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O mês de março marca um período de preocupação para os barraqueiros de praia no litoral do Grande Recife. Antecedendo a baixa temporada, que se inicia em abril e vai até julho, em virtude das chuvas de outono-inverno, março também foi cenário de incidentes com tubarões nas praias urbanas da metrópole e que repercutiram a nível nacional.

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Com os banhistas locais e estrangeiros receosos de voltar ao mar da região, mesmo em áreas sem registros de ataques, comerciantes expressam medo de que seus negócios fechem, após semanas já difíceis e com atendimento expressivamente reduzido.

O primeiro incidente do ano ocorreu na praia Del Chifre, que pertence ao bairro do Varadouro, em Olinda. O trecho, que foi uma promessa turística entre duas e três décadas atrás, atualmente é um pedaço abandonado entre Olinda e Recife, sem suporte para receber turistas, com acesso limitado e bastante lixo. Além disso, é famoso pelo mar aberto, correntes fortes e principalmente pela presença de tubarões. 

As áreas mais afetadas 

Desconhecida por muitos, Del Chifre tem 2,3 quilômetros e começa na altura do Parque Memorial, mas termina na Praia dos Milagres. A praia em si não costuma receber banhistas, nem barraqueiros ou vendedores ambulantes. É ali do lado, no pequeno trecho de areia dos Milagres, após a Ilha do Maruim (comunidade que cerca Del Chifre), onde está o comércio da praia, que costuma receber cerca de 100 vendedores ambulantes aos finais de semana. 

Desde o ataque, em 20 de fevereiro, o movimento caiu consideravelmente. Durante a visita do LeiaJá ao local, havia apenas um barraqueiro com bar aberto na prainha dos Milagres. Geraldo, que é cadeirante, cuida do negócio da família há quatro anos, mas o estabelecimento existe ali há mais de uma década. 

Segundo ele, tem sido difícil pagar as contas e também foi preciso reduzir o número de ajudantes, já que os garçons e garçonetes recebem por diária trabalhada e, ultimamente, não tem sido possível tirar do negócio nem mesmo o dinheiro para pagar a mão de obra necessária para subir e descer a carga do bar diariamente.

“O movimento caiu uns 60%. Tem mais ninguém, a turma está com medo de tomar banho de mar. O prefeito não coloca uma rede de proteção, não faz nada, o governo também não colocou equipe aqui. A população de tubarão vai crescer por aqui e se expandir, em vez de ficar em um canto só. Eles não têm mais alimentação, o manguezal daqui acabou. O pessoal vai entrar e ser atacado”, disse o comerciante Geraldo Gonçalves, de 44 anos, que trabalhava ao lado da mulher, Josi, e do garçom e amigo, Márcio. 

O autônomo continuou: “Essa é minha única fonte de renda. Durante a semana, a gente coloca umas 20 mesas aqui, hoje só tem três e não adianta colocar tudo pra enfeitar, chamar atenção, porque dá trabalho para arrumar de volta. Sou cadeirante, não coloco nada sozinho”.

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De todas as praias do Grande Recife, a mais impactada pelos incidentes com tubarão, não apenas esse ano, é a de Piedade. O trecho da Igrejinha já ganhou a alcunha há muitas décadas, mas o segundo ataque registrado em Jaboatão dos Guararapes este ano ocorreu a poucos metros do ponto turístico, em uma área antes considerada segura para banho. Assim, a faixa litorânea do município vai ficando cada vez mais reduzida e os banhistas, sem opções. 

“Eu nunca vi a praia nessas condições. A cada vez que acontece um ataque, não tem movimento na praia e a gente depende disso. Pra eu armar o bar, tenho que ter dois homens pra puxar o material. Sem dinheiro, não pago a eles. A tendência é fechar o bar. O garçom que vem trabalhar quer receber, porque eles vêm buscar a diária e levam pra casa, pro filho poder comer. E eu dependo disso aqui pra comer também. Se não houver gente no bar, como eu vou conseguir armar e pagar funcionário? Eu não quero bolsa, esmola, auxílio, nada. Eu quero trabalhar”, desabafou a comerciante Marli Gonçalves, de 58 anos, barraqueira na Igrejinha há 17 anos. 

