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Em novembro de 2019, o prefeito Geraldo Julio reuniu comunicadores, radialistas, militantes da comunicação e da cultura para anunciar o primeiro edital remunerado para conteúdo da Rádio Frei Caneca FM. O edital previa um aporte de R$ 250 mil para a produção de programas pela sociedade civil, que ocupariam a programação da rádio pública. Passados seis meses da publicação do documento e com 44 propostas aprovadas para o projeto, os concorrentes do certame se vêem às voltas de uma pandemia, sem contratos assinados e sem a previsão de quando poderão ‘botar a mão na massa’ para construir essa grade de conteúdos. 

A demora na viabilização dos contratos do edital resultou em uma carta aberta publicada nas redes sociais na última segunda (4) e assinada por proponentes de 14 dos 44 projeto aprovados no edital. Eles alegam o atraso nas fases de contratação e produção dos programas e reclamam sobre o silêncio por parte da Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) e Secretaria de Cultura da Cidade do Recife em relação ao desenrolar das etapas finais do edital. 

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Na carta, as equipes colocam que, segundo o edital, a fase de assinatura dos contratos deveria ter sido feita no dia 30 de março, o que não aconteceu. Passada essa data, foi marcada uma reunião virtual - por conta da pandemia - para o dia 6 de abril, no entanto, o encontro online também não foi realizado.  Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, o jornalista Wilfred Gadêlha, proponente do programa Pesado - Lapada para todos os gostos, explica que a maior preocupação dos dos aprovados no certame “é garantir que o edital seja cumprido”. “Até agora, não há a menor condição.  Inicialmente, era para os programas estrearem no dia 6 de abril e hoje já é dia 5 de maio. Já temos um mês que os programas deveriam ter estreado”. Jarmeson de Lima, também jornalista e proponente do Toca o Terror, complementa: “O prazo definido seria de enviar os programas em 30 dias após a assinatura do contrato. Então quanto antes assinarmos, mais rápido teremos a chance de estrear”.

Muito embora o andamento do edital da Frei Caneca tenha esbarrado na chegada da pandemia do coronavírus ao estado de Pernambuco, Wilfred frisa que as fases do processo já estavam atrasadas pois a PCR alegou um número de propostas recebidas além do imaginado. “O que já denota uma desorganização”, diz. Em meio à instalação de uma quarentena na cidade, os realizadores ainda precisaram se desdobrar para dar conta das exigências da prefeitura. “A documentação incluía coisas que tinham que ser impressas e assinadas, isso já no período de isolamento. Eu tive que sair, conseguir uma impressora, eu enviei a documentação do programa ‘Pesado’, no dia 24 de março, já faz uma data e cadê a análise da documentação? É um problema grave”, diz Wilfred.

Em busca de respostas, as equipes dos programas selecionados têm tentado manter contato com a PCR, inclusive através da carta aberta publicada na última segunda (4), mas não obtiveram resposta até então.  “Por hora, estamos só aguardando retorno das demandas principalmente quanto aos novos prazos e os processos de contratação, que apesar de burocráticos não deveriam interferir tanto no cronograma que foi elaborado pela própria Fundação de Cultura do Recife. Considerando que a documentação dos projetos aprovados foi enviada há dois meses, estes contratos deveriam já estar prontos, mas ainda não sabemos em que pé estão”, diz Jarmeson. 

Pandemia

Além do descumprimento de datas e incerteza quanto a realização de seus programas, os realizadores precisam ainda lidar com a problemática da pandemia. Assim como descrito na carta aberta publicada nas redes, Wilfred assinala compreender as limitações que  situação de tamanha gravidade impõe à gestão, no entanto, faz uma importante ressalva. “A própria prefeitura diz q a Rádio Frei Caneca é também uma medida de mitigação e de combate à pandemia, porque você vai remunerar trabalhadores de uma área que está parada e que vão oferecer informação, música, arte e cultura para a população. As pessoas estão em casa, tão ouvindo podcast, ouvindo rádio, vendo filmes, excluir a cultura e a comunicação nesse processo não é uma coisa, no meu ponto de vista, sábia não”.

O que diz a PCR

Procurada pelo LeiaJá, a Prefeitura da Cidade do Recife não respondeu aos questionamentos até o fechamento desta reportagem. 

O livro PEsado – Origem e consolidação do metal em Pernambuco, do jornalista e cantor Wilfred Gadêlha, será lançado na noite desta terça (11), às 19h, no Rocket 48, bairro do Espinheiro. Wilfred é o vocalista de uma das mais representativas bandas do metal pernambucano, a Cruor.

Ricardo Labastier/Divulgação

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PEsado conta a história do metal de Pernambuco e outros gêneros, como punk e o Mangue, e relembra fatos importantes da cena musical. A ideia de escrever sobre o tema surgiu através das pesquisas Transformações – A cena metal no Recife pós-mangue-2011 e Além da capital: música pesada no interior de Pernambuco-2012, feitas pelos pernambucanos Amílcar Bezerra, Daniela Maria Ferreira e o franco-lusitano Jorge de la Barre, além de Gadêlha.

A obra, patrocinada pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), promete mostrar aos leitores uma ordem não cronológica do desenvolvimento underground de Pernambuco e estabelece três eixos: Espaço, Som e Imagem. O livro será lançado também na Livraria Saraiva do Shopping Recife no dia 27 de março às 19h. 

PEsado pode ser adquirido nas livrarias Cultura e Saraiva e custa R$ 25 ou através de encomendas direta com o autor através do e-mail pesadoolivro@gmail.com

Serviço

Lançamento do Livro PEsado – Origem e consolidação do metal em Pernambuco

Terça (11) | 19h

Rocket 48 (Rua Carneiro Vilela, 304, Espinheiro, Recife-PE)

R$ 25

pesadoolivro@gmail.com

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