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Previdência, segurança pública, tecnologia e saúde são os temas que vão nortear a reunião dos governadores do Nordeste que acontece na manhã desta sexta-feira (17) em Teresina, no Piauí. O encontro é o quarto só este ano e servirá como base para pactuar linhas gerais dos assuntos abordados e a construção da “Carta de Teresina” que será encaminhada ao Governo Federal. De acordo com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), os pontos de discussão são alguns dos principais problemas enfrentados pela região. 

“Temos uma discussão sobre a Previdência, que vai ser feita em relação ao sistema de capitalização, os estados já aprovaram a lei, mas ainda falta a definição do sistema complementar. Outra sobre a segurança, tanto na parte da ressocialização como também da segurança em si, porque está nos preocupando muito essa questão do avanço das drogas. E vamos conversar também sobre ciência e tecnologia, já dentro do fórum inaugurado recentemente”, detalhou Câmara. 

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Segundo o pernambucano, os temas serão abordados com representantes do Governo Federal. Os ministros da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo (PCdoB), e da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas vão participar do encontro. Além deles, a secretária-executiva do Ministério da Justiça, Regina Biter também integra a comitiva federal. 

Além dos pleitos gerais, Paulo Câmara vai abordar pontos particulares de Pernambuco durante a reunião, um deles é sobre a saúde pública. “Sabemos que o Brasil precisa resolver essa questão de financiamento da saúde com urgência, pois a população está crescendo, a demanda está aumentando e o sistema segue muito defasado em relação ao atendimento da população”, criticou. “Sempre defendi que se criasse uma linha de financiamento exclusiva para a saúde”, acrescentou Câmara, observando que não defenderá o aumento de carga tributária.

O ministro da Previdência, Carlos Gabas, afirmou nesta quinta-feira (18) que a solução proposta pela presidente Dilma Rousseff para as alterações do fator previdenciário é "momentânea" e que a solução definitiva para as aposentadorias será definida durante fórum. "Não (resolve todos os desafios). Essa é uma solução momentânea. A definitiva deve ser debatida", disse durante coletiva para explicar as mudanças propostas pela presidente Dilma Rousseff após vetar mudanças no fator previdenciário na MP 664.

Ainda durante a explicação, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, reiterou que a proposta do 85/95 já havia sido feita pelo governo durante discussões para soluções para a Previdência Social.

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Sobre a economia que as mudanças promoverão no caixa, Barbosa informou que, com a inclusão da progressividade, a queda da despesa até 2030 será de R$ 50 bilhões e que essa alteração melhora a sustentabilidade da Previdência. Inicialmente, o ministro havia afirmado que a economia de R$ 50 bilhões seria até 2026. Ao ser perguntado sobre as projeções para o longo prazo, Barbosa afirmou que o valor vale até 2030 e, após este período, o melhor cálculo será baseado no impacto do PIB e que a mudança acarretará num impacto de 0,5 ponto porcentual do PIB.

As preocupações do governo com um possível aumento do número de aposentados decorrente das alterações feitas, Barbosa reafirmou que não é necessário ter pressa para a aposentadoria após as mudanças promovidas pelo governo. Segundo o ministro, "a proposta garante previsibilidade e ninguém precisa ter pressa".

O ministro da previdência fez questão de afirmar que a expectativa de vida não vai parar de crescer. "Remetemos discussão ao fórum pois a expectativa de sobrevida não vai parar de evoluir". Durante as explicações, os ministros ponderaram por diversas vezes que o objetivo do fórum é "estabelecer um quadro futuro para a previdência".

O ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, afirmou nesta quinta-feira (18) que o governo editou a Medida Provisória 676 devido à necessidade de uma discussão mais profunda a respeito da previdência e do fator previdenciário. O ministro disse que essa discussão precisa levar em conta a progressividade, a transição demográfica e a necessidade de adequar as regras previdenciárias a um fenômeno que acontece no Brasil e em todo o mundo.

O ministro disse que a população brasileira está vivendo mais, ao mesmo tempo em que a taxa de fecundidade das mulheres está diminuindo. "Para a sociedade, isso significa que teremos menos pessoas trabalhando e contribuindo em relação às pessoas idosas. É lógico que isso pressiona as contas da Previdência Social", afirmou Gabas.

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O ministro destacou que o aumento da expectativa de vida tem como consequência o fato de que os aposentados vão receber o benefício por mais tempo. "Aqui está o desafio da Previdência Social", disse. Entre 1998 e 2013, segundo cálculos apresentados pelo governo, a expectativa de sobrevida dos brasileiros com 50 anos de idade aumentou 4,6 anos. Em 1998, a expectativa de sobrevida dos brasileiros era de 75,2 anos, e, em 2013, subiu para 79,8 anos.

