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Com 17 milhões de membros no Brasil, a rede global de mobilização social Avaaz decidiu apoiar formalmente o projeto de lei das fake news. A plataforma vai pressionar para que a matéria tramite em caráter de urgência na Câmara dos Deputados e seja levada o mais rápido possível a Plenário. Coordenadora sênior de campanhas da Avaaz, Laura Moraes afirma que ainda há pontos da proposta que precisam ser melhorados, mas que a aprovação é essencial para garantir mais transparência na eleição de outubro.

"Notícias falsas sobre a lisura do processo eleitoral ou sobre a integridade das instituições podem ser combustível para a polarização e devem ser combatidas! Entre tantos efeitos nefastos, as fake news podem fomentar o extremismo e a deterioração do debate na esfera pública", relata a carta institucional da Avaaz em apoio ao PL das fake news.

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O PL das fake news prevê que aplicativos como o WhatsApp devem "limitar" o encaminhamento de mensagens para vários destinatários. Também fica estabelecido que os usuários terão de autorizar previamente sua inclusão em grupos ou listas de transmissão de conteúdos. A disseminação em massa de informações falsas foi amplamente usada no pleito eleitoral de 2018.

Outro ponto voltado para as eleições é o que obriga as redes sociais a fornecerem ao público informações sobre o impulsionamento de propaganda eleitoral. Deverão ser informados o valor total gasto pelo candidato, partido ou coligação e a identificação do anunciante, por meio de CPF ou CNPJ.

Na Câmara, o projeto tem como relator o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que tem articulado com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários a apreciação da matéria em Plenário. Se passar na Câmara, o texto volta ao Senado.

Apesar de ainda propor mudanças no texto final, a Avaaz decidiu dar apoio institucional ao projeto por entender que há risco de violência nas eleições caso haja disseminação sem controle de fake news. "É fundamental. O projeto sempre vai sendo aperfeiçoado até o fim. Então, o fato de que a gente queira que ele vá para votação, que ele vá para Plenário, não quer dizer que ele está perfeito", diz Laura Moraes. "Quer dizer que a gente quer contribuir até o final, mas que a gente acha fundamental que ele seja aprovado neste ano, antes das eleições, para que a gente já possa sentir os efeitos positivos dessa legislação ainda este ano."

Na carta, a Avaaz diz que o combate à desinformação é um dos principais desafios do País. "Destacamos a urgência e relevância da análise do PL 2630/20 pelo Plenário da Câmara de forma tempestiva, de modo que possamos iniciar o processo eleitoral deste ano com mais uma ferramenta que garanta a lisura da democracia brasileira, maior segurança jurídica e responsabilização efetiva daqueles que insistem nesta prática prejudicial não só para a esfera social, mas econômica e política de nosso País."

Uma pesquisa encomendada pela Avaaz aponta o enorme alcance das fake news nas eleições brasileiras. A pesquisa, conduzida pelo IDEIA Big Data, perguntou aos eleitores se eles viram e acreditaram em cinco das fake news mais populares nas redes sociais durante as últimas semanas das eleições. Entre elas, histórias sobre urnas fraudadas para contabilizar votos automáticos para Haddad e boatos de que o candidato também queria distribuir "kits gays" nas escolas.

Impressionantes 98,21% dos eleitores de Bolsonaro entrevistados foram expostos a uma ou mais notícias falsas e 89,77% acreditaram que essas eram embasadas em verdade. 84% dos eleitores do Bolsonaro acreditaram na história dos "kits gays", e 74% sobre fraude nas urnas.

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Em uma pesquisa subsequente, 40% dos entrevistados disseram ter mudado de posição nas últimas semanas de "oposição ou com dúvidas sobre Bolsonaro" para "decididos" ou "considerando votar" nele. Isso no mesmo período no qual essas notícias falsas atingiram o ápice de popularidade nas redes.

Os brasileiros têm clareza absoluta sobre o impacto negativo das fake news durante as eleições. Quase 80% dos entrevistados acha que as plataformas de redes sociais deveriam enviar correções das notícias falsas após a verificação de fact-checkers independentes.

"Quantas democracias mais têm que morrer até que Mark Zuckerberg encerre essa loucura em suas plataformas? Precisamos urgentemente que o mundo abra os olhos para a maior ameaça que as democracias enfrenta hoje: um operação de desinformação da extrema-direita nas redes sociais", diz Ricken Patel, CEO e fundador da Avaaz.

"Não podemos deixar que a criptografia do WhatsApp seja uma "terra de ninguém" para atividades criminosas. Ativistas pela democracia em países autoritários usam aplicativos mais bem encriptados como o Signal. No mínimo, o WhatsApp deveria ter como padrão uma "proteção contra a desinformação", dando aos usuários a opção de protegerem suas democracias e a si mesmos das fake news. Outras eleições se aproximam, como nos EUA, Índia e Europa; Zuckerberg tem semanas, e não meses, para tomar uma atitude, completou Patel.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmou que o fenômeno observado no Brasil de uso massivo de fake news para manipular o voto por meio de redes privadas “talvez não tenha precedentes." Diversas pesquisas conduzidas antes do segundo-turno por outros institutos concluíram que a maioria das notícias falsas eram direcionadas contra o Haddad e o PT.

Essas fake news viralizaram principalmente por meio das redes sociais -- mas histórias como "fraude nas urnas" ou do "kit gay" também foram reproduzidas em portais de notícias.

O WhatsApp é usado por 120 milhões de brasileiros (mais de 50% da população do país) e foi uma das principais ferramentas para essa distribuição. Uma investigação conduzida pela Folha de S. Paulo, antes do segundo turno, revelou que empresários aliados de Bolsonaro financiaram um esquema ilegal de disparos em massa de mensagens pelo WhatsApp por meio da criação de até 300,000 grupos no aplicativo, atingindo até 77 milhões de brasileiros. O esquema está sob investigação no Tribunal Superior Eleitoral.

