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Dezenas de cientistas brasileiros retomaram neste verão austral suas pesquisas na Antártica, paralisadas desde o incêndio que destruiu a base de seu país no continente branco em 2012. Esperançosos com a possibilidade prosseguir com os experimentos, ao menos em instalações temporárias de emergência, aguardam ansiosos o início da construção da nova Estação Comandante Ferraz. Embora nenhuma empresa tenha se apresentado à licitação para construir a nova base, o governo garante que ela estará pronta em março de 2016.

Nas instalações temporárias que servem de quartel-general para os cientistas até a inauguração da nova base, "a principal dificuldade que temos é o espaço", declarou à AFP o biólogo Marcio Tenorio, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que investiga a evolução de organismos como o fitoplâncton na Antártica. "Na antiga estação tínhamos quatro laboratórios agora temos dois: o de química e o multi-uso. Antes, dois grupos ocupavam o mesmo laboratório, agora são quatro", explicou o cientista.

Tenório e seus colegas chegaram à Antártica em novembro, e agora, com o fim do verão austral, devem retornar ao Brasil depois de concluir seus experimentos sobre o meio ambiente, as influências do clima antártico no Brasil e fenômenos glaciais com impacto global. A nova temporada científica começará no próximo verão, 2014-2015, quando retornarão aos módulos de emergência.

Um incêndio provocado por um vazamento de combustível destruiu em fevereiro de 2012 70% da estação, situada na ilha Rei George, arquipélago das Shetland do Sul. Dois militares brasileiros morreram enquanto tentavam controlar as chamas. Da antiga base restaram apenas edifícios anexos, como o laboratório de química, onde se refugiaram os pesquisadores que estavam trabalhando no dia do acidente.

Instalados em 2013, os módulos temporários têm alojamentos para 66 pessoas, entre cientistas e pessoal de apoio, além de banheiros, lavanderia, enfermaria, cozinha, refeitório e secretaria com computadores conectados à internet. Dois geradores alimentados por um combustível especial anticongelante produzem eletricidade e calefação para todo o complexo.

Casa nova

O projeto da nova estação foi apresentado em outubro de 2013 no Rio de Janeiro. A um custo de R$ 145,8 milhões (62 milhões de dólares), prevê a construção de 200 módulos com capacidade para 64 pessoas no verão e 34 no inverno. A nova estação terá 18 laboratórios internos, sete unidades isoladas para pesquisas de meteorologia, ozônio e atmosfera, assim como biblioteca, refeitório e um moderno sistema anti-incêndio para evitar a propagação das chamas.

A previsão era que os módulos fossem construídos no Brasil, transportados de navio à Antártica e instalados no verão austral de 2014-2015. Mas nenhuma empresa se apresentou à licitação aberta para a construção da base.

O contra-almirante Marcos Silva Rodrigues, máxima autoridade da Comissão Interministerial de Recursos do Mar, que gerencia o Programa Antártico Brasileiro, anunciou recentemente que a base estará pronta em março de 2016. “Estamos averiguando porque aconteceu isso (a ausência de empresas na licitação) e em dois meses deverá ser aberta uma nova licitação”, afirmou em uma coletiva de imprensa em Punta Arenas (Chile), ressaltando a possibilidade de que empresas estrangeiras participem da consulta.

Virando a página

“Quando aconteceu o incêndio (entre 1h00 e 02h00 de 25 de fevereiro de 2012), eu estava dormindo porque tinha que fazer uma coleta de amostras no dia seguinte. Quando acordei com o alarme, pensei que fosse uma simulação. Só vi a proporção (do acidente) quando saí e me refugiei com outros cientistas no laboratório de Química”, relatou o oceanógrafo espanhol José Juan Barrera Alba, de 38 anos, residente no Brasil há 14.

Apesar do susto, Alba, que também estuda o fitoplâncton no continente gelado, voltou à Antártica, quer virar a página e diz estar muito esperançoso com a construção da nova estação. A Estação Comandante Ferraz foi inaugurada em fevereiro de 1984 e nos últimos dez anos recebeu mais de 30 missões científicas de universidades brasileiras.

Nos últimos 10 anos, segundo dados oficiais, uma média anual de 250 cientistas por ano estiveram na Antártica, seja na base ou acampados em barracas em outros quatro refúgios (mini-estações) que o Brasil mantém, assim como em cooperação com bases estrangeiras.

