Tópicos | Cine Ceará

A primeira noite da 29ª edição do Cine Ceará - Festival Ibero-americano de Cinema, nesta sexta-feira (30), contará com a exibição do longa “A Vida Invisível”, de Karim Aïnouz. No evento, que acontece no Cineteatro São Luíz, às 19h30, contará com homenagem ao diretor cearense. A ocasião conta com a presença das atrizes Fernanda Montenegro, Carol Duarte, Julia Stockler, o ator Flavio Bauraqui e a produtora Mariana Coelho.

Nesta noite também será realizada a entrega de certificados aos alunos do projeto Enel Compartilha Animação, com exibição do curta-metragem “A Máscara da Igualdade”, resultado da oficina de Cinema de Animação, conduzida pelo cineasta Telmo Carvalho.

##RECOMENDA##

A abertura será parte para convidados e parte aberta ao público. O evento realizou a distribuição de 200 ingressos na bilheteria do Cineteatro São Luiz na quinta-feira (29). Para os outros dias, inclusive o encerramento, os ingressos estarão disponíveis na bilheteria, gratuitamente, uma hora antes do início de cada sessão.

O filme “A Vida Invisível” foi a indicação brasileira a concorrer uma vaga no Oscar 2020 na categoria Melhor Filme Estrangeiro e foi vencedor do prêmio de melhor filme na mostra Un Certain Regard de Cannes 2019, primeiro filme brasileiro a receber o prêmio máximo na categoria.

O longa conta a história das irmãs inseparáveis Guida, que sonha em casar e ter uma família, e Eurídice, a mais nova, pianista prodígio. Um dia, as duas são separadas para sempre e passam suas vidas tentando se reencontrar, como se somente juntas fossem capazes de seguir em frente.

Serviço

Abertura do 29° Cine Ceará com “A Vida Invisível”

Sexta-feira (30) | 19h30

Cineteatro São Luiz (Rua Major Facundo, 500 - Centro, Fortaleza - CE)

O Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema bateu novo recorde de inscritos. Para a edição deste ano, foram 1.113 filmes enviados para a seleção da Mostra Competitiva Ibero-Americana de Longa-Metragem e Mostra Competitiva Brasileira de Curta-Metragem, que acontecerá em Fortaleza entre os dias 05 a 11 de agosto.

[@#video#@]

##RECOMENDA##

Do total de inscritos, 260 foram para a Competitiva de Longa-Metragem, seis a mais que em 2016, produzidos por 17 países. A quantidade de curtas-metragens também superou a edição anterior, passando de 712 para 853 filmes em 2017. Para a Competitiva Brasileira, o Festival recebeu inscrições de 25 estados e o Ceará participa da seleção com 97 produções. A data prevista para a divulgação dos selecionados é o dia 03 de julho.

O 27° Cine Ceará é uma promoção da Universidade Federal do Ceará, através da Casa Amarela Eusélio Oliveira. A realização é da Associação Cultural Cine Ceará e Bucanero Filmes e conta com patrocínio de empresas públicas e privadas, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (SIEC) e da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).

Com informações de assessoria

Entre os dias 18 e 24 de junho, Fortaleza será sede da 25º edição do Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema. O tradicional evento cinematográfico recebe, até o dia 31 de março, inscrições dos filmes que pretendem compor a Mostra Competitiva Ibero-Americana de Longa Metragem

Para participar, as produções devem se enquadrar no formato de longa-metragem, com duração mínima de 70 minutos, além de ter sido produzido nas seguintes localidades: América Latina, Caribe, Portugal e Espanha. Os filmes precisam estar num formato que possa ser exibido digitalmente.  

##RECOMENDA##

O festival também está recebendo inscrições de curtas-metragens, com até 20 minutos. Mas para integrar o material da Mostra Competitiva Brasileira de Curtas-Metragens, as produções devem ser produzidas por brasileiros ou estrangeiros radicados no país há mais de três anos. Além disso, as obras precisam ter sido finalizadas a partir de 2014 e não podem ter participado da seleção da edição anterior. 

