Nesta segunda-feira (25), a Urbana-PE (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de Pernambuco) falou sobre a decisão do Tribunal Superio do Trabalho (TST) de diminuir o reajuste - estabelecido pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 6ª região - no salário e ticket de alimentação dos motoristas. Segundo o sindicato, as empresas não tem condições financeiras de pagar o aumento.
O que havia sido estabelecido pelo TRT era um aumento de 10% no salário dos motoristas, e de 75% no ticket de alimentação (equivalente ao valor de R$ 1,7 mi), totalizando uma subida total de 19% no custo mensal que as empresas pagam. A Urbana explicou que, por mês, são gastos R$ 83 milhões de custo total, o que envolve folha de pessoal, combustível, equipamentos, entre outras coisas. Desde o começo deste ano, a receita de tarifa estava em R$ 76 milhões, gerando um prejuízo de R$ 7 milhões. Para compensar, uma parcela da da depreciação - valor guardado mensalmente pelas empresas para renovar a frota ao fim dos sete anos de vida útil - e uma parcela da remuneração - ganhos das empresas - haviam sido cortadas. Mesmo com estas medidas, duas empresas foram à falência este ano.
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Com o aumento estabelecido, o custo mensal subiu para R$ 89 milhões, o que, segundo o presidente da Urbana, Fernando Bandeira, é fora das condições financeiras das empresas. Por isso foi recorrido ao TST, que diminuiu para 6% o aumento no salário e R$ 85 milhões o custo total. Isto foi o que causou mais uma paralisação dos motoristas. A decisão do TST é de caráter provisório, e ainda não houve uma decisão final, que será feita pelos 14 ministros compondo o Órgão Especial.
Bandeira comentou que ainda não foi decidido nada quanto ao possível aumento na tarifa de passagem e que ninguém foi demitido por enquanto. Paulo Júnior, vice-presidente da Urbana, comentou que, apesar da situação financeiramente negativa, se for julgado que deve se manter os 10% de aumento no salário, isto será cumprido assim que sair. "O grande problema é o seguinte, um dissídio normalmente aumenta seus custos na faixa, aqui especificamente, de 6%, 7%, 8%, que foi a média do Brasil todo. Um dissídio de 19% é bem acima da capacidade atual do setor de cubrir os seus custos", afirmou Paulo.
De acordo com Bandeira, um dos maiores problemas que esta situação trás vem do corte na depreciação. "A frota vai envelhecer, quando você não renova, ela começa a ficar envelhecida. Então estão entrando menos ônibus novos no sistema, em virtude da defasagem da tarifa", afirmou o presidente. "Deste o início do ano este sistema vem se agravando com todos os aumentos em sumo que tivemos, e também com o decréscimo de passageiros", comentou. Entre 2012 e 2013, houve uma redução de 7,30% no número de passageiros pagantes. Já no primeiro semestre de 2014, foi registrada uma queda de 4,87% em relação ao mesmo período no ano passado.