A Secretaria de Administração de Pernambuco, em reunião com o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) na quinta-feira (21), se comprometeu a apresentar no próximo dia 8 de junho uma proposta de reestruturação do Plano de Cargos e Carreiras, além de iniciar um acordo preliminar sobre os 225% da gratificação de risco de função. Com isto, a categoria acordou em não realizar nenhum outro ato de protesto até consultar o material. Os policiais civis realizaram uma paralisação de 24 horas na última terça-feira (19) e prometeram uma assembleia geral da categoria para o início de junho, que agora ocorrerá após análise da proposta.
De acordo com o Sinpol, durante o encontro a Secretaria de Administração apresentou um relatório revelando dificuldades financeiras do Estado para implementar as exigências da categoria policial ainda neste primeiro semestre. O sindicato alegou que não vão abrir mão da pauta levada ao Governo, mas que estará disponível ao diálogo.
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A Associação dos Policiais Civis de Pernambuco (ASPOL-PE), que faz oposição ao Sinpol, acredita que a resposta da secretaria é uma manobra para retardar as mudanças. “O governo faz reunião para marcar outra reunião. Eu sou muito cético com relação a essa proposta e acho que eles vão empurrar isto até o final do ano”, opina o diretor da ASPOL-PE, Diego Soares.
O diretor da associação também destaca a necessidade de se discutir o aumento de efetivo. Segundo ele, o Governo de Pernambuco está invertendo atribuições das polícias Civil e Militar, com muitos PMs fazendo o serviço de inteligência e investigação, enquanto os civis teriam um efetivo de quase 50% do necessário. “Alguns delegacias, como as de Agrestina, Cupira e Sanharó fecham à noite e nos finais de semana por falta de policiais”, denuncia.
A Secretaria de Administração reiterou durante a reunião a abertura de edital ainda este ano, com 500 vagas para agentes de polícia, 50 vagas para escrivães e 392 vagas para policiais civis da Polícia Científica (peritos criminais, médicos legistas, auxiliar de perito, auxiliar de legista e peritos papiloscopistas). O número ainda é considerado muito abaixo do necessário tanto pelo Sinpol quanto pela ASPOL-PE.