Os vencedores das Mostras competitivas de longas e curtas-metragens serão contemplados com o Troféu Mucuripe, além da premiação em dinheiro, no valor de US$10 mil para o melhor longa-metragem e R$15 Mil para o curta-metragem que vencer o Prêmio Aquisição Canal Brasil. 

O edital está disponível no site do Festival. 

Serviço:

25º Cine Ceará

18 a 24 de junho

Inscrições até 31 de março

(85)3055 3465

contatos@cineceara.com

Apenas um filme dedicado a Sebastião Salgado poderia realizar a proeza de segurar o público no cinema após uma maratona que começou às 20h e foi terminar às 2h da madrugada. Foi o que aconteceu no Theatro José de Alencar, com a exibição, fora de concurso, de O Sal da Terra, de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado. O longa, com estreia prevista para dezembro, esmiúça, com graça, emoção e inspiração, a carreira do nosso maior fotógrafo. No final da sessão, um público cansado, porém agradecido pelo que tinha visto, aplaudiu longamente.

O filme, descrito por espectadores com palavras como "luxuoso", "duro, porém de uma beleza incrível", refaz a vida de Salgado, mineiro de Aimorés, através do seu trabalho. Mas a contempla em várias etapas. Da infância na fazenda aos estudos em São Paulo. Da saída do país durante a ditadura militar à formação em Economia no exterior. Do cargo no Banco Mundial à descoberta da sua grande vocação, o que mudaria a sua vida, a de sua família e as de tantas outras pessoas.

##RECOMENDA##

Já instalado no campo da fotografia, o filme debruça-se sobre as diversas fases do percurso de Salgado, fazendo um arco que vai do fotógrafo social, preocupado com a miséria do mundo, ao apaixonado pelo trabalho humano e, por fim, pela natureza e pelo planeta Terra, esta nossa casa tão maltratada e ainda tão bela.

Mas, no fundo, é o ser humano o centro do universo de Salgado. "As pessoas são o sal da Terra", ele diz, e daí vem o título do filme.

Trabalhando em parceria com o filho de Sebastião Salgado, Wenders retoma seu melhor pulso de documentarista. Rigor, uso inteligente e moderado de uma trilha sonora estupenda, discernimento para sacar o que existe de essencial em trajetória tão brilhante quanto diversificada. Filme de fato recompensador. E que talvez levante algumas questões já com certa rodagem, porém ainda não resolvidas, como: o que significa a estetização da fome e quais as possibilidades de representação (no caso fotográfica) da miséria humana extrema. São temas éticos, que ficam à margem do documentário, mas podem muito bem serem debatidas pelo público inteligente que o vê.

Crise na Espanha

Com Os Fenômenos, o espanhol Alfonso Zarauza cria, explicitamente, uma metáfora da crise econômica do seu país. Neneta (Lola Dueñas) é a mulher com filho pequeno obrigada a se empregar como trabalhadora braçal em uma obra para sobreviver, apesar de ter a escolaridade que, em tempos melhores, poderia empregá-la em outras funções. "Minha ideia com este filme é dar uma bofetada de realidade para mostrar quem são os verdadeiros responsáveis pela crise econômica", diz o diretor.

O filme tem a ambição de refletir, de maneira crítica e do ponto de vista dos trabalhadores, sobre os efeitos deletérios da crise econômica. Por exemplo, em meio a essa dura história de sobrevivência, Neneta deverá optar entre dois amores, um libertário, que a convida a jogar tudo para o alto e seguir viagem, e outro, mais "burguês", que a chama para a estabilidade. "Mas, no fundo, o que decide por ela é a crise econômica e não seus desejos mais íntimos", diz. A crise, no fundo, funciona como os deuses da tragédia grega, tecendo e desfazendo destinos humanos.

Zarauza falou também sobre o bom momento do cinema da Galícia, região de onde é proveniente. "Houve lá um governo inteligente que decidiu colocar o dinheiro, em pequenas quantidades, nas mãos dos artistas e não dos produtores culturais; nasceram assim filmes de orçamentos muito modestos, porém criativos, e que têm sido muito bem recebidos, tanto na Espanha quanto nos festivais no exterior. Zarauza compara a independência dos galegos com o cinema que se faz em Madri, "mais industrial, e, portanto, mais suscetível aos efeitos da recessão econômica".

