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A paralisação dos motoristas de ônibus pegou de surpresa os moradores da Região Metropolitana do Recife (RMR). Os rodoviários suspenderam as atividades após decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que reduziu o aumento da categoria de 12% para 9% e o diminuiu o valor do tíquete de 59,57% para 9%. Os coletivos devem voltar a circular a partir das 10h.

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Em entrevista ao LeiaJá, o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Benilson Custódio, disse que a paralisação já tinha sido decidida há alguns dias, mas a informação sobre ela foi guardada a sete chaves. "A decisão final é que a gente passa na véspera, em cima. É estratégia nossa", afirmou

Revoltado com a decisão do TST, Custódio disse que a decisão de parar foi do sindicato. "A gente da diretoria decidiu. Os trabalhadores queriam parar e nós demos essa condição para eles", disse o presidente. Questionado sobre o fato da paralisação coincidir com o primeiro dia de aula após o período de férias, Benilson Custódio perdeu as estribeiras e gritou com a reportagem ao telefone. "Não tem cabimento isso! O julgamento seria hoje (segunda), e foi julgado na sexta (dia 31 de julho) de última hora! Eles não se preocuparam com a gente, então porque vamos nos preocupar com eles? Isso aqui é rodoviários!", esbravejou o presidente, antes de desligar o telefone.

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Enquanto isso, na Avenida Conde da Boa Vista, local normamelnte de muito movimento, tudo vazio. Apenas os carros particulares, além dos táxis, eram vistos trafegando pela via. A comerciante Shrley dos Santos precisou vir de carona do Ibura para chegar no trabalho a tempo. Além disso, ela reclamou que foi pega totalmente de surpresa. "Vim de carona com meu marido. Eu não sabia que iam paralisar, não vi nada na TV", comentou.

Já a comerciante Mirian Alves dos Santos precisou desembolsar do próprio dinheiro para chegar ao trabalho. "Moro no Ipsep e vim de taxi para o trabalho porque não gosto de me atrasar. Eu sei que a empresa não vai pagar o que gastei", explicou Mirian.

Há, também, quem tenha vindo de carro, moto, bicicleta ou até mesmo a pé, e garante não ter encontrado um ônibus passando. "Eu moro em Rio Doce e de lá para cá não vi nada, nenhum ônibus. Tenho sorte porque possuo uma moto e pude chegar a tempo no trabalho", disse o comerciante Henrique Santos.

No Terminal Integrado Joana Bezerra, a situação também ficou complicada. As paradas de ônibus, ao contrário da Conde da Boa Vista, estavam lotadas, mas de pessoas que não conseguiram iniciar a rotina diária de trabalho ou estudos. A recepcionista Gisele Oliveira veio de Moreno, na  RMR, e está tentando chegar o Pina, na Zona Sul da Cidade. Ela precisava chegar ao trabalho às 7h30, mas como não conseguiu transporte público, por volta das 9h15 ainda não tinha chegado do emprego. "Liguei para a empresa e eles estão vindo me buscar. É o jeito, porque não tem ônibus", explicou.

O Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Pernambuco rejeitou a proposta feita pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana/PE) em reunião nesta quinta-feira (28). Esta foi a quarta rodada de negociações, já que na última terça-feira (26) não houve acordo de ambas as partes, ocasionando uma paralisação de advertência de 24h. 

A reunião foi mediada pela Superintendência de Emprego e Trabalho, que chegou a sugerir um aumento de 7,5% no salário e 14% no vale alimentação, o que daria um aumento de 8,49% em média no pagamento e que foi rejeitado pelos rodoviários. 

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A categoria pede um aumento de cerca de 27% no piso. Caso a proposta seja aceita, o salário dos motoristas passaria de R$ 1.535 para R$ 2 mil. Já a remuneração dos cobradores e fiscais teria um aumento de 60% e 80%, respectivamente, em cima do salário dos motoristas.

A categoria se reunirá em assembleia na próxima terça-feira (3), às 15h, para deferir os caminhos da greve que já é certa de acontecer. “Provavelmente, às 0h da próxima quarta-feira (4), entraremos em greve geral”, disse o secretário geral do sindicato dos rodoviários, Diogenes José de Souza. 

Apesar de a greve ser geral, por se tratar de um serviço de utilidade pública, ao menos 50% dos coletivos deverão continuar circulando. Cerca de 2 milhões de pessoas que utilizam diariamente o serviço de transporte público do Recife e RMR serão prejudicadas. 

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