A Casa de Acolhida Temporária localizada no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, apresenta uma série de irregularidades, conforme denúncia de conselheiros tutelares. O local é responsável por abrigar crianças e adolescentes dos seis aos 18 anos com histórico de violência doméstica, abandono ou negligência.
Após visita, os conselheiros presenciaram condições estruturais precárias, infiltrações, além de coletarem informações de que estaria havendo racionamento de comida. “Não há condições de exercermos nossa função e encaminharmos garotos para um espaço inadequado como este”, disse o conselheiro tutelar e militante dos direitos da criança e adolescente André Torres.
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Infiltrações foram registradas no quarto das crianças do sexo feminino. Por conta do risco, as camas foram abandonadas e as meninas estão dormindo amontoadas em alguns colchões na sala do local. Os conselheiros contabilizaram 12 crianças dormindo no cômodo. Segundo André Torres, a Casa de Acolhida Temporária tem capacidade para 20 usuários, mas atualmente está com 22 pessoas.
Após a visita, o caso foi encaminhado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A casa é vinculada ao Instituto de Assistência Social e Cidadania (IASC), ligado à Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos da Prefeitura do Recife.
O IASC assumiu que o imóvel possui problemas estruturais sérios e disse que já está em processo de locação de outro prédio, também do Cordeiro. Segundo o instituto, a Prefeitura do Recife já realizou a recuperação do telhado por duas vezes, não impedindo que as infiltrações voltassem a ocorrer. Sobre alimentação, o IASC informou que o fornecimento está normal nas 12 unidades de acolhida e nos abrigos emergenciais.