Tópicos | Caritas

Na terça-feira (08), a Residência Transitória Todos Irmãos Migrantes e Refugiados em Guarulhos deu início aos cursos de português para os afegãos acolhidos na unidade. Até o momento, a residência conta com sete alunos, tendo duas aulas semanais com duração de duas horas.

As aulas serão ministradas por professores voluntários, indicados pela ONG Cáritas Diocesana, instituição que é responsável pelo gerenciamento da unidade, em parceria com a Prefeitura de Guarulhos.

##RECOMENDA##

Os acolhidos já estudavam a língua portuguesa em outro curso, oferecido pela municipalidade, porém, havia a dificuldade do deslocamento. “Eles estavam bastante ansiosos com as aulas de português aqui na unidade. Faz toda a diferença pra eles, porque tem tanto essa parte de aprender a se comunicar quanto a facilidade de eles não precisarem se locomover para as aulas”, compartilhou Vanessa Pimenta, coordenadora da residência.

Mesmo antes do início das aulas, alguns abrigados já estudavam a língua por conta própria. “Isso é fundamental para eles, pois promove autonomia, que é um dos pontos que trabalhamos aqui. Eles precisam começar a socializar com outras pessoas, ter sua independência em atendimentos de saúde, por exemplo, ou até mesmo buscar um trabalho, que é da vontade de muitos”, complementou Vanessa.

As aulas de língua portuguesa integram uma ação da Prefeitura de Guarulhos, em parceria com a Cáritas, para facilitar a vida dos afegãos que estão no Brasil, tornando mais confortável a estadia e fornecendo recursos e ferramentas que possam ajudá-los na adaptação a um novo país.

A Residência Transitória Todos Irmãos para Migrantes e Refugiados conta com capacidade para abrigar 27 pessoas. No início de outubro, para acolher famílias com idosos, deficientes e grávidas que improvisaram abrigo no aeroporto, foram abertas outras 20 vagas.

São previstas nas próximas semanas, decorrentes de verba enviada pelo Governo Federal, mais 100 vagas disponibilizadas para a primeira acolhida em Guarulhos.

Como se voluntariar

Para aqueles que desejam trabalhar como voluntário, seja com os afegãos ou em qualquer outro serviço, é necessário entrar em contato com a Central de Voluntariado de Guarulhos pelo WhatsApp (11) 99637-2799.

No Dia Mundial do Refugiado, celebrado nesta segunda-feira, 20 de junho, o chefe da família de venezuelanos indígenas da etnia Warao, Celso Zapata, de 45 anos, contou ao LeiaJá a sua trajetória. E ela não foi fácil. Sua saga começou no dia 7 de janeiro de 2018, quando decidiu sair da Venezuela e vir para o Brasil.

“Vendi tudo o que tinha em casa: colchão, cama, roupa, sapato, botijão de gás, bicicleta, televisão, geladeira. Disse à família que iria sair para buscar melhoria. Eu vivia como classe média e a crise me afetou muito”, conta. 

##RECOMENDA##

No Brasil, ele e a família passaram por Boa Vista, em Roraima, e Manaus, no Amazonas, mas voltou para a Venezuela em novembro de 2020. Chegando lá, encontrou três familiares doentes e voltou para o Brasil de imediato. “E trouxe eles para o Brasil. Fui para Manaus, depois Belém (Pará) e depois vim para Recife, pois tinha família aqui. Fiquei na Muribeca”, disse. 

[@#galeria#@]

Ele conta que estava trabalhando em Jardim São Paulo, Zona Oeste da cidade, mas decidiu sair do emprego para procurar soluções para ajudar a família, já que todos são refugiados. “Eu morava em Jaboatão e no mesmo dia que saí, conseguiram a casa de Santo Amaro. Foi quando conheci Sirley (Vieira, coordenador do Cáritas), pelo Cáritas e, através dele, agora temos essa ajuda, mesmo sendo de um ano”. De acordo com Celso, 11 famílias de venezuelanos indígenas da etnia Warao moram em Nova Morada, na Várzea. Ao total, são 11 homens, 11 mulheres e 27 crianças, disse o líder.

