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Deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão aprovaram nesta quinta-feira (24) a convocação do doleiro Alberto Youssef e do empresário Eike Batista, presidente do Grupo EBX. Na lista de 91 requerimentos, previstos para serem analisados na sessão de hoje, ainda estavam as convocações dos ministros Ricardo Berzoini (Comunicação) e Carlos Gabbas (Previdência) e do ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, mas não houve acordo entre os parlamentares para votar estes depoimentos.

Youssef será chamado para falar sobre documentos apreendidos em seu computador, na Operação Lava Jato, que incluíam 12 arquivos relacionados a operações de intermediação de negócios fraudulentos junto ao Fundo de Previdência dos Funcionários da Petrobras (Petros).

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“O doleiro investigado é acusado de praticar tráfico de influência, em conjunto com o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para influenciar em decisões de investimentos “podres” nos fundos de pensão de empregados de empresas públicas brasileiras”, afirmou a deputada Hissa Abrahão (PPS-AM).

O relator da CPI, deputado Sérgio Souza  (PMDB-PR), disse que a convocação do doleiro será “extremamente necessária” para as investigações. “Este cidadão está ligado a todas as grandes operações financeiras que envolveram o governo federal. Seu nome já foi citado várias vezes dentro da CPI, e está no momento de ouvi-lo”, disse.

Eike Batista terá que explicar os aportes financeiros dos principais fundos de pensão do país no grupo EBX. “As empresas do Eike causaram grandes prejuízos a investidores brasileiros, na medida em que vários fundos investiram em suas empresas”, destacou Souza, ao mencionar o uso de benefícios e contribuições dos participantes dos fundos investigados pela comissão.

A CPI ainda aprovou a convocação do diretor de Investimento do Petros, Licio da Costa Raimundo, dos presidentes de conselhos deliberativos da Previ, Robson Rocha, da Fundação dos Economiários Nacionais (Funcef), Joaquim Lima de Oliveira, e dos conselhos fiscais do Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos (Postalis) e do Petros.

O doleiro Alberto Youssef afirmou na quarta-feira (13) à Justiça Federal que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), era um dos "destinatários finais" da propina de cerca de R$ 4 milhões em contratos de navios-sonda da Petrobras investigados pela Operação Lava Jato.

O doleiro reafirmou sua versão de que Cunha foi o mentor de requerimentos feitos na Câmara para pressionar a empresa Mitsui, que não estaria pagando a propina em 2011. Ele disse que foi procurado pelo executivo Julio Camargo após estes requerimentos. "Fui chamado em 2011 pelo Julio Camargo no seu escritório, onde ele se encontrava muito preocupado e me relatou que o Fernando Soares, através do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), havia pedido alguns requerimentos de informações referentes aos contratos da Mitsui, da Toyo e do próprio Julio Camargo, através de outros deputados", relatou ao juiz Sérgio Moro.

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"Quando o senhor conversou com Julio Camargo ele falou quem eram os beneficiários das operações? Ou ele só falou no Fernando Soares?", perguntou o magistrado. O doleiro respondeu: "Falou no Fernando Soares e contou a história da pressão que o Eduardo Cunha estava fazendo para que ele pudesse pagar o Fernando Soares, dando entendimento que esse valor fosse também na época para o deputado."

Mais tarde, questionado pelo seu advogado sobre quem seriam os "destinatários finais" desta propina, Youssef reiterou ter ouvido de Camargo que eram "Fernando Soares e Eduardo Cunha". Questionado, Youssef também confirmou que as propinas eram relativas aos contratos de navios-sonda.

Fernando Baiano, Julio Camargo e o ex-diretor de Internacional Nestor Cerveró são réus em processo sobre suposto pagamento de US$ 30 milhões em propinas na contratação de duas sondas de perfuração para exploração de petróleo. O presidente da Câmara vem negando com veemência o envolvimento no esquema de desvios na Petrobras.

No fim do mês passado, o ex-diretor da área de informática da Câmara Luiz Antonio Souza da Eira disse em depoimento a procuradores e à Polícia Federal, um dia após ser demitido por Cunha, que a versão inicial do requerimento da auditoria do sistema de informática da Câmara foi gerada com a senha, "pessoal e intransferível", de Cunha. O documento final foi apresentado pela ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ).

Silêncio

Em seus depoimentos, o ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e Fernando Baiano adotaram o silêncio diante de Moro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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