Um quebra-gelo chinês que na semana passada ficou preso durante uma tentativa de resgate de um navio de pesquisas científicas de bandeira russa na Antártida conseguiu romper o gelo e libertar-se nesta terça-feira, informou a mídia chinesa.

O Xue Long, ou Dragão de Neve, ficou preso no gelo na última sexta-feira, um dia depois de um helicóptero ter resgatado 52 cientistas, jornalistas e turistas a bordo do Akademik Shokalskiy, que ficou cercado de gelo na véspera de Natal. Eles foram transferidos então para um quebra-gelo australiano, que concluiu o resgate.

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Hoje, o Xue Long conseguiu desprender-se do gelo com a ajuda de uma manobra que rompeu a crosta de gelo e abriu um canal de água, informou a agência de notícias Xinhua.

O navio russo, cuja tripulação permaneceu a bordo, também está conseguindo desvencilhar-se do gelo, segundo a agência de notícias Itar-Tass. Fonte: Associated Press.

O navio quebra-gelo australiano Aurora Australis, que ajudou no resgate de 52 pessoas que estavam presos em outra embarcação na Antártida, retomou viagem neste sábado, deixando para trás outros dois quebra-gelos que ainda estão presos.

O Aurora Australis deve continuar a missão de reabastecimento que foi interrompida por causa da operação de resgate. O navio deve se dirigir para a base australiana Casey Station na Antártida antes de retornar para a Tasmânia, em meados de janeiro, com os cientistas resgatados, jornalistas e turistas.

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Na quinta-feira, um helicóptero de um navio chinês tirou os passageiros de uma embarcação russa de pesquisa que estava presa em um bloco de gelo e os levou para o Aurora Australis.

De acordo com autoridades, o navio chinês Xue Long agora está preso no gelo depois de fracassar em suas tentativas iniciais de se libertar. Apesar de estar imobilizado, "não há perigo imediato para as pessoas a bordo", disse a Administração de Segurança Marítima da Austrália, em um comunicado, tendo em vista que há uma quantidade suficiente de alimentos que pode durar semanas.

O navio chinês está preso vários quilômetros do quebra-gelo russo Akademik Shokalskiy, a partir do qual os passageiros foram resgatados. O navio russo está paralisado desde a véspera de Natal. Com informações da Associated Press e Dow Jones Newswires.

O navio chinês Snow Dragon, que participou da operação de resgate aos 52 passageiros que estavam presos no navio russo Akademik Shokalskiy na Antártida, também corre risco de ficar preso em meio ao pesado gelo no mar.

Após ajudar a transportar os passageiros para o navio quebra-gelo da Austrália Aurora Australis, a tripulação do navio chinês se mostrou preocupada sobre a sua própria habilidade de se mover no gelo.

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Com isso, os chineses pediram que o Aurora Australis, que estava lentamente quebrando o gelo em direção ao mar aberto, permanecesse por perto caso o Snow Dragon também precise de ajuda. A informação foi dada pela autoridade marítima de resgate da Austrália, que coordena a operação.

O Snow Dragon tentará chegar ao mar aberto no sábado (4), enquanto o Aurora Australis está esperando a cerca de 11 quilômetros ao norte do navio, informou Lisa Martin, porta-voz da autoridade marítima.

A agência disse que a decisão de manter o Aurora por perto foi preventiva e ressaltou que ninguém a bordo do Snow Dragon corre perigo. No entanto, esse é mais um percalço na complexa operação de resgate aos passageiros do navio russo, que estão na Antártida desde a véspera de Natal.

O esperado resgate se tornou possível na quinta-feira (2) após a melhora nas condições climáticas. Neve, ventos, fog e gelo fizeram as equipes de resgate recuarem várias vezes.

O helicóptero a bordo do Snow Dragon levou sete horas para transportar os cientistas e turistas do Akademik Shokalskiy para o Aurora Australis em grupos de 12 pessoas. Os 22 tripulantes a bordo do navio russo permaneceram no navio, que não corre perigo e possui mantimentos suficientes para eles se manterem por semanas. Fonte: Associated Press.

