Jorge Leal Amado de Faria (1912-2001) é conhecido como um dos mais famosos e prolíficos escritores brasileiros da segunda geração do movimento Modernista. As obras de Jorge foram traduzidas para a maioria dos idiomas, recebendo diversos prêmios e títulos honorários.
Jorge nasceu em 10 de agosto de 1912 no município de Itabuna, na Bahia. Filho de fazendeiros de cacau, o jovem foi enviado para estudar no Colégio Antônio Vieira, em Salvador. Foi na capital onde passou grande parte de sua adolescência de forma livre, convivendo com diversos tipos de pessoas e situações.
##RECOMENDA##Em 1927, Jorge iniciou sua carreira como repórter no “Diário da Bahia”, tendo escrito também para a revista “A Luva”. Aos 19 anos, já residindo no Rio de Janeiro, o autor publicou seu primeiro romance: “O País do Carnaval”. Posteriormente, viria a se formar em Direito, mas nunca exerceu a profissão.
Jorge esteve em contato com grandes nomes da literatura brasileira, como Gilberto Freyre, José Lins do Rego e Vinicius de Moraes. O caráter regionalista e de denúncia social em suas obras, como nas obras “Mar Morto” e “Capitães da Areia”, marcou época por relatos crus e realistas, sendo proibidos pela censura em sua época.
Na matéria de hoje, conheça cinco das principais obras de Jorge Amado. Confira:
Capitães da Areia - 1937
Pedro Bala, Professor, Gato, Sem Pernas e Boa Vida são adolescentes abandonados por suas famílias, que crescem nas ruas de Salvador e vivem em comunidade no Trapiche. Eles praticam uma série de assaltos e são constantemente perseguidos pela polícia. Um dia, Professor conhece Dora e seu irmão Zé Fuinha e os leva até o Trapiche, o que desencadeia a excitação dos demais garotos, que não estão acostumados à presença de uma mulher no local. Aos poucos, nasce o afeto entre o líder do grupo e a jovem.
Gabriela, Cravo e Canela - 1958
O romance é ambientado na Ilhéus dos anos 1920, uma cidade do interior baiano que passa por súbitas transformações graças à riqueza que a cultura do cacau está trazendo para a região. Tudo começa quando a cidade está em ebulição com a notícia de um duplo assassinato.
Dona Flor e Seus Dois Maridos - 1966
Durante o carnaval de 1943 na Bahia, Vadinho, um mulherengo e jogador inveterado, morre repentinamente. Sua mulher, Dona Flor, fica inconsolável, pois, apesar de ter vários defeitos, ele era um excelente amante. Algum tempo depois, ela se casa com Teodoro Madureira, um farmacêutico que é o oposto do primeiro marido. Juntos, eles têm uma vida estável e tranquila, mas tediosa, até o dia em que o fantasma de Vadinho aparece na cama de Dona Flor.
Cacau - 1933
Filho de industrial, o sergipano José Cordeiro, conhecido como Cearense, não quer ser patrão: é operário e orgulha-se de sua atividade. Mas acaba despedido da fábrica por ter se relacionado com uma colega de trabalho, cobiçada também pelo patrão, seu próprio tio. O Cearense decide procurar serviço em outro lugar.
Mar Morto - 1936
Personagens como o jovem mestre de saveiro Guma parecem prisioneiros de um destino traçado há muitas gerações: o dos homens que saem para o mar e que um dia serão levados por Iemanjá, deixando mulher e filhos à espera, resignados. Mas nesse mundo aparentemente parado no tempo há forças transformadoras em gestação.