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O principal alvo da equipe de Paulo Guedes ao propor a fusão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic) ao futuro Superministério da Economia é o comando da secretaria executiva da Camex, uma estrutura poderosa que administra as tarifas do comércio exterior. A estrutura é avaliada como lenta e burocrática e suas decisões, contrárias à orientação da política econômica do Ministério da Fazenda.

A ida da Camex para a esfera da Fazenda é uma antiga ambição da pasta. São constantes os conflitos entre a Receita Federal e outras áreas do ministério com a Camex. Para a equipe de Bolsonaro, a governança da Camex é "capturada com uma visão pró-indústria" e a Câmara precisa de uma política "harmoniosa" com a Fazenda.

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Técnicos da Fazenda veem como positivo o maior controle sobre a Camex e "dispensam" até mesmo a fusão com as demais áreas do Mdic. No início de seu governo, o presidente Michel Temer quis acabar com o Mdic, mas preservou a Camex. A secretaria do colegiado migrou para o Itamaraty, dentro do plano de dar uma "pegada" econômica à chancelaria. Não deu certo e a secretaria executiva voltou para o guarda-chuva do Mdic.

Em janeiro, por pressão da Fazenda, a Camex barrou a aplicação de medidas antidumping na compra de laminados de aço da China e da Rússia. A decisão foi tomada apesar de haver um parecer da área técnica do Mdic apontando para a prática de concorrência desleal na venda dos produtos e que isso prejudicou empresas brasileiras, o que indicava a necessidade de aplicação de medida antidumping. O caso escancarou a disputa entre Fazenda e Mdic e a posição da área econômica prevaleceu.

"Paulo Guedes quer ter controle da Camex e do Mdic porque acha que são protecionistas. Mas grande parte das exceções setoriais foram criadas pelo próprio Ministério da Fazenda. Há um erro conceitual nessa proposta", afirma o ex-secretário de Comércio Exterior e consultor Welber Barral. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No cenário político brasileiro, nesta quinta-feira (1), um dos assuntos mais comentados é o juiz federal Sérgio Moro aceitar o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para comandar o superministério da Justiça. Opinando sobre o tema, o ex-jogador Juninho pernambucano, por meio do Twitter, disse que é “imoral” o magistrado ter aceitado o convite. 

Ele também apelidou Moro de “Batman de Curitiba”. “Fiquem tranquilos. O Jornal Nacional vai explicar à população, como eles fazem com Lula, bem caprichado e com pingos de emoção, que é imoral que Batman de Curitiba aceite ser ministro depois de ter prendido quem ia ser eleito facilmente pela escolha do povo. Capítulo final no Jornal Nacional”, criticou. 

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O senador Lindbergh Farias (PT) também alfinetou o juiz afirmando que ele sempre atuou como militante e não como magistrado. “Moro prendeu Lula, o candidato líder nas pesquisas, e atuou com afinco pra impedi-lo de concorrer. Imediatamente após o processo eleitoral, aceita o convite de Bolsonaro para virar "superministro". Pior: segundo o vice Mourão, o convite foi feito ainda durante a campanha. Poucas coisas podem ser mais descaradas do que isto. Depois de interferir no processo eleitoral, vira ministro do candidato beneficiado por ele. Em qualquer lugar do planeta isso seria um escândalo”. 

O ex-candidato a presidente Fernando Haddad (PT) foi outro a comentar. “Se o conceito de democracia já escapa a nossa elite, muito mais o conceito de república. O significado da indicação de Sérgio Moro para Ministro da Justiça só será compreendido pela mídia e fóruns internacionais”. 

Ao aceitar a proposta de Bolsonaro, Moro disse por meio de nota que vai abandonar 22 anos de magistratura com objetivo de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado. “A Operação Lava Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes”

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