Resgatados nesta quinta-feira todos os 52 passageiros que ficaram presos por mais de uma semana a bordo do navio russo Akademik Shokalskiy na Antártida, que está sem poder se mover desde a véspera de Natal. Com um plano elaborado pelas autoridades australianas, o helicóptero do navio chinês Snow Dragon resgatou os cientistas e turistas à bordo, uma dúzia por vez, em uma operação que durou cinco horas. Todos os 22 membros da tripulação devem permanecer no navio.

O esperado resgate se tornou possível após a melhora nas condições climáticas. Neve, ventos, fog e gelo fizeram as equipes de resgate recuarem várias vezes.

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Os passageiros foram transportados de helicóptero por 11 quilômetros para o Snow Dragon, de onde seguirão de barca ao navio quebra-gelo australiano Aurora Australis. A partir daí, todos serão levados à ilha da Tasmânia, com previsão de chegada em meados de janeiro.

A chegada do helicóptero foi acompanhada pelo líder da expedição, Chris Turney, que postou em sua conta no Twitter um vídeo com o momento do pouso.

Mais cedo, a autoridade australiana para segurança marítima que coordenou o resgate, havia dito que a piora nas condições climáticas adiaria a expedição. Os responsáveis pelo resgate disseram nesta manhã que o gelo bloqueou o caminho que a embarcação teria que percorrer do navio australiano até o navio chinês.

O navio, que transportava muitos cientistas e turistas australianos, sendo a tripulação russa, ficou preso no gelo na véspera de Natal. Apesar de não poder se mover, o Akademik Shokalskiy não corre risco de afundar e possui suprimentos para os passageiros se manterem por semanas.

Três navios quebra-gelo tentaram chegar ao navio russo sem sucesso. O Aurora Australis conseguiu alcançar uma distância de 20 quilômetros do navio russo na segunda-feira, mas fortes ventos e a neve forçaram a embarcação a recuar para o mar aberto. Fonte: Associated Press.

Um helicóptero resgatou todos dos 52 passageiros de um navio de pesquisa que estava preso no gelo da Antártida desde a véspera de Natal. A operação só foi possível depois da melhora das condições climáticas nesta quinta-feira.

A aeronave levou, em grupos de 12 pessoas, os cientistas e turistas que estavam no navio russo Akademik Shokalski para um navio quebra-gelo australiano, informou o Centro de Coordenação de Resgate da Marinha Australiana, que supervisiona as operações. O The Aurora Australis vai levar os passageiros para a ilha australiana da Tasmânia, uma viagem que deve levar duas semanas.

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"Eu acho que todos estão aliviados e ansiosos para chegar ao quebra-gelo australiano e então ir para casa", disse à Associated Press o líder da expedição Chris Turney, em ligação feita com um telefone por satélite.

Já os 22 tripulantes permaneceram no navio, que não corre risco de afundar e tem semanas de suprimentos a bordo. Eles vão esperar até que o gelo que impede a embarcação de navegar se quebre.

O resgate aconteceu após dias de tentativas frustradas de chegar ao navio em razão da neve, dos fortes ventos, da neblina e do gelo denso.

Três quebra-gelos foram enviados para tentar abrir caminho até a embarcação, mas nenhum deles conseguiu. Na segunda-feira o Aurora chegou a 20 quilômetros do navio russo, mas os ventos fortes e a neve forçaram a embarcação a voltar para o alto-mar.

Na quinta-feira, as condições climáticas quase frustraram mais uma tentativa de resgate. Inicialmente, o helicóptero levaria os passageiros para um navio quebra-gelo chinês, o Snow Dragon, com uma barcaça que os levaria para o Aurora. Mas o gelo do mar impediu a barcaça de alcançar o Snow Dragon, e da autoridade marítima disse que a operação teria de ser adiada.

Uma mudança de última hora nos planos permitiu o resgate. Os passageiros foram levados para um bloco de gelo ao lado do Aurora e depois transportados por um pequeno barco para o navio australiano, disse Turney.

O Akademik Shokalskiy, que saiu da Nova Zelândia em 28 de novembro, ficou preso no gelo depois que uma nevasca congelou o mar ao redor do navio, que estava a cerca de 2.700 quilômetros ao sul de Hobart, na Tasmânia. O grupo de cientistas a bordo estava recriando a viagem que o explorador australiano Douglas Mawson fez na região entre 1911 e 1913.

