A cidade de Caieiras (Grande São Paulo) inaugurou hoje a maior termelétrica sustentável do Brasil. Movida a gás metano produzido por um aterro sanitário, a Termoverde Caieiras gera 29,5 megawatts (MW), o que é suficiente para abastecer cidades como Guarujá, Taubaté ou Limeira. Com a geração a partir de metano, a empresa evita a liberação de gás de efeito estufa para a atmosfera, processo que antes era executado pelo processo de flare, que é a queima controlada que transforma metano em gás carbônico e diminui o impacto no meio ambiente e, principalmente na camada de ozônio.
A professora Suani Teixeira Coelho, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Bioenergia (Gbio), do Instituto de Energia e Ambiente (IEE-USP), destacou a importância de se descentralizar o fornecimento de energia elétrica. “Se olharmos só para esse número - 30 megawatts -, as pessoas podem achar pequeno, porque têm Itaipu, que gera 11 mil MW, mas é justamente a nova proposta energética, em termos até mundiais, da chamada geração descentralizada, quer dizer, são feitas pequenas gerações em vários produtores, que têm uma logística muito mais fácil”, explicou.
##RECOMENDA##Além da diminuição dos custos com transmissão, o benefício de geração de energia a partir de fontes renováveis pode acabar com a dependência de combustíveis fósseis e terá um grande impacto no longo prazo. Além do metano gerado pelos aterros sanitários, resíduos de cana-de-açúcar, bagaços de frutas, esterco e demais resíduos agrícolas orgânicos também podem ser utilizados nesse processo, ajudando a solucionar problemas de armazenamento de lixo recorrentes em grandes áreas urbanas e rurais.
O esforço de gerar energia a partir de matriz renovável é recompensado através de créditos fornecidos por certificações de redução ou não-emissão de carbono na atmosfera estipuladas pelo tratado de Kyoto. Esses créditos são negociados com países que não conseguem ou não tem intenção de diminuir suas emissões.