Segundo Celso, a cidade que mais o acolheu e acolheu a sua família foi Recife. “Aqui tem muita gente com um coração bom, que ajuda. Saímos na rua e sempre conseguimos algo para comprar alimento. Aqui está melhor, apesar de faltas algumas coisas. Agora está mais difícil conseguir trabalho. Se para um brasileiro é difícil, imagina para os venezuelanos, é mais difícil ainda”, explica.

Uma das maiores lamentações dele é que os seus três filhos, Celso, de 11 anos, Pedro, de 8 anos e a garotinham de 6 anos, não estão estudando.

A Cáritas Brasileira e a Secretaria de Assistência Social de Pernambuco, a partir de um projeto emergencial de acolhimento temporário, oferecem abrigo aos refugiados venezuelanos. Esse projeto também faz a distribuição de alimentos para as famílias toda segunda-feira, e todos moram em casas próximas para estarem mais perto um do outro.

À reportagem do LeiaJá, o Warao lamentou que o contrato do abrigo, que é de um ano, está perto de acabar, “não sei como vai ser depois disso”. No entanto, ele revelou que, caso não consiga emprego e moradia, deve voltar à Venezuela. “Quero voltar porque tenho um irmão lá que está sofrendo, e vendo ele sofrer, eu sofro também. Tenho que enfrentar isso com ele e com a minha família, mesmo as coisas sendo caras e perigosas”. Todo mês Celso tenta ajudar o irmão financeiramente. Ele disse que tenta dividir todo o dinheiro que consegue para ajudá-lo.

A última família de venezuelanos indígenas da etnia Warao se mudou nessa terça-feira (15), para uma casa em Nova Morada, na Várzea, Zona Oeste do Recife. As nove famílias de imigrantes estavam juntas em um local temporário oferecido pela Secretaria de Assistência Social de Pernambuco e executado pela Cáritas Brasileira. As casas foram alugadas a partir de um projeto emergencial de acolhimento temporário dos venezuelanos durante cinco meses. Apesar do abrigo, os imigrantes questionam para onde vão depois desse período, tendo em vista que a principal forma de conseguir alguma renda é pedindo dinheiro nos sinais.  

O Projeto Emergencial para Ajuda Humanitária à População Indígena da etnia Warao da Cáritas conta com o apoio de organizações internacionais e da sociedade civil na área de acolhimento, implementação de experiências em projetos humanitários e desenvolvimento social para indígenas Warao, e também tem parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ) do governo de Pernambuco. A locação das casas de acolhimento na Região Metropolitana do Recife (RMR) durante cinco meses é uma forma de trabalho para fortalecer o vínculo familiar comunitário, autonomia e corresponsabilidade. 

##RECOMENDA##

Cerca de 80 indígenas Waraos estão locados em casas nos bairros de Santo Amaro e Várzea, que foram alugadas pelo Cáritas Arquidiocesana de Olinda e Recife (CAOR). São 13 famílias ao total acolhidas pelo projeto; uma está locada em Santo Amaro, e as outras 12 em Nova Morada. Os imóveis são divididos por duas ou três famílias, e são disponibilizados fogão, geladeira, ventilador e filtro de água, além do fornecimento semanal de alimentos. 

De acordo com o coordenador do Cáritas, Sirley Vieira, a distribuição da alimentação tende a acontecer toda segunda-feira, e todas as famílias moram em casas próximas. "Porém, como esses estavam lá no CSU e iam se mudar hoje, combinei com eles para entregar a alimentação no dia da mudança. Em Nova Morada, o total são 12 famílias; quatro em uma rua, quatro em outra; duas em outra e mais duas numa outra".

Só uma família está em um bairro diferente, em Santo Amaro. Ele explicou a motivação da distância. "Existia uma família em Santo Amaro que a gente dava assistência e as filhas já estudavam em Santo Amaro, e eles quiseram ficar lá. Arrumamos a casa e instalamos eles lá, mas a Prefeitura tinha feito um acordo com eles no mesmo período para continuar dando assistência, foi quando essa casa ficou vaga e como tinham muitas famílias no CSU da Imbiribeira, a gente perguntou se uma delas queria ir para Santo Amaro, até que uma se prontificou", disse. 

