

Um fornecedor contatado pela AFP esta semana disse que estava cobrando 18.000 iuanes (US$ 2.610) pela caixa, cerca de nove vezes o preço oficial.

O tratamento seria enviado da cidade de Shenzhen, no sul, mas os compradores "terão que esperar" pela entrega, segundo ele.

O vendedor não detalhou a origem da droga e parou de responder quando o jornalista da AFP se identificou como tal.

- "Desamparo e impotência" -

Na segunda-feira (2), o Ministério chinês de Segurança Pública ordenou uma ação contra "atividades ilegais e criminosas ligadas à produção e à venda de medicamentos falsificados relacionados com a epidemia".

Apesar do risco, o mercado paralelo continua sendo o último recurso para pessoas como Xiao, cujo avô adoeceu em dezembro.

A gerente de negócios de 25 anos ficou "extremamente chocada", quando um vendedor cobrou-lhe 18.000 iuanes pelo Paxlovid, uma quantia que ela não podia pagar. Dias depois, seu avô morreu, e ela mergulhou no "desamparo e na impotência".

"Eu simplesmente não entendo como essas pessoas conseguem tanto remédio", diz. "Gente como nós não consegue nem uma caixa. Como é que eles têm tantas?", questiona-se.

Como os medicamentos licenciados estão praticamente indisponíveis, alguns apostam em alternativas genéricas importadas ilegalmente.

Variantes indianas do Paxlovid são mais baratas, mas ainda cobram um preço alto.

Em um bate-papo on-line esta semana, um repórter da AFP encontrou uma pessoa que afirma ser um farmacêutico indiano oferecendo medicamentos genéricos anticovid a 1.500 iuanes (US$ 217) por caixa.

Em seu catálogo, constava um variante do Paxlovid vendido sob o nome comercial Paxista e dois genéricos de um tratamento anticovid da gigante farmacêutica Merck, recentemente aprovado pelas autoridades chinesas.

No chat, muitos usuários questionaram a confiabilidade dos medicamentos genéricos.

"Eu simplesmente não sei em quem acreditar", disse uma mulher.

Cerca de 69 milhões de brasileiros ainda não receberam a dose de reforço da vacina contra a covid-19. A Rede Nacional de Dados em Saúde mostra ainda que mais de 30 milhões de pessoas não receberam a segunda dose do reforço, enquanto 19 milhões de pessoas não buscaram sequer a segunda dose do esquema vacinal primário.

Esta semana, a recém-empossada ministra da Saúde, Nísia Trindade, lembrou que a pandemia não acabou e reforçou a importância de se completar o esquema vacinal contra a doença.

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“A pandemia mostrou a nossa vulnerabilidade. O rei está nu. Precisamos afirmar, sem nenhuma tergiversação, e superar essa condição”, disse, ao destacar que o país responde por 11% das mortes por Covid-19 no mundo, apesar de representar 2,7% da população global.

Segundo a pasta, estudos científicos revelam que a proteção vacinal desenvolvida contra a Covid-19 é mais alta nos primeiros meses, mas pode apresentar redução. Com a dose de reforço, a proteção contra o vírus volta a ficar elevada. Por isso, a proteção adicional é considerada indispensável.

“Neste cenário, o Ministério da Saúde ressalta que é fundamental buscar uma unidade de saúde mais próxima para atualizar a caderneta de vacinação contra a Covid-19 e outras doenças.”

Cobertura vacinal

Até o momento, 163 milhões de pessoas tomaram a segunda dose ou a dose única da vacina contra a covid-19, o que representa 79% da população. Quanto à primeira dose de reforço, 102,5 milhões foram aplicadas. Já a segunda dose de reforço - ou dose adicional - soma 45,2 milhões de aplicações.

O governo de Pequim criticou, nesta terça-feira (3), a imposição de testes de Covid-19 em vários países a viajantes provenientes da China, que enfrenta uma onda de casos sem precedentes.

"Alguns países estabeleceram restrições de entrada visando apenas viajantes chineses. Isso não tem base científica e algumas práticas são inaceitáveis", denunciou Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

Neste contexto, a China poderia "adotar contramedidas, de acordo com o princípio da reciprocidade", alertou.

Em 7 de dezembro, as autoridades chinesas levantaram as rígidas restrições sanitárias de sua estratégia de "covid zero", decisão que provocou uma avalanche de doentes nos hospitais e vítimas da covid nos crematórios.

A partir de domingo, Pequim não vai mais impor quarentena às pessoas que chegam do exterior, mas continuará exigindo um teste de PCR negativo para os viajantes.

O país não emite visto de turismo há quase três anos.

Uma dezena de países impôs testes de covid a passageiros da China nos últimos dias, diante da preocupação com a falta de transparência sobre os números de infectados e por medo do aparecimento de novas variantes.

Em Xangai, dois terços dos residentes podem ter contraído covid nas últimas semanas, segundo um funcionário de um dos principais hospitais da cidade.

"Atualmente, o surto em Xangai é muito grande e pode ter afetado 70% da população, o que é entre 20 e 30 vezes mais" do que o surto anterior no início de 2022, declarou nesta terça-feira Chen Erzhen, vice-presidente do hospital Ruijin, a um blog publicado pelo Diário do Povo.

