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O Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (MAMAM) vai representar o Nordeste na 15° edição do Festival Internacional de Arte de São Paulo. O museu estará presente desta quarta (3) até 7 de abril no evento.

O museu apresentará no festival um recorte do Clube de Múltiplos, projeto que existe no museu desde 2015 e que tem por objetivo estimular o colecionismo e difundir a produção artística pernambucana.

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A diretora do museu, Mabel Medeiros, explicou que se baseou em critérios feministas para escolha dos artistas. “Fizemos questão de convidar artistas mulheres, como Amanda Melo, Ana Lira e Juliana Notari, para garantir uma condição de equidade, e reafirmar o perfil do Museu, que, neste momento, foca na produção artística de mulheres, bem como numa programação diversa com pesquisa, seminários e ações para reflexão e discussão da questão de gênero na arte”.

Outros artistas como Oriana Duarte, Christiana Machado, Virgínia de Medeiros, Gil Vicente, Márcio Almeida, Paulo Bruscky e Paulo Moreira também participarão em conjunto com o museu. Além deles, o paulistano Vanderlei Lopes e o gaúcho Cristiano Lenhardt foram convidados do museu para compor a equipe.

Segundo a diretora do museu, a diversificação de artistas serve para reafirmar os objetivos do museu, que está comprometido em divulgar a produção artística contemporânea pernambucana, colocando artistas locais em contato com diversos outros artistas.

O evento, que tem como objetivo agregar tendências e fortalecer a economia criativa, vai ser realizado no Pavilhão da Bienal, Vila Mariana, em São Paulo e vai reunir centenas de expositores, entre galerias e museus, nacionais e internacionais, além de artistas de várias partes do mundo.

 

Por Márcio Santos

 

As vendas de arte no Brasil mal chegaram a R$ 1,5 bilhão no ano passado, representando em torno de 1% do mercado global, segundo estimativa de especialistas, mas, a despeito desses números ainda modestos, as galerias estrangeiras fazem mais do que acompanhar a movimentação do comércio de obras. Elas já representam metade das galerias brasileiras reunidas na concorrida SP-Arte, feira que chega nesta quarta-feira à nona edição como uma espécie de termômetro desse mercado, cuja temperatura está em alta desde que o número de colecionadores começou a crescer com a valorização de artistas brasileiros em leilões internacionais. Galerias estrangeiras como a Gagosian, a White Cube e a Pace, três das maiores entre as 41 que dividem espaço com 81 brasileiras, não entraram na feira para disputar artistas, mas colecionadores brasileiros - para a arte estrangeira que trazem, naturalmente. E há de tudo à venda nelas: do sério construtivista alemão Josef Albers (1888-1976), representado por obra de sua mais conhecida série, "Homenagem ao Quadrado" (iniciada em 1949), ao americano Jeff Koons, o rei da arte paródica, uma das estrelas da Gagosian, cujo preço médio está por volta de US$ 6 milhões.

Esta é a edição com maior índice de galerias estrangeiras, representando 16 países, entre eles os maiores mercados do mundo, destacando-se os EUA (com 33% das vendas mundiais) e Inglaterra (23% do mercado). O Brasil está no mesmo nível da Itália e Suécia (1%), mas, entre os emergentes, é o que cresce de forma mais acelerada. Os estrangeiros não são bobos. Conhecem o potencial do negócio. Até agora, brasileiros só compravam brasileiros, mas, com o crescimento econômico do País, os colecionadores já disputam obras estrangeiras, de maior cotação e liquidez. E terão nomes à escolha na feira. Só a Pace, galeria fundada nos anos 1960, em Boston, com ramificações em Nova York, Londres e Pequim, traz Albers, Tapiès, Chuck Close e Calder, cujos móbiles podem custar até US$ 20 milhões (não há obras dele com esse preço na feira).

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"Por enquanto não temos artistas brasileiros, mas há muito interesse em Londres pela arte contemporânea produzida aqui e estamos planejando uma mostra em 2014 lá", confirma Elizabeth Esteve, representante da Pace. Filha do empresário e colecionador Kim Esteve, ela, a exemplo de outros galeristas estrangeiros, não ignora a ascensão do mercado chinês, mas aposta no Brasil como a bola da vez. Susan May, curadora da galeria White Cube, que se instalou em São Paulo, comparando o mercado chinês e brasileiro, vê o último como "mais cosmopolita e sofisticado". O fato é que os chineses vão buscar obras antigas para repatriar as raridades saqueadas pelos ocidentais (os chineses importam o dobro do que exportam). Os brasileiros, até pela recente história do País, preferem comprar arte contemporânea - e a galerista Nara Roesler oferece a eles o best seller Vik Muniz, embora também promova estrangeiros como o inglês Isaac Julien e não tema a concorrência das galerias estrangeiras. "Eles trazem artistas internacionais importantes para a feira e o know-how, que é essencial para a promoção dos nossos artistas."