Turney esperava continuar a viagem se um quebra-gelo conseguisse libertar a embarcação. Apesar do desapontamento com a interrupção da expedição, ele disse que continua animado. "É um pouco triste que tenha acabado desta forma", declarou. "Mas temos muitas experiências científicas concluídas", afirmou. Fonte: Associated Press.

O lugar mais frio da Terra fica em uma alta cordilheira na Antártica, ao leste do platô antártico, onde foram registradas temperaturas de - 92ºC, informou a Nasa nesta terça-feira (10). Cientistas americanos analisaram dados coletados durante 32 anos, provenientes de vários instrumentos a bordo de satélites.

Eles concluíram que o termômetro despencou a - 92ºC cerca de uma dezena de vezes em alguns locais próximos ao cume de um pico nevado, entre o Dome Argus (de 4.093 metros) e o Dome Fuji (3.810), ao leste do platô antártico, uma região que fica a mais de 1.000 km da costa. O novo recorde de frio foi registrado em 10 de agosto de 2010, quando os termômetros marcaram 93,2ºC, informaram especialistas. O recorde anterior, de - 89,2ºC, tinha sido registrado em 1983 na estação de pesquisas russa Vostok, também no leste da Antártica.

"Tínhamos uma suspeita de que este cume antártico provavelmente fosse extremamente frio e mais frio do que Vostok porque fica em maior altitude", afirmou Ted Scambos, cientista chefe do National Snow and Ice Data Center em Boulder, Colorado.

"Com o lançamento do Landsat 8, nós finalmente conseguimos ter um sensor capaz de realmente investigar esta área com mais detalhe", prosseguiu. Os cientistas fizeram essa descoberta enquanto analisavam os mapas de temperatura superficial global mais detalhados já feitos, desenvolvidos com dados de satélites de sensoreamento remoto, inclusive o novo Landsat 8, um projeto conjunto da Nasa e do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

Os lugares mais frios da Terra que são habitados permanentemente ficam no nordeste da Sibéria, na Rússia, onde as temperaturas chegaram a - 90ºC em duas cidades, Verkhoyansk e Oimekon, em 1892 e 1933, respectivamente. A pesquisa foi apresentada esta semana na conferência anual da União Geofísica dos Estados Unidos em San Francisco, Califórnia.

A banda de rock americana Metallica concretizou à meia-noite de domingo o seu sonho de fazer um show na Antártida, diante de cerca de 150 espectadores e sem amplificador para não prejudicar o meio ambiente, informou a imprensa argentina. A Antártida era o único continente que faltava para o grupo californiano se apresentar.

A apresentação na base argentina de Carlini foi transmitida pela internet. "Este é um lugar louco, mas absolutamente lindo", disse o vocalista James Hetfield. A apresentação foi "silenciosa", sem amplificador de som, como os integrantes tinham anunciado antes de viajar para o continente branco, onde eram aguardados por fãs com bandeiras de México, Chile e Argentina.

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"Estão prontos para fazer história?", perguntou Hetfield ao público presente em uma cúpula transparente na qual era possível ouvir a música apenas com fones de ouvido para não afetar o meio ambiente. A banda tocou músicas populares como Creeping Death, For Whom the Bell Tolls, Sad but true, Welcome Home Sanitarium e Master of Puppets. "Em 30 anos de carreira, tivemos a oportunidade única de chegar a quase todo o mundo, menos em um lugar, a Antártida", havia indicado o Metallica em seu site.

A revista Rolling Stone informou que esta é a segunda vez que é realizado uma apresentação na Antártida, depois da feita em 2007 pela banda de rock Nunatak, composta por cientistas, como parte dos shows do Live Earth contra as mudanças climáticas. A apresentação do Metallica pode ser vista no YouTube.

O príncipe Harry chegou nesta sexta-feira à Antártida, onde participará de uma caminhada humanitária ao Polo Sul, disputada por três equipes de soldados feridos britânicos, americanos e da Commonwealth (australianos e canadenses), anunciou o organizador do "trekking".

Harry chegou à base aérea de Novo Sul no continente branco, com um atraso de dois dias, devido aos ventos violentos da África do Sul.

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Ele participará, junto com a equipe britânica, dessa corrida de 335 quilômetros que começa em 30 de novembro e vai durar 16 dias. As equipes esperam atingir o Polo Sul 18 dias depois.

