Aproveitando a presença de autoridades e da imprensa no evento de lançamento do projeto Praia Sem Barreiras, em Porto de Galinhas, litoral sul do Estado, os ex-moradores da Vila do Campo, desocupada em 19 de março, e alguns ativistas realizaram um protesto.
Segundo os manifestantes, algumas pessoas retiradas da comunidade, que ficava em um terreno vendido pelo governo do Estado a uma rede hoteleira, ainda estão alojadas em uma quadra, sem nenhuma perspectiva de ter uma moradia. "Enquanto o projeto aqui é lançado falando de inclusão, o que temos é uma exclusão social gritante.É tudo maquiagem. As famílias ainda estão lá no clube municipal, um prédio com um teto ameaçando cair", afirmou Fabiana Honório, ativista social.
##RECOMENDA##Ainda de acordo com a ativista, a venda do terreno foi feita de forma ilegal. "Não era do Estado. O antigo dono fez a doação ao governador Miguel Arraes, mas o processo não foi concluído no cartório. Para atender a esse megaprojeto, o governador montou esse blefe, que acabou dando certo, e expulsou as 170 famílias de forma violenta, sem dar opção de moradia", disse Honório.
O prefeito de Ipojuca, Carlos Santana, contestou a versão da ativista e falou sobre a responsabilidade da prefeitura no caso. "Na verdade esse terreno foi vendido na gestão de Mendonça Filho e existia a exigência dos compradores de que as famílias fossem retiradas. O governo tentou um acordo, mas os moradores não quiseram sair do local, então a retirada delas teve que ser determinada em processo judicial. A ordem de despejo veio acompanhada de uma determinação obrigando a Prefeitura a acolher as famílias e as abrigamos no clube municipal", explicou.
Santana falou sobre as condições do local, que abriga as famílias. "Sabíamos da dificuldade de acolhê-las. Não camas e nem divisórias no clube municipal. Mas a grande maioria das pessoas já tinham outras residências na cidade, mas a alugavam e moravam no terreno que foi vendido. Tanto que agora só 17 pessoas ainda estão abrigadas e o restante voltou para suas casas. Estamos dando cesta básica, água e energia. A Prefeitura não fará mais nada do que está fazendo", concluiu.
Com informações de Elis Martins