A pimenta da polêmica, até agora ausente do Cine Ceará, chegou com o longa-metragem mexicano Obediência Perfeita, de Luis Urquiza. O filme, baseado em livro homônimo de Enrique Alcocer, fala da prática de pedofilia numa organização católica chamada Los Legionários de Cristo. De acordo com o ator mexicano Juan Ignazio Aranda (que interpreta um dos sacerdotes, o padre Galaviz), todos no México conhecem muito bem a história real, mas havia como um véu de silêncio que a cobria - sobretudo no cinema de ficção.

O criador da organização católica, Marcial Maciel (1920- 2008), é personagem controverso no México. Fundador dos Legionários de Cristo, foi acusado de manter relações sexuais com rapazes menores, chegou a ser processado nos Estados Unidos, e foi afastado de suas funções sacerdotais pelo papa Bento XVI. O interesse pela história, que já havia sido focalizada no documentário Agnus Dei: Cordero de Diós (Alejandra Sánchez, 2011), fez Obediência Perfeita chegar a um público de mais de 600 mil pessoas no México, o que, para um filme desse tipo, está mais do que bom.

##RECOMENDA##

Aranda conta também que a Igreja mexicana não fez qualquer tipo de manifestação a propósito de Obediência Perfeita. "Por ocasião do lançamento de outra obra considerada anticlerical, O Crime do Padre Amaro (Carlos Carrera, 2002), houve grandes manifestações contrárias por parte da Igreja. Como eles perceberam que isso só serviu como publicidade gratuita para a obra, transformando-o num dos maiores sucessos recentes, desta vez ficaram caladinhos", diz ainda.

O tema controverso provocou reações diversas, de repúdio, mas também de adesão. Houve mesmo críticas acusando o filme de "pegar leve" com o tema, simplesmente por não mostrar, de forma explícita, as relações sexuais entre os sacerdotes e os meninos. "Ficaria muito chocante, e fazer com que essas cenas fossem apenas insinuadas foi uma opção do diretor", disse Aranda.

O filme acompanha a trajetória de um jovem seminarista, Julián (Sebastián Aguirre), internado em uma das casas de iniciação dos Legionários de Cristo, onde se torna o favorito do chefe da organização, Ángel de la Cruz (Juan Manuel Bernal). A formação do jovem cumpre as etapas da perfeita obediência, conforme preceitos de Ignácio de Loyola, adaptados por Ángel. A obediência cega, claro, implica submissão sexual. Mas o filme é suficientemente sutil para contemplar a cumplicidade e mesmo a afeição do jovem em relação ao seu molestador. É um filme perturbador, embora seu tom solene às vezes diminua o impacto provocado.

Curtas

Dois curtas-metragens de boa qualidade completaram o programa. Em Marina Vai à Praia, o mineiro Cássio Pereira dos Santos mostra o desejo de uma garota portadora de Síndrome de Down de conhecer o mar. Em Meio-Fio, do Distrito Federal, Denise Vieira acompanha o cotidiano de uma radialista recém-separada do companheiro e apresentadora de um programa para corações partidos. Denise faz parte do grupo do cineasta Adirley Queirós, de Branco Sai. Preto Fica, vencedor do recente Festival de Brasília e que atua em Ceilândia, cidade-satélite onde vivem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma das grandes atrações do Cine Ceará é o Foco Argentina, retrospectiva da filmografia recente organizada pelo diretor Miguel Mato - que já concorreu aqui há três anos com Homo Viator, sobre o escritor Haroldo Conti, desaparecido durante a ditadura militar argentina.

Mato conta que, diante da tarefa proposta pelo Cine Ceará, decidiu-se por um recorte contemporâneo. "Era impossível integrar numa retrospectiva uma cinematografia rica, de mais de 100 anos, que hoje produz 140 longas por ano", comentou.

##RECOMENDA##

Miguel Mato selecionou 28 obras: 17 longas e 11 curtas. Duas são do autor homenageado, Daniel Burman, que aqui estará com Ninho Vazio e Abraço Partido.