Harry, de 29, piloto de helicóptero Apache que serviu no Afeganistão, ficará alguns dias com sua equipe para se ambientar à altitude e às baixíssimas temperaturas. Cada equipe contará com um mentor e um guia polar.

O príncipe dirige a associação Walking With The Wounded (ou "Caminhando com os feridos"), que arrecada fundos para a recuperação de soldados feridos e os ajuda a encontrar novos empregos civis.

Ele lançou a caminhada humanitária ao Polo Sul na última terça-feira, na Trafalgar Square, em Londres, elogiando a "magnífica coragem" de todos os participantes.

O primeiro colocado no concurso realizado para definir o projeto da nova Estação Antártica Comandante Ferraz foi o arquiteto curitibano Fabio Henrique Faria, de 25 anos. O resultado foi anunciado na noite de segunda-feira, 15, pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e pela Marinha.

Formado em 2010, Faria assina o projeto com a equipe do Estúdio 41, integrada por arquitetos que conheceu na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Além de três coautores, o trabalho teve a participação de 8 consultores e 6 colaboradores. Foram entregues 74 projetos para disputar o concurso, lançado em janeiro. Base de pesquisa científica do País na Antártida, a Estação Comandante Ferraz foi destruída por um incêndio em fevereiro do ano passado, que deixou dois militares mortos.

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Para Faria, o diferencial de seu projeto é a solução estrutural e a simplicidade de execução. São dois blocos paralelos marcantes, com as extremidades envidraçadas e revestimento externo de chapas de aço pintadas de azul petróleo. "A gente buscou trabalhar com uma seção transversal padrão que se repete por toda a estação", diz o arquiteto. O edital do concurso exige que a estação seja fabricada no Brasil em módulos, que depois serão levados para montagem no continente antártico.

Para o júri definido pelo IAB, o projeto apresenta "composição formal ao mesmo tempo singela e marcante". "A proposta é compacta, sem deixar de responder à setorização funcional". O júri, no entanto, recomenda que seja revista a distribuição dos ambientes no setor social, para melhorar a circulação. Outra recomendação é que seja reavaliado o posicionamento da casa de máquinas.

Foi destacada ainda a "racionalidade construtiva e o potencial dos vãos sobre e sob o conjunto de módulos para uso técnico (dutos, etc.)". O projeto prevê o uso de fontes renováveis de energia. Haverá laboratórios, rede avançada de comunicações e segurança, biblioteca, academia de ginástica, lan house e centro cirúrgico. O vencedor recebeu um prêmio R$ 100 mil, que representa um adiantamento do contrato de R$ 5,1 milhões para realizar o projeto executivo. A construção deve custar entre R$ 70 milhões e R$ 100 milhões, disse o contra-almirante Marcos Silva Rodrigues. "Pretendemos fazer a licitação em breve e começar a obra em novembro. Acreditamos que estará pronta no fim de 2014." Com área total de 3,2 mil metros quadrados e capacidade para até 64 pessoas, a estação será reconstruída no mesmo local da anterior.

Foram identificados os corpos dos militares que morreram durante o incêndio na base brasileira na Antártida. Segundo a Polícia Civil do Rio informou nesta sexta-feira, os cadáveres de Carlos Alberto Vieira Figueiredo e Roberto Lopes dos Santos poderão ser enterrados.

O primeiro-sargento Santos e o suboficial Figueiredo foram carbonizados e, para identificação, foi necessário fazer exame de DNA no Departamento Geral de Polícia Técnico e Científica (DGPTC) fluminense. Os corpos dos militares devem ser enviados para o Instituto Médico Legal (IML) e, em seguida, liberados para as famílias.

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O incêndio na Estação Comandante Ferraz ocorreu no fim de fevereiro. O incêndio acabou com 70% do complexo de 2.600 m2, incluindo o edifício principal e alguns laboratórios, além de deixar outro militar, o sargento Luciano Gomes de Medeiros, ferido.

Serão necessários pelo menos R$ 40 milhões para medidas emergenciais na Estação Antártica Comandante Ferraz, destruída por um incêndio no fim de semana passado, de acordo com estimativa feita por deputados e senadores em reunião da Frente Parlamentar Proantar (Programa Antártico Brasileiro) realizada hoje. Dois militares morreram no incêndio, que destruiu 70% da base - ambos foram homenageados no Rio de Janeiro em cerimônia com o vice-presidente Michel Temer.