Na área, há 61 barraqueiros registrados pelo município. No dia da visita do LeiaJá, apenas três estavam lá, com dois clientes na areia, um em cada uma das duas barracas à esquerda. No estabelecimento mais distante, não havia movimentação. 

A Igrejinha é o trecho com o maior histórico de incidentes com tubarão em todo o estado: desde 1992, quando o monitoramento do Governo de Pernambuco foi iniciado, um em cada cinco incidentes registrados no estado aconteceram lá.  

Desde 2021, o lugar está proibido para banho, por ordem decretada no município. A decisão foi do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) e da prefeitura de Jaboatão, e foi publicada, à época, no Diário Municipal Oficial. 

A interdição abrange uma área de 2,2 quilômetros, que vai desde a Igrejinha de Piedade até o Hotel Barramares, localizado ao lado do Hospital da Aeronáutica do Recife, no limite com a capital pernambucana, onde começa a praia de Boa Viagem. A reportagem também visitou as praias de Boa Viagem e Pina para acompanhar o impacto dos incidentes na praia vizinha. 

“A partir da terça-feira [um dia após o último ataque em Piedade] a gente já viu a queda do movimento. Durante a semana, decaiu mais. A gente liga a televisão e só ouve falar em ataques de tubarão, a prefeitura está passando com uns panfletos avisando sobre as normas e cuidados, porém, mesmo que o ataque não tenha sido aqui, a gente não tem nenhum apoio. Os clientes chegam e perguntam 'e aí, como está a situação, pode entrar', e a gente faz as orientações com base na maré do dia”, informa a comerciante Suellen Patrícia, de 38 anos, que trabalha na altura do Acaiaca. 

LeiaJá também 

- - > ‘Após incidentes com tubarão, fiscalização sobe nas praias’ 

Neste sábado (9) e domingo (10), a Prefeitura de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, irá fazer um trabalho de orientação e fiscalização das atividades na faixa de orla do município. A ação visa fortalecer o cumprimento dos protocolos de combate à Covid-19.

O efetivo da Guarda Civil Municipal atuará com a conscientização dos banhistas, comerciantes e demais frequentadores quanto ao distanciamento social, a utilização de máscaras e demais procedimentos de higienização.

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As equipes do Controle Urbano, Vigilância Sanitária e Trânsito também estarão na ação. A Polícia Militar e o Procon-PE reforçaram as fiscalizações deste final de semana na cidade.

A operação, integrada com outros órgãos da cidade, terá  como ponto de partida a sede da Secretaria de Segurança Urbana, no bairro do Varadouro, e vai percorrer todos os 9km da orla, partindo da Praia dos Milagres, nas imediações do Carmo, e avançando até a Praia da Santa, em Rio Doce, já no limite com o município vizinho.

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Com a chegada da oitava fase do Plano de Convivência com a Covid-19, barraqueiros de praia e vendedores ambulantes retornaram ao trabalho, nesta segunda (31). Além dos vários protocolos de segurança, e muita vontade de trabalhar, eles receberam os consumidores, na praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, com a expectativa de recuperar o prejuízo amargado nos vários meses em que ficaram parados.

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Para receber a clientela, os barraqueiros precisam disponibilizar álcool em gel, colocar os guarda-sóis a uma distância de quatro metros, um do outro, e em cada ponto, só é permitido, a permanência de 10 pessoas no máximo. A fiscalização da Prefeitura do Recife, segundo vendedores, chegou logo cedo na praia de Boa Viagem, nesta segunda (31), para conferir a retomada.

Após 7 meses sem trabalhar na praia, o barraqueiro Italo Ferreira estava animado com o retorno. Segundo ele, a volta só foi possível com a ajuda financeira de um grupo empresarial. "Eles fizeram um cadastro com os barraqueiros e deram um cartão com mil reais para a mercadoria. Se não fosse isso, ia voltar todo mundo morrendo".

Já Roberto Cabral, que tem um ponto na mesma praia há cinco anos, reclamou um pouco da "burocracia" imposta pelos protocolos. "Um casal não pode ficar junto nas cadeiras, tem que ter distância de um metro. Eu não tenho como controlar isso, tenho mais de 200 cadeiras", disse. No entanto, a expectativa do barraqueiro é ver o movimento crescer ao longo dos dias, sobretudo no próximo "feriadão" de 7 de Setembro.