Os outros filmes procuram retratar a sociedade argentina, hoje, tal como é vista pelos jovens cineastas. "Este é o conceito, abarcar a diversidade produzida por 31 anos contínuos de democracia", diz Mato, que assim escolheu títulos como O Crítico, Crônica de Uma Fuga, O Último Elvis, entre outros. A mostra se divide em focos temáticos - cinema de terror, animação e LGTB. "Espero que esses filmes deem um relato da Argentina hoje."

Sobre a ausência de alguns dos autores mais premiados do novo cinema argentino como Lucrecia Martel (O Pântano e La Niña Santa) e Lisandro Alonso (Os Mortos e Jauja), Mato afirmou. "Não podia contemplar todas as vertentes do novo cinema argentino numa mostra relativamente pequena. Então, tive de fazer escolhas que refletissem a diversidade desse cinema e não privilegiar apenas aquela que faz mais sucesso em festivais e no exterior."

Acontece que essa vertente, que alguns críticos chamam de "contemplativa" é a que maior trânsito internacional tem, graças ao prestígio obtido em festivais. Mato entende que um certo cinema argentino preocupa-se demais com a forma, deixando o conteúdo em segundo plano. "São ótimos para ganhar prêmios, mas também para afastar o público. Minha geração entende o cinema como forma de comunicação, o que equivale a dizer que leva em conta o público."

Ele diz ter razão para se preocupar. Apesar de produzir muito e da repercussão no exterior com seus autores jovens, o cinema argentino ocupa apenas 12% do seu mercado interno. Para efeito de comparação, ano passado, o Brasil ocupou 18% do mercado cinematográfico com suas produções (este ano, a porcentagem deve cair).

Como exemplo de filme que contempla inovação com diálogo com o público, ele cita Pizza, Birra y Faso, de Adrián Caetano, que venceu o Festival de Gramado anos atrás. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Começa neste sábado, 15, em Fortaleza, a 24.ª edição do Cine Ceará, um dos mais tradicionais festivais de cinema do País. A mostra cearense se inicia com homenagem à atriz Deborah Secco e terá, como filme de abertura, um dos competidores estrangeiros, o drama de suspense Não Sou Lorena (Chile/Argentina), de Isadora Marras.

Neste ano, a mostra principal volta a ter como palco o Theatro José de Alencar, e não mais nas salas do Centro Dragão do Mar, como aconteceu no ano passado. A justificativa é que a mostra se tornava um tanto dispersiva quando dividida pelas três salas do Dragão. Já o teatro, inaugurado em 1910, é lindo, embora pouco confortável como sala de cinema improvisada. Tem ao seu lado um parque acolhedor, propício para as atividades sociais do evento.

##RECOMENDA##

Com recorte ibero-americano, o Cine Ceará apresenta em sua mostra competitiva três filmes brasileiros e cinco de outros países. Dólares de Areia, da República Dominicana, o já citado Não Sou Lorena, do Chile, Não Roubarás (a Menos Que Seja Necessário), do Equador, Obediência Perfeita, do México, e Os Fenômenos, da Espanha, compõem o cardápio estrangeiro.

Pelo Brasil, vêm Estrada 47, de Vicente Ferraz, De Gravata e Unha Vermelha, de Miriam Chneiderman, e A Vida Privada dos Hipopótamos, de Maíra Bülher e Matias Mariani.

Destes, Estrada 47 é o mais manjado: já foi apresentado no Festival do Rio de 2013 e ganhou o troféu de melhor filme em Gramado-2014. Por que um vencedor de importante festival compete em outro? Mistérios dos festivais brasileiros.

Além da mostra de longas, haverá a competição de curtas, com 12 títulos disputando os Troféus Mucuripe. Outra atração é o Foco Argentina, com exibição de filmes e debates sobre o cinema dos hermanos.

O Cine Ceará programou ainda longas nacionais fora de concurso, como Boa Sorte, de Carolina Jabor, com a homenageada Deborah Secco no papel de uma doente terminal viciada em drogas. Além de Deborah, dois outros artistas receberão homenagem do evento - o ator Nelson Xavier e o diretor e escritor João Batista de Andrade, atual diretor do Memorial da América Latina e eleito como intelectual do ano de 2014 pela União Brasileira de Escritores, que lhe conferiu o Troféu Juca Pato.

No encerramento, dia 22, haverá a exibição fora do concurso do inédito Nervos de Aço, de Maurice Capovilla, ficção que procura resgatar a memória do genial compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues (1914-1974), no ano do seu centenário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Rânia", da diretora Roberta Marques, teve ótima recepção de público. Certo, é filme da terra e já conta com a galera a favor. Isso descontado, deve-se reconhecer que tem méritos. É uma história de alma feminina e dirigido com delicadeza.

A personagem-título é Rânia (Graziela Félix), garota que mora em Fortaleza e sonha virar bailarina. Vive com a mãe e seu pai é um pescador, que não quer nem ouvir falar em sonhos "disparatados", como viver no exterior ou dançar profissionalmente. Zizi é a melhor amiga de Rânia e já teve experiência fora de casa, na Itália. Trabalha numa casa noturna, onde pole dance e farra convivem com a prostituição. A terceira personagem feminina é Estela (Mariana Lima), bailarina sofisticada que já viveu em Nova York e chega a Fortaleza para fundar uma escola.

##RECOMENDA##

A diretora Roberta Marques, que vive entre o Brasil e a Holanda, de fato dirige o filme com mão leve. "Acho que existe hoje a possibilidade de discutirmos um cinema feminino, feito com sensibilidade feminina, sem que isso pareça meio bobo; vivemos um momento de afirmação das mulheres no mundo, o que não significa o desejo de apagar a identidade masculina, mas apenas de expressar a nossa." Há homens com alma feminina. Chico Buarque foi citado na conversa. E também Walter Salles, já que é dele uma reconhecida influência de "Rânia" - a do filme "Terra Estrangeira", "o melhor do Waltinho, para mim", diz a diretora.

A ligação se dá pela imagem de um casco de navio encalhado, que existe de fato na costa de Fortaleza e remete à imagem do barco em "Terra Estrangeira". Uma imagem de desolação, de pensamento e reavaliação, "um tempo de repouso na história", diz a diretora. É um trabalho de fato sensível, que não hesita em tocar em questões delicadas como a prostituição de menores, mas o faz com sutileza e empatia com as personagens.

Para se comprovar que a hora é das mulheres na direção, outro dos fortes concorrentes do Cine Ceará é dirigido pela mexicana Kenya Márquez, com seu longa "Prazo de Validade". Um filme estranho, magnificamente fotografado, e que lembra o ambiente surrealista do maior cineasta do país, Arturo Ripstein. Há aqui, claro, um diálogo também com Luis Buñuel, que não por acaso filmou no México durante a juventude e escolheu esse país para passar seus últimos anos.

"Prazo de Validade" é uma comédia de humor negro, desenvolvida a partir de um acontecimento inquietante. Um rapaz, que vive com sua mãe idosa, um dia desaparece. A senhora (interpretada pela grande atriz Ana Ofelia Murguía) percorre hospitais e necrotérios atrás do corpo. Dando asas à imaginação, desconfia que sua nova vizinha, Mariana (Marisol Centeno), pode ter alguma coisa a ver com o sumiço do filho.

Dessa trama, através de uma linguagem visual rebuscada e às vezes hiper-realista, a diretora tira um retrato cruel da pequena burguesia mexicana, um ambiente de Dickens, confinando com a pobreza. Às vezes cruel, outras doce, e sempre intenso, o filme encanta os que apreciam um cinema diferente, fora dos padrões. Quem também brilha no elenco é o ator Damian Alcazar, no papel de Centeno, trambiqueiro de mil profissões, apaixonado por Mariana. Quem veio a Fortaleza representando o filme foi a jovem atriz Marisol Centeno.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Lutas Sociais na América Latina. Este é o tema da 22ª edição do Cine Ceará, festival de cinema ibero-americano, que começa na próxima sexta-feira (1º), na cidade de Fortaleza. Esta edição do festival exibe produções de seis países durante a programação e homenageia o ator Marco Nanini, a produtora e cineasta Lucy Barreto e o reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jesualdo Farias.

A mostra competitiva de longas-metragens traz 11 categorias (Melhor Longa-metragem, Melhor Direção, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Roteiro, Melhor Som, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Direção de Arte, Melhor Ator, Melhor Atriz e Prêmio da Crítica). Dentre os nove indicados estão o chileno Violeta Foi Para o Céu, que abre a mostra competitiva, e o brasileiro Febre do Rato, do pernambucano Cláudio Assis. Melhor Curta-metragem, Melhor Direção, Melhor Roteiro e Prêmio da Crítica são as categorias da mostra competitiva de curtas-metragens, que traz 12 indicados. Dentre os concorrentes o curta de animação, premiado como melhor edição de som no Festival Cine-PE em 2012, Dia Estrelado, da pernambucana Nara Normande.

##RECOMENDA##

Além de uma Mostra com os filmes de Lucy Barreto, há Mostras Melhor Idade, Acessibilidade, Lutas Sociais na América Latina e O 1º Filme a Gente Nunca Esquece. Também acontecem exibições especiais programadas, dos filmes Cego Aderaldo – O Cantador e o Mito, do cineasta Rosemberg Cariri, o longa cubano Juan dos Mortos, de Alejandro Brugués e o inédito Cine Holliúdy, do produtor Halder Gomes. Ainda dentro da programação do Cine Ceará, o cineasta Fernando Meireles participa de debate sobre os 10 anos do filme Cidade de Deus e Sergio Penna promove o Whorkshop de Interpretação de Cinema. O público também pode participar do seminário Desburocratização do Investimento em Cultura.

Além das Mostras, apresentações, seminários e exibições especiais marcam as atrações do festival, que faz uso do Espaço Cultural da Assembleia Legislativa, da Casa Amarela, do Instituto de Arte e Cultura (ICA), do Hotel Seara, do Campus da Unifor e do Theatro José de Alencar.  O Cine Ceará - Festival Ibero-americano de Cinema acontece desde 1991 com a proposta de exibir vídeos produzidos pelos diretores locais. O festival faz parte faz parte da Frente dos Festivais, ao lado dos festivais do Rio, Brasília, Gramado e Recife. O evento é uma promoção da Universidade Federal do Ceará, através da Casa Amarela Eusélio Oliveira, com apoio do Governo do Estado do Ceará por meio da Secretaria da Cultura e do Ministério da Cultura, através da Secretaria do Audiovisual.

Competição de longas-metragens
"Bertsolari", documentário de Asier Altuna (Espanha)
"Distancia" (Distância), ficção de Sergio Ramírez (Guatemala)
"En el Nombre de la Hija" (Em Nome da Filha), ficção de Tania Hermida (Equador)
"Febre do Rato", ficção de Cláudio Assis (Brasil)
"Fecha de Caducidad" (Data de Vencimento), ficção de Kenya Márquez (México)
"Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now!", documentário de Ninho Morais (Brasil)
"Rânia", ficção de Roberta Marques (Brasil)
"Un amor" (Um Amor), ficção de Paula Hernández (Argentina)
"Violeta se Fue a los Cielos" (Violeta foi para o céu), ficção de Andrés Wood (Chile)

Competição de curtas-metragens
"A Galinha que Burlou o Sistema", de Quico Meirelles
"Dia Estrelado", de Nara Normande
"Disque Quilombola", de David Reeks
"Dizem que os Cães Veem Coisas", de Guto Parente
"Lambari", de Márcio Soares
"Os Lados da Rua", de Diego Zon
"Os Mortos-Vivos", de Anita Rocha da Silveira
"Querença", de Iziane Filgueiras Mascarenhas
"Realejo", de Marcus Vinicius Vasconcelos
"Santas", de Roberval Duarte
"Século", de Marcos Pimentel
"Três Vezes por Semana", de Cristiane Reque

Serviço
22º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema - Lutas Sociais na América Latina
1º a 08 de junho
Informações: http://cineceara.com

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando