O 4° Congresso Pernambucano de Municípios, que está sendo promovido pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) até esta quinta-feira (27), está reunindo prefeitos de outros estados brasileiros com o objetivo de se unirem em busca de soluções em conjunto para amenizar os efeitos da crise no país. O gestor de Mar de Espanha, Wellington Rodrigues (PSDB), uma das 853 cidades de Minas Gerais, é um dos que prestigiam o evento, que acontece no Centro de Convenções, em Olinda.
Em entrevista concedida ao LeiaJá, nessa quarta-feira (26), o prefeito lamentou a situação em que os municípios brasileiros estão vivendo, segundo ele, devido à crise. "A gente vem para trocar e buscar experiências exitosas de um município e levar para outro. O Brasil está atravessando, talvez, a crise mais profunda desde a redemocratização. Temos uma crise financeira e econômica agravada pela crise política e as coisas não acontecem, não se definem em Brasília, e isso sobrecarrega muitos os municípios porque eles estão na ponta da demanda", disse.
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"Eu sempre digo isso: que as riquezas são produzidas nos municípios e da mesma forma as demandas. Aí quando tem a arrecadação tributária, apenas 18% das riquezas que o muncípio produziu volta para ele, 26% para os estados e quase 60% para a União, que já provou que é incompetente, que não tem capacidade de gestão, que não tem qualidade. É fácil você ter contato com os prefeitos, vereadores, secretários, mas você dificilmente vai ter um contato, por exemplo, com um governador ou presidente da República", acrescentou, criticando.
Wellington Rodrigues também lamentou a situação de Minas. "Minas Gerais está em uma situação talvez só não esteja pior do que o Rio de Janeiro, mas lá os municípios aprenderam a não ficarem dependendo do governo estadual, que até hoje não mostrou ao que veio. Nós não temos nenhum programa do Governo do Estado. Nós não temos nenhuma iniciativa. É uma situação muito caótica", disparou.
O prefeito disse que hoje no cenário político não há mais espaço "para aventuras" e que os gestores precisam realizar uma boa governança com uma equipe qualificada para que os recursos públicos rendam. "Para ser o bastante, pelo menos, para atender as necessidades básicas da sociedade", ressaltou. Ele ainda falou que uma boa alternativa são os consórcios públicos.