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As tropas russas expulsaram o exército ucraniano do centro de Severodonetsk, cidade estratégica do leste da Ucrânia e cenário de combates há várias semanas, anunciou nesta segunda-feira (13) o Estado-Maior ucraniano.

"Com o apoio da artilharia, o inimigo executou um ataque a Severodonetsk, com um triunfo parcial e expulsou nossas unidades do centro da cidade. Os combates continuam", anunciou o exército em um comunicado no Facebook.

Serguei Gaiday, governador da região de Lugansk - de onde Severodonetsk é o centro administrativo para a parte controlada pelas autoridades ucranianas - confirmou que as forças ucranianas foram expulsas do centro da cidade.

"Os combates nas ruas prosseguem (...) os russos continuam destruindo a cidade", afirmou em uma mensagem no Facebook, ao lado de imagens de edifícios destruídos ou em chamas.

A fábrica de produtos químicos Azot, onde civis estão refugiados, foi alvo de bombardeios russos. Instalações de purificação foram atingidas pelos projéteis, acrescentou o governador.

Na cidade vizinha de Lysychansk, três civis, incluindo uma criança de seis anos, morreram vítimas dos bombardeios das últimas 24 horas, afirmou Gaiday.

Para as tropas de Moscou, controlar Severodonetsk abriria o caminho para assumir o comando de outra grande cidade do Donbass, Kramatorsk, una etapa importante para conquistar toda a região de fronteira com a Rússia, que já está parcialmente nas mãos dos separatistas pró-Rússia desde 2014.

As tropas russas empregadas nos arredores de Kiev e Chernihiv estão recuando nesta sexta-feira (1º) segundo informaram os governos das duas cidades. O recuo já havia sido anunciado por Moscou depois da última rodada de negociações entre os dois países, na terça-feira (29).

"Estamos observando o movimento de várias colunas de veículos russos articulados", afirmou o governador da região de Kiev, Oleksandr Pavliuk.

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O governador da região de Chernihiv, Viacheslav Chaus, também confirmou o movimento de retirada de veículos, mas disse que ainda há tropas na área. "Ataques aéreos e por míssil ainda são possíveis aqui, ninguém está descartando isso", falou.

Na quinta-feira, 31, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que as tropas não estavam recuando mas sim apenas se realocando em outras regiões do país. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As tropas russas deixaram a usina nuclear de Chernobyl, que ocuparam no começo da invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro, anunciaram autoridades ucranianas nesta quinta-feira (31) à noite.

"Não há mais pessoas de fora da central nuclear de Chernobyl nesse território", informou no Facebook a agência estatal ucraniana para o gerenciamento da área da usina.

Pouco antes, a agência havia indicado que as tropas russas haviam iniciado a sua saída da usina, localizada a cerca de 100 km de Kiev. Ao deixarem a central, os russos "saquearam as instalações, roubaram equipamentos e objetos preciosos", acusou a agência.

Especialistas ucranianos irão inspecionar a central em buca de potenciais "objetos explosivos", segundo a mesma fonte.

Tropas russas desembarcaram nesta quarta-feira (2) em Kharkiv (leste), a segunda maior cidade ucraniana, e anunciaram que tomaram o controle de Kherson (sul), no sétimo dia da invasão ordenada por Vladimir Putin, que foi chamado por Joe Biden de "ditador" e vê seu país como alvo de fortes sanções por parte do Ocidente.

"Tropas aéreas russas desembarcaram em Kharkiv e atacaram um hospital", informou o exército ucraniano em um comunicado divulgado no Telegram.

"Há um combate em curso entre os invasores e os ucranianos", acrescenta a nota.

A cidade do leste do país, de 1,4 milhão de habitantes, próxima da fronteira e com uma grande população de língua russa, foi alvo de bombardeios na terça-feira (1º) que deixaram vítimas civis, no que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky descreveu como "crimes de guerra".

"Praticamente não restam áreas em Kharkiv que não foram atingidas por projéteis de artilharia", afirmou um assessor do ministério do Interior, Anton Gerashchenko.

No sul, o exército russo reivindicou a tomada de Kherson, cidade de 290.000 habitantes na foz do rio Dnieper, no Mar Negro, que já estava cercada.

A ofensiva, que desde o início há sete dias provocou centenas de vítimas civis, provocou uma onda de sanções contra a Rússia em todas as frentes - financeira, esportiva, cultural ou empresarial -, o que abalou a economia do país mas não provocou o recuo do presidente Vladimir Putin.

"Um ditador russo, que invade um país estrangeiro, tem custos para todo o mundo", afirmou o presidente americano Joe Biden em seu primeiro discurso sobre o Estado da União, que abordou o conflito na Ucrânia.

O presidente democrata afirmou que Putin errou ao subestimar a resposta do Ocidente a sua invasão e que agora "está mais isolado do que nunca esteve".