No calçadão, em um dos quiosques de coco, o comerciante Orlando Domingos da Silva estava "tranquilo" com o retorno. Há 28 anos no mesmo ponto, ele conta que vários colegas, assim como ele, tiveram prejuízos altos durante o tempo em que não puderam trabalhar, tanto pela perda de mercadoria que acabou estragando como pelos arrombamentos e roubos. Segundo Orlando, seu quiosque só não foi roubado porque ele próprio fazia a vigilância. "Eu dormia aqui dentro dia sim, dia não. Não tem policiamento à noite, é complicado".

Em Brasília Teimosa, ponto bastante frequentando nas segundas-feiras, o movimento de clientes ainda estava tímido. Na Barraca da Galega, eles encontraram álcool em gel, máscaras à disposição, além de sinais informativos a respeito dos protocolos de segurança. 

A comerciante Andrea Almeida, a Galega, investiu bastante para retornar ao seu ponto, aberto há 25 anos, atendendo ao solicitado pelo Plano de Convivência. "Antigamente o pessoal ficava sentado na areia, comendo na areia mesmo, agora tem álcool, máscara. A gente tem que investir, né, pra ter o retorno". 

Movimento fraco

Na primeira manhã de retomada do comércio de praia, o movimento foi fraco, segundo os barraqueiros. Poucos clientes compareceram nas areias e o fluxo maior de pessoas ficou restrito ao calçadão.

A aposentada Salma Cavalcanti, no entanto, fez questão de ir à praia neste dia de retomada. Ela comemorou a volta dos barraqueiros e garantiu se sentir segura em frequentar o local. "Já era pra ter liberado há muito tempo. Eles liberaram as academias, que é muito mais perigoso. Pra gente, é muito ruim ficar na areia; eu vim hoje só porque liberou mesmo".

A partir desta segunda-feira (31), o comércio de praia volta a receber clientes junto com os museus de Pernambuco. Protocolos de convivência foram emitidos pelo Governo do Estado e devem ser obedecidos para a continuidade dos serviços durante a pandemia, como uso de máscaras e álcool para higienização.

Após realizar protestos pela retomada do comércio no Litoral, os permissionários das prefeituras volta à atividade com a regra de separar os guarda-sóis em uma área mínima de 4m x 4m. Apenas um guarda-sol, quatro cadeiras e uma mesa serão permitidos pela área, que poderá ser ocupada por até 10 pessoas.

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Cardápios devem ser plastificados para facilitar a higienização e condimentos entregues em sachês. Além disso, é preferível que talheres, pratos e demais utensílios sejam descartáveis. O uso de máscaras continua obrigatório para vendedores e clientes, exceto durante a alimentação.

Durante o serviço, os barraqueiros vão ter que disponibilizar álcool 70% para os consumidores, e reforçar a desinfecção de superfícies mais tocadas, como cadeiras, mesas, guarda-sol e bandejas.

Os museus também retornam com a obrigatoriedade das máscaras e capacidade limitada de um visitante por 10m² nas áreas expositivas externas, onde devem ser espalhados pontos com álcool 70%. Restaurantes e cafés alocados vão seguir as normas sanitárias para os serviços de alimentação.

O protocolo para o setor destaca a ampliação da limpeza dos acervos e a importância de manter portas e janelas abertas para evitar o contato com maçanetas. Os gestores devem reavaliar os trajetos expositivos com a intenção de criar um circuito unidirecional, com sinalização e barreiras. A capacidade de público pode ser alterada a depender dos ambientes e turnos de visitação.

Atividades educativas e visitas mediadas estão autorizadas desde que sejam definidos intervalos de tempo e restrição no número de pessoas por grupo. Os museus ainda devem adaptar as áreas de bilheteria e guarda-volumes ao distanciamento necessário. O protocolo sugere maior participação virtual de funcionários e ampliação dos serviços à distância para a população.

O Instituto Êxito de Empreendedorismo, instituição sem fins lucrativos, com apoio do Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU), realiza a entrega de 5 toneladas de cestas básicas para barraqueiros da praia de Boa Viagem, em Recife, Pernambuco, nos dias 25, 26 e 27 de maio, a partir das 8h, na sede da UNINASSAU Boa Viagem. Ação faz parte da campanha Êxito Solidário, que está arrecadando cestas básicas para ajudar micro e pequenos empreendedores impactados pela pandemia da COVID-19.