Segundo Gabas, a população de idosos é de 23,9 milhões atualmente. Em 2030, serão 41,4 milhões. O ministro disse ainda que, atualmente, o País tem 9,3 pessoas ativas para cada idoso, relação que, em 2030, cairá para 5,1. "Isso também impacta a Previdência Social", disse.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que é preciso que a sociedade se prepare para essa transição demográfica. "Não estamos falando de um negócio lá longe. A relação entre trabalhadores e aposentados vai cair pela metade, e isso não num horizonte longuíssimo. É um movimento que não para", afirmou. "Temos de olhar o que aconteceu nos últimos anos e olhar para frente."

Gabas reiterou que é preciso preparar a Previdência para essa nova realidade. "A sociedade ainda vê de maneira equivocada a Previdência, como uma organização que tem recursos, e o segurado quer buscar esses recursos, buscando uma maneira de se aposentar o mais rápido possível, sem levar em conta que o bolo desses recursos, o fundo, é de todos os trabalhadores e precisa ser cuidado", afirmou.

"É como se estivéssemos com um caminhão numa reta, mas mais à frente temos curva acentuada. Ou planejamos a curva, ou a carreta capota. É preciso entender que essa mudança demográfica alcança todos nós e é movimento constante no Brasil", acrescentou Gabas.

Segundo ele, foi com esse objetivo que a presidente criou um fórum para debater o assunto com centrais sindicais, entidades patronais e aposentados. "A partir dos mesmos diagnósticos, vamos elaborar uma proposta sustentável de Previdência Social que consiga perdurar e atravessar essa transição."

Os ministros de Trabalho, Manoel Dias, e da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, foram convidados a prestar esclarecimentos aos senadores sobre as mudanças em direitos trabalhistas e previdenciários, previstas nas Medidas Provisórias 664/2014 e 665/2014. Eles serão ouvidos durante uma audiência pública, na próxima terça-feira (7), na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), a partir das 10h.

A iniciativa de trazer os ministros para tratar das mudanças foi do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). As duas MPs foram enviadas ao Congresso pelo Executivo no fim do ano passado como parte de um ajuste fiscal para impulsionar a economia do país. As medidas promovem restrições na concessão de benefícios sociais, como abono salarial, pensão por morte, seguro-desemprego, seguro-defeso, auxílio-doença e auxílio-reclusão e estão sendo analisadas por comissões mistas.

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Regras previdenciárias

A MP 664/2014 muda as regras de direitos previdenciários como a concessão de pensão por morte e o auxílio-doença. Com a medida, a pensão por morte passou a só ser concedida ao cônjuge que comprove, no mínimo, dois anos de casamento ou união estável. Antes não havia exigência de período mínimo de relacionamento. Também passou a ser necessário comprovar 24 meses de contribuição para a Previdência.

Quanto ao auxílio-doença, o prazo para que o afastamento do trabalho gere direito ao benefício, pago pelo INSS, passou de 15 para 30 dias. Pela medida provisória, afastamentos de até 30 dias são de responsabilidade das empresas.

Direitos trabalhistas

Já a MP 665/2014 endurece as regras para a concessão do seguro-desemprego, do seguro-defeso para pescadores profissionais e do abono salarial. Entre as mudanças trazidas pelo texto está a adoção de um prazo de carência para acesso ao seguro-desemprego. Agora o trabalhador precisa ter, pelo menos, 18 meses de registro em carteira para pedir o benefício pela primeira vez. O prazo diminui para 12 meses no segundo pedido e só a partir da terceira vez se iguala ao prazo exigido anteriormente, de seis meses.

No caso do abono salarial, a regra atual garantia o benefício a quem ganhasse menos de dois salários mínimos e trabalhasse mais de 30 dias no ano. Com a MP, passa a ser exigida uma carência de seis meses para solicitar o benefício e ele será pago em valor proporcional ao tempo trabalhado – como ocorre com o 13º salário.

Com as duas MPs, o governo estima economizar R$ 18 bilhões por ano. Juntas, as medidas já receberam mais de 750 emendas e serão submetidas aos Plenários da Câmara e do Senado depois de examinadas nas comissões mistas especiais.

*Com informações da Agência Senado.

O ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, reclamou das taxas cobradas nos empréstimos consignados para aposentados e pensionistas. De acordo com Gabas, a taxa, em média em 2,14% ao mês, é menor do que no passado, mas poderia cair mais. "Eu acho que ainda está alta, pode abaixar mais", disse. "Tem gente enganando os velhinhos", complementou.

O ministro falou durante a abertura da 2ª Semana Nacional de Educação Financeira, organizada pelo Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef), formado por ministérios, Banco Central e entidades como Susep e CVM.

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Gabas defendeu a necessidade de a população brasileira poupar mais, o que, segundo ele, só será alcançado com mais educação financeira e previdenciária. "As pessoas no Brasil não são educadas para isso. Se pegarmos países mais antigos, a taxa de poupança é altíssima", afirmou. "Isso não tem nada a ver com o ajuste fiscal, não combinei com o Joaquim Levy", brincou.

O ministro disse ainda que é preciso discutir com a população a sustentabilidade da previdência social e colocar a preocupação "na cabeça das pessoas".

Gabas lembrou que o momento é de transição demográfica. " A sociedade brasileira está envelhecendo e isso é bom", afirmou.

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