Também anunciou que proibirá aviões russos no espaço aéreo americano e a criação de uma unidade especial para investigar os oligarcas russos, que segundo ele "ficarão sem seus iates, apartamentos de luxo e aviões privados".

Apesar de sau crítica ao que chamou de agressão "premeditada e totalmente não provocada", Biden insistiu que não enviará tropas à Ucrânia.

- Temor em Kiev -

Na capital ucraniana, Kiev, um ataque na terça-feira atingiu a torre de televisão e deixou cinco mortos e cinco feridos. As autoridades locais temem uma grande ofensiva após a divulgação de imagens de satélites de um comboio russo de mais de 60 quilômetros comprimento ao norte da cidade.

O presidente Zelensky, acusou Moscou de querer "apagar" seu país e sua história.

"Eles têm a ordem de apagar nossa história, apagar nosso país, apagar todos nós", afirmou em um vídeo, no qual pediu aos países que não permaneçam neutros no conflito.

Também fez um apelo aos judeus do mundo para que "não permaneçam em silêncio", após o ataque russo de terça-feira contra a torre de televisão de Kiev, construída no local de um massacre do Holocausto.

"Estou falando agora aos judeus do mundo inteiro. Não veem o que está acontecendo? É por isto que é muito importante que os judeus do mundo inteiro não permaneçam em silêncio agora", afirmou Zelensky.

O presidente ucraniano reclamou que, durante a era soviética, as autoridades construíram a torre de televisão e um complexo esportivo em um "local especial da Europa, um lugar de oração e memória".

Na ravina de Babi Yar foram massacrados 30.000 judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

"O nazismo nasce do silêncio. Então saiam e gritem sobre os assassinatos de civis. Gritem sobre os assassinatos de ucranianos", afirmou Zelensky.

A imprensa ucraniana informou novas explosões durante a noite na capital e em Bila Tserkva, 80 km ao sul. Além disso, o serviço de emergências informou sobre um bombardeio em áreas residenciais de Yitomir (266.000 habitantes), ao oeste de Kiev, com dois mortos e três feridos.

No sul, além de reivindicar o controle de Kherson, o exército russo afirmou que na terça-feira conseguiu estabelecer contato entre as tropas que avançam da anexada península da Crimeia e as milícias dos separatistas pró-Rússia da região de Donbass, uma informação que não foi possível confirmar, mas que representaria uma conquista estratégica para suas forças.

No meio dos dois territórios resiste a cidade portuária de Mariupol, que ficou sem energia elétrica após bombardeios que, segundo o prefeito, deixaram mais de 100 feridos.

Para Kiev, um novo perigo se aproxima do norte, em Belarus, aliada de Moscou, que ordenou a mobilização de tropas adicionais na fronteira com a Ucrânia. Segundo o ministério da Defesa ucraniano, estas tropas poderia "respaldar no futuro os invasores russos".

A Ucrânia denunciou a Rússia na Corte Internacional de Justiça, que convocou audiências em 7 e 8 de março para estudar as alegações de Kiev de supostos crimes de guerra. De acordo com as autoridades ucranianas, mais de 350 civis morreram no conflito, incluindo 14 crianças.

Mais de 670.000 pessoas fugiram e um milhão de moradores viraram deslocados dentro da Ucrânia, segundo a ONU, que pediu a arrecadação de 1,7 bilhão de dólares de forma urgente por considerar que nos próximos meses 16 milhões de pessoas precisarão de ajuda na Ucrânia e nos países vizinhos.

- Sanções de todo tipo -

Submetida a vetos em eventos esportivos, boicotes e sanções de todo tipo, a Rússia defende sua ofensiva como um movimento para proteger a população dos territórios rebeldes pró-Moscou do leste da Ucrânia e derrubar o governo pró-Ocidente de Kiev.

União Europeia, Estados Unidos e países aliados adotaram um arsenal sem precedentes de medidas contra Moscou: fechamento do espaço aéreo a suas aeronaves, exclusão do sistema financeiro internacional Swift, congelamento de ativos, restrições comerciais, entre outras.

Devido às medidas, o principal banco russo, o Sberbank, anunciou a saída do mercado europeu e afirmou que suas filiais enfrentam "saídas irregulares de fundos e ameaças à segurança de seus funcionários e agências".

As sanções também afetam o mundo do esporte, a cultura e as empresas.

Entre as últimas empresas que anunciaram o afastamento do mercado russo estão a Apple, as petroleiras ExxonMobil e Eni e a gigante da aviação Boeing, que suspendeu os serviços de apoio às companhias aéreas russas.

Mas o presidente Zelensky pediu mais aos países ocidentais. Em uma ligação para Biden, ele destacou a necessidade de frear o mais rápido possível a invasão e voltou a pedir à União Europeia que aceite a adesão imediata da Ucrânia.

A crise provocou uma forte desvalorização do rublo e quedas das Bolsas russas, assim como a disparada dos preços do petróleo, com o barril de Brent e de WTI acima dos 110 dólares.

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