No próximo sábado (25), a Galeria Amparo 60 apresenta novos trabalhos e inaugura sede, após 20 anos. O espaço agora ficará instalado no Edifício Califórnia, onde ocupará uma das sobrelojas, num movimento ligado a outros empreendedores que pretendem dar uma nova vida cultural ao local. Para marcar esse novo momento, a galerista Lúcia Costa Santos convidou o jovem curador Douglas de Freitas para pensar uma exposição comemorativa que marcasse essa nova etapa.

Intitulada ‘Evoé’, a nova exposição visa reunir todos os artistas do casting encontrando os pontos de intersecção entre seus trabalhas e tendo como fio condutor a ideia de celebração, saudação, ligada ao termo evoé. Dessa forma, a mostra tenta traz o olhar de cada artista através representações relacionadas às manifestações carnavalescas, às questões urbanas e a visualidade da cidade. 

O espaço reunirá obras de 35 artistas, todos eles do casting da galeria. O pintor pernambucano Rodolfo Mesquista, falecido em fevereiro de 2016 e que fazia parte do casting, é o homenageado. Durante o vernissage, precisamente às 19h, Paulo Bruscky deve apresentar a performance Arteatro (Peça em 1 ato, 1977-2016). O evento do próximo dia 25 acontece em parceria com os outros empreendedores do Edifício Califórnia e deve entrar pela noite. Às 17h, as portas da galeria estarão abertas para a visitação da exposição, seguida pela performance de Paulo Bruscky.

Serviço

Evoé

Abertura 25 de março de 2017, a partir das 17h (para convidados) - performance Arteatro (Peça em 1 ato, 1977-2016) de Paulo Bruscky

Visitação de 27 de março a 26 de maio de 2017.

Terça a sexta | 10h às 19h.

Sábados | 11h às 17h.

Galeria Amparo 60 Califórnia (Rua Artur Muniz, 82. Primeiro andar, salas 13/14)

Boa Viagem, Recife – PE

(81) 3033.6060

O artista plástico Cristiano Lenhardt volta a expor na Galeria Amparo 60. Batizada de Matéria Superordinária Abundante, a mostra traz obras inéditas, realizadas com diversas técnicas. O público pode encontrar desenho, pintura, fotografia, vídeo, instalação e colagem. Entre os materiais presente, adesivo perfurado, plástico, madeira e até cará. Os trabalhos tocam em assuntos como consumismo, memória e transitoriedade.

Os desenhos abstratos de Cristiano formam a maior parte da instalação. Realizados de maneira simples, os mesmos apresentam uma forma básica do desenho artístico, molhando o papel com tinta e produzindo a mancha gráfica. O artista diz estar numa fase diferente, levando em conta seu longo trabalho com vídeo-arte. "Estou muito mais material, fazendo coisas que sempre soube que conseguiria fazer bem e que são físicas", comentou o artista num encontro com a imprensa na tarde desta segunda-feira (3).

Algo que pesou na construção da exposição foi a mudança do artista para o centro do Recife. O passeio pela cidade leva a um encontro com materiais simples, que possivelmente nunca entrariam numa exposição de arte, mas que Cristiano insere num novo contexto. Cabos de vassoura e madeiras de móveis velhos estão entre os matérias utilizados e aparecem na mostra em sua forma bruta, assim como foram encontradas pelo artistas, que vem juntando os itens há alguns meses.  

"O trabalho vem muito da rua, porque eu acredito que eles podem gerar novas experiências estéticas", afirmou. Os cabos de vassoura se unem em trama para formar a instalação Cabo de trouxe de pertences. "Eles me lembram uma imagem didática de alguém fugindo de casa", comentou o artista. Composta por vários pedaços de madeira de móveis, a instalação Fonte é resultado da aversão de Cristiano pelo piso da galeria e traz um desenho do que seria o delineado de uma poça ao secar. A ironia é o fato da madeira utilizada, a MDF, ser muito sensível a água.

A leitura sobre a organização social dos índios no Brasil e sua cultural também guiou o artista em alguns aspectos. Segundo Cristiano, isso é algo que está presente em toda a exposição, principalmente no que diz respeito a ressignificar matériais simples. A fotografia também faz parte do material, com cerca de duas séries que dentro de uma estética geométrica e falsamente bucólica retrata um parque em dois momentos e também a cor da cidade, 'impressa' no que o artista chama de surpresa dentro da exposição.

Matéria Superordinária Abundante abre ao público no dia 6 de novembro e vai até o final do ano. 

Serviço
Cristiano Lenhardt - Matéria Superordinária Abundante
6 de novembro a 30 de dezembro
Segunda a sexta | 9h às 13h e 14h às 19h
Sábado | 10h às 14h (com agendamento prévio
Galeria Amparo 60 (Av. Domingos Ferreira, 92 A - Boa Viagem)
(81) 3033 6060

No próximo dia 10 tem início a oitava edição da feira SP-Arte, a principal Feira do meio artístico no Brasil. Nesse ano, o evento terá mais galerias participantes e um empurrãozinho para os interessados em adquirir algum trabalho - acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo permitirá que as aquisições feitas durante a mostra estejam isentas do recolhimento do ICMS, o que reflete na redução da quantia paga de imposto sobre as peças.



Espalhados pelos três andares do prédio da Bienal, a Feira conta com 109 galerias e 27 participantes internacionais, como o artista Takashi Murakami, que participa da feira pela primeira vez. Entre as novidades desta edição está uma parceria com o MAM, MASP, MIS e Pinacoteca: o visitante que comprar um ingresso para algum desses espaços culturais receberá um convite para visitar a feira nos dias 10 e 11 de maio. Por sua vez, ao adquirir um ingresso para a SP- Arte, o visitante receberá gratuitamente uma cartela com ingressos para os quatro museus parceiros, com validade entre 10 e 13 de maio.



Também, jovens curadores poderão submeter projetos de exposição a serem realizados num espaço especial da Feira, tendo como base o acervo de obras dos artistas representados pelas galerias participantes. Os curadores selecionados serão premiados com uma viagem para a Documenta 13, respeitada exposição de arte que acontece a cada cinco anos na cidade alemã de Kassel.



Entre as galerias participantes da Feira, está a pernambucana Amparo 60, que tem entre seus artistas representados Paulo Bruscky, pioneiro na aplicação artística de várias tecnologias, como gravação eletrônica, filme super-8, vídeo, xerox, off-set e mimeógrafo e que recentemente participou da Bienal de SP.