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A primeira-dama da França, Brigitte Macron, agradeceu nesta quinta-feira (29) todas as mensagens que demonstraram o apoio de brasileiros, depois de ser alvo das farpas trocadas entre os presidentes Jair Bolsonaro e Emmanuel Macron.

"Eu quero simplesmente dizer duas palavras aos brasileiros e às brasileiras. Duas palavras em português, espero que me entendam: Muito obrigada", afirmou Brigitte ao comentar a polêmica pela primeira vez.

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Nos últimos dias, a primeira-dama francesa recebeu diversas mensagens de brasileiros pelas redes sociais. A hashtag #DesculpaBrigitte foi uma das mais compartilhadas no Twitter e ganhou destaque na imprensa do país europeu.

A demonstração de apoio ocorreu após um usuário do Facebook postar no último sábado (24) a foto de Bolsonaro com a primeira-dama Michelle, de 37 anos. Na imagem, foi feita uma montagem com Macron e Brigitte, que tem 66 anos de idade. A postagem diz: "entende agora por que Macron persegue Bolsonaro?". O próprio presidente reagiu comentando "Não humilha, cara kkkkkk", ao internauta.

A resposta, porém, viralizou e foi repercutida na imprensa francesa, que fez duras críticas contra Bolsonaro e sua atitude sexista.

Apesar de excluir a resposta, o presidente brasileiro manteve o comentário do seguidor. Na última terça-feira (27), Bolsonaro chegou a afirmar que não ofendeu a primeira-dama francesa.

Macron, por sua vez, classificou "os ataques" como "desrespeitosos". "É uma coisa triste para o Brasil. As mulheres brasileiras devem estar tristes, tenho certeza que sentem vergonha", afirmou.

Os dois líderes têm trocado farpas desde a semana passada, quando Macron criticou as queimadas na Amazônia.

Da Ansa

Mais de 270 mil pessoas assinaram uma petição contra um eventual status de primeira-dama para Brigitte Macron, mulher do presidente francês, cujo "papel público" a Presidência quer esclarecer e tornar mais transparente.

"Brigitte Macron desempenha um papel. Tem responsabilidades. Queremos transparência e delimitar os meios dos quais dispõe", tuitou o porta-voz do governo, Christophe Castaner, em meio à polêmica gerada pelo lançamento de um abaixo-assinado contra esse status oficial.

Eleito em maio, Macron já havia anunciado durante a campanha presidencial que desejava criar um "verdadeiro status" de primeira-dama para acabar com a "hipocrisia francesa".

"Terá um papel e não será escondida, porque compartilha minha vida e porque sua opinião é importante [...] Acredito que seja importante esclarecer esse papel", declarou ele antes de chegar à Presidência.

Em um momento de proibição da contratação de familiares por parte de ministros e de parlamentares, a vontade de tornar oficial o papel da esposa do chefe de Estado irrita uma parte da opinião pública.

Lançado há duas semanas, o abaixo-assinado "contra o status de primeira-dama para Brigitte Macron" contava na manhã desta terça com 270 mil assinaturas.

"Em um momento em que o governo quer economizar [...] não podemos apoiar a iniciativa de um status específico para a mulher" do presidente, afirma a petição, apresentada no site change.org por Thierry Paul Valette, que se apresenta como "pintor e autor" e "cidadão comprometido".

"Com esse status, a primeira-dama exercerá seu papel como melhor lhe parecer e ela terá reconhecida uma existência jurídica que permitirá gozar de um orçamento", alega o texto.

Em resposta, o gabinete de Macron anunciou ontem que o Palácio Eliseu especificará nos próximos dias qual será sua "função pública". Brigitte Macron não receberá uma remuneração e não se prevê qualquer modificação da Constituição, acrescentam as mesmas fontes.

No papel, não está definido o âmbito de ação do cônjuge do chefe de Estado, nem os meios de que dispõe. Na prática, há tempos já se conta com gabinete, colaboradores e um serviço de proteção subordinados ao orçamento do Eliseu.

O gabinete de Valérie Trierweiler, a ex-mulher de François Hollande, antecessor de Macron, teve 400.000 euros em 2013.

"A ideia é que os franceses possam saber quanto esse posto custa. É necessário que exista essa transparência", defendeu a porta-voz da maioria governista do Parlamento, Aurore Bergé, em entrevista nesta terça.

Brigitte Macron está na vida de seu marido desde que ele tinha 15 anos - primeiro como professora, depois como companheira sentimental e agora como sua primeira-dama.

E ela estará ao lado de Emmanuel Macron quando o centrista pró-União Europeia (UE), de 39 anos, assumir o cargo como o presidente mais jovem da história da França, depois de ter vencido a eleição deste domingo.

Elegante e esbelta, Brigitte Macron, de 64 anos, é a colaboradora mais próxima de seu marido, e ele lhe prometeu um papel oficial no palácio presidencial.

"Todas as noites conversamos e repetimos o que ouvimos um sobre o outro", disse Brigitte à revista Paris Match no ano passado. "Eu tenho que prestar atenção em tudo, fazer o máximo para protegê-lo".

Brigitte já saiu na capa de quase uma dúzia de revistas, e esteve ao lado de seu marido em muitos comícios lotados, enquanto o mundo acompanhava com fascínio o romance pouco ortodoxo do casal.

Mas antes disso tudo ela foi esposa de outro homem e mãe de três filhos, e ensinava francês, latim e teatro. Brigitte estava no caminho para uma vida confortável, embora um tanto convencional.

Brigitte Trogneux nasceu em 13 de abril de 1953 em Amiens, no norte da França, que também é a cidade natal de Emmanuel Macron, em uma família próspera que dirige um negócio conhecido de pastelaria e chocolate.

No início da década de 1990, ela foi surpreendida por um jovem que estava atuando em uma produção de "Jacques e seu Amo", de Milan Kundera. Era Emmanuel.

Ela concordou rapidamente quando ele lhe pediu que o ajudasse a trabalhar em um roteiro e, assim, eles começaram a construir um vínculo.

A professora, então com 39 anos, foi "totalmente cativada" pela inteligência de Emmanuel, que tinha apenas 15 anos. O sentimento era mútuo, e dois anos depois ele fez uma previsão ousada.

"Quando tinha 17 anos, Emmanuel me disse: "Faça o que você fizer, eu vou me casar com você!", contou Brigitte Macron à revista Paris Match em abril passado.

- Compromisso político -

Emmanuel Macron terminou o ensino médio em um colégio de elite em Paris, mas continuou a persegui-la, e aos poucos conseguiu conquistá-la.

Em 2006, Brigitte deixou seu marido Andre Louis Auziere, um banqueiro, e um ano depois se casou com Macron. Mudou-se para Paris, onde ele continuou seus estudos e ela trabalhou como professora.

"Quando eu decido fazer algo, eu faço", disse ela em um documentário sobre Emmanuel.

Ela é descrita como uma pessoa afetuosa e pé no chão pelos que a conhecem, que também destacam seu charme e positividade.

Um deles, Gregoire Campion, conheceu-a em uma praia na cidade turística de Le Touquet há mais de 40 anos. Suas barracas de praia estavam próximas, e ele se lembra que a jovem Brigitte "não era festeira" e era "muito educada".

Le Touquet continuou sendo parte da sua vida, e a agora avó de sete netos passou muitos fins de semana lá com sua família. Ela estava ao lado de Emmanuel quando ele votou neste domingo.

É um lugar para se reunir com seu filho, engenheiro, e suas duas filhas, uma cardiologista e uma advogada, todos do seu primeiro casamento.

No entanto, a vida com seu marido político e o compromisso maciço da campanha continuam sendo um grande foco.

"Tenho sorte de compartilhar isso com Emmanuel, mesmo que, quando se trata de política, eu não tenha tido muita escolha", disse, manifestando também o desejo de ajudar jovens desfavorecidos como primeira-dama.

Brigitte já apareceu na televisão. Não por ser uma estrela do cinema, como o nome sugere, mas pela sua façanha. Em 2005, a labradora de pelos cor de café foi responsável pela prisão em flagrante de três pessoas que não se conheciam e, por acaso, estavam no mesmo ônibus. Uma com 10 kg de maconha, a outra com 6 kg de pasta base de cocaína e a última com cerca de 150 frascos de lança-perfume. Antes de se aposentar, Brigitte foi policial: o primeiro animal do canil da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de São Paulo.

Aos 14 anos, Brigitte morreu nesta segunda-feira, 23, por causa de um tumor. "Ela era muito focada, parecia que tinha um radar: levantava a fuça e varria o ar inteiro. Encontrava droga com muita facilidade", conta o policial rodoviário Walter Júnior, de 52 anos, do Grupo de Operações com Cães (GOC) e um dos idealizadores do canil da PRF.

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Júnior calcula que, durante a carreira na polícia, Brigitte tenha sido responsável por mais de 60 flagrantes e apreensão de mais de uma tonelada de droga.

Quando os dois se conheceram, em 2002, a labradora tinha apenas três meses. Júnior foi buscá-la em um quartel do Exército em Osasco, na Grande São Paulo, que havia aceitado doar um dos filhotes para a PRF. Foi lá que Brigitte nasceu. "Estava ela e uma irmã. Escolhi a primeira que veio para cima de mim, para brincar", diz o policial. Os meses seguintes seriam destinados a torná-la uma especialista em descobrir entorpecentes escondidos e à construção do canil, inaugurado no mesmo ano.

Fora do trabalho, Brigitte é lembrada por ser muito dócil. Como gostava de criança, era sempre escolhida para participar de palestras promovidas pela PRF em escolas. "Ela chamava muita atenção pela beleza. Nunca houve nenhum incidente", afirma Júnior.

Das memórias com a labradora, o policial guarda o dia em que foi se despedir dos colegas em 2008, após saber que seria transferido para uma unidade em Natal, no Rio Grande do Norte. "Eu nem queria falar com Brigitte, mas ela ficou me olhando, como se soubesse. Na hora de ir embora, dei um abraço nela e comecei a chorar."

Em 2010, foi a vez de a cadela deixar a PRF, depois de cumprir oito anos de serviços prestados e se aposentar. De volta a São Paulo, Júnior não pôde adotá-la porque Brigitte era grande demais para o apartamento onde mora, em Santos, no litoral sul paulista.

Aposentadoria

Policial rodoviária, Michele Dondoni, de 41 anos, não conhecia Brigitte na época. Em janeiro de 2011, um e-mail corporativo informou que havia três animais do canil da PRF disponível para adoção. "Minha filha tinha 4 anos e Brigitte gostava de criança. Eu pensei: por que não?"

Michele conta que se encantou pela labradora quando a viu pela primeira vez. "Foi impressionante, ela era extremamente dócil. Bastava olhar, que se jogava no chão, com a barriga para cima, pedindo carinho", diz a policial. A cadela era levada semanalmente ao pet shop para tomar banho e ganhar um lacinho na cabeça. "Eu não conheci a Brigitte policial. Para a família, Brigitte sempre foi o animal de estimação, o xodó."

Brigitte pareceu levar a aposentadoria a sério. Um dia, Michele chegou em casa e percebeu que o portão havia sido arrombado por criminosos. Entrou na sala preocupada, mas só encontrou a labradora deitada no chão. Os ladrões haviam fugido. "Só faltou ela apontar o caminho para eles entrarem", conta, rindo. Companheiros de PRF, Júnior sempre perguntava a Michele sobre a cadela. "Eu aproveitava para mostrar as fotos mais recentes", diz a policial.

"Mas a idade chega para todos… Brigitte sempre foi muito gorda, mas começou a emagrecer", afirma, emocionada. "Ela era velhinha e não podia fazer cirurgia para tirar o tumor. O veterinário disse que não havia o que fazer. Chegou a um ponto que não dava mais… A gente não ia deixar sofrer, e ela foi para o céu dos cachorros", diz Michele. Para ela, Brigitte é uma estrela.

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