O Recife é famoso por sua arquitetura, pontes e rios, mas principalmente pelo seu Carnaval. Os blocos de rua arrastam multidões e enchem os quatro cantos da cidade com frevo, serpentina e alegria. O LeiaJá conversou com algumas dessas agremiações para conhecer a história por traz da festa.Bloco Segunda tem Palhaço Fundado em 2008, o bloco Segunda tem Palhaço é gratuito e as fantasias são criadas pelos participantes, o objetivo é homenagear a profissão de palhaço e a arte de fazer rir. Criado por um grupo de amigos, o bloco não tem financiamento de órgãos públicos. Os organizadores criaram um projeto de música paralelo, que acontece nos meses que antecedem o Carnaval, para financiamento do cortejo.Segundo Pedro Drope, um dos fundadores e atual diretor da agremiação, o Carnaval de rua do Recife foi perdendo sua força, os blocos de rua foram perdendo o apoio e espaço e o Carnaval foi mais para o palco, para os pólos.“Existem muitos blocos antigos que não possuem apoio financeiro, então hoje é mais necessário o apoio aos blocos de rua. Além disso é necessário uma organização dos itinerários dos desfiles, para que não haja choque de blocos”.Ainda segundo a organização, a diferença com o carnaval de Olinda é a quantidade de gente que acompanha.O Segunda tem Palhaço consegue arrastar em torno de 5 mil pessoas por desfile.Bloco Amantes de Glória O bloco surgiu em 1997 e foi iniciado como uma confraria, mas que duas semanas depois transformaram em um grupo de Carnaval. O cortejo sai do bairro da Boa Vista e também passa pelos bairro de Santo Antônio e São José. O Amantes de Glória não tem patrocínio ou vínculo com empresas, nem órgãos públicos e como bloco independente, o desfile é gratuito, mas para realização do cortejo são realizados eventos e festas quando necessário, como aconteceu este ano.O Amantes de Glória saí em prévia no dia 8 de fevereiro e também desfila na segunda-feira de Carnaval no Recife Antigo.Segundo o organizador e um dos fundadores do bloco, Cezar Maia, o circuito realizado pelo Amantes de Glória, foi alterado para evitar o tumulto das ruas do Recife Antigo no Carnaval e a dificuldade de transitar com o bloco. “Carnaval é bagunça mesmo, como a gente achou que ali não tava bom, saímos e fomos para o bairro de São José. Mas Carnaval não tem que organizar muito não. E nosso bloco é assim, pouquíssimo organizado”, disse.Bloco do NadaO bloco do Nada surgiu em 2003 e desde então toma as ruas do bairro da Boa Vista. Idealizado por Gerson Flávio, começou com apenas um estandarte e alguns amigos, que no Carnaval seguinte fomentaram a manutenção da agremiação.Por se tratar de um bloco independente, o cortejo se mantém com a venda de camisas e o valor arrecadado é priorizado para a contratação da orquestra.De acordo com Gerson, o bloco é resistente e mantém a originalidade e independência. “O Bloco do Nada segue resistente buscando contribuir para que o Carnaval de rua e a cultura recifense sigam resistindo a todo tipo de especuladores da produção cultural”, frisou.O cortejo do Nada acontece na segunda-feira de Carnaval, às 13. com concentração no Pátio de Santa Cruz, na Boa Vista.Bloco Xuxa RecifeO bloco ganhou força e apoiadores no Carnaval de 2019, quando realizou o cortejo com orquestra pela Rua Bom Jesus, no bairro do Recife Antigo, mas o surgimento do Bloco da Xuxa aconteceu em 2018.O nome é uma homenagem a rainha dos baixinhos, Xuxa Meneguel, e traz para o seu desfile além dos clássicos que marcaram gerações, o frevo tradicional de Pernambuco. O projeto foi idealizado pelos amigos Luiz Gomes, Julio Vicente e Reinaldo Andrada.A agremiação é independente e segundo os idealizadores, busca o apoio financeiro de amigos e parcerias, além de rifas e ações realizadas durante o ano para a contratação da orquestra, que é o principal custo do bloco.