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A senadora e pré-candidata à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy (PMDB), afirmou que a falta de diversidade no gabinete ministerial do presidente em exercício, Michel Temer, à primeira vista é "um horror", mas quando se analisa melhor a situação, vê-se que ele não tinha muita escolha. "Quando um presidente é eleito para um mandato de quatro anos, ele faz acordos, mas também escolhe quem ele quer para o ministério, chama um técnico, alguém da sociedade civil. A situação do Temer é diferente, pois ele precisava fazer uma composição partidária, para conseguir ter união, passar leis necessárias, resolver o legado do governo Dilma, que deixou um verdadeiro caos na economia", comentou em entrevista para o programa Entre Nós, da TV Estadão.

Marta diz ainda que foi bom ter alguém com o perfil de Temer para assumir o governo após o afastamento da presidente Dilma Rousseff, já que poucos políticos têm a sua capacidade de aglutinar o Congresso e passar projetos difíceis que precisam ser aprovados para ajustar a economia.

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"O Temer aceitou indicações partidárias, e agora a cada hora tem de tirar um ministro (envolvido em escândalos de corrupção), mas com isso já passamos várias leis que com Dilma eram impossíveis". Segundo a senadora, no governo Dilma o País estava paralisado, sem conseguir encaminhar nenhum projeto.

Defensora do impeachment, Marta afirmou que há base legal para a saída de Dilma, mas ressalta que a presidente afastada também caiu por erros políticos. "Ela caiu pela questão jurídica, que existe mesmo, mas se tivesse sido uma ótima administradora, isso não estaria nem em pauta. O impeachment tem como base principal a questão política, a dificuldade dela de dirigir o País".

Questionada sobre sua saída do PT e ida para o PMDB, Marta afirmou que escolheu o novo partido porque sentiu que lá teria espaço para defender seus ideais. "No PMDB tem gente mais conservadora, mas também tem gente de vanguarda, tem muita liberdade de pensamento."

Além disso, ela citou os escândalos de corrupção envolvendo a antiga legenda. "Todos os partidos têm comprometimentos, mas no PT era recurso público na veia, de forma organizada, sistemática, um modelo de manutenção no poder. O PMDB tem gente investigada, como tem no PSDB, no PSB, todos têm, mas não tem uma organização criminosa dentro, e isso é um diferencial."

São Paulo

Na entrevista, Marta fez um retrospecto de sua administração como prefeita de São Paulo, entre 2001 e 2004. Ela disse que criou "várias polêmicas", porque fazia o que achava que tinha de ser feito, mas reconheceu que lhe faltou sensibilidade em alguns temas.

"Era uma época muito difícil, com desemprego e violência na cidade. Eu propus a taxa do lixo, que era de apenas R$ 6, valia a pena do ponto de vista de custo-benefício, mas eu não tive sensibilidade de perceber que a população não queria aceitar mais um ônus financeiro em um momento difícil", comentou.

A pré-candidata ainda reprovou o excesso de radares de trânsito implementados na administração de Fernando Haddad (PT). Segundo ela, existe uma "indústria da multa" que arrecada mais de R$ 1 bilhão por ano. "Agora o guarda municipal, que deveria estar nas portas das escolas, pode te multar de cima de uma ponte, com um radar manual", criticou.

Diferentemente do que tem ocorrido entre José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT), os candidatos a vice-prefeito de São Paulo, Alexandre Schneider (PSD) e Nádia Campeão (PC do B), mantiveram tom moderado em debate promovido nesta quinta-feira (25) pela TV Estadão, com poucos ataques pessoais e foco nas questões locais.

Entre os temas da cidade, a polêmica envolvendo os convênios da Prefeitura com entidades privadas na área da saúde voltou a ser discutida entre os candidatos. Schneider defendeu o fortalecimento das organizações sociais (OS), com criação de um órgão de regulação para os convênios.

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Na réplica, Nádia negou que pretenda acabar com os convênios, mas ressaltou a necessidade de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Secretária de Esportes da gestão Marta Suplicy (PT), a candidata a vice de Haddad disse estar "preocupada" com a proposta do partido rival de ceder 25% dos leitos do SUS para a iniciativa privada. "Não concordamos com isso", afirmou.

Os candidatos mostraram que também mantêm posições próximas sobre alguns temas. Ao responderem a uma pergunta sobre a situação das calçadas na cidade, Schneider e Nádia concordaram que a atual legislação precisa ser revista.

As acusações só apareceram no terceiro e último bloco do encontro, quando Nádia incitou o rival a explicar a denúncia de cartel na compra de uniformes na gestão da Secretaria de Educação, no governo de Gilberto Kassab.

"Essa denúncia de formação de cartel é mentirosa, foi feita por uma revista que está sendo processada por mim", afirmou Schneider.

Na sequência, o candidato a vice de José Serra aproveitou suas considerações finais para ressaltar a aliança do PT com Paulo Maluf (PP). "Já tivemos o PSDB e o prefeito Kassab, como tivemos o malufismo e o PT", disse.

Os dois candidatos também falaram sobre suas experiências na Prefeitura. Schneider afirmou que sua gestão na Secretaria de Educação teve "avanços significativos, especialmente frente à situação que encontramos". Nádia, por sua vez, afirmou que fez "projetos importantes" no comando da Secretaria de Esportes, "revitalizando o esporte com poucos recursos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A pré-candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine, garantiu hoje que o PPS não abrirá mão de sua candidatura para a disputa eleitoral mesmo que o PSDB requisite o apoio da sigla. A ex-subprefeita da Lapa, que atualmente é responsável pela Superintendência do Trabalho Artesanal (Sutaco), discordou da avaliação de que as eleições municipais serão polarizadas entre PSDB e PT e considerou que a popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tem a capacidade de alavancar em São Paulo uma candidatura petista. "Nas últimas quatro eleições para prefeito, o PT foi derrotado, apesar de toda a influência do Lula", ressaltou. "Ele projetou para o Brasil, até no cenário internacional, uma imagem de sucesso, de pujança, de avanço que não é real".

A pré-candidata do PPS concedeu entrevista, hoje, à TV Estadão. Segundo ela, a capacidade de transferência de votos do ex-presidente só pôde ser vista na eleição da presidente Dilma Rousseff, em 2010. Para a pré-candidata, a estratégia do ex-presidente ao escolher o ministro da Educação, Fernando Haddad, como candidato do PT é ir ao encontro dos anseios da população de São Paulo pelo novo. "A escolha dele se baseia também na ausência de rejeição. Por ser desconhecido, ele é menos rejeitado", afirmou. A pré-candidata disse ainda que sua maior ambição é ser prefeita de São Paulo e rechaçou a pretensão de abrir mão de sua candidatura em prol de um nome do PSDB. "Se o PSDB quiser indicar um vice para a nossa chapa, a gente topa conversar".

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A pré-candidata afirmou que fará "sempre" oposição ao PT de São Paulo e negou a possibilidade de um acordo em torno de uma fusão entre PPS e PSDB. Segundo ela, o argumento de que o PPS funciona como uma linha auxiliar do PSDB faz parte da avaliação de integrantes de legendas governistas, que "desqualificam a oposição". "O PPS se juntar ao PSDB? Que PSDB? O 'P'? O 'S'? O 'D'? O 'B'? Nem o PSDB está junto", alfinetou.

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