Tópicos | Votação da denúncia

No retorno das atividades parlamentares, a votação da denúncia contra Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva é um dos focos de discussão entre os deputados. Enquanto uns defendem a admissibilidade da queixa, outros alegam que a investigação inédita contra um presidente em exercício do mandato desestabilizaria o país. Entretanto, independente do resultado da votação marcada para esta quarta-feira (2), o deputado Tadeu Alencar (PSB) acredita que o peemedebista sairá perdendo. 

Sob a ótica do socialista, Temer não “escapará ileso”. “Mesmo que ele consiga reunir os apoios com votos e ausências cínicas de parlamentares, ele não terá, de maneira nenhuma, uma vitória. Primeiro porque é um fato inédito que o presidente tenha sido denunciado, algo muito grave, e segundo porque, nas estimativas mais otimistas, o governo sinaliza obter de 240 a 250 votos, o que para quem precisava ter uma base ampla de 342 é reduzido”, observou.

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A favor da continuidade da investigação, Tadeu Alencar pontuou também a necessidade dos deputados ouvirem a população na hora do voto. “A expectativa [para a votação] é de que exista um número razoável de parlamentares sensíveis ao sentimento da população. Mais de 90% reprovam o governo de Temer e mais de 80% querem a investigação. Independente da gente ter votos suficientes para isso é um dever promover e permitir que haja um julgamento no Supremo [Tribunal Federal]”, declarou. 

Tadeu não é o único deputado de Pernambuco favorável a denúncia. De acordo com um mapa organizado pelo Vem pra Rua, outros 14 membros da bancada estadual vão votar pela admissibilidade. Já sete deles estão indecisos, entre os quais está o deputado Augusto Coutinho (SD) que se reúne hoje à tarde com o presidente, e os demais são contra o andamento da queixa. 

A reabertura dos trabalhos na Câmara acontece nesta terça (1º). Na pauta, estão a votação de três medidas provisórias que trancam o andamento dos projetos e é esperada a leitura o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que recomenda o indeferimento da solicitação do Supremo Tribunal Federal (STF) para processar o presidente por corrupção passiva. 

Para que o parecer seja acatado é necessário que pelo menos 342 dos 513 parlamentares sejam favoráveis a ele. A votação, marcada para amanhã, será nominal, com chamada dos deputados ao microfone, mesmo formato utilizado na admissibilidade do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

A divisão no PSDB sobre apoiar ou não o governo do presidente Michel Temer (PMDB), diante da denúncia de corrupção passiva feita pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o peemedebista, criou um imbróglio no partido quem vem sendo exposto cada vez que um deputado tucano externa como pretende votar na próxima quarta-feira (2), quando será analisada a admissibilidade da queixa na Câmara dos Federal. 

Essencial para a aprovação de algumas matérias tidas como prioritárias para Temer por fechar questão com a bancada, a expectativa, desta vez, é diferente. O PSDB não deve determinar o voto dos parlamentares. Isto porque, enquanto alguns são enérgicos ao defender a investigação do presidente, como o deputado Betinho Gomes, outros argumentam que vão votar contra pela estabilidade do país, como o ministro das Cidades Bruno Araújo, licenciado das atividades parlamentares, mas que deve voltar ao Congresso para a votação

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Diante da divisão, o ministro disse a tendência é de que a votação seja liberada. “É uma bancada que está dividida, assumindo posições diferentes. Que pode ter uma maioria para um lado ou para o outro. A tendência é de que a bancada, no momento apropriado, posicione-se na postura de que não feche questão no Plenário. Agora por onde tenho andado no país, o partido [lideranças] quer a estabilidade [do país]”, explicou Bruno Araújo.

A estabilidade referida por ele seria não acatar que o presidente seja investigado agora pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Votar contra não significa o processo ser arquivado. Votar contra significa o processo começar no dia 1º de janeiro de 2019 [quando acaba o mandato de Temer] e permitir que o país respire e ajude a sair dessa grave crise", defendeu recentemente. A bancada do PSDB tem 46 deputados federais.

Apesar da aparente fidelidade de de Bruno Araújo a Michel Temer, o cargo do tucano no comando das Cidades vem sendo rifado pelo PMDB. Segundo a Agência Estado, a reclamação dos peemedebistas é de que a bancada está "sub-representada" no governo e o PSDB não merece comandar uma pasta com tamanha capilaridade política como Cidades em razão das críticas a Temer e ameaças de desembarque da base. 

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