A cidade de 25 milhões de habitantes, capital econômica da China, foi colocada sob estrito confinamento por dois meses a partir de abril. Muitos habitantes foram transferidos para centros de quarentena.

Agora, a variante ômicron se espalha muito rapidamente.

- 100 ambulâncias -

Em outras grandes cidades chinesas, como Pequim, Tianjin (norte), Chongqing (sudoeste) e Guangzhou (sul), as autoridades sanitárias acreditam que o pico já passou.

Chen, que também é membro do Conselho de Especialistas em Covid de Xangai, informou que seu hospital recebe 1.600 admissões de emergência por dia - o dobro do número antes do levantamento das restrições - 80% das quais são pacientes com covid.

"Todos os dias chegam mais de 100 ambulâncias ao hospital", explica, apontando que metade dos doentes tem mais de 65 anos e, por isso, são mais vulneráveis.

Repórteres da AFP no hospital Tongren de Xangai observaram nesta terça-feira pacientes recebendo tratamento de emergência do lado de fora do prédio, sobrecarregado com o fluxo de pacientes.

Os corredores estavam cheios de idosos deitados em leitos recebendo soro. Alguns usavam máscaras de oxigênio.

Em outro hospital de Xangai, a AFP testemunhou uma discussão. "Cheguei primeiro", gritou um paciente a outro paciente.

A onda de casos de covid nas grandes cidades deve chegar em breve às zonas rurais na China, para onde milhões de pessoas devem retornar para celebrar o Ano Novo Lunar a partir de 21 de janeiro.

Nessas áreas, os serviços de saúde estão em piores condições do que nas cidades.

Jiao Yahui, funcionário da Comissão Nacional de Saúde (CNS), reconheceu na segunda-feira em entrevista à televisão estatal CCTV que a previsão para o interior representa um "enorme desafio".

A China vive um enorme surto de Covid-19, depois de encerrar as rígidas restrições sanitárias aplicadas durante anos.

Nesse contexto, cada vez mais países se preocupam com a falta de informação e de transparência sobre a situação real. A seguir, as razões para a preocupação global:

- Dados pouco confiáveis -

Pequim admitiu que a escala do surto é "impossível" de rastrear depois que os testes obrigatórios terminaram em dezembro.

A Comissão Nacional de Saúde parou de publicar diariamente o balanço nacional de infecções e mortes pelo vírus.

Essa responsabilidade foi transferida para o Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças (CCPE), que fornece números uma vez por mês, depois que a China modificou seu protocolo em 8 de janeiro.

Oficialmente, a China registrou apenas 15 mortes por Covid-19 desde que começou a suspender as restrições, em 7 de dezembro, e que alterou os critérios para determinar se uma morte foi causada pelo coronavírus.

Isso levantou preocupações de que a onda pandêmica não esteja refletida adequadamente nas estatísticas oficiais.

Na semana passada, as autoridades admitiram que a quantidade de informação recolhida é "muito menor" do que quando os testes de PCR eram obrigatórios.

Yin Wenwu, do CCPE, disse que as autoridades coletam dados de hospitais e governos locais, bem como chamadas de emergência e vendas de remédios para febre.

Hospitais e crematórios enfrentam um aumento no número de pacientes e cadáveres, especialmente nas áreas rurais.

Vários países, como Estados Unidos, Austrália e Canadá, anunciaram a obrigatoriedade de teste para os visitantes que chegam da China, dada a falta de transparência.

- Cálculos incompletos -

Algumas autoridades locais e regionais começaram a compartilhar números diários de infecções em dezembro, mas a escala do surto ainda não está clara.

As autoridades de saúde da província costeira de Zhejiang indicaram que um milhão de pessoas eram infectadas por semana.

As cidades de Quzhou e Zhoushan disseram que pelo menos 30% da população contraiu o vírus.

A cidade de Qingdao, no leste, também estimou em cerca de 500.000 as infecções por dia, e o centro industrial de Dongguan, no sul, projeta até 300.000 por dia.

Mas Wu Zunyou assegurou na última quinta-feira (29) que o pico de infecções já passou nas cidades de Pequim, Chengdu e Tianjin, enquanto a província de Guangdong, a mais populosa do país, declarou o mesmo no domingo.

O principal especialista em doenças infecciosas de Xangai, Zhang Wenhong, declarou à imprensa estatal que a cidade teria entrado em seu período de pico em 22 de dezembro, com cerca de 10 milhões de pessoas infectadas.

Anotações vazadas de uma reunião de autoridades sanitárias em dezembro revelaram que elas acreditam que 250 milhões de pessoas foram infectadas na China nos primeiros 20 dias de dezembro.

Modelos independentes de infecções traçam um quadro preocupante.

Pesquisadores da Universidade de Hong Kong calcularam que até um milhão de chineses poderia morrer neste inverno (verão no Brasil).

A empresa de análise de riscos sanitários Airfinity projetou 11.000 mortes e 1,8 milhão de infecções por dia, com um total de 1,7 milhão de óbitos até o final de abril.

