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O protetor solar é realmente eficaz para proteger a pele das crianças? Devo aplicar o produto nos meus filhos mesmo quando está nublado? Dúvidas como essas motivaram um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) a respeito da frequência da aplicação do produto nos pequenos. Ao todo, foram ouvidos 823 pais e 157 educadores de todo o país a respeito das medidas para controlar a exposição das crianças ao sol. A pesquisa revelou que, apesar de estarem cientes da importância da proteção da pele, os pais e professores ignoram alguns hábitos fundamentais para preservar a saúde dermatológica das crianças.
##RECOMENDA##“O dado mais preocupante é que, de fato, tanto os pais como os educadores acreditam que estão atuando da forma correta na proteção solar”, comenta o dermatologista Paulo Criado, presidente daSBD – Regional São Paulo. Embora 69% dos entrevistados afirmem que sempre estimulam os filhos a se proteger do sol nos horários de maior incidência dos raios (10h às 15h), 45% dos educadores afirmaram deixar os alunos expostos à radiação solar nas horas menos favoráveis para a pele. Do total, 29% dos professores ainda revelaram nunca terem estimulado a proteção solar para as crianças.
A pesquisa também constatou que a proteção extrema contra os raios solares também acontece, mesmo que com menos frequência: 6% dos pais e 27% dos educadores afirmam nunca deixar seus filhos e alunos ficarem expostos ao sol, o que também representa um risco à pele, segundo Paulo Criado. “O sol tem propriedades importantes para o crescimento. É preciso encontrar o equilíbrio e percebemos que isso não acontece no país”, lamenta o dermatologista.
Crianças abaixo dos três anos de idade são ainda mais vulneráveis, segundo a pesquisa. Cerca de 32% dos participantes afirmam ter iniciado o uso de protetor solar depois dos três anos de idade, o que representa um longo período de exposição da pele dos bebês, apesar de 57% dos pais e 71% dos educadores acreditarem que é preciso acostumar as crianças a se protegerem do sol.
No Lubienska Centro Educacional, no bairro do Zumbi, Zona Oeste do Recife, o protetor solar é um item da lista de material para os infantis I, II e III (turmas de crianças de um a três anos). “Temos uma área aberta no colégio e, todos os dias, os meninos brincam no local. Como o sol é muito intenso, pedimos para que os pais comprem o produto para aplicarmos nas crianças. Infelizmente, percebemos que há uma cultura de aplicar o protetor solar somente na praia e queremos criar um hábito diferente nos nossos alunos”, explica Ana Paula Figueiredo (à esquerda), coordenadora da educação infantil.
Apesar de ser um item incomum na lista, os responsáveis não questionam a solicitação do colégio. “Os pais se surpreendem positivamente, até. Cada aluno tem seu protetor individual que é guardado na sala e a aplicação é feita sempre antes de ir ao parque”, explica a coordenadora. Sobre a adaptação dos pequenos à aplicação diária do produto, a educadora Paulina Januária explica que, no início, há resistência. “Preferimos introduzir o uso do protetor solar depois de umas duas semanas de convivência, já que o ambiente escolar é novo para os meninos e provavelmente o uso do protetor solar também, já que eles são pequenininhos. No início, eles estranham a textura, mas depois até pedem para passarmos”, diz a professora do Infantil II.