Nos três dias de entrega, 500 famílias serão beneficiadas com cestas básicas de 10 quilos, totalizando 5 toneladas de alimentos. “Nós não poderíamos fechar os olhos para o que está acontecendo com quem mais precisa. É nossa obrigação ajudar e faremos isso com muita determinação. Não vamos parar por aqui. A campanha Êxito Solidário tem objetivo de arrecadar e distribuir 50 mil cestas básicas e faremos isso”, relata o presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo, Janguiê Diniz.

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“É com muita alegria que vamos conseguir proporcionar esse momento de alento para os barraqueiros da praia de Boa Viagem. Desde quando começou a pandemia e a população teve que se isolar socialmente para se proteger do contágio do coronavírus, esses profissionais tiveram que parar as suas atividades e ficaram sem fonte de renda”, finaliza o CEO da Ser Educacional, mantenedora da UNINASSAU, Jânyo Diniz.

Sobre a campanha Êxito Solidário

A campanha Êxito Solidário pretende arrecadar 50 mil cestas básicas por meio de doações que podem ser feitas no site www.institutoexito.com.br/doacoes. No endereço, o doador escolhe com quantas cestas quer contribuir – cada kit custa R$ 50 – e realiza o pagamento online, por meio de cartão de crédito ou boleto bancário.

A medida visa dar apoio a profissionais e famílias que estão com a renda comprometida devido às medidas de isolamento social adotadas no combate ao novo coronavírus. Além de Pernambuco, o Estado de São Paulo também já recebeu diversas doações por meio da Fundação Amor Horizontal e do movimento Transforma Brasil. 

Sobre o Instituto Êxito

O Instituto Êxito de Empreendedorismo é o resultado de um sonho que envolve empreendedores visionários dos mais variados segmentos do Brasil. Hoje, já conta mais com mais de 400 sócios que compactuam de um mesmo propósito: fazer do empreendedorismo a turbina para impulsionar vidas e histórias.

O Êxito tem a filosofia de que, independente da classe social e econômica, qualquer pessoa pode transformar suas ideias em ações que mudem e melhorem a realidade e a comunidade na qual vive. Por isso, nasceu com o objetivo de estimular o dom empreendedor dos jovens, especialmente os de escolas públicas, onde há muitos talentos escondidos e boas ideias a serem impulsionadas. Nomeado como uma instituição sem fins lucrativos, seu principal plano de ação está em oferecer uma plataforma de cursos online e gratuitos, além de realizar diversas ações voltadas para o fomento ao empreendedorismo.

Serviço:

Entrega de cestas básicas Êxito Solidário

Data: 25, 26 e 27 maio

Horário: 08h às 12h

Local: R. Jonatas de Vasconcelos, 316 - Boa Viagem, Recife (UNINASSAU Boa Viagem)

Beneficiados: barraqueiros da orla de Boa viagem cadastrados pela prefeitura

Doação/iniciativa:  Instituto Êxito de Empreendedorismo

Apoio: UNINASSAU

Por volta as 10h30 deste sábado (9), a doméstica Cátia Bezerra, 31, chegou acompanhada da família à orla da Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. Após definir o local que iriam sentar, o marido fincou o próprio guarda-sol na areia e ela colocou as cadeiras de praia que trouxe embaixo da sombra. Cátia não esconde o espanto e a sensação de desagrado com a estrutura de um grande bar montado em cima da areia, ali bem perto, ao seu lado.

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“Daqui a pouco eles estão cercando, né? Eu acho isso muito errado porque eles tomam conta do espaço total e, quando chega alguém com cadeiras, ficam te olhando com nojo como se fosse eles fossem chiques porque estão em um local cheio de privilégios. Eles dizem que têm essa licença da prefeitura, mas a praia é de todos e posso ficar no lugar que eu quiser”, afirmou Cátia.

A mulher se refere ao novo estabelecimento ‘Pezão Prime’, inaugurado nas areias de Piedade na manhã deste sábado. O espaço é um empreendimento de Carlos Vasconcelos, o mesmo responsável pela Barraca do Pezão, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Cátia, que sempre aos fins de semana gosta de ir à praia descansar, veio da Avenida Caxangá até Jaboatão porque no Recife tem dificuldade de encontrar um local onde possa montar sua própria estrutura de acomodação.

