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Com reivindicações de milhares de brasileiros mesmo antes de completar 100 dias de gestão, a presidente Dilma Rousseff (PT) iniciou o segundo mandato com dificuldades. Além das manifestações em todo o Brasil, às pesquisas sobre sua popularidade e gestão, também não obtiveram resultados positivos. Elencado a isto, a petista perdeu em menos de 15 dias dois ministros e tem encarado ainda, dados negativos com o pequeno crescimento do PIB 2014 de 0,1%, divulgado nesta semana.

A “crise” citada pela oposição, como uma das maiores, pode ter vários motivos, entre eles, o cientista político Túlio Velho Barreto, frisa a falta de liderança e o fato dela ser ainda, uma neófita no PT. 

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Para o líder do DEM na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho, o primeiro passo que a presidente deveria tomar seria assumir os erros e em seguida reduzir gastos. “Acho que a primeira coisa era ela reconhecer que não disse a verdade para o povo. Tudo que ela disse que não ia aumentar, aumentou. Juros, mexeu no desemprego, a inflamação subiu o preço da gasolina e energia também, e está retirando direitos sociais, reduzindo o valor das pensões”, descreveu o democrata, cobrando ainda cortes no governo. “Ela traiu o eleitor, por isso, tem que reconhecer a sua meia culpa e depois fazer um reajuste em cima das gorduras do governo”, criticou.

Semelhante ao democrata, o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) também pediu redução nos gastos do governo. “Ela deveria mudar a condução do governo, cortar ministérios, cortar comissionados para poder voltar investir na população. Eles cortaram a verba do Fies, do Pronatec, de direitos trabalhistas, mas não cortam nada do governo. Teria o apoio de todos os governantes e de toda a oposição se cortasse do governo para não cortar no bolso da população”, disparou. 

Diferente dos opositores, a presidente do PT em Pernambuco, deputada Teresa Leitão, acredita que os pontos negativos obtidos por Dilma é devido às críticas e não aceitação da oposição nas ações realizadas. “A popularidade negativa da presidente é porque o momento é de bombardeio de algumas medidas que o governo está tomando e o governo está fazendo algumas agendas positivas”, defendeu, revelando que o próprio partido está em avaliação. “Decidimos fazer plenárias regionais no Estado: duas no Sertão, duas na Zona da Mata e duas na capital. Elas já estão sendo feitas para explicar a população o que está acontecendo, e mostrar os reais motivos de tanto acirramento. Fazer o debate político”, pontuou. 

Para Túlio Velho Barreto, a dificuldade da presidente Dilma Rousseff não é ter ou não um discurso forte, mas sim, o fato dela não ser uma liderança que foi forjada, que se formou junto aos movimentos sociais ou a outros setores ou atores sociais ou econômicos. “É importante relembrar que a presidente, antes de entrar no PT, era militante e um quadro do PDT gaúcho, do PDT brizolista. Portanto, ela não deixa de ser uma neófita no PT. Não foi sua fundadora nem tem raízes no partido, e não chega a ser nem uma liderança do PT. Ela nunca foi uma líder carismática como Lula, por exemplo. (...) Dilma Rousseff foi alçada à condição de candidata à presidente por Lula. Nesses aspectos residem a dificuldade dela de ter um discurso ou brilho próprio”, contextualizou. 

Diante das dificuldades existentes e por falta de liderança própria, o cientista político acredita que a participação de Lula pode ser proveitosa para mudar esta realidade. “É certo que o ex-presidente Lula poderia cumprir um papel relevante e positivo na interlocução com tais setores em nome do governo e do PT. Pois, é inegável, a liderança, a popularidade e o prestígio do ex-presidente junto aos movimentos sociais, em particular, e de amplos setores da sociedade, em geral. O problema é identificar o limite dessa atuação, pois, dependendo de sua extensão, pode passar a mensagem de que a presidente está tão fragilizada que precisa recorrer a tal expediente”, destacou.

Barreto também analisou a situação do governo em meio à saída do segundo ministro, Thomas Traumann, em menos de um mês. “Mostra o tamanho das dificuldades que o governo está tendo, nesse segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, para compor uma equipe que a ajude a enfrentar a situação econômica delicada e a crise política desencadeada pelo escândalo da Petrobras, que envolve, sobretudo, muitos de seus aliados e alguns membros de seu partido”, destacou o especialista, elencando também pressões por partes de partidos. “E mostra ainda a  dificuldade de ajustar a equipe diante da pressão, sobretudo do PMDB, seu principal aliado, uma legenda que se pauta pela política do toma-lá-dá-cá, fortalecida com a chegada do deputado Eduardo Cunha à presidência da Câmara Federal com a ajuda do chamado baixo clero e seus interesses imediatos, pessoais e corporativistas”, ressaltou Túlio Velho Barreto.

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Opositor ao Governo Federal, o presidente do PSDB do Recife, vereador André Régis, ministrará palestra na tarde desta segunda-feira (23) na Universidade de Columbia (EUA) sobre a reforma política e temas ligados ao assunto. Entre as pautas do tucano ele abordará o esquema de corrupção da Petrobras e as recentes manifestações contra a presidente Dilma Rousseff (PT).

Segundo o parlamentar a trajetória de "desintegração" do país com o ‘Petrolão’ não pode ser debitado apenas na falta de uma reforma política, porque na sua visão “ninguém aguenta mais viver sob esse regime da cleptocracia, que é o regime dos bandidos. É o governo dos bandidos. É preciso que haja um basta nessa situação. Acredito que as manifestações de rua foi um passo importante. Não sabemos quais serão os próximos capítulos deste governo que inicia um ciclo já com a sensação de que terminou” disparou.

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André Régis observa que a reação popular nas ruas ou em casa, com o panelaço como resposta a cada intervenção da presidente Dilma na televisão, são manifestações que torna "natural" o debate em torno do impeachment da petista.

Para Régis, após os protestos e os panelaços em todo o Brasil, falar de impeachment é algo natural tendo em vista o clima de insatisfação da população. Ele acredita que as pessoas estão insatisfeitas e sentindo-se lesadas. “Acompanhamos um processo eleitoral em que a presidente, candidata à reeleição, mentiu para a população e procurou fazer de tudo para ganhar a disputa”, cravou o tucano.

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