Ele faz questão de enfatizar que não entende de futebol. Porém, ressalta isso como uma virtude. Para o vice-presidente do executivo do Santa Cruz, Joaquim Bezerra, não ser um conhecedor profundo do esporte bretão não é nenhum demérito. Muito pelo contrário. O empresário e gestor afirma que isso foi fundamental para implantar no Arruda uma visão empresarial.
Uma espécie de controle fundamental para o profissionalismo entre razão e emoção. Joaquim Bezerra acredita que, em pleno século 21, o futebol precisa ser modernizado. Para se ter uma ideia, o novo modelo de cartola já colocou no currículo algumas conquistas.
O Santa Cruz, desde o início da “Era Antônio Luiz Neto” cumpre os pagamentos dos salários (incluindo atletas, comissão técnica e funcionários) em dia. Patrocínios também apareceram, juntamente com o renascimento do clube – que foi campeão Pernambucano e conquistou o acesso para Série C, no ano passado.
Em 2012, Joaquim Bezerra – em conjunto com a cúpula coral, como faz questão de frisar – deu início ao plano de alterar a fórmula de disputa da Série C. Algo que antes era impensável se tornou realidade. Mais um passo para tirar o Santa do fundo do poço. A consequência da mudança e de times de grande porte na competição não poderia ser outra. Televisionamento e patrocinadores. Ou seja, mais uma injeção financeira.
Em conversa com o portal LeiaJá, o homem que injetou essa visão empresarial no José do Rego Maciel fala das novas conquistas. O dirigente garante: “tudo isso é algo rentável para o Santa Cruz”.
Fórmula da Série C
“O pessoal do Paysandu, do Pará, marcou uma reunião conosco e com os outros times em Fortaleza. Eles queriam, a princípio, fazer como se fosse o mesmo formato da Série A e B. Ou seja, tendo jogos corridos com os 20 clubes. Então nós fizemos uma reunião com toda a diretoria de futebol (do Santa Cruz), com Albertino (dos Anjos), Tininho, Athayde, Sandro e Zé Teodoro, para discutir qual melhor formato seria para o Santa e para todos os outros. E chegamos a conclusão que seria melhor duas chaves de dez, trazendo para a chave A os times do Norte e Nordeste e para chave B os times do Sul, Sudeste e Centro Oeste. Com isso você teria uma condição de economia, por conta do deslocamento e teria uma sequência de jogos que daria tranquilamente para você ter um calendário até novembro. No início a ideia era para que saíssem dois de cada chave e formasse um quadrangular, mas a CBF terminou aprovando quatro de cada chave e formando um novo grupo, para dai então chegar em uma final. Mas também é um formato bom, pois cria uma vida, uma longevidade maior no campeonato e com isso a gente consegue atrair mais patrocinadores”
Televisionamento
Nós estamos reunindo novamente o grupo de clubes para que a gente passe a discutir com que emissora vamos fechar. Não necessariamente vai ser com a mesma que faz a Série A e B, pode ser com outra. Mas é importante que a gente tenha um orçamento de patrocínio que seja compatível. Equipes grandes como Santa Cruz, Paysandu, Fortaleza, que têm torcidas de massa, essas equipes têm que ser privilegiadas com essas cotas. É mais ou menos por aí que estamos discutindo isso.
Emissoras e ganho financeiro
Estamos discutindo com duas emissoras. Na próxima faremos uma reunião, ainda não sei se no Recife ou em Fortaleza, mas a gente já vai reunir para discutir isso. Com o calendário na mão fica mais fácil de ter esse debate. Hoje temos que aproveitar o máximo isso, pois na hora que a gente consegue que a CBF aprove essa mudança na fórmula da Série C, a gente tem que pensar que isso tem que trazer ganhos para os clubes. Conseguimos que a CBF arcasse com as despesas de hospedagem e deslocamento, coisa que ainda não existia. Já foi mais um ganho.