Ao lado de seu guarda-sol, dezenas de outros de cor amarela com o patrocínio de uma cerveja nacional ocupam um espaço de cerca de 40m², de acordo com a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes. O Pezão tem uma estrutura com capacidade para cem barraquinhas e quase 400 pessoas. O luxuoso e diferenciado serviço segue o mesmo molde do espaço recifense, ocupando a areia da praia para proporcionar um local exclusivo às pessoas que vão consumir os produtos e o conceito.

Às 11h o público no Pezão ainda era tímido e a estrutura prometida no projeto-base, divulgado nas redes sociais, não estava completa. Faltavam os brinquedos para as crianças, a área de massagem, os banheiros e o lounge com os DJs. “Ainda estamos montando tudo, não está completo. A gente só veio somar e criar um novo polo diferenciado nessa área. Não vim tirar o lugar de ninguém aqui, só quero agregar”, disse Carlos Pezão.

Apesar de o empresário garantir uma relação amistosa com os barraqueiros da orla, uma comerciante se aproximou do local para filmar as barracas e disse que nenhum trabalhador da região concorda com o novo empreendimento. Ela, que preferiu não se identificar, informou ao LeiaJá que vai realizar um abaixo-assinado com outros barraqueiros para pedir explicações da Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes.

“Eu tenho uma barraca em Piedade há 24 anos e sei do sacrifício que é para um pai ou mãe de família colocar um isopor ou uma carrocinha aqui. Não entendo porque foi tão fácil para eles botarem todas essas cadeiras. Nesse mesmo lugar que eles estão ocupando, tinha um amigo barraqueiro que foi retirado daí”, conta a comerciante.

Para ela, é errado o Pezão poder ter 100 acomodações, enquanto outros barraqueiros só podem ter até 30. “O direito de um é o de todos. Eles não podem botar essa estrutura com show e tudo sem seguir a lei como seguimos há anos”, lamenta. Durante a entrevista, um comerciante chamado Zezinho telefona para a mulher e diz que também vai protestar após ter conhecimento da inauguração do empreendimento na região.

Presente no local, o secretário-executivo de Cultura, Esportes, Lazer e Turismo do Jaboatão dos Guararapes, André Trajano, conta que houve uma preocupação da gestão em mediar essa relação do Pezão com os trabalhadores locais da orla. “Esse era um espaço vazio e o barraqueiro mais próximo achou interessante a ideia de movimentar a área”, disse.

O Pezão Prime faz parte do Projeto Clube de Praia, iniciativa com investimento do ‘Jaboatão Investe’. O local conta com licitação legal da gestão municipal e pretende agradar os banhistas frequentadores da orla. “Demos entrada na Secretaria do Patrimônio da União (SPU) para ter a autorização dentro dos parâmetros sustentáveis e todos os equipamentos montados serão retirados no mesmo dia às 17h, respeitando a legislação local”, explicou Trajano.

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Questionado se existiu algum tipo de problema com os barraqueiros, o empresário Carlos Pezão negou. “A nossa relação com eles é amistosa. Se eles querem uma estrutura igual a nossa, enviem um projeto com documentos para a prefeitura. Eu tirei tudo e paguei todas as taxas”, concluiu.

Entenda o caso

Cadeiras com mesas personalizadas, ombrelones, áreas para massagem, tendas, bar, banheiros químicos, espaço com playground para crianças, jogos de mesa e lounge com conforto acessibilidade, além de palco sunset e amplo estacionamento garantido. A estrutura oferecida parece um serviço de show privado ou de evento em casas de festa. Mas, na verdade, as instalações vão compor o novo cenário de um trecho da Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife.

Em entrevista ao LeiaJá, Carlos Pezão, como é conhecido entre os frequentadores do estabelecimento em Boa Viagem, confirmou a inauguração do espaço VIP e explicou que foram dois anos de pesquisa para lançar o negócio que tem capacidade para até 400 pessoas. “A gente fez uma ampla pesquisa com as pessoas e o que elas acham de um atendimento com esse serviço. Eu sinto fala disso, se você vai à praia geralmente o atendimento é ruim, não tem diversidade de bebidas e nem de comidas”, comentou o empresário.

No empreendimento de Boa Viagem, ele já enfrentou alguns problemas de licença com a Prefeitura do Recife por causa do tamanho do espaço ocupado na areia da praia e teve de reduzir. O ‘Pezão Prime’ também vai contar com uma casa de apoio na frente da orla com ‘bioduchas’ ecologicamente corretas e varanda com espaço para vinte mesas para o cliente que deseje mais conforto. A ideia de Carlos é proporcionar um “final de tarde feliz” aos seus frequentadores.

Para Raquel Meneses, urbanista e pesquisadora do Instituto de Pesquisa e Inovação para as Cidades (Inciti), os usos do espaço público precisam ser pactuados com os usuários do local porque  nenhum espaço pode ser sustentável ou justo se os acordos de convivência não são traçados de forma horizontal e colaborativa. “Parte desse processo é entender o lugar e seus usuários, ouvi-los, para só então propor algum novo uso, equipamento ou mesmo requalificação. É imprescindível que os gestores público acompanhem essa discussão. Quem eram os usuários dessa área antes dessa implantação e quem vai se beneficiar desse equipamento? É importante que a cidade tenha clareza das regulamentações, acordos e compensações”, detalhou a pesquisadora.

Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU) está promovendo uma capacitação gratuita para os barraqueiros que trabalham na praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. O objetivo da formação é ajudar os vendedores a aprimorar a forma de comercializar seus produtos. 

A capacitação, que teve início na última terça-feira (1º), aborda conceitos como marketing e vendas, manipulação de alimentos e planejamento orçamentário. O curso tem oito dias de duração e será ministrado até o dia 24 de agosto na sala 501 no campus da UNINASSAU em Boa Viagem. Ao final do curso, os participantes receberão certificados. 

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Segundo o vice-reitor da UNINASSAU, Antônio Neto, a ideia do curso é permitir que os vendedores possam obter lucro com a venda de produtos de boa qualidade. “A iniciativa é fundamental tanto para a Instituição quanto para a comunidade, pois oferece conhecimento de maneira rápida e eficaz. Dessa forma, a UNINASSAU cumpre seu papel de modificar a vida dessas pessoas", afirma ele. 

*Com informações da assessoria 

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O tempo com céu aberto reuniu milhares de banhistas na praia de Boa Viagem, Zona Sul da capital pernambucana, neste domingo (26). Mesmo com grande movimento, os comerciantes afirmaram que o consumo está fraco e muitos acreditam que tal situação ocorre devido à crise econômica e a redução do espaço concedido pela Prefeitura local.

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Atuando há 35 anos na orla de Boa Viagem, o comerciante José Manoel disse que o público está consumindo muito pouco e que isso está refletindo no seu lucro. “Ultimamente as pessoas só tomam um refrigerante e vão embora. Realmente está muito devagar. O meu lucro diminuiu, em média, 50%. Acho que o povo não tem dinheiro para gastar”, falou José.

O barraqueiro Ronaldo José, que trabalha há dez anos no local, relatou que a situação piorou após a Copa do Mundo. “Existe o movimento, mas o consumo está muito ruim. Acho que o povo está sem dinheiro para gastar, devido à corrupção e à crise econômica que estão refletindo no bolso do consumidor”, destacou o comerciante.

Já Carlos Vasconcelos, conhecido como Pezão, elenca outros fatores para a queda da lucratividade. “Devido à redução da área que trabalho, que foi de dois terços do total, o meu lucro teve uma queda de mais de 50%. Inclusive, com isso, terei que demitir metade dos funcionários que possuo atualmente, que é de 26 pessoas”, lamentou.

Começou neste sábado (18), a primeira parte do reordenamento do comércio informal na praia de Boa Viagem, Zona Sul da cidade. Ação visa demarcar uma área específica para que os banhistas que não quiserem ficar em nenhuma barraca. No local que o projeto foi iniciado trabalham 192, dos 622 barraqueiros cadastrados pela Prefeitura do Recife.

Segundo o presidente da Associação dos Barraqueiros de Pernambuco, Severino da Silva, cerca de 80% dos comerciantes aprovaram a nova norma. "Fizemos várias reuniões e em todas elas perguntamos o que todos achavam do projeto. Mais de 80% dos barraqueiros  concordaram com a mudança, até porque, isso vai igualar todos nós. Ninguém vai poder colocar mais cadeiras do que o outro, como muitos faziam aqui", pontuou.

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O secretário de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc), João Braga, afirmou que não houve resistência por parte dos vendedores. “A prefeitura e a Associação dos Barraqueiros já vêm negociando há um ano. Vamos tentar ao máximo organizar a praia, daqui para o fim do ano, todas as barracas estarão padronizadas, com guarda-sóis e cadeiras padronizados. Acredito que a mudança favoreceu tanto aos vendedores quanto à população.”

O barraqueiro Rivaldo Severino, que trabalha em Boa Viagem há 27 anos, explicou que concordou com a mudança feita na orla. “Essa mudança vai beneficiar todo mundo, não acho que vamos perder espaço e sim, trazer mais turistas. Os turistas sempre falavam desse espaço”, comentou.

De acordo com a nova norma, cada comerciante poderá utilizar no máximo de 120 cadeiras, em uma área de 12 metros, também será proibido a instalação de toldos, de som amplificado, garrafas de vidro e manipulação de alimentos. Caso o regulamento não seja cumprido, a multa será de R$ 600 e, se houver reincidência, o barraqueiro poderá até perder a permissão de comercializar na orla. 

Começa neste sábado (18), a ação de reordenamento do comércio informal na orla de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Dos 622 negociantes estacionários que possuem permissão para comercializar na faixa de areia, 192 estão entre as Ruas Henrique Capitulino e Padre Carapuceiro, local onde acontecerá a primeira fase do projeto.

Serão fiscalizadas as novas regras, estabelecidas após seis meses de reuniões entre a Associação de Barraqueiros de Boa Viagem e a Superintendência de Patrimônio da União (SPU-PE). A regulamentação atual diz que poderão ser utilizadas no máximo de 120 cadeiras por barraqueiro, em uma área de 12 metros de testada e proibição de instalação de toldos, de som amplificado, garrafas de vidro e manipulação de alimentos.

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O secretário de Mobilidade e Controle Urbano João Braga afirmou que serão criadas áreas específicas para aqueles que não quiserem utilizar os serviços dos barraqueiros. "A cada grupo de barraqueiros, deixaremos uma grande área para as pessoas que quiserem levar sua cadeira e seu guarda-sol. Vamos garantir que esse espaço não seja invadido por comerciantes. Tudo foi discutido com a Associação dos Barraqueiros de Boa Viagem e com o SPU-PE", explicou.

Segundo a Prefeitura do Recife (PCR), o objetivo é padronizar cadeiras e guarda-sóis da área, através de parceria com a iniciativa privada, até o fim deste ano. Para manter um controle, a PCR dividiu a orla em dez setores, que vão de A a H. Esse primeiro momento da ação de reordenamento será nos setores C e D, área onde se concentram 30% de todos os comerciantes estacionários da Praia de Boa Viagem.

Com informações da assessoria 

 

As propostas de governo do candidato a prefeito do Cabo de Santo Agostinho pelo PSB, Vado da Farmácia foram apresentadas pelo postulante aos barraqueiros do município. O encontro com os trabalhadores aconteceu na noite desta terça-feira (11) na comunidade da Sapucaia. Na ocasião, Vado prometeu promover mais cursos de capacitação para os barraqueiros.

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“No governo de Lula Cabral (atual gestor da cidade) no qual sou vice, os barraqueiros foram capacitados e a grande maioria desses comerciantes foram padronizados”, afirmou o candidato. “Meu governo será de continuidade. É por isso que me comprometo em garantir mais condições de trabalho e capacitação para todos os barraqueiros do Cabo”, disse.     

Na ocasião, o postulante também comentou que sua pretensão de cosntruir mais áreas de lazer no município. “No meu governo vamos construir um Pátio de eventos em Ponte dos Carvalhos. Na minha gestão, vou fortalecer as festividades do município e criar outros espaços de lazer”, garantiu. “Com novos equipamentos, podemos garantir mais condições de trabalho, gerar emprego, renda e melhorar a qualidade de vida dos empreendedores individuais”, declarou o socialista.

 

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