- Novas variantes? -

Muitos países citaram preocupações sobre possíveis novas variantes como motivo para testar os que chegam da China. Mas ainda não há evidências de novas cepas que tenham surgido da atual onda de infecções.

Xu Wenbo, do CCPE, disse em dezembro que a China está criando um banco de dados genético com amostras obtidas de hospitais que permitiriam rastrear mutações.

Especialistas chineses apontaram as subvariantes BA.5.2 e BF.7 da ômicron como as mais comuns em Pequim, em meio a temores públicos de que a variante delta, mais letal, ainda esteja em circulação.

Em muitos países ocidentais, essas variantes foram superadas pelas subvariantes XBB e BQ, mais transmissíveis, que ainda não são dominantes na China.

Pequim enviou 384 amostras de ômicrons ao banco de dados global GISAID, de acordo com seu site. Mas o total de entradas chinesas nesse banco de dados, 1.308, é menor do que o de outros países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Camboja e Senegal.

As amostras chinesas recentes "se assemelham a variantes conhecidas que circulam globalmente", informou o GISAID na sexta-feira (30).

O virologista Jin Dong-yan, da Universidade de Hong Kong, comentou em um podcast recente que as pessoas não precisam temer variantes mais mortais na China.

"Muitos lugares ao redor do mundo experimentaram (infecções em larga escala), mas nenhuma variante mais mortal, ou patogênica, surgiu", disse Jin.

"Não estou dizendo que o surgimento de uma variante (mais mortal) é impossível, mas sim que a possibilidade é muito baixa", acrescentou.

Depois de Estados Unidos, Japão, Canadá e outros países europeus, a Austrália anunciou, no domingo (1º), que também vai exigir a apresentação de testes negativos de covid-19 dos passageiros procedentes da China, devido ao aumento no número de casos no gigante asiático.

"Esta medida é uma resposta à onda significativa de infecções por covid-19 na China e à possibilidade de surgimento de variantes do vírus neste país", justificou o ministro australiano da Saúde, Mark Butler.

A exigência de um teste de PCR negativo começará a ser aplicada a partir de 5 de janeiro a qualquer passageiro que desembarcar procedente da China.

O governo canadense já havia anunciado uma medida idêntica, em "resposta ao aumento da covid-19 na República Popular da China e devido aos poucos dados epidemiológicos e de sequenciamento do genoma disponíveis sobre esses casos".

Marrocos foi mais longe e proibiu, diretamente, a entrada em seu território de qualquer passageiro procedente da China, a partir de 3 de janeiro.

Embora vários países europeus, como França, Itália e Espanha, já tenham restringido a chegada de viajantes da China, todos os Estados-membros da União Europeia devem se reunir na quarta-feira (4) para discutir uma resposta comum, anunciou a Suécia, que assume a presidência rotativa do bloco a partir deste domingo (1º).

"Na ausência de informações completas da China, é compreensível que os países tomem as medidas que acreditam que vão proteger suas populações", disse o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Quase três anos após a detecção dos primeiros casos de coronavírus em Wuhan (centro), a China desmantelou sua draconiana política sanitária de "covid zero" no início de dezembro. Desde então, os hospitais se encheram de pacientes, a maioria idosos, os crematórios estão saturados, e muitas farmácias não têm antitérmicos para vender.

O país registrou 5.100 novos casos e uma morte por covid-19, nas última 24 horas. Especialistas consideram, no entanto, que estes números não correspondem à realidade, ante o fim dos testes sistemáticos de covid e a redefinição do critério de mortos pela doença.

Apesar do aumento da epidemia, as autoridades vão encerrar, em 8 de janeiro, as quarentenas obrigatórias para quem chega do exterior. A medida permitirá aos chineses voltarem a fazer viagens internacionais após quase três anos de isolamento.

- 'Luz da esperança' -

"A prevenção e o controle da epidemia entraram em uma nova fase. Ainda estamos em um momento difícil", mas "a luz da esperança está diante de nós", declarou o presidente Xi Jinping em um discurso de Ano Novo transmitido pela televisão.

Multidões se reuniram em Xangai e em Wuhan para celebrar a chegada de 2023, embora, nas redes sociais, os relatos tenham sido de comemorações mais tranquilas do que nos anos anteriores.

Na sexta-feira (29), a OMS anunciou que se reuniu com autoridades chinesas para discutir o ressurgimento da epidemia e que pediu que compartilhem "regularmente e em tempo real dados específicos sobre a situação epidemiológica".

Um estudo recente de pesquisadores chineses publicado na revista "Frontiers of Medicine" revelou que há cerca de 30 subvariantes de ômicron circulando há meses em Xangai.

Nesse contexto, em seu discurso de Ano Novo, a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, colocou as tensões com Pequim de lado e disse que o governo está "pronto para fornecer a assistência necessária, com base em preocupações humanitárias".

Mais 924 casos de Covid-19 foram confirmados em Pernambuco nesta sexta-feira (30). Conforme a Secretaria de Saúde (SES), o estado totaliza 1.122.936 casos confirmados da doença.

Seis novos diagnósticos foram de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e os outros 918 considerados leves. Em relação ao total de casos, 60.599 foram graves e 1.062.337 leves, informou a SES.

