Tópicos | comércio mundial

Marcado por incertezas, o mercado mundial não deve apresentar uma forte recuperação para o comércio pelos próximos dois anos. Dados apresentados pela OMC indicam ainda que, em 2016, a taxa de expansão do comércio foi de apenas 1,3% em volume e uma contração de 3% em termos de valores.

De acordo com Roberto Azevedo, diretor da entidade, o desempenho de 2016 é o pior desde o início da crise mundial de 2009 e, pelo segundo ano consecutivo, o comércio internacional sofreu uma contração em dólares.

##RECOMENDA##

Entre suas previsões, a OMC estima que 2017 terá um melhor resultado para o comércio internacional. Mesmo assim, ele pode chegar a 2,4% neste ano, com uma margem de variação de 1,8% a 3,6%. Para 2018, o comércio pode se expandir entre 2,1% e 4%.

Ainda que o crescimento seja identificado, nem o melhor dos cenários aproxima o desempenho do comércio ao que era conhecido no mundo nas últimas décadas.

Segundo a OMC, o resultado de 2016 foi em grande parte afetado pelo desempenho negativo dos mercados emergentes, como Brasil, China ou Rússia. Mas a própria entidade estima que o mercado global hoje está "profundamente imprevisível" diante da falta de clareza dos governos sobre suas políticas econômicas, monetárias e comerciais.

"A incerteza é acima de tudo política. O comércio internacional fraco dos últimos anos reflete a debilidade da economia global", disse Azevedo.

Segundo ele, o comércio tem o potencial de ajudar na recuperação da economia mundial. Mas o protecionismo pode aprofundar ainda mais a crise. "Se políticos tentarem lidar com a perda de empregos com restrições severas ao comércio, ele pode se constituir em um peso para a recuperação", alertou.

Azevedo ainda usou o anúncio sobre os dados para alertar sobre os riscos de uma onda protecionista. "As preocupações das pessoas são legítimas. Mas não adianta resolver um problema e criar outro em outro lugar do mundo. O comércio deve fazer parte da solução", defendeu. "Fechar as fronteiras não vai trazer empregos de volta. Apenas vai destruir mais postos de trabalho. Precisamos resistir", disse.

O brasileiro continua a evitar a falar diretamente sobre Donald Trump. "Ainda estamos aguardando para saber qual será a política comercial", completou. Mas admitiu: as incertezas são "ruins" ao comércio.

A Organização Mundial do Comércio prevê uma recuperação nas exportações de produtos primários no segundo semestre de 2016, depois de forte quedas nos preços nos últimos anos. Os dados foram publicados nesta sexta-feira (8). A entidade, porém, alerta que o comércio mundial continuará, de um modo geral, a registrar uma taxa de expansão baixa no terceiro trimestre do ano.

A partir de cem indicadores internacionais, a OMC começa a publicar projeções sobre o que ocorrerá com o comércio mundial nos próximos meses. O índice mede uma série de fatores e todos os resultados abaixo de 100 pontos são considerados como um sinal de que pode haver uma contração nos fluxos em comparação ao trimestre precedente.

##RECOMENDA##

De uma forma geral, o primeiro resultado apontou para um índice de 99 pontos, abaixo da tendência do último trimestre e dando sinais de que o comércio pode perder força em julho e agosto. "Atualmente, os dados sugerem que o crescimento do comércio continuará fraco no terceiro trimestre ", disse o diretor-geral da OMC, Roberto Azevedo.

Os dados foram confirmados pela publicação dos resultados comerciais da Alemanha, a maior economia da UE. Segundo os dados de Berlim, as exportações do país caíram de 101 bilhões de euros em abril para 99 bilhões em maio.

Ainda assim, a projeção é mais positiva que os dados do primeiro trimestre do ano. " Isso sugere que o comércio mundial pode se recuperar no segundo trimestre. Mas as debilidades devem persistir no terceiro trimestre ", explicou a OMC.