"Todas as outras famílias estão instaladas aqui. Foi uma solicitação deles porque, a princípio, quando a gente foi fazer o mapeamento e o levantamento para colocar as famílias, conseguimos fechar os primeiros contratos da casa aqui em Nova Morada. As primeiras famílias que se instalaram aqui gostaram do bairro e todos solicitaram vir para cá. Isso causou um certo problema pra gente no início, porque a gente não tinha garantia de conseguir todos os outros aluguéis, mas encontramos casas, abrimos processo de negociação com os proprietários e hoje, graças a Deus, a gente conseguiu fechar a última casa", contou. 

No entanto, em conversa com os venezuelanos, eles contaram à reportagem do LeiaJá que se veem desamparados e sem saber para onde ir em cinco meses. "Deveria ser de pelo menos um ano para podermos nos organizar melhor", disse o chefe de uma das famílias. 

A principal forma deles conseguirem dinheiro é pedindo nas ruas e nos sinais do Recife, foi assim que uma mulher, que manda cerca de R$ 200 para a mãe que está na Venezuela todos os meses, conseguiu comprar uma geladeira, já que tem muita gente na casa. "Eu comprei a geladeira com o dinheiro do meu suor, e quando sair daqui, como vai ser?", questionou. 

Um outro imigrante disse que não poderia falar nada porque não tinha "coisas boas" para falar. "Estaria mentindo", disse. A justificativa foi a sensação da volta às ruas estar se aproximando a cada dia que passa. Além disso, não sabem se quando saírem da casa vão poder levar os móveis doados pelo Governo de Pernambuco, "não dá para confiar". 

“O projeto prevê um apoio de cinco meses, os que estão sendo instalados conta de agora a garantia do apoio de todo o projeto. Estamos em diálogo desde o ano passado com o governo do estado pra ver se eles conseguem estender esse prazo por pelo menos um ano, e eles já pontuaram a possibilidade da extensão, mas ainda não deram a posição final, estão vendo qual é o recurso que eles conseguem. E é isso o que a gente pretende, que eles fiquem com garantia de 12 meses porque a gente acredita que é o tempo mínimo para eles poderem realmente se ajustar”, detalhou o coordenador da Cáritas. 

[@#galeria#@]

A Prefeitura do Recife confirmou a morte por Covid-19 de um indígena venezuelano de 81 anos que estava morando em um abrigo de refugiados no bairro dos Coelhos, área central da capital. O estrangeiro era da etnia warao, cujos refugiados no Recife têm vivido em três casas superlotadas.

Segundo a Prefeitura, o falecimento ocorreu no dia 29 de abril. No dia 2 saiu o resultado positivo para a Covid-19. O idoso tinha histórico de hipertensão e, segundo a família, começou a apresentar os primeiros sintomas em 22 de abril.

##RECOMENDA##

 A Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2 (CBNE2), que assessora e acompanha esses imigrantes, destaca que há uma questão cultural da etnia warao que é o convívio da família, que está sempre junta, o que dificulta o combate à disseminação do novo coronavírus.

 A instituição, junto com o Convento da Nossa Senhora da Glória e voluntários, tem realizado doações de alimentos e produtos de higiene aos venezuelanos. As 72 famílias que viviam em um único local foram divididas em moradias temporárias no final de abril. A CBNE2 pede que a Prefeitura adote medidas de prevenção urgentes nas residências dos waraos.

 Já a Prefeitura informou que vem realizando visitas periódicas às residências e que, no dia seguinte ao óbito, equipes da Vigilância Epidemiológica e dos Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua (Centros Pop) estiveram no local para instruir sobre medidas de prevenção e explicar quando deve ser procurado o serviço de saúde.

As equipes disponibilizaram números do Ministério da Saúde, cartazes de orientações, além do endereço e telefone da unidade de saúde local de referência para Covid-19. 