De acordo com os parlamentares, o valor de R$ 40 milhões leva em conta apenas a remoção de entulhos do incêndio e a implantação de módulos para manter as pesquisas no local. Ou seja, a conta não incluiria a reconstrução da base. "Esse critério extraordinário corresponde apenas às medidas emergenciais para a manutenção mínima da pesquisa. Chegamos a esse valor por meio de conversas com especialistas", disse a deputada Jô Moraes (PC do B-MG).

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A ideia, diz a deputada, é o governo apresentar uma medida provisória que contemple esses recursos. Por enquanto, a matéria ainda não chegou à Secretaria de Relações Institucionais. Durante a reunião, os parlamentares também se comprometeram a apresentar emendas de R$ 500 mil ao Proantar. Sem ajuda internacional o Brasil não terá como remover até o final do ano os destroços da estação, já que em março começa o inverno na região.

"Meu filho era tudo para mim. Sempre foi o meu herói. Eu só quero ver o corpo dele", disse Nair Santos, a mãe do primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos, que morreu junto com o suboficial Carlos Alberto Figueiredo tentando combater o incêndio na Estação Antártica Comandante Ferraz, no sábado. Cerca de 40 parentes e amigos dos dois militares participaram da cerimônia de homenagens póstumas na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, que teve a presença do vice-presidente Michel Temer, do ministro da Defesa, Celso Amorim, do comandante da Marinha e do embaixador do Chile no Brasil, entre outros.

Os dois corpos foram trazidos ao Rio em um Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB), que pousou às 8h55 de hoje. Entre as homenagens post-mortem, os dois foram promovidos ao posto de segundo-tenente, admitidos na Ordem do Mérito da Defesa, e as famílias receberam a Medalha Naval de Serviços Distintos.

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Os dois caixões foram cobertos por bandeiras do Brasil. Houve execução do Hino Nacional por uma banda da Marinha e disparos de fuzil na homenagem. "A perda é sempre irreparável, mas não será esquecida", discursou Amorim. Temer destacou o "gesto de heroísmo que tiveram" os militares. "Muito mais grave que as perdas materiais, que não foram poucas, foi a perda pessoal", discursou o vice-presidente. A cerimônia durou cerca de uma hora. A mulher do suboficial Figueiredo, Nilza Costa, lembrou que eles eram casados há 26 anos. "Era um marido muito bom. Foram 26 anos de muita alegria".

Figueiredo nasceu em Vitória da Conquista (BA) e deverá ser enterrado na cidade baiana. Tinha 47 anos e estava na Marinha desde 1982. Já o primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos, de 45 anos, que nasceu em Salvador e ingressou na Marinha em 1985, morava na Baixada Fluminense, no Rio. Segundo um parente do militar, o enterro vai ocorrer no cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na zona norte do Rio, mas até o fim da tarde de hoje não havia uma definição sobre a data.

Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal. Os militares que acompanhavam os exames para liberação dos corpos não deram informações para a imprensa. Depois, a Marinha informou que divulgaria nota assim que tivesse uma confirmação sobre o sepultamento dos dois militares. Segundo a Marinha, o estado de saúde do sargento Luciano Gomes Medeiros, ferido no incêndio e internado no Hospital Naval Marcílio Dias, é considerado estável, mas não há previsão de alta. O pesquisador Márcio Tenório, que estava na estação quando houve o incêndio, também participou da cerimônia na Base Aérea. "Não corremos risco. Tudo foi feito com muita tranquilidade e profissionalismo", disse ele. "A perda foi total, mas nada se compara com as vidas. Perto dos dois amigos, isso agora é nada".

A presidente Dilma Rousseff garantiu hoje que o governo irá reconstruir a Estação Antártica Comandante Ferraz, da Marinha, destruída no sábado, por um incêndio. "Nós vamos reconstruir", afirmou ela, acrescentando que os técnicos irão definir as condições e a melhor forma de fazer isso. Ela advertiu que já havia a intenção de modernizar as instalações da estação. E agora, depois da tragédia, isto será colocado em prática.

