Não precisa de prova "insofismável", diz juiz sobre Lula

Desembargador João Pedro Gebran, que é relator do caso que vai julgar a condenação do ex-presidente, utilizou o termo que significa “indiscutível/incontestável”

por Taciana Carvalho sex, 03/11/2017 - 19:20
Lula Marques/Agência PT Lula Marques/Agência PT

O ex-presidente Lula, que já está em uma situação difícil, após ser condenado em primeira instância a cumprir pena de 9 anos e meio, pode ter problemas ainda maiores se depender da opinião do desembargador federal João Pedro Gebran Neto, que é o relator do processo em segunda instância. Cabe ao magistrado e a outros dois desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) confirmar ou não a condenação do petista por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 

Gebran declarou, durante um evento realizado em Buenos Aires, que não é necessário “prova insofismável” para eventualmente condenar um acusado. Ou seja, de acordo com ele, os juízes brasileiros consideram suficiente uma “prova acima de dúvida razoável”. “Desde que seja possível identificar uma convergência nos elementos probatórios de um determinado processo”, argumentou.  

Pedro Gebran foi além afirmando que “acabou a ingenuidade” nos julgamentos de casos de corrupção. Ele ironizou ao falar que “todo mundo precisa contar uma historinha em casa” se referindo ao comportamento de alguns réus da Lava Jato. “Alguns dizem que “foram pressionados” a adotar atitudes ilícitas ou que não tinham poder para reagir ao sistema que os compelia ao crime. É raro haver um acusado que admite de pronto a sua culpa”, discursou.

O desembargador, no encontro, também falou que “as pessoas mais abastadas” conseguem contratar bons advogados e recorrer indefinidamente contra uma condenação e ir até o STF".

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