Expressões surgidas no período da escravidão no Brasil são ainda utilizadas atualmente, seja por costume ou falta de conhecimento do significado. Naturalizar esses termos é perpetuar o racismo estrutural no ambiente de trabalho e em outras esferas sociais. Ao LeiaJá, o professor de linguagens e redação, Diogo Xavier, lista algumas expressões de cunho racista que você deve eliminar no trabalho. Confira:
Da cor do pecado: "Possivelmente remete ao fato de que mulheres escravizadas eram alvo do desejo dos escravistas, que as assediavam ou estupravam, traindo suas esposas. A expressão coloca nas próprias vítimas a culpa de fazerem os homens caírem em 'tentação'".
##RECOMENDA##Nhaca: "Usada para falar de mau cheiro, vem do nome de uma ilha, em Moçambique. Assim como “catinga” (referência à caatinga) associa aos nordestinos mau odor, “nhaca” lança esse estereótipo a pessoas pretas".
Feito nas coxas: "Como as telhas de argila eram moldadas nas pernas de pessoas escravizadas, fazendo com que seus formatos fossem irregulares. A expressão é usada para se referir a um trabalho feito de qualquer jeito, mal feito".
Macumbeiro, “chuta, que é macumba”: "Macumba trata-se de um instrumento usado em cultos candomblecistas. Quando usado para se referir a rituais satanistas ou com intenções ruins, reforça um estereótipo que demoniza as crenças de origem africana".
À reportagem, o docente salienta que "nem todas as expressões ditas racistas de fato o sejam em seu surgimento". No entanto, ele observa sobre a possibilidade de substituí-las e, assim, "evitando perpetuar discriminações que remetem a uma longa história de exploração e sofrimento, é válida a remodelagem de nosso vocabulário".