Dilma destacou a "atuação extremamente heroica" do primeiro sargento Roberto Lopes dos Santos e do suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo, que morreram no acidente. "Eles não titubearam em arriscar suas vidas para salvar as pessoas que estavam ali na estação", frisou Dilma. "Para o Brasil é um momento de perda e são em momentos como esses que percebemos que o País é formado de heróis anônimos, de pessoas que sacrificam suas vidas para salvar a vida de outros", disse.

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A presidente participou na manhã de hoje da entrega de 480 unidades habitacionais a famílias que foram removidas de palafitas, no bairro de Brasília Teimosa, zona sul do Recife.

O Hércules SC-130 da Força Aérea Brasileira (FAB) com os corpos dos dois militares mortos no incêndio na Estação Antártica Comandante Ferraz pousou às 8h55 desta terça-feira, 28, na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro.

Está prevista para esta manhã a Cerimônia Militar de Homenagens Póstumas aos militares falecidos em decorrência de "atos de bravura praticados por ocasião do incêndio". A cerimônia será presidida pelo vice-presidente da República, Michel Temer.

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O suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e o primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos serão promovidos ao posto de segundo-tenente. As famílias dos militares receberão a Ordem do Mérito da Defesa, no grau Cavaleiro, e a Medalha Naval de Serviços Distintos. Esta homenagens serão entregues pelo comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto.

Também estão previstas a participações na cerimônia dos ministros da Defesa, Celso Amorim, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Antônio Raupp, além dos comandantes do Exército e da Aeronáutica.

O avião da Força Aérea Brasileira (FAB), C-130 Hércules, aterrissou em Pelotas (RS),ontem à noite, para o desembarque de quatro pesquisadores que estavam presentes no incêndio que destruiu cerca de 70% das instalações da Estação Comandante Ferraz, na Antártida, no último sábado. Na viagem, que prosseguiu rumo ao Galeão, no Rio de Janeiro, estavam funcionários do Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro, um alpinista e representantes do Ministério do Meio Ambiente.

No Aeroporto Internacional de Pelotas o clima era de expectativa. Por volta das 20h30min os curiosos começaram a chegar ao local para acompanhar o desembarque dos sobreviventes. Às 21h, o avião da FAB aterrissou e os pesquisadores desceram. Braços cruzados, semblante fechado e caminhar acelerado. César Rodrigo dos Santos,36, biólogo pela Unisinos e a mulher, Gabriela Werle, ambos da cidade de São Leopoldo contam com sentimento o que presenciaram no momento do acidente. "Eu fui o primeiro que viu quando tudo começou. Entramos rápido para chamar o grupo, mas o fogo estava tão alto que não teve o que fazer", conta Santos.

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Erli Costa, 33, foi outra sobrevivente. Gaúcha de Herval Grande, ela mora há sete anos no Rio de Janeiro com o marido que conheceu em uma de suas visitas à Antártida. "Escutei o barulho do pessoal falando, achei que fosse brincadeira. Mas não era", conta. Ela estava calma, até receber a notícia de que os companheiros tinham morrido. A última vez que viu os militares foi quando eles colocaram a máscara para entrar na casa das máquinas para tentar inibir o fogo. Erli acompanhou até o último minuto e saiu profundamente triste pelas perdas. "Não tentei salvar nada. Tentei ajudar o pessoal", diz.

A outra pesquisadora gaúcha que desembarcou foi Aparecida Basler, que não quis falar. De uma maneira geral, todos que desceram do avião estavam transtornados, tensos e sem muita vontade de conversar com a imprensa.

Enquanto o entorno da Antártida segue a tendência de aquecimento observada em quase todo o planeta, o centro continua frio, conforme imagens de satélite da Nasa desde a década de 1970. E o gelo, em vez de derreter, está se expandindo.

Aparentemente, o choque entre a temperatura fria do centro e as médias quentes do entorno é decisivo para gerar ventos e manter a região central gelada.

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É o que pensam pesquisadores brasileiros, em busca de respostas para fenômenos climáticos na Antártida. Eles afirmam que a diminuição da camada de ozônio sobre o continente ajuda a manter a temperatura fria na região central e sustentam que o frio causado pela ausência do gás contribui para aumentar os ventos ao redor da Antártida e isolar termicamente a região. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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