O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), acredita que o presidente Michel Temer (PMDB) precisa comprovar "rapidamente" a inocência dele diante do inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), a partir da delação dos donos da JBS, por obstrução da Justiça e corrupção passiva. Segundo o tucano, apenas assim, o peemedebista vai reconquistar a credibilidade necessária para conduzir o país.
"Não tenho condições de dizer se ele é culpado ou não, mas tenho condições de dizer que, praticamente com todo o seu gabinete preso, processado ou pego em flagrante, e as próprias gravações com ele, ele precisa muito rapidamente comprovar sua inocência para ter autoridade suficiente para levar esse momento difícil", disparou, em entrevista a Folha de São Paulo, nesta quinta-feira (15).
##RECOMENDA##O momento difícil, referido por Jereissati, é causado por "um sistema político que apodreceu e morreu". "A crise não vai se aprofundar apenas por causa da eventual decisão da PGR... A corrupção que era de batedor de carteira virou de quadrilhas internacionais", declarou, ao ser indagado como o PSDB irá se posicionar quando a denúncia de Rodrigo Janot contra Temer chegar ao Congresso Nacional. "Não há decisão, mas com certeza os deputados vão agir como juízes e votar de acordo com a sua consciência, não de acordo com orientação", acrescentou.
Durante a entrevista Jereissati também disse que defende o desembarque do PSDB do governo Temer, mas ponderou que isso "não é pedir Fora Temer ou impeachment". "Estamos dentro desse sistema que apodreceu e a saída só se dará por meio de reformas. Estar dentro do governo significaria continuarmos dentro de um sistema que temos que mudar. Não temos condições éticas e morais para tentar mudar isso estando no governo", observou. "Ficar no governo em si é detalhe. O que é importante é que precisamos fazer uma autocrítica profunda, reconhecer que a população não aguenta mais o que está aqui", continuou.
De acordo com a reportagem, o presidente interino do PSDB destacou ainda que a permanência do partido na base de Temer está em constante reavaliação e assegurou que o partido vai recorrer da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de não cassar a chapa Dilma-Temer.