O site do Ministério Público do Rio está sob ataque do grupo Anonymous Brasil, desde a terça-feira (3), como retaliação à decisão da Justiça (baseada em um pedido do MPRJ) que autorizou a polícia a exigir identificação de mascarados em protestos e à prisão nesta quarta-feira de integrantes do Black Bloc. O Anonymous assumiu o ataque e prometeu continuar até que a decisão judicial seja revogada.
Em nota, o MPRJ informou que seu site foi "retirado temporariamente do ar como medida de proteção", e "não houve comprometimento de seu banco de dados".
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Em sua página nas redes sociais, o Anonymous ameaçou: "Podem ter certeza que tenho armamento suficiente para deixar (o site) o resto do ano fora do ar". O MPRJ informou que está "tomando todas as providências cabíveis para proteção e restabelecimento desses serviços".
O presidente da OAB-RJ, Felipe Santa Cruz, viu como positiva a prisão dos Black Blocs. "Se essas pessoas de fato estavam preparando armamentos para os protestos de sábado, a polícia está de parabéns. É isso que a OAB vinha falando desde o início: queremos a proteção do manifestante pacífico e fora aquele que vai lá para aterrorizar", disse. "A se confirmar tudo que foi dito pela polícia até agora, seria um passo importante a retirada desses integrantes violentos das manifestações."
Representantes de movimentos sociais que participaram das manifestações desde junho discordam das prisões. Coordenador do Diretório Central dos Estudantes da UFRJ, Tadeu Lemos acredita que se trata de uma "criminalização dos movimentos que estavam nas ruas". Para ele, que também integra o Fórum de Lutas contra o Aumento das Passagens, a prisão dos Black Blocs vai atrair um número maior de manifestantes nos protestos de 7 de setembro.
Presente nas manifestações contra a concessão do Maracanã à iniciativa privada, o estudante de Direito Raul Victor Magalhães, de 23 anos, da Frente Nacional de Torcedores, afirmou não ter visto "justificativa" para as prisões. "Vejo como uma repressão para o 7 de setembro, um aviso da polícia."