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A mineradora Rio Tinto estaria interessada nos blocos 1 e 2 do enorme depósito de minério de ferro na Guiné, se forem colocados à venda, afirmou o executivo-chefe da companhia, Sam Walsh. "Nós sabemos que há minério de ferro e, certamente, poderia ser atrativo para nós, dependendo de como isso nos seria oferecido", acrescentou o executivo.

A Rio Tinto assegurou uma concessão para desenvolver o depósito inteiro de Simandou em 2006, do governo da Guiné, mas metade da concessão foi retirada da companhia dois anos mais tarde, o que deixou a empresa com dois blocos remanescentes. Os outros dois blocos - 1 e 2 - foram privadamente comprados pela BSG Resources, que formou parceria em 2010 com a Vale para desenvolvê-los.

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Os governos da Guiné e dos EUA lançaram investigações criminais relacionadas à compra dos dois blocos, enquanto o Ministério da Mineração da Guiné também lançou em 2011 uma revisão técnica dos direitos da BSG sobre os blocos 1 e 2 para determinar sobre como eles foram garantidos e se as licenças deveriam ser mantidas, modificadas ou revogadas.

A BSG Resources, braço de mineração do bilionário Beny Steinmetz, baseado em Israel, negou qualquer irregularidade e disse que está preparado para levar o governo guineense para uma arbitragem internacional, se necessário, para defender seus direitos.

O presidente da BSG Resources, Asher Avidan, disse: "os blocos 1 e 2 de Simandou foram legalmente retirados da Rio Tinto pelo governo da Guiné porque a companhia não conseguiu fazer progresso no desenvolvimento desses ativos, além de fazer seis furos nos blocos ao longo de um período de 13 anos. A Rio Tinto não está interessada no desenvolvimento desses ativos, eles querem impedir outros de desenvolvê-lo, a fim de manter uma vantagem competitiva".

Walsh afirmou que, se os blocos se tornarem disponíveis, o governo da Guiné deverá oferecê-los em processo de licitação. "Se for atraente, nós estaremos interessados", disse o executivo. Fonte: Dow Jones Newswires.

O governo da Guiné divulgou nesta segunda-feira, 22, que prendeu dois empregados da BSG Resources, em meio a uma investigação criminal que analisa a compra de direitos de exploração do depósito de minério de ferro de Simandou.

A mineradora brasileira Vale, que comprou uma fatia de 51% no projeto em 2010, disse na semana passada que estava "profundamente preocupada com as acusações envolvendo a BSG". A companhia afirmou não ter conhecimento de incidentes mencionados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos e informou que vai cooperar totalmente com as investigações.

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O Ministério de Justiça da Guiné relatou que os funcionários presos são Ibrahima Sory Touré, vice-presidente e diretor de relações públicas da BSG, e Issaga Bangoura, que atuava como segurança e integra o exército guineano. Segundo o governo local, eles são testemunhas essenciais no caso. "As prisões ocorrem após atividades suspeitas para escapar do processo. Toure estava tentando deixar o país, enquanto Bangoura se ausentou sem justificativa do seu serviço militar", afirmou o ministério em comunicado.

A BSG confirmou as prisões. "Parece que eles foram presos ilegalmente, com base em razões infundadas. Esse é um novo exemplo de um governo ilegítimo que assedia a BSG e seus funcionários. Nossa principal preocupação é com a segurança dos nossos empregados e tentar garantir que recebam todos os seus direitos legítimos, sob a legislação guineana e internacional", disse a empresa em comunicado.

O governo da Guiné está revendo diversos contratos na área de mineração, incluindo o da BSG, que foi assinado com o governo do ex-ditador Lansana Conté, antes de sua morte, em 2008. O governo dos EUA também lançou sua própria investigação. Este mês as autoridades norte-americanas prenderam o francês Frederic Cilins, na Flórida, alegando que ele estava tentando obstruir as investigações.

Ele trabalharia para uma empresa que transferiu fundos para os EUA, como parte do esforço para obter as concessões na Guiné. O governo guineano disse que Cilins trabalha para a BSG, o que a empresa nega. As informações são da Dow Jones.

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