Metodologia empregada pela Ideia Big Data: Na condução desta pesquisa, a Ideia Big Data utilizou seu aplicativo mobile usado por mais de 700 mil brasileiros representando o espectro geográfico e socioeconômico do país. A pesquisa foi realizada de 26 a 29 de outubro e entrevistou 1.491 pessoas. Das 120,7 milhões de pessoas que acessaram a internet em maio, junho e julho deste ano, 49% utilizaram celulares. Enquanto 99% da Classe A têm acesso à internet, na classe C 69% dos domicílios têm acesso a Internet, e nas classes D e E o acesso chega a 30%, dos quais 80% se conectam por meio do celular. Fonte. De acordo com o IBGE, 138 milhões de brasileiros têm celular, de uma população total de 209,3 milhões de pessoas (IBGE 2017).

Detalhe dos principais resultados da pesquisa

Histórias que Haddad implementou um “kit gay”

Estimativa do eleitorado exposto à história: 73,9%

Porcentagem de eleitores do Bolsonaro entrevistados que viram a história: 85,2%

Percentagem de eleitores do Bolsonaro entrevistados que acreditam na história: 83,7%

Porcentagem de eleitores do Haddad entrevistados que viram a história: 61%

Porcentagem de eleitores do Haddad entrevistados que acreditam na história: 10,5%

Histórias sobre fraude nas urnas

Estimativa do eleitorado exposto à história: 86%

Porcentagem de eleitores do Bolsonaro entrevistados que viram a história: 93,1%

Porcentagem de eleitores do Bolsonaro entrevistados que acreditam na história: 74%

Porcentagem de  eleitores de Haddad entrevistados que acreditam na história: 22,6%

Histórias que Haddad defende pedofilia e incesto em um livro?

Estimativa do eleitorado exposto à história: 44%

Porcentagem de eleitores do Bolsonaro entrevistados que viram a história: 44%

Porcentagem de eleitores do Bolsonaro entrevistados que acreditam na história: 74.6%

Porcentagem de eleitores de Haddad entrevistados que acreditam na história: 9.8%

Do secure.avaaz.org

Uma pesquisa da organização não governamental Avaaz divulgada pelo Ibope nesta quarta-feira, 2, aponta que 78% dos brasileiros são a favor do fim do foro privilegiado. A entidade ouviu mil pessoas de todo o Brasil entre os dias 23 e 25 abril.

Ainda de acordo com a pesquisa, 12% dos entrevistados acreditam que o foro privilegiado deve ser mantido, enquanto 10% não souberam opinar. Além disso, 77% dos consultados acreditam que acabar com o foro ajuda a combater a impunidade no País.

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Segundo Diego Casaes, coordenador da Avaaz, o levantamento revela a intolerância da sociedade com a corrupção e os privilégios. "Notamos que a população está cansada de observar esse tipo de proteção sendo oferecida a quem comete crimes. Isso é reflexo das recentes investigações da polícia e dos escândalos políticos que vimos nos últimos anos", opinou.

Julgamento

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deve retomar na sessão plenária desta quarta-feira o julgamento sobre o foro privilegiado. A tendência é a de que prevaleça o entendimento defendido pelo ministro Luís Roberto Barroso, de que os políticos só terão direito ao foro privilegiado se o crime do qual forem acusados tiver sido cometido no exercício do mandato e for relacionado ao cargo que ocupam.

Para Diego Casaes, a mudança é um passo importante no combate à corrupção no Brasil. "Ainda temos de analisar como isso será aplicado, assim como não sabemos o alcance das mudanças, caso ocorram. Mas pela pesquisa vemos que a expectativa da população também é de que a Justiça torne-se mais eficiente a partir daí, desafogando o STF."

Integrantes da Avaaz fizeram um ato em frente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na manhã desta quarta-feira (7), enquanto acontecia a segunda parte da sessão de julgamento do processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer. Durante a mobilização, o grupo pediu que o PSDB, autor da ação que está sendo apreciada, deixe a base de apoio do governo do presidente Michel Temer.  

Os ativistas montaram uma cama, abriram uma faixa com a frase “PSDB: não fique na cama com Temer, deixe o governo agora!” e quatro homens usavam paletós e máscaras com os rostos do presidente, do senador afastado Aécio Neves e dos ministros das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, e da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, todos tucanos.  

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"Permanecer na cama e nesse casamento tóxico com Temer e ficar manchado por sua corrupção, ou responder ao ressonante apelo público de milhões de brasileiros; levante-se da cama da corrupção para salvar nossa democracia”, disse, o coordenador da Avaaz no Brasil, Diego Casaes.  

Nesta quinta (8), está prevista uma reunião da cúpula do PSDB para definir se continuam apoiando o governo Temer ou não. 

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Uma petição online aberta pela ONG Rio da Paz, no site da AVAAZ, já reuniu em 24 horas mais de 100 mil assinaturas contra a pretensão do senador, Renan Calheiros (PMDB), voltar a assumir a presidência do Senado. O manifesto, que será entregue aos senadores antes da votação, tem apoio de diversos políticos brasileiros que se opõem à candidatura de Calheiros e ganhou enorme repercussão nas redes sociais.

A AVAAZ é a maior plataforma de campanhas online do mundo, com mais de 17 milhões de membros em todos os países. No Brasil, já realizou inúmeras campanhas exitosas de grande alcance e eficácia, como o "Veta Dilma", que reuniu mais de 2 milhões de assinaturas do mundo todo contra a reforma do Código Florestal.









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