Venezuelanos da etnia Warao, que vivem em situação vulnerável no Recife, pedindo ajuda nas ruas, ganharam uma moradia provisória e alimentos para se isolarem e evitar o contágio pelo novo coronavírus. Ao todo, 127 venezuelanos foram divididos em três casas no Recife.

 A aglomeração é uma das grandes preocupações da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2 (CBNE2), instituição que tem assessorado e acolhido os imigrantes no Estado e foi responsável por conseguir as moradias. As casas, cedidas pela Prefeitura do Recife por meio do aluguel social, estão divididas com 25, 47 e 55 pessoas.

##RECOMENDA##

 Segundo Neilda Pereira, secretária regional da CBNE2, viver em grandes grupos é uma característica dos próprios waraos. "Inicialmente nossa proposta seria um diálogo com a prefeitura para alugar várias casas. Mas faz parte da cultura deles, a gente tem que entender os costumes, não pode forçar", diz.

 Na terça-feira (29), a CBNE2 foi informada que um idoso de 95 anos morreu em uma das casas. Ele não apresentou sintomas da Covid-19, mas será realizado um teste para confirmar. "Seria importante que eles aceitassem se dividir por causa do coronavírus, mas dizem que já enfrentaram coisa pior", pontuou Neilda.

 As mudanças foram feitas na sexta-feira (24) e no sábado (25). A CBNE2 tem garantido alimentos e produtos de limpeza. Além do acompanhamento permanente, a instituição também tem conscientizado os venezuelanos para que não saiam de suas casas. "Estamos garantindo que chegue a alimentação. Tendo a alimentação em casa, não tem necessidade de sair às ruas e pedir nos sinais. Mas eles têm uma necessidade também de enviar dinheiro para a Venezuela. Acabam pedindo ajuda para mandar para os parentes que ficaram lá", explica a secretária.

 A instituição estuda a construção de um conjunto de ações para essa população. Em conversas com os refugiados, foi notado o interesse em atividades relacionadas à pescaria e construção de canoas. "Eram atividades que eles faziam na Venezuela porque moravam próximos a rios", diz Pereira. A CBNE2 quer discutir a possibilidade das famílias reconstruírem suas vidas em outras regiões do Estado.

 O Convento Nossa Senhora da Glória, no Recife, faz campanhas e organiza os alimentos a serem distribuídos para os imigrantes. Interessados em fazer doações podem telefonar para a Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2 no telefone (81) 98223-1741 ou entrar em contato por meio das redes sociais da organização.

No próximo sábado (15), a campanha Tem gente com sede, organizada pela Arquidiocese de Recife e Olinda, fará uma arrecadação de água mineral para as vítimas da seca que atinge o interior do Estado. Em parceria com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape) um posto de coleta será montado ao lado da Capela da Jaqueira que funcionará das 8h até às 15h.

O próximo passo será a distribuição das doações às cidades escolhidas, esta será a segunda remessa de donativos entregues nas comunidades, a primeira foi entregue na última semana nas cidades de Águas Belas, Ibirajuba e São Bento do Una, localizadas no Agreste do Estado. O último momento a ser realizado pelas entidades, será a produção de um documento cobrando do governo ações concretas estruturais.

##RECOMENDA##

O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, presidirá o momento de celebração e dará a benção de envio a todo material que será arrecadado durante o dia. Entretanto, a campanha seguirá durante toda a semana nas 109 paróquias, mas os donativos arrecadados serão encaminhados ao parque da Jaqueira.

Criação do Fundo Social

Na ocasião, será lançada a criação de um Fundo Social, a Cáritas Regional irá disponibilizar uma conta bancária para que possam ser feitas contribuições em dinheiro. De acordo com o secretário do organismo, padre Jandeilson Rodrigues, será a partir deste momento que as ações estruturais serão feitas.

O padre Jandeilson comenta sobre a importância da continuidade do projeto “É importante que não  façamos ações isoladas. A ideia é tentar, com esta iniciativa, dar continuidade ao projeto. Este ato da Igreja pode desencadear outras ações locais” afirma ele. A Cáritas desenvolve obras hídricas e atividades  educacionais e produtivas. Mostrando que é possível a convivência com semiárido.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando