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De volta a Brasília Teimosa, reduto eleitoral petista no Recife, o ex-presidente Lula (PT) cravou, nesta quinta-feira (4), que antes do governo dele (2003 a 2010) e o da presidente Dilma Rousseff (PT) o Governo Federal “tinha dinheiro para tudo, menos para o pobre”. Cercado de lideranças políticas do PT e partidos aliados, o petista frisou que os pobres eram visados apenas em período eleitoral, principalmente no nordeste brasileiro. Reforçando, em Pernambuco, o palanque de Dilma e do candidato a governador Armando Monteiro (PTB), o ex-gestor destacou, ao discursar, a ascensão do pobre e a confiança que ele deposita na presidente.
##RECOMENDA##“Se pobre valesse na hora do voto ações para a bolsa, no dia da eleição valia mais do que a Petrobras e o Banco do Brasil, embora elas despencassem. Depois das eleições o político esquece o pobre”, disparou. Ressaltando o carinho especial que sempre teve por Pernambuco, Lula garantiu que a liberação de verbas e de projetos para o estado não era por afeição aos governantes.
“A gente não leva dinheiro por gostar do governador ou do prefeito. O que a gente gosta mesmo é do povo. Saber que o povo pobre deste país não era levado em conta na hora que a elite ia fazer o orçamento da União, do Estado e do município. Só digo uma coisa: nunca antes, o estado do Pernambuco recebeu tanto dinheiro como nos últimos 12 anos”, frisou o ex-presidente.
Sentindo-se à vontade em seu reduto eleitoral e com um tom descontraído, o petista intercalou duras críticas à oposição com brincadeiras entre os militantes e os que compunham o palanque. Sem mencionar o programa de governo da candidata à presidência, Marina Silva (PSB), ele se disse ser contra a terceirização e as pessoas que não reconhecem o esforço do PT para amenizar os efeitos da crise econômica mundial. “Os críticos ao Brasil não tem coragem de dizer qual o país do mundo que está melhor do que o nosso, depois desta crise”, assegurou.
Usando expressões de Aécio Neves (PSDB), o ex-presidente ironizou os concorrentes. “Ontem à noite vi o seu adversário num debate na televisão”, disse Lula dirigindo-se a Dilma, em referência a Aécio Neves. “Ele tem uma palavra mágica [...]. Mas esse rapaz, pergunta pra ele ‘como é que tá o sapato ?’. ‘Previsibilidade’. ‘Como é que tá (sic) as calças?’. ‘Previsibilidade’. ‘Como é que tá o cabelo?’. ‘Previsibilidade’. Ele resolve tudo com 'previsibilidade'. A única previsibilidade que tem é que ele já está fora da disputa eleitoral em 2014”, alfinetou Lula. Nos últimos dias, Aécio tem frisado, em entrevistas, que pretende governar o país com “previsibilidade”. De acordo com ele, assim estaria garantindo a estabilidade econômica e reconquistaria a credibilidade internacional.
Contando da dificuldade que enfrentou ao escolher Dilma como sucessora, Lula deixou claro que não se arrependeu de não ter voltado para a disputa pelo Palácio do Planalto e pediu para que o povo a reelegesse. “Eu precisava escolher alguém que tem responsabilidade e que possa cuidar deste país como se tivesse cuidando de uma família. Aqui não vale tempo de mandato, aqui vale tempo de caráter, compromisso e a pessoa que vai enfrentar. Não sei dizer o que penso quatro anos depois, porque estou aqui querendo mais quatro”, insinuou. “Estou vendo algumas pessoas falarem a palavra 'nova política'. E a pessoa já foi vereadora, deputada estadual, federal, senadora. Se tem uma pessoa que é a nova política no país é a Dilma, que nunca foi política neste país”, ironizou, remetendo ao discurso de “nova política” usado por Marina. “O futuro chama-se Dilma Rousseff”, acrescentou vaticinando o garanhuense.
Desde 2006, esta foi à primeira vez que Lula voltou a Brasília Teimosa. Mais conhecida hoje como “Brasília Formosa”, após a revitalização urbanística idealizada pelo petista em 2003, quando visitou pela primeira vez o bairro, ao ser eleito, com 30 ministros. Naquele ano, Lula foi reeleito com 60,8% dos votos de seus conterrâneos. Em 2010, colaborou com a influência do “Lulismo” a eleger a presidente Dilma Rousseff, com 70,5% dos votos na região.