A presença dos contemporâneos brasileiros nos leilões internacionais contra a ausência dos modernos brasileiros no mercado externo, por exemplo, pode ser compensada pelo livre trânsito dos galeristas estrangeiros, capazes de promover lá fora a arte de gênios como Volpi, hoje nas mãos de 10 colecionadores brasileiros (se tanto), apenas aguardando o assédio dos curadores de museus e marchands estrangeiros (que demora, mas certamente virá, como veio para Hélio Oiticica e Mira Schendel). O galerista Paulo Kuczynski, antecipando-se a essa possível ressurreição modernista, mostra em seu stand três desenhos raríssimos que Di Cavalcanti fez um ano antes da Semana de Arte Moderna de 22. Eles pertencem a uma série de 16 trabalhos chamada "Fantoches da Meia-Noite", feita para um livro de artista publicado por Monteiro Lobato (apenas 50 exemplares). "Hoje é grande a dificuldade de reunir toda a série, que deveria ir para um museu, assim como a obra de outros modernistas", diz, alertando para o interesse que os museus estrangeiros demonstram pelos brasileiros (a Tate, que abre em janeiro de 2014 uma mostra de Mira Schendel, já pensa em Volpi, garantem fontes do mercado).

A difusão da obra, tanto dos modernos como dos contemporâneos brasileiros, é um papel que a SP-Arte tem cumprido, oferecendo um panorama aos visitantes estrangeiros, que crescem a cada ano, embora ainda representem apenas 4% do público (20 mil pessoas em 2012), segundo a criadora e diretora da feira, Fernanda Feitosa. Ela desenvolveu uma estratégia não para concorrer com feiras mais antigas (como a Art Basel, que tem 52 anos), mas para divulgar a arte brasileira aqui e lá fora: além de incentivar compras para doações a museus, abriu um laboratório curatorial destinado a novos profissionais, cujos projetos de exposições premiados (com obras de galerias participantes) vão garantir a quatro autores bolsas para Veneza e Istambul. "Os jovens curadores precisam ir lá fora conhecer os artistas estrangeiros", justifica. Num mercado globalizado, faz todo o sentido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nascido em Recife, Mozart Guerra se formou em arquitetura e começou seus trabalhos em esculturas enquanto era cenógrafo para TV, teatro e cinema no Brasil. Se mudou para Paris em 1992 e, desde então, vem participando de várias exposições individuais e coletivas ao redor do mundo. Ele traz suas obras para São Paulo, onde participa do SP-Arte 2013 durante 3 e 7 de abril no Pavilhão da Bienal.

Dividida em fases, sua trajetória artística começa com a criação de corpos humanos opulentos com características realistas através das cores usadas nas peles e as expressões dos personagens. Para suas criações "animalistas", ele usa os mesmos materiais e técnica, o que muda agora é a cobertura com cordas coloridas, no lugar do papel pintado.

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Serviço

SP-Arte 2013

Pavilhão da Bienal (Parque do Ibirapuera, Portão 3 - São Paulo)

03 de abril (convidados) | 17h às 22h

04 e 05 de abril | 14h às 22h

06 e 07 de abril | 12h às 20h

R$ 30,00 (inteira) R$ 15,00 (meia entrada)

No próximo dia 10 tem início a oitava edição da feira SP-Arte, a principal Feira do meio artístico no Brasil. Nesse ano, o evento terá mais galerias participantes e um empurrãozinho para os interessados em adquirir algum trabalho - acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo permitirá que as aquisições feitas durante a mostra estejam isentas do recolhimento do ICMS, o que reflete na redução da quantia paga de imposto sobre as peças.



Espalhados pelos três andares do prédio da Bienal, a Feira conta com 109 galerias e 27 participantes internacionais, como o artista Takashi Murakami, que participa da feira pela primeira vez. Entre as novidades desta edição está uma parceria com o MAM, MASP, MIS e Pinacoteca: o visitante que comprar um ingresso para algum desses espaços culturais receberá um convite para visitar a feira nos dias 10 e 11 de maio. Por sua vez, ao adquirir um ingresso para a SP- Arte, o visitante receberá gratuitamente uma cartela com ingressos para os quatro museus parceiros, com validade entre 10 e 13 de maio.



Também, jovens curadores poderão submeter projetos de exposição a serem realizados num espaço especial da Feira, tendo como base o acervo de obras dos artistas representados pelas galerias participantes. Os curadores selecionados serão premiados com uma viagem para a Documenta 13, respeitada exposição de arte que acontece a cada cinco anos na cidade alemã de Kassel.



Entre as galerias participantes da Feira, está a pernambucana Amparo 60, que tem entre seus artistas representados Paulo Bruscky, pioneiro na aplicação artística de várias tecnologias, como gravação eletrônica, filme super-8, vídeo, xerox, off-set e mimeógrafo e que recentemente participou da Bienal de SP.

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