Nem todos os setores tiveram o mesmo desempenho. As exportações das maiores economias do mundo voltaram a crescer e terão uma recuperação nos próximos meses. Mas os dados de transporte aéreo sobre cargas e contêineres continuam fracos, ainda que com um sinal de estabilização.

A produção e vendas de veículos sofreram queda, depois de uma recuperação no início do ano. O setor de eletrônicos também registrou uma tendência de queda. Já o comércio de bens agrícolas registrou uma forte expansão, somando 106,5 pontos, acima da média.

As projeções feitas em abril pela OMC apontaram que o comércio mundial terá uma expansão de apenas 2,8%, bem abaixo da previsão inicial de 3,9%. Em 2015, a taxa já havia sido de apenas 2,8%, a pior em anos.

Para 2017, a previsão é de uma expansão de 3,6% no mundo. Mas bem abaixo da média de 5% ao ano na década de 90.

A China acrescentou mais um troféu a seus recordes econômicos e se tornou o país com maior volume de comércio internacional em 2013, ultrapassando pela primeira vez os Estados Unidos. A soma de exportações e importações atingiu US$ 4,16 trilhões, acima dos cerca de US$ 3,9 trilhões que devem ser registrados pelos americanos - os números do país serão divulgados na próxima semana.

A chegada ao topo do ranking coroa um processo de dez anos de ascensão acelerada da China no cenário internacional, no qual ela tomou dos Estados Unidos o posto de segundo maior exportador mundial, em 2007, e desbancou a liderança da Alemanha em 2009. Atualmente, o país asiático responde por pouco mais de 10% do comércio internacional. No ano 2000, sua participação era de 3%.

##RECOMENDA##

O antigo império continua a ocupar o segundo lugar na lista dos maiores importadores, atrás do Estados Unidos, mas o cenário começa a mudar em razão das compras de petróleo. Enquanto os americanos diminuem sua dependência externa, a China aumenta. No ano passado, o país asiático se tornou o maior importador de petróleo e se consolidou como principal destino dos embarques do Oriente Médio.

O brutal apetite chinês por commodities se refletiu na balança comercial brasileira, mudou a pauta dos embarques para o exterior e transformou a China no maior destino de nossas vendas. Em 2004, o país asiático ocupava o quarto lugar nesse ranking. Cinco ano mais tarde, em 2009, já estava em primeiro lugar, acima de Estados Unidos e Argentina, tradicionais parceiros do Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A nova restrição temporária imposta pelo Serviço Federal de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) à importação de nove unidades frigoríficas de carne bovina e uma de suína pode ter riscos à imagem do setor no comércio mundial de carnes.

Para o diretor da Ativa Corretora, em relatório ao mercado, a suspensão não afeta as companhias, porque elas podem direcionar o atendimento ao mercado de outras unidades sem custos significativos.

##RECOMENDA##

"Porém, o fato da suspensão ter sido causada por razões sanitárias e veterinárias, ainda mais por órgãos de países estrangeiros, corrobora as preocupações com um dos maiores riscos do setor no Brasil, o de regulação sanitária", afirmou o especialista, no documento.

Já para o analista do BB Investimentos, Nataniel Cezimbra, também em relatório ao mercado, há riscos consideráveis para as companhias. Dentre eles, o risco de receita, já que o mercado russo é o principal importador de carne bovina brasileira; de custos, relacionados à realocação das plantas produtoras para exportação e comercial de exposição ao mercado russo, pois o mercado diminuirá sua dependência de importação de proteínas.

"Neste primeiro momento não alteraremos nossos preços-alvo ou ratings, pois acreditamos que as companhias possuam flexibilidade à adequação das mudanças operacionais e comerciais. Acompanharemos os desdobramentos deste evento para incorporá-los de forma justa em nossas avaliações", declarou o analista.