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Também foram confirmadas mais três mortes decorrentes do vírus, sendo uma mulher e dois homens. As vítimas de 66, 73 e 76 anos, moravam em Olinda, Recife e Santa Cruz do Capibaribe.

A pasta explicou que os novos óbitos ocorreram entre os dias 16/04/2021 e 28/12/2022. Com isso, o Estado acumula 22.579 vítimas fatais.

No próximo sábado (31), munícipes e turistas irão saudar o Ano Novo ao som de frevo, rock, samba e brega, uma das principais manifestações culturais da cena recifense. Para promover a confraternização entre famílias e amigos, a Prefeitura do Recife montou dois palcos, sendo o primeiro nas imediações do Acaiaca e o segundo no Pina, com nomes como Marcelo Falcão, Maestro Forró, Jorge Aragão, Michelle Melo e Priscilla Senna, entre outros. 

Para celebrar a entrada do novo ano e renovar os votos de esperança, o espetáculo da virada também será marcado por uma queima de fogos que irá durar 15 minutos em três pontos distintos entre as praias do Pina e Boa Viagem. 

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Para garantir o apoio à população, cerca de 700 profissionais entre guardas municipais, fiscais, agentes e orientadores de trânsito, além de profissionais de saúde estarão a postos na orla do Recife na noite de Réveillon, sendo 360 deles apenas da Guarda Municipal. 

O público, no entanto, deve ficar atento às regras de convivência e às alterações no trânsito. Na faixa de areia, os celebrantes podem levar bancos, cadeiras e coolers, além de utensílios descartáveis, como copos, pratos e garrafas. 

Não é permitida a demarcação ou comercialização de espaços na faixa de areia ou calçadão. Também é vedada a instalação de toldos, tendas, ombrelones ou churrasqueiras, bem como o uso de fogos de artifício ou equipamentos sonoros. O SAMU contará com duas ambulâncias, sendo uma nas proximidades do polo Acaiaca e outra nas imediações do Polo Pina. 

A circulação de veículos na Avenida Boa Viagem será bloqueada a partir das 6h do sábado (31) às 10h do domingo (1º). A CTTU aconselha o cidadão a chegar cedo à festa para evitar retenções e corre-corre. 

Os condutores também devem estar atentos à sinalização que proíbe estacionamento e à orientação dos agentes de trânsito. Em caso de dúvidas, os cidadãos podem acionar a CTTU pelo teleatendimento gratuito e 24h no número 0800.081.1078. Confira o serviço completo da noite de Réveillon na orla do Recife.

Palcos e shows 

O Recife celebra a chegada de 2023 com muita música e alegria em dois polos preparados especialmente para o Réveillon. A Prefeitura montou uma programação  com atrações nacionais, artistas locais e um espaço inteiramente comandado por rainhas do Brega da cidade. 

Em Boa Viagem, Marcelo Falcão, Jorge Aragão, Almério e Martins, Maestro Forró e Patusco sobem ao palco em frente ao prédio Acaiaca, a partir das 19h30, do dia 31. 

No Pina, Valquíria Santana, Priscilla Senna, Raphaela Santos, Tayara Andreza e Michelle Melo dão as boas-vindas ao ano novo, a partir das 19h. Ambos os palcos contarão com DJs para iniciar os festejos e embalar os intervalos (vide programação abaixo).

A estrutura que a Prefeitura do Recife está preparando para a festa da virada conta com dois palcos, nos tradicionais polos do Pina e de Boa Viagem, este último na altura do edifício Acaiaca. Ambos têm as mesmas dimensões: 15mX10m de boca de cena, com LED no fundo e em toda a fachada, na parte superior e nas laterais. 

Programação:

 

Polo Acaiaca

19h30- Maestro Forró

21h20 - Almério e Martins

23h (Virada) - Marcelo Falcão

01h - Jorge Aragão

02h40 - Patusco

Início e Intervalos - DJ Pepe Jordão 

 

Polo Pina

19h - Valquíria Santana

20h - Priscila Senna

22h - Raphaela Santos

23h50 (Virada) - Tayara Andreza

02h - Michelle Melo

Início e Intervalos - DJ Guilherme


Fogos 

Para espalhar luzes e cores no céu da virada, o espetáculo de fogos deste Réveillon será distribuído em três pontos ao longo da orla do Recife, entre as praias do Pina e Boa Viagem. As balsas ficarão posicionadas na altura dos dois polos da festa, no Acaiaca e no Pina, e também nas imediações do Segundo Jardim, todas fundeadas a 400 metros da orla. Cada balsa comportará 7 toneladas de fogos, totalizando 21 toneladas de artefatos, que acenderão, de forma sincronizada nos três pontos de espetáculo pirotécnico, o céu de 2023 por 15 minutos. Os fogos serão acionados remotamente, com sistema via satélite.

 

Regras para público e comerciantes 

O público que vai curtir a noite do Réveillon nas orlas de Boa Viagem e do Pina terá que observar regras de convivência e de uso do solo. De acordo com a Secretaria Executiva de Controle Urbano da Prefeitura do Recife (Secon), será permitido às pessoas levar bancos, cadeiras e coolers, além de utensílios descartáveis, como copos, pratos e garrafas. 

Não é permitida a demarcação ou comercialização de espaços na faixa de areia ou calçadão. Também é vedada a instalação de toldos, tendas, ombrelones ou churrasqueiras, bem como o uso de fogos de artifício. No total, 70 fiscais estarão a postos para acompanhar de perto o cumprimento às regras.

Os quiosques poderão licenciar 20 jogos de mesas e cadeiras, com instalação a partir das 18h do dia 31/12/2022 até 3h do dia 1/1/2023. As mesas e cadeiras não poderão ter publicidade e deverão ser removidas do local até 6h do dia 1/1/2023, sob pena de apreensão por parte do poder público. Os proprietários de quiosques também poderão instalar um freezer horizontal ao lado do equipamento. Fica proibida a comercialização de bebidas em vasilhames de vidro.

Também fica vedada a instalação de qualquer equipamento na faixa de areia, sejam brinquedos, publicidade, churrasqueira, botijão de gás, guarda-sol, ombrelone, tendas e similares. Não será permitida a demarcação da faixa de areia, seja com fitas, cordas, tecidos e congêneres. Integram, ainda, a lista de proibições: repassar a licença de funcionamento ou sublocar a área de trabalho, além da cobrança de consumação mínima. 

No que diz respeito às barracas da faixa de areia da orla, o funcionamento fica permitido do dia 31/12/2022 até às 3h do dia 1/1/2023. Cada equipamento está autorizado a operar apenas com a capacidade máxima já delimitada pela permissão, sendo vedado qualquer acréscimo. 

Também é proibida a venda de bebidas em vasilhame de vidro. A exemplo dos quiosques de coco, não será permitida a instalação de qualquer equipamento na faixa de areia, sejam brinquedos, publicidade, churrasqueira, botijão de gás, guarda-sol, ombrelone, tendas e similares. E, da mesma forma, fica vedada a demarcação da faixa de areia, seja com fitas, cordas, tecidos e congêneres. 

Repasse da licença de funcionamento, sublocação da área de trabalho, além da cobrança de consumação mínima, também serão proibidos. Os comerciantes estacionários que ficarão próximos aos palcos instalados em Boa Viagem e no Pina serão orientados pela equipe de fiscalização da Secretaria Executiva de Controle Urbano.

Trânsito 

Para garantir a segurança viária dos cidadãos durante a noite de réveillon, a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) montou um esquema especial de trânsito a partir do sábado (31). No total, 250 profissionais, entre agentes e orientadores de trânsito estarão nas ruas para ajudar a população e promover a fiscalização às regras de trânsito.

A circulação de veículos na Avenida Boa Viagem será bloqueada a partir das 6h do sábado (31) às 10h do domingo (1º). A CTTU realizará operações de monitoramento e fiscalização de trânsito, além de orientar os condutores e pedestres. O trecho entre as ruas Ribeiro de Brito e Padre Bernardino Pessoa será interditado a partir das 6h do sábado (31). A partir das 18h o perímetro será ampliado em direção à Pracinha de Boa Viagem. Em ambos os trechos, será proibido parar e estacionar durante o período de interdição. 

Importante ressaltar que todos os acessos ao trecho serão fechados para a circulação de veículos e estacionamento. Haverá bloqueio nos cruzamentos da Rua dos Navegantes com a Rua Bruno Veloso e Rua Antônio Falcão. Já os bloqueios nos cruzamentos com as ruas Padre Carapuceiro e Félix de Brito, que serão monitorados por agentes de trânsito, a passagem de veículos estará restrita a moradores e serviço de utilidade pública. 

Na Avenida Boa Viagem, no trecho entre a Rua Padre Bernardino Pessoa e a Rua Professor José Brandão, será proibido estacionamento. A fiscalização será rigorosa e o veículo flagrado estacionado em local proibido, sobre calçadas ou em fila dupla corre o risco de ser rebocado. 

Da assessoria



 

Quando a pandemia da Covid-19 parecia estar controlada, o mundo reacendeu o estado de alerta com a varíola dos macacos. No Brasil, a primeira confirmação ocorreu dia 9 de junho, em São Paulo. Nessa altura, a Organização Mundial de Saúde (OMS) havia registrado mais de 1.000 casos em 29 países. 

Em julho, a doença já estava fora de controle e foi classificada pela OMS como uma emergência de saúde global. Desde a alta na proliferação, em maio, a epidemia já havia alcançado 15.800 pessoas em 72 países. 

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Em setembro, as Américas se tornaram o epicentro da doença e a primeira morte no Brasil foi confirmada no dia 12 do mês seguinte. Em um anúncio feito pela OMS no último dia 28, a nomenclatura da varíola foi alterada para 'mpox' -uma abreviação de monkeypox.  

Os últimos registros indicaram que 81.107 pessoas foram infectadas em 110 países, e 55 mortes foram relatadas à OMS. Contudo, os números ainda crescem enquanto os serviços de saúda ainda encontrar dificuldades para controlar a transmissão.

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O governo dos Estados Unidos se uniu ao número crescente de países que adotam restrições aos viajantes procedentes da China, depois que Pequim suspendeu de maneira repentina as limitações às viagens internacionais, apesar da onda local de contágios.

Hospitais de toda a China estão sobrecarregados com a explosão de casos de coronavírus após o fim da política de "covid zero", que conseguiu controlar as infecções, mas afetou gravemente a economia e provocou muitos protestos.

O país anunciou na segunda-feira o fim da exigência de quarentena par as pessoas que chegam do exterior, o que motivou milhares de chineses a planejar viagens internacionais.

Em resposta, vários países, incluindo Estados Unidos, passaram a exigir a apresentação de exames com resultado negativo de Covid-19 para admitir a entrada de visitantes procedentes da China.

"O rápido aumento recente da transmissão de covid-19 na China aumenta a possibilidade do surgimento de novas variantes", afirmou uma fonte do Departamento de Saúde americano à imprensa.

Pequim divulgou informações limitadas sobre as variantes que circulam na China, de acordo com a mesma fonte. Os testes e relatórios sobre novos casos também diminuíram.

Itália, Japão, Índia e Malásia também anunciaram medidas restritivas para tentar impedir a importação de variantes a partir da China.

O governo chinês criticou o que chamou de "exagero, difamação e manipulação política" da imprensa ocidental sobre a situação do coronavírus no país.

"O atual desenvolvimento da situação epidemiológica chinesa é previsível e está sob controle", disse o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, na quarta-feira.

A China ainda não permite a entrada de visitantes estrangeiros e mantém a suspensão de emissão de vistos para turistas e estudantes internacionais.

Mas a o fim da quarentena obrigatória provocou um enorme interesse entre os habitantes da China por viagens ao exterior, depois de um longo confinamento no país desde que Pequim determinou restrições em março de 2020.

O ministro da Saúde da Itália, Orazio Schillaci, afirmou que exigir exames aos visitantes procedentes da China é "essencial para assegurar a vigilância e identificação de variantes do vírus para proteger a população italiana.

O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu "medidas adequadas para proteger" a população e afirmou que o governo monitora a "evolução da situação na China".

A Comissão Europeia deve ter uma reunião nesta quinta-feira para discutir "possíveis medidas para uma abordagem coordenada" da União Europeia aos contágios na China.

- Hospitais lotados -

Os hospitais chineses lutam para enfrentar o aumento de contágios, que afetam em particular os idosos e pessoas vulneráveis.

Em Tianjin, 140 quilômetros ao sudoeste de Pequim, a AFP visitou duas emergências de hospitais lotadas de pacientes com o vírus.

Um médico afirmou que os profissionais de saúde foram convocados a trabalhar mesmo quando estão infectados.

A AFP observou mais de 20 pacientes, a maioria idosos, deitados em macas em locais abertos das emergências e pelo menos um corpo em um quarto.

"A fila de espera para uma consulta com um médico é de quatro horas", disse um funcionário a um idoso que afirmou estar com covid-19. "Há 300 pessoas antes do senhor", explicou.

A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou na semana passada o fim da publicação do balanço diário de mortes por coronavírus.

Mas com o fim dos testes em larga escala e a decisão chinesa de alterar a definição de mortes por covid, os números não eram mais confiáveis para alguns analistas.

A Comissão Europeia convocou para esta quinta-feira (29) uma reunião com o objetivo de "discutir (...) possíveis medidas para uma abordagem coordenada" dos países da União Europeia diante da explosão de casos de covid-19 na China.

"Levando em conta a situação pandêmica na China", o Executivo europeu reunirá nesta quinta-feira de manhã um comité com representantes dos 27 ministérios da Saúde, disse, nesta quarta (28), à AFP uma porta-voz da Comissão.

O objetivo é "discutir com os Estados-membros e as agências europeias (de Saúde) da UE possíveis medidas para uma abordagem coordenada", disse.

Após o levantamento abrupto este mês da política de "covid zero" na China, que tem causado uma onda significativa de infecções no gigante asiático, vários países manifestaram preocupação e alguns, como Itália, Estados Unidos, Japão ou Índia, decidiram impor testes de covid a viajantes provenientes da China.

Espera-se que a Comissão Europeia, braço executivo da UE, trabalhe para evitar que os países-membros do bloco adotem sozinhos restrições nas suas fronteiras sem consultar os outros integrantes, como aconteceu no início da pandemia, em 2020.

No início de dezembro, por recomendação da Comissão, os 27 concordaram em remover todas as restrições de entrada na UE para viajantes de outros países e retornar à situação pré-pandêmica.

"A variante BF.7 Ômicron, que prevalece na China, já está presente na Europa e não teve um aumento significativo. No entanto, continuamos vigilantes e prontos para usar o 'freio de emergência' - ou seja, medidas restritivas 'de maneira coordenada' - se necessário", concluiu a porta-voz.

A reviravolta repentina na política anticovid de Pequim tem gerado preocupação no mundo e levou países como Estados Unidos e Itália a exigir testes negativos para viajantes procedentes do gigante asiático.

A China anunciou que eliminará a exigência de quarentena para visitantes estrangeiros a partir de 8 de janeiro, a última medida em vigor em sua rígida política de "covid zero".

Com a medida, a população chinesa correu para comprar passagens aéreas internacionais.

Mas diversos países veem o relaxamento das medidas sanitárias na China com precaução e começaram a impor suas próprias restrições.

Os Estados Unidos, que já cogitavam limitar a entrada de viajantes provenientes do gigante asiático, confirmou nesta quarta-feira (28) que, a partir de 5 de janeiro, exigirá testes negativos de covid-19 para todos os passageiros do transporte aéreo provenientes da China, Hong Kong e Macau, informou uma autoridade federal de saúde.

"A comunidade internacional está cada vez mais preocupada com os surtos contínuos de covid-19 na China e a falta de dados transparentes, incluindo os dados de sequências genômicas virais", disseram as autoridades americanas.

Os Estados Unidos são o último de uma série de países que adotaram esse tipo de medida, seguindo os passos de Japão, Índia e Malásia.

Também o fizeram nesta quarta-feira Itália e Taiwan, a ilha autônoma que a China chama de sua, anunciando que os visitantes chineses terão que passar por testes de diagnóstico.

Hospitais e crematórios em toda a China continuam sobrecarregados, principalmente com a chegada de idosos.

Jornalistas da AFP viram, nesta quarta-feira, dezenas de pacientes com covid-19, a maioria idosos, deitados em macas nas áreas de emergência dos hospitais de Tianjin, a 140 quilômetros de Pequim.

Um médico admitiu que a equipe médica terá de continuar trabalhando, mesmo que teste positivo para o coronavírus.

- Previsível e controlado -

As medidas de flexibilização de Pequim puseram fim ao regime de "covid zero", com testes em massa, confinamentos e extensas quarentenas que paralisaram sua economia e provocaram protestos em todo país.

"O desenvolvimento atual da situação epidemiológica chinesa é previsível e controlado", garantiu o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin, nesta quarta-feira.

"O exagero, a difamação e a manipulação política com segundas intenções não resistem à prova dos fatos", acrescentou Wang, que chamou a cobertura da imprensa ocidental sobre a covid na China de "totalmente tendenciosa".

Desde março de 2020, os passageiros que chegavam à China tinham de passar por uma quarentena obrigatória.

O tempo do confinamento foi reduzido de três para uma semana em junho e para cinco dias no mês passado, antes de ser completamente eliminado em janeiro de 2023.

Na terça, as autoridades de imigração disseram que vão voltar a emitir passaportes para fins turísticos a partir de 8 de janeiro, após anos de rígidos controles de saída.

- Rastrear casos -

O surto de casos no inverno (verão no Brasil) ocorre antes do feriado prolongado do Ano Novo Chinês em janeiro, quando centenas de milhões de pessoas costumam viajar para visitar suas famílias.

Nesta quarta, o Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China informou 5.231 novos casos de covid e três mortes, depois de estreitar os critérios para definir se uma morte foi causada pelo coronavírus.

Os números divulgados podem ser menores do que a realidade, porque as pessoas não são mais forçadas a relatar o contágio.

Hoje, usam dados de consultas on-line, visitas hospitalares, pedido de medicamentos para febre e chamadas de emergência para "cobrir as limitações dos números (oficiais) relatados", disse Yin Wenwu, funcionário do controle de doenças, à imprensa na terça-feira.

Diante da falta de remédios básicos, as autoridades da cidade de Pequim planejam distribuir Paxlovid, um remédio contra a covid, em hospitais locais e clínicas comunitárias.

Na China, em hospitais saturados pela pior onda de Covid-19 que o país já viveu, médicos infectados trabalham sem trégua no tratamento de pacientes idosos.

Três anos após a detecção dos primeiros casos de coronavírus em Wuhan (centro), o país enfrenta uma explosão de contágios, desde o fim súbito da maioria das restrições de saúde no início de dezembro.

As autoridades já admitiram que a extensão da epidemia atualmente é "impossível" de determinar: os testes não são mais obrigatórios e os dados fragmentados.

Em pouco tempo, o sistema de saúde se viu sobrecarregado, as farmácias ficaram sem medicamentos contra a febre, enquanto os crematórios enfrentam um grande fluxo de corpos.

No hospital Nankai de Tianjin (norte), cidade portuária localizada a 140 quilômetros de Pequim, a AFP contabilizou 20 idosos deitados em macas no serviço de emergência.

A maioria recebe medicação intravenosa, outros apresentam grande dificuldade respiratória, enquanto alguns parecem meio ou totalmente inconscientes.

"Todos têm covid", disse um médico à AFP, enquanto um colega lamentava a falta de leitos disponíveis.

O serviço de emergência está mais congestionado do que o habitual "por causa da epidemia", ressalta outro médico.

Depois de testar positivo para o coronavírus, ele precisa continuar trabalhando, como "quase todos".

Apesar de uma onda de contaminação em escala sem precedentes, as autoridades de saúde chinesas acabaram com a publicação diária dos números da covid.

Com o fim dos testes generalizados e a decisão das autoridades de alterar a definição de morte por coronavírus, as estatísticas parecem estar totalmente desfasadas da realidade.

Em um departamento específico para pacientes com febre, médicos se esforçam para supervisionar quase 30 pacientes por vez, a maioria idosos.

De seu leito, uma senhora idosa geme. "Tente não se mexer muito", sussurra um homem a ela.

- "Quatro horas de espera" -

Em um hospital próximo, a AFP observou uma pessoa morta sendo retirada do ambulatório.

Mais de 25 pessoas, também de idade avançada, estavam deitadas em leitos improvisados nos corredores estreitos do pronto-socorro.

Entre elas, pacientes em soro ou inerte. Mas também pessoas tremendo de frio, apesar de seus gorros de lã e cobertores grossos.

Alguns sufocam um ataque de tosse em suas máscaras. Cilindros de oxigênio azuis são visíveis.

Os enfermeiros movimentam os pacientes em macas ou cadeiras de rodas, tentando não esbarrar em outros pacientes.

Na sala de reanimação, os médicos estão ocupados ao redor de um paciente idoso, conectado a máquinas que medem seus sinais de vida.

Seguranças garantem do lado de fora que a espera por uma consulta ocorra em paz.

Um funcionário do hospital confirmou à AFP que a maioria dos pacientes internados no pronto-socorro desenvolveu complicações relacionadas à covid.

Num canto, um homem passa um chumaço de algodão embebido em água nos lábios ressecados de uma senhora idosa. Deitada numa maca, ela respira com dificuldade.

No meio do incessante balé de ambulâncias, um idoso, que diz estar com covid, apresenta-se à entrada do hospital.

"Há uma espera de quatro horas para consultar um médico", responde um funcionário. À sua frente, já aguardam "300 pessoas", aponta.

As cenas estão longe de serem casos isolados. A AFP testemunhou situações semelhantes em Xangai, a capital econômica, assim como em Chongqing, uma grande cidade-metrópole no sudoeste da China, onde o fluxo de pacientes também está sobrecarregando o sistema de saúde.

Os Estados Unidos exigirão que todos os passageiros vindos da China por via aérea entrem no país com testes negativos de Covid-19, alegando que Pequim não compartilha informações suficientes sobre o aumento dos casos de novo coronavírus no gigante asiático, anunciou uma autoridade federal de saúde nesta quarta-feira (28).

A partir de 5 de janeiro, "todos os passageiros aéreos com dois anos de idade ou mais provenientes da China serão obrigados a fazer um teste no máximo dois dias antes da partida da China, Hong Kong e Macau, e apresentar um resultado negativo às companhias aéreas no momento da partida", disse o funcionário.

"O rápido aumento recente da transmissão de covid-19 na China aumenta a possibilidade do surgimento de novas variantes", acrescentou.

Segundo o funcionário, Pequim fornece dados limitados sobre as variantes que circulam na China às bases de dados globais. Os testes e relatórios sobre novos casos também diminuíram.

"Com base nessa falta de disponibilidade de dados, é mais difícil para as autoridades de saúde pública dos Estados Unidos identificar novas variantes que estão se espalhando" para o país norte-americano, explicou.

O requisito do teste se aplica a passageiros de transporte aéreo, independentemente de sua nacionalidade e status de vacinação, e inclui pessoas que viajam da China para os Estados Unidos via outros países, bem como aquelas que fazem escala em qualquer aeroporto americano.

Apesar da pandemia da Covid-19 ter se tornado um problema mais brando este ano, em termos de letalidade — muito tendo a ver com a adesão às doses de reforço das vacinas contra o coronavírus —, ela desafiou o brasileiro com novas formas de adaptação, uma vez que o vírus não deve sair de circulação tão rápido. A presença do autoteste, autorizado no início do ano, proporcionou uma maior acessibilidade aos testes da doença, que mesmo oferecidos de forma gratuita pelos municípios, nem sempre estiveram disponíveis. 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o primeiro autoteste para a Covid-19 no Brasil em fevereiro. O Novel Coronavírus Autoteste Antígeno foi aprovado para uso com amostra de swab nasal não profunda, com resultado após 15 minutos, e desde então, esteve disponível nas farmácias. 

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Em novembro, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um novo alerta para os países da região, informando que os casos de Covid haviam saltado em 17%, o que incluiu o Brasil como um dos principais afetados. A entidade pediu aos países que implementassem as ferramentas necessárias para manter as comunidades seguras, incluindo vacinas, vigilância, uso de máscara e distanciamento social, principalmente no momento que antecede o período festivo. 

Vacina bivalente 

O ano de 2022 também foi marcado pela aprovação da Anvisa no uso temporário e emergencial de duas vacinas bivalentes contra Covid-19 da empresa Pfizer (Comirnaty), no Brasil, no dia 22 de novembro. A decisão permitiu a aplicação do imunizante como dose de reforço na população acima de 12 anos de idade. 

Vale lembrar que, essa aprovação chegou em um cenário que o país passava por mais uma onda de covid, e como esse tipo de vacina são mais atualizadas e contêm uma mistura de cepas do vírus SarsCov-2, elas podem garantir uma proteção maior contra as novas variantes. 

Dessa forma, essas vacinas bivalentes que foram aprovadas pelas Anvisa, oferecem proteção contra mais de uma cepa de um vírus. São elas:  Bivalente BA1, que protege contra a variante original e contra a variante Ômicron BA1; Bivalente BA4/BA5 – protege contra a variante original e também contra a variante Ômicron BA4/BA5. 

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