As exportações e importações brasileiras desabam, tem um desempenho em 2012 bem abaixo da média mundial e o País reduz sua participação no comércio mundial. Dados divulgados nesta quarta-feira pela Organização Mundial do Comércio revelam que, por conta da crise europeia, as vendas brasileiras ao mundo sofreram uma contração de 5% no ano passado, resultado bem pior que o dos demais emergentes e do resto do mundo.

O protecionismo brasileiro e a desaceleração do crescimento também tiveram sua repercussão: as importações ao País despencaram a níveis bem mais profundos que dos demais emergentes e o País caiu no ranking dos maiores importadores.

##RECOMENDA##

No geral, a OMC apresentou uma drástica revisão para baixo das perspectivas de crescimento do comércio em 2013, em mais um sinal claro da dificuldade da economia mundial em sair de sua crise. A contração do PIB na Europa, a maior importadora do mundo, afetou a todos e continuará a impactar os exportadores nos próximos dois anos.

Com US$ 257 bilhões em vendas, o Brasil se manteve na 22ª posição entre os maiores exportadores mundial, com meros 1,3% do comércio mundial em 2012. Mas, em 2011, o Brasil representava 1,4% das exportações do mundo.

No ano, o Brasil caiu em 5% em vendas, contra uma média mundial se mantendo estabilizada. O resultado de 2012 contrasta com a expansão dos últimos anos. A média entre 2005 e 2012 foi de um crescimento de 11% em valores nas vendas nacionais, bem acima da média mundial de apenas 8%. Em 2010, as vendas subiram em 32%, contra 27% de expansão em 2011. Agora, registrou uma contração.

Em volumes, as vendas nacionais tiveram um crescimento de 3,1% em 2011. Mas, em 2012, enquanto o mundo cresceu em 2%, o Brasil sofreu uma contração de 1,3%, numa prova que a balança comercial nacional dependia dos preços das commodities e que acabaram caindo.

Para Coleman Nee, economista da OMC, o resultado no Brasil tem uma relação direta com a crise na Europa e seu impacto na China. "O motor da contração tem sido a Europa, afetando não apenas aqueles países que vendem para o mercado europeu, mas também aqueles que vendem matérias-primas para a China que, por sua vez, exportam produtos acabados para a Europa", disse. O Brasil seria um desses casos.

Protecionismo

O Brasil também teve um resultado nas importações abaixo da média mundial. Se o resultado global foi uma estagnação, as importações do Brasil registraram uma contração de 2% em valores. Em volume, a contração no Brasil foi de 2,1%. Em média, os países emergentes tiveram uma expansão em importações de 4,6%. Questionado se o protecionismo brasileiro contribuiu para esse resultado, Nee apenas disse: "certamente essas medidas não ajudaram a aumentar o comércio". O resultado acabou fazendo o Brasil perder uma posição no ranking dos maiores importadores, caindo da 21ª para a 22ª posição mundial.

Estagnados

Para o restante do mundo, a OMC apresentou previsões dramáticas para 2013. No ano passado, a entidade havia alertado para um crescimento de apenas 4,5% no comércio mundial em 2013, abaixo da média dos últimos 7 anos de 8%. A previsão foi reduzida no final do ano para 3,7%. Agora, com a situação na Europa se deteriorando rapidamente e a dificuldade de países emergentes em compensar a recessão nos países ricos, a nova previsão aponta para um aumento do comércio de meros 3,3% em valores. Em volume, o comércio mundial não cresceu.

Os resultados de 2012 também foram revistos para baixo. Em setembro, a OMC havia indicado que a expansão havia sido de 2,5%. Agora, o resultado final foi um crescimento de apenas 2%. Outra constatação é o distanciamento cada vez maior da China como maior exportadora do mundo, mesmo diante da crise na Europa. Em 2012, Pequim terminou com 11,2% das vendas mundiais, mais de um ponto porcentual a mais que em 2011, com US$ 2 trilhões. Em 2012, as vendas subiram em 8%.

O segundo lugar ficou com os EUA, com 8,4% das exportações mundiais, seguido pela Alemanha, com